Pinheiro Salles: Carta à ministra Maria do Rosário

Tempo de leitura: 7 min

Carta à ministra Maria do Rosário

“A regeneração da democracia e o respeito aos direitos humanos constituem os dois objetivos estratégicos deste século para a humanidade”.

José Saramago, trecho citado na carta.

Pinheiro Salles

Com a necessária veemência, mas com uma inquestionável serenidade, eu me dirijo a Vossa Excelência para abordar um assunto que os governos, desde Sarney, tentam empurrar para debaixo do tapete: a questão da ditadura militar no Brasil (1964-1985). Por conseguinte, poderia começar com um pedido de desculpas. Se não o faço, é que tenho pelo menos duas justificativas: 1ª) o seu cargo no governo (ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República) lhe confere a incumbência de receber as denúncias pertinentes e até entender as idiossincrasias de quem carrega na pele a marca dos porões; e 2ª) nos órgãos repressivos, diante do que sofri e testemunhei, assumi o compromisso de jamais me omitir no restante da minha vida de sobrevivente, sempre cobrando posicionamentos claros em defesa da justiça.

Com muita dor e sacrifícios incontáveis, algumas conquistas foram arrancadas nesses anos recentes. Mas elas não vieram com a altivez desejada. Eram concedidas de forma envergonhada, acanhada, para não despertar a ira de quem parece permanecer com a espada na mão. Até o governo Lula, de quem se esperava uma postura autônoma e independente, que materializasse uma definitiva ruptura com o tempo do terror, fez questão de não se indispor com os discípulos de Hitler.

O povo, não percebendo as dilacerantes conseqüências da sua passividade, não esboçou nenhum tipo de mobilização. Dentro de um implacável massacre ideológico, foi levado a acreditar que a consolidação da democracia estava consubstanciada no direito de votar e ser votado, pouco importando se a opção ficasse entre o ruim e o menos pior. Pela trajetória do presidente Lula, ele não encontrou dificuldade em cumprir seu papel de ficar bem com Deus e o Diabo (deixou o Palácio do Planalto com uma aprovação inédita no país), embora sacrificando o avanço dos movimentos sociais e não facilitando o aprofundamento das conquistas democráticas.

Precisamos lembrar que, após o fim da ditadura, os militares mantiveram privilegiado espaço nos governos seguintes. Por isso é que todos os presidentes da República, quando questionados, argumentam ser esse um assunto “extremamente delicado” e se negam a enfrentar o problema. Os representantes da caserna, ao lado de partidos políticos, dos grupos econômicos e lideranças de direita, tudo vêm fazendo, de maneira articulada, para frustrar nosso dever de verificar os crimes da ditadura e atribuir a penalidade dos culpados.

Bem que o então ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, deu uma relevante contribuição para trazer à tona as mazelas praticadas durante os 21 anos de trevas. Sob sua coordenação, foi planejada uma Comissão Nacional da Verdade, prevista no Programa Nacional de Direitos Humanos-3, para apurar as agressões dos ditadores. Essa iniciativa, porém, logo o transformou num alvo do mais intenso bombardeio. O comando da ação coube ao ministro da Defesa, Nélson Jobim, que a cada dia mais se afirma como porta-voz dos rebotalhos que insistem em acobertar a atuação dos verdugos e impedir sua responsabilização criminal.

Contando com a tolerância de Lula, essas viúvas do arbítrio conseguiram forças para fazer o governo recuar. Assim, foi assinado um novo decreto, com a supressão do trecho onde se afirmava que a Comissão da Verdade iria promover a apuração das “violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política”. Setores da grande imprensa caluniaram, difamaram, enxovalharam Paulo Vannuchi, como se ele não desempenhasse uma tarefa patriótica nas lutas democráticas do povo brasileiro. Mas, lamentavelmente, o governo não teve firmeza para derrotar a prepotência de Nélson Jobim e dos comandantes das Forças Armadas.

Fatos de considerável densidade continuam se sucedendo a todo instante e deixando à vista as feridas jamais cicatrizadas. Quando a OAB procurou acabar com a falácia de que a Lei da Anistia (6.683/79) havia beneficiado os torturadores, o Supremo Tribunal Federal, julgando a ação, confirmou a vontade dos militares: a anistia foi ampla, geral e irrestrita, não excluindo os agentes que praticaram tortura, homicídio, desaparecimento forçado, abuso de autoridade, lesões corporais, estupro e atentado violento ao pudor. Naturalmente, a decisão se constituiu uma afronta à consciência democrática mundial, com uma repercussão excessivamente negativa para o nosso país.

