Deputado Raul Marcelo pede ao Conselho de Ética que avalie afastamento do tucano Capez, acusado no Escândalo da Merenda; leia íntegra dos depoimentos

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por Luiz Carlos Azenha

O deputado Raul Marcelo, do PSOL, vai representar ao Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo para que considere o afastamento do presidente da Casa, o tucano Fernando Capez, acusado por testemunhas de participar do escândalo da merenda escolar.

Capez é visto como possível indicado de Geraldo Alckmin para sucedê-lo em 2018, quando o atual governador paulista pretende disputar o Planalto.

Ele foi acusado de ter recebido propina através de assessores para beneficiar a empresa Coaf, Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar, fornecedora da merenda escolar paulista. Uma lei federal prevê que prefeituras comprem até 30% da merenda de pequenos produtores.

Além de citações a Capez, as testemunhas ouvidas pela polícia na Operação Alba Branca acusaram o assessor dele de apelido Licá — Luiz Carlos Gutierrez — e o ex-assessor Jeter — Jeter Rodrigues Pereira.

Os depoentes afirmaram que a propina paga equivalia a cerca de 25% dos contratos.

Nos depoimentos também é citado o presidente do PMDB paulista, Baleia Rossi, além do braço direito do secretário da Casa Civil do governador Alckmin, Edson Aparecido, de apelido Moita — Luiz Roberto dos Santos.

Capez, que é promotor de Justiça, e todos os outros acusados negaram veementemente participação no esquema.

O deputado Raul Marcelo evita pré-julgar Capez, mas afirma que o tucano não terá condições de permanecer no cargo, como representante de todos os deputados paulistas, se o Conselho de Ética considerar que as denúncias contra ele têm consistência.

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A decisão do parlamentar foi tomada com base na leitura de apenas três dos depoimentos de funcionários da Coaf (íntegra abaixo). Ele quer que o Conselho de Ética tenha acesso a todos os depoimentos e documentos da operação policial.

Advogado de formação, o deputado Raul Marcelo foi professor de língua portuguesa em um colégio de Sorocaba, sua cidade de origem.

Ele se lembra de ver uma criança na fila da merenda do colégio onde lecionava com um recipiente extra na mão: era para levar o “almoço” do irmão, que esperava em casa.

Marcelo acentua que a merenda continua tendo um papel fundamental na alimentação das crianças brasileiras e, por isso, corrupção envolvendo esse tipo de contrato público “deveria ser considerada crime hediondo”.

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