Como fica agora o pacto de não agressão entre Russomano e Serra?
por Altamiro Borges, no seu blog
O contínuo crescimento de Russomanno, que subiu cinco pontos nas intenções de voto em relação à pesquisa anterior do Datafolha, não estava nos cálculos do tucano – que caiu três pontos. O comando do PSDB apostava que o candidato do PRB iria despencar e que a disputa seria novamente polarizada contra o PT. Com o início do horário eleitoral na rádio e tevê, a tendência é que o petista Fernando Haddad, ainda pouco conhecido do paulistano, cresça. Com isso, a hipótese de Serra nem ir ao segundo turno ganha força.
Diante deste risco, impensável há alguns meses, o grão-tucano deverá partir imediatamente para as baixarias e Russomanno será um dos seus alvos preferidos. Nos últimos dias, a mídia demotucana já publicou várias denúncias contra o candidato do PRB, que ainda goza de baixa taxa de rejeição – só 12% dos entrevistados dizem que não votariam nele de jeito nenhum, enquanto Serra atinge 38% de rejeição. Ela fez questão de identificá-lo com a Igreja Universal do Reino de Deus e de ligá-lo até ao mafioso Carlinhos Cachoeira.
Russomanno parece que já percebeu que a batalha será encarniçada e rasteira. “Tenho sido alvo de pesadas investidas da imprensa contra minha honra desde o último resultado da pesquisa Datafolha, publicado em meados de julho… Isso é coisa de gente aloprada”, disse ao jornal Estadão. Ele só não nomeou que são os “aloprados”. Mas, numa entrevista à Folha serrista, ele ameaçou: “Nós temos a informação de quem está por trás disso. E se for necessário, vamos divulgar. Nós não vamos ficar quietos se continuar desse jeito”.
Não precisa muito esforço para deduzir quem são os tais “aloprados”. Basta seguir o rastro da mídia demotucana. A questão é política. Em julho, Russomanno fechou um acordo de não agressão com os tucanos. Segundo o noticiário, o coordenador da sua campanha, Marcos Pereira, chegou a participar de um jantar com Serra para firmar o pacto de convivência. Na sequência, o governador Geraldo Alckmin liberou funcionários da Secretaria de Justiça para participarem de uma atividade campanha do candidato do PRB.
Na ocasião, o próprio Russomanno confirmou as negociações com Serra, mas “negou que houvesse um ‘acordo de cavalheiros’ com o seu adversário”, segundo relato do Estadão. “Houve esse encontro de fato, mas não existe um pacto entre nós… Nós vamos estar no segundo turno. Foi uma conversa amigável para que, num possível segundo turno, nós estejamos juntos”. Agora, com as baixarias da campanha, será que a “conversa amigável” vai ser mantida? Russomanno que se cuide! Serra é famoso pela traição!
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