Rebeldes líbios lutam em Trípoli com as tropas de Kadafi

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do Ópera Mundi

Centenas de rebeldes líbios entraram na capital, Trípoli, vindos de cidades conquistadas no oeste do país. Confrontos intensos ocorreram em diversos pontos da cidade neste domingo (21/08), inclusive na região central, de acordo com a rede Al Jazeera. A emissora indica que a maioria dos bairros da periferia da capital foi “libertada” e que as forças do regime se retiraram para Bab al Azizia, o “palácio-bunker” de Muamar Kadafi.

A chegada dos rebeldes à Trípoli e outras cidades próximas se deu graças a bombardeios aéreos empreendidos pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que atingiu o quartel-general do líder líbio e o aeroporto de Maitika, também na capital do país, informaram a Al Jazeera e a rede multiestatal TeleSur. O correspondente da TeleSur confirmou que rebeldes e OTAN empreenderam uma ação “coordenada” contra a capital.

O porta-voz do grupo Aliança de 17 de fevereiro, Assil Tajouri, afirmou que os insurgentes controlam pelo menos 50% do território da capital. Quase ao mesmo tempo, a televisão oficial líbia divulgava uma declaração ao vivo do chefe dos serviços secretos do regime, Abdallah Senoussi, que disse que o “povo” terminará por vencer. “O povo vencerá, vamos derrotar os grupos terroristas”, enfatizou.

Mais cedo, Kadafi, afirmou, em meio à aproximação das forças rebeldes, que ficará em Trípoli “até o fim”. Em um pronunciamento de áudio transmitido pela TV estatal, Kadafi pediu que seus apoiadores em todo o país ajudem a liberar a capital da ofensiva rebelde, e afirmou que sairá vitorioso da batalha.

Diálogo

O porta-voz do governo líbio, Musa Ibrahim, pediu, neste domingo, aos insurgentes que lutam pelo controle do poder no país para negociar mas, ao mesmo tempo, garantiu que há “milhares e milhares de soldados preparados para defender [a capital da Líbia] Trípoli” do avanço rebelde. Em uma entrevista coletiva divulgada pela Al Jazeera, Ibrahim acusou a OTAN de “causar o caos” com os bombardeios das cidades líbias.

O porta-voz disse ainda que os líderes norte-americano, Barack Obama, britânico, David Cameron, e francês, Nicolas Sarkozy, são os “responsáveis morais por qualquer morte desnecessária”.

Ibrahim lançou ainda um alerta à comunidade internacional para uma possível “vingança” dos rebeldes, muitos dos quais, segundo ele, sem um projeto político e que atuam pela “sede de vingança e de sangue”. Acusou ainda as forças rebeldes que tentam derrubar o líder líbio de promover execuções sumárias em localidades como Gharian, nos arredores de Trípoli.

“Os crimes mais comuns [dos rebeldes] são as execuções, o roubo, o incêndio de casas, a violação e a tortura”, cometidos “debaixo da responsabilidade do Ocidente e da OTAN”, acrescentou. “O mundo não pode dizer que não foi avisado”, reiterou, acrescentando que “Trípoli está bem protegida por milhares de soldados preparados para defender a cidade dos rebeldes, que não são nada sem a OTAN”.

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