Nesse tempo de vacas magras, entretanto, surgiu uma notícia alvissareira. Em dezembro último, a Corte Interamericana de Direitos Humanos responsabilizou o Estado brasileiro pelo desaparecimento dos participantes da Guerrilha do Araguaia (já se sabe: as atrocidades cometidas, segundo os próprios autores, encontram pouca equivalência inclusive nos campos de concentração da Alemanha nazista. Falando a uma revista, certo militar admitiu: “Tinha de trazer a cabeça mesmo, para provar que havia matado”).

Sabe Vossa Excelência, ministra Maria do Rosário, que a posse de Dilma Rousseff na presidência da República não acendeu luzes no horizonte dos direitos humanos. Prova isso a continuidade do ministro Nélson Jobim no antigo posto. Conforme  comentários veiculados na imprensa, isso ocorreu em atendimento a uma exigência do ex-presidente Lula, cedendo às pressões dos militares. O certo é que seu prestígio ainda não passou por nenhum desgaste, como comprovam os fatos desde a sua confirmação no cargo. Aliás, ele pode até ser fortalecido, já que agora conta com a experiência e astúcia de um notório renegado, ex-militante de esquerda, ex-preso político torturado, ex-presidente do PT, ex-deputado federal, já condecorado pelo Exército, que aceitou o encargo de servir como um dos seus principais auxiliares.

As provocações e o desrespeito chegaram a um nível de desfaçatez alarmante, atingindo sobretudo a memória dos brasileiros(as) que morreram para que outros pudessem viver com alguma dignidade. A Comissão da Verdade era ironicamente chamada Comissão da Inverdade, da Mentira… O general José Elito Carvalho, chefe do gabinete de Segurança Institucional, disse não haver “motivo para vergonha” na existência de desaparecidos políticos no país. Outros até foram mais longe. Insurgindo-se contra a Comissão da Verdade, as Forças Armadas se referem ao período autoritário com a expressão “governo chamado de militar”, negando o seu real caráter. E ainda hoje, quase meio século após o início da ditadura que instaurou o terrorismo no Brasil, os arautos dos quartéis dão prosseguimento às suas chantagens e ameaças. Para eles, qualquer investigação sobre torturas e circunstâncias da morte de opositores políticos seria “abrir feridas”, provocando “tensões e sérias desavenças”.

Recentemente, para comemorar os 47 anos do golpe imposto pelos Estados Unidos em aliança com os fascistas tupiniquins, os presidentes dos clubes Militar, Naval e da Aeronáutica divulgaram um manifesto conjunto homenageando “os integrantes das Forças Armadas da época”. E promoveram o simpósio “A revolução de 31 de março de 1964 – com os olhos no futuro”. A nota foi assinada pelo general Renato César Tibau da Costa, pelo vice-almirante Ricardo Antônio da Veiga Cabral e pelo tenente brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista, afirmando, ainda, que “o assunto continua em pauta, especialmente neste momento em que o Congresso Nacional discute a criação da Comissão da Verdade”.

Ministra Maria do Rosário, a situação é mais grave do que se imagina. Ninguém tem dúvida: a democracia, hoje, encontra-se num estágio incomparavelmente mais desenvolvido em outros países da América do Sul, como Argentina, Chile e Uruguai, que também conheceram sanguinários regimes discricionários. É que nesses países não se vacilou face aos crimes perpetrados pelos agentes da morte. Aqui, os algozes tanto aprimoraram as suas técnicas que, não por acaso, foram ajudar os vizinhos, na qualidade de mestres insuperáveis na prática da tortura. Lá, no entanto, a apuração das responsabilidades, os julgamentos e as condenações não pouparam mandantes nem executores. Somente o Brasil ficou isolado, como uma ilha de opróbrio, evoluindo para país da impunidade, mesmo tendo sido matriz da violência contra a democracia na América Latina.

Se há quem fale em ditabranda, considerando irrisório o número de mortos e desaparecidos, tenho segurança de que assim não pode ser chamado um regime onde seus agentes recorreram aos mais hediondos métodos de repressão e extermínio. Eles seqüestraram, torturaram, mataram, decapitaram. Furaram olhos, afundaram crânios. Quebraram costelas, braços e pernas. Afogaram crianças em banheira. Urinaram em cara de presos amarrados e pendurados em paus-de-arara. Castraram, estupraram, extirparam seios. Introduziram cassetetes em vagina de presas. Com jipe, moeram o corpo de pessoas enterradas na areia de praias. Arrancaram dentes e unhas com alicate. Aviltaram nossa condição humana.

Grande importância tem para nós, e para o mundo, a decisão dos juízes ingleses da Câmara dos Lordes, quando reconheceram que o ex-ditador Augusto Pinochet, do Chile, não estava imune perante o processo criminal na Inglaterra. Segundo o professor Paulo Sérgio Pinheiro, da USP, a decisão recolocou “a questão de que os governos que sucedem ditaduras têm autoridade legal para repudiar anistias”. Acrescenta: “Mesmo que os contextos políticos ou os equilíbrios instáveis do poder impeçam a anulação, o caso do general aponta que essas anistias não são válidas; não podem ser invocadas quando conflitam com os tratados internacionais que obrigam os Estados a processar e punir”.

O professor informa que várias convenções internacionais legalmente pedem que os Estados estabeleçam jurisdição sobre esses crimes. E conclui: “Enfim, a convenção contra a tortura determina que todo caso seja processado, apesar de anistias políticas”. Então, ministra Maria do Rosário, o governo Dilma não encontraria argumento para respaldar eventual omissão nesse processo histórico. Bem sabe Vossa Excelência que a corrupção generalizada, a banalização da violência, o comportamento da polícia, a ousadia dos grupos de extermínio e outras aberrações da sociedade capitalista, na conjuntura atual, estão em estreita sintonia com a questão da impunidade.

Alegra-me a sua presença na busca da identificação dos restos mortais de presos sepultados como indigentes. Também muito me anima sua declaração de que “o Estado brasileiro tem que resgatar sua dignidade em relação às vítimas da ditadura”. Deste modo, espero que assim seja, para que dentro de pouco tempo os heróis da liberdade, mortos e desaparecidos, não voltem a ser considerados subversivos, terroristas ou bandidos, mais humilhando seus descendentes. E os torturadores, autores de crimes ignominiosos, não sejam vistos e lembrados como aqueles que honraram tradições pacíficas do nosso povo. As sequelas que carrego no corpo e na alma, provenientes dos nove anos de cárcere, me alertam para a necessidade de continuar lutando, até o derradeiro instante, por um Brasil verdadeiramente democrático, que tenha assegurado o triunfo da justiça, do socialismo e da paz.

Isso, evidentemente, exige de mim esta carta e este apelo para não tolerar conivência com a ofensiva dos que têm medo da verdade. Receba meus cumprimentos e minha solidariedade no momento em que um nazista da Câmara dos Deputados agride Vossa Excelência com tanto furor. Reflita sobre este lembrete de Saramago: “A regeneração da democracia e o respeito aos direitos humanos constituem os dois objetivos estratégicos deste século para a humanidade”. Um abraço.

*Pinheiro Salles é jornalista profissional e bacharel em Direito. Abordando o tema da ditadura militar, tem quatro livros publicados

Saiba sobre o esforço de militares da reserva para tirar do ar uma novela do SBT clicando aqui


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Comentários

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Valéria Trança: A carta de Pinheiro Salles | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] do Viomundo: A Valéria ficou acabrunhada porque os comentários dela entraram fora de ordem neste post. Então, a gente apagou lá e deixou tudo aqui, de uma só vez. […]

Hosana Gomides

Manifesto meus cumprimentos ao jornalista Azenha , pelo seu Blog, que abre espaço para significativos debates como o que está sendo proporcionado pela carta à Ministra Maria do Rosário. Que essa carta de Pinheiro Sales nos alerte para a necessidade de um firme posicionamento em defesa da aprovação da Comissão da Verdade. Isso é fundamental, como primeiro passo para o Brasil deixar de ser visto internacionalmente como país da impunidade.Quem se opôs à ditadura militar teve de enfrentar um julgamento autoritário e condenado em cima de "provas" arrancadas na tortura. Já os torturadores e demais criminosos nem ao menos são identificados, todos eles permanecendo hoje no amplo gozo de privilégios concedidos como recompensa. Então, como defensora dos Direitos Humanos, não tenho dúvidas sobre a necessidade da punição dos culpados, como fator imprescindível à consolidação da democracia em nosso país, assim como aconteceu no Chile, na Argentina e no Uruguai.
Todas as pessoas, na minha opinião, devem se posicionar e contribuir com a sua Pátria, defendendo a Justiça, a Democracia e a Dignidade Humana.

Clara

Como filha do jornalista Pinheiro Salles, mais de que a grande maioria das pessoas conheço a sua integridade e coerência. Aproveito este espaço para cumprimentá-lo, pois não o faço na nossa convivência diária, considerando a sua humildade. Mais uma vez, como sua filha, cumprimento principalmente o jornalista Azenha, por proporcionar este debate que está sendo tão necessariamente realizado aqui. Ousaria pedir a ele que desse mais uma contribuição, encaminhando a carta de Pinheiro Salles a entidades internacionais de direitos humanos e, além disso, buscando alternativas para viabilizar o abaixo-assinado sugerido por Humberto neste debate que ora se faz. Após esses cumprimentos, ainda faço questão de cumprimentar a Rede SBT de Televisão pela novela Amor e Revolução, onde, certamente, Pinheiro Salles dará mais um importante depoimento como vítima das inomináveis atrocidades sofridas durante a ditadura militar.

Alexsandra Sarmiento

Comovente! Bravo! Bravo! Bravo Pinheiro Salles!! Como brasileira e humana que sou, fico feliz em saber que alguém sobreviveu às atrocidades cometidas pelos militares no período ditatorial no Brasil. E alguém que ainda tem força sem limites para gritar para o mundo que justiça tem que ser feita (mesmo que tardia), que a verdade tem que prevalecer, que ainda acredita no ser humano, mesmo após, por um milagre divino, ter sobrevivido e está aqui, hoje, para provar as aberrações que um ser humano é capaz de cometer. Cabe a quem tem humanidade e a quem acredita que o Brasil ainda possa mostrar para o mundo que tem coragem, dignidade e consciência, lutar de alguma forma para que esses criminosos, desumanos e abomináveis ditadores/torturadores sejam punidos. Pena que existem poucas pessoas no mundo como o jornalista Pinheiro Salles. Ah!! e no Brasil? Quanta alienação! Quanta falta de informação! Quanta despolitização!
Parabéns ao Azenha pelo seu blog.

Página 13 » Blog Archive » Carta à Ministra Maria do Rosário

[…] Fonte: Viomundo […]

Francisco Santos

Carta extraordinária. Azenha, por favor, encaminhe esta carta para a Corte Internacional de Justiça. Esta carta não defende apenas a causa dos presos políticos no país ou dos que lutaram contra uma ditadura terrível, mas é a causa da própria humanidade, dos que lutam e acreditam na liberdade, nos direitos humanos, no respeito aos mais elementares direitos da humanidade. Carta comovente pela lucidez, pelo realismo e pela trincheira de luta que ela possibilita neste site, que por sua vez possibilita, democraticamente, esta discussão. Parabéns Pinheiro Salles. Parabéns Luiz Carlos Azenha – independente, sério, competente. A democracia brasileira e mundial agradece a ambos.

maria paula

A carta do jornalista é comovente. A comissão da verdade terá que acontecer. O Brasil não tem como adiar o encontro com a história.

assalariado.

Quanto papo furado dos direitosos de plantão,aqui no viomundo.Os golpistas militares,braço armado das elites,serviçais da burguesia capitalista se consideram,também,vitimas do golpe que eles mesmos deram, um verdadeiro tiro no pé.As elites e seu outro braço politico,o PIG -(Partido da Imprensa Golpista)-,por sua vez,faz de conta que,não tem nada a ver,com este golpe e seus projetos de exploração e manipulação desta sociedade,criada por elas e para elas.As FFAA,em conluio com a CIA,foram usadas para que o Brasil não saisse do controle politico e economico da burguesia internacional.Ou seja,os militares "brasileiros", jogaram de bandidos contra a propria patria e seus compatriotas,sujaram as mãos de sangue,…

Relembrar a história e,suas consequencia,cadeia para os milicos torturadores,vendilhões da patria.
Aqui vai um video: [youtube 1KskJDDW93k http://www.youtube.com/watch?v=1KskJDDW93k youtube]

Aristeu Alves Lima

Até aqui todos os governos pós criação do Ministério dfa Defesa (fHC e Lulinha paz e amor),se acocoraram diante dos militares. Basta ver que eles, mesmo sem status de ministério, ocupam 4 prédios na esplanada, enquando ministérios se apertam em cubículos fora da esplanada. Sentaram em baionete e gostaram ficaram com muito medo.

Luiz Fortaleza

Pinheiro Sales, é legítimo, moral e justa a sua reivindicação. A questão é a conjuntura política, histórica, subjetiva dos brasileiros face a esses fatos. Os argentinos e chilenos têm elevado grau de leitura e cultura, loga o nível de organização nesses países é de maior qualidade e quantidade. No Brasil, os movimentos de luta de esquerda estão muito fragmentados e de uma consciência histórica muito pífia, a meu ver, para podermos nos confrontar com militares onde temos ainda uma grande parte da sociedade apática face aos movimentos políticos, uma juventude despolitizada, desideologizada, indo para o caminho das ideologia imbecis como perseguição a nordestinos, negros, homossexuais, pobres e mendingos. Não sei até que ponto estamos socialmente organizados para dar sustentabilidade ao governo Dilma em querer radicalizar essas questões. Governo só com apoio de votos não se sustenta numa condição política constragedora. Não podemos fazer a leitura da história e querer intervir nela a partir de juízos de valor… a história humana transcende a questões dos valores morais. Juízos de valor por si só, Ética por si só, não muda a história. Temos que construir uma sociedade civil mais organizada que exija esse acerto de contas com o passado e não apenas gatos pingados se rebelando como nós… As forças armadas têm know how em golpes, sabe muito bem qual é a psicologia social do brasileiro, seus anseios e desejos que são muito mais materiais do que ideológicos. Por isso, ninguém age politicamente só com o fator emoção, ser justiceiro sem bem preparar o terreno político e histórico para efetivar essa batalha moral com a história do Brasil. Dizia o velho Marx: "os homens fazem a história, mas não a fazem a partir da própria vontade, mas a partir das circunstâncias com eles se deparam." (Marx, "18 Brumário de Luís Bonaparte", 1852).

beattrice

Depoimento contundente, que retrata a situação surreal em que vivemos, brilhantemente retratada.
Lamentável.

João PSOL

A Inteligência Brasileira – USP e ABIN no Governo PT:

http://migre.me/4g9kE

    Luiz Fortaleza

    "Todo rótulo é burro…" é clichê, mas tem um fundo de verdade…

josé de arimathea

esta missiva do pinheiro salles tinha de ser enviada a todos os orgaos de justiça do mundo todo OEA. ONU e outras instituiçoes. Pois so assim esse congresso corrupto brasileiro sentiria um pouco de vergonha na cara e faria oque se espera de um país decente.

Maria Helena

Toda a minha solidariedade à Ministra Maria do Rosário

Pacheco

A carta do Pinheiro deve ser colocada como uma carta aos comandantes militares. É preciso chamar, fazer barulho, insistir como foi feito na Argentina pelas senhoras andando na praça. Será que falta um movimento assim aqui no Brasil? É preciso ir além do bloqueio da grande mídia, ir além do silêncio imposto e de conveniência. É preciso trazer a ação pelo o que é certo e digno para a rua, o lugar do povo, onde a vida nacional acontece.

Taques

Vou destacar uma mentira clássica, repetida a exaustão por todos esquerdistas, parece um mantra.

Vejamos:

" … me alertam para a necessidade de continuar lutando, até o derradeiro instante, por um Brasil verdadeiramente democrático, que tenha assegurado o triunfo da justiça, do socialismo e da paz."

"Verdadeiramente democrático" uma pinóia !!! Você e seus camaradas lutaram pra instalar uma ditadura comunista e stalinista no Brasil.

Perderam a batalha pois em NENHUM MOMENTO tiveram o apoio do "povão", tão defendido aqui nesses últimos dias.

Agora, você quer porque quer ganhar no tapetão. Vai perder de novo.

Contente-se com a bolsa ditadura.

É o que restou pra você.

    beattrice

    Vivandeira ou ocupante do quartel?

    Tania Silva

    Taques,
    se o povão verdadeiramente apoiasse o regime militar que o golpe implantou, os militares não teriam precisado dar o golpe: bastaria ter se candidatado nas eleições defendendo sua tese e o povão votaria neles!! Prova de que o povão não estava com eles é que tomaram o governo a força, única maneira de chegar lá. Faça-me o favor, pense um pouco antes de escrever bobagem…

    Taques

    Filha, você não leu direito o que escrevi.

    Em nenhum momento disse que o "povão" apoiou os militares. Nem entrei nesse mérito.

    O que deixei bem claro é que o "povão" jamais apoiou os movimentos de esquerdas contrários ao regime militar.

    Oportunistas, que mamam na bolsa dtadura hoje, glamorizam esta "resistência" exaltando seus feitos e satanizando os adversários.

    Convenhamos, chamar os militares brasileiros da época de discípulos de Hitler é de uma desonestidade intelectual monstruosa.

    Francisco Santos

    Taques, ou seja lá quem for, diz que "convenhamos, chamar os militares brasileiros da época de discípulos de Hitler é de uma desonestidade intelectual monstruosa". Mas os miliatares brasileiros da época torturaram, mataram, estupraram e vc queria que eles fossem chamados de que? Discípulos de Cristo?

    Gustavo

    Taques muitas bobagens…..nada coerente sua fala…caso houvese realmente uma esquerda articulada para um golpe a força no Brasil, o que haveria a seguir seria uma guerra civíl estúpido!!!

    SILOÉ

    A elite burra desse país + a mídia e os políticos corruptos e gananciosos tipo Lacerda + EUA querendo colonizar a América Latina + alguns setores das Forças Armadas = A DITADURA.
    Se aproveitaram de uma viagem comercial do então presidente à China tal qual essa que a Dilma fez agora, para que num golpe sórdido e cruel depusesse João Goulart um presidente amado pelo seu povo.
    O restante real desse vergonhoso GOLPE que você defende por pura ignorância dos fatos reais, a justiça determinará em breve e virá à tona, contado nos livros de História desse país como punição aos nossos algozes e reconhecimento embora tardio dos heróis desse massacre vergonhoso, até hoje injustamente taxados de terroristas por ignorantes e aproveitadores lesa-pátria.

    Nino

    A ausência de consciência política e humana dos que defendem a ditadura militar, reflete a total falta de senso de ética em alguns seres, cujo espírito é por demais incapaz de vislumbrar a grandeza do " todo" . Aspira somente àquilo perceptível e acessível apenas às mãos_ " ÀS SUAS MÃOS". A dita "bolsa ditadura" acima nunca vai apagar a memoria da dor, do sofrimento, do sacrificio e do brilhantismo de homens como Pinheiro Salles que com sua iluminação e sabedoria se eternizou na nossa historia como uma reserva moral, etica e humana intocavel e inabalavel.

    Nino

    A luta pela verdadeira democracia, e pela justiça de fato deve ser contínua. Este ser pequeno como encontrado aqui, defende a impunidade da pratica da tortura e da lesa-humanidade resume-se em um simples mortail, por excelência,tanto no sentido material como intelectual e histórico, pois em nenhum momento contribuiu com a nossa pátria como fez Pinheiro Salles, , cuja luta de homem sério , nunca visou morte do ser humano e sim a proteção irrestria à luta por um mundo justo e equinamine. Ainda que deva ser ignorados comentários tão retrógrados como o de "TAQUES", não podemos ignorar a praga do analfabetismo moral e ético e por isso ainda devemos tantar iliminar quem ainda anda nas trevas.
    Viva Pinheiro Salles! Viva a vida!

    claudinha

    Meu querido, sinto muita pena de você porque vc só fala abobrinha. Deve ser dificil não ser querido por todos com Pinheiro Salles é…. alias ele não é só querido,é amado,adorado,adimirado, já vc teve ser despresado por todos… você é digno de pena. Mas o que você falou não vai derubar o que Pinheiro está defendendo.Você deveria quer o mesmo que todos nós queremos..Por que vc vai ter filho e vai querer ter um mundo melhor para eles.Mas no fundo eu sei que vc queria ser PINHEIRO SALLES mas não conseguiu. Você tem inveja dele por que ele é respeitado por todos. Sou criança mas quero JUSTIÇA. também!!!!!!!!!!!!

Senectude

Em tal contexto, o absurdo: Jobim contrata o ex-deputado José Genoíno como assessor especial. E ele aceita! Um dos militares que deram depoimento para a novela do SBT declarou que Genoíno, para não ser torturado, colaborou com seus captores para entregar seus colegas. O depoimento me pareceu absolutamente sincero.

Agora, temos o ex-guerrilheiro colaborando com o Jobim: faz todo o sentido.

SILOÉ

Não se esqueçam que as Forças Armadas que é uma instituição poderosa, a mídia e a direita derrotadas e os EUA de olho no pré-sal, formam um tripé perigosíssimo… por isso todo cuidado é pouco.

    beattrice

    Mais uma razão para colocar as FFAA a serviço da sociedade brasileira, sua missão constitucional, e não o inverso.

Jorge Correa

Azenha

Parabéns ao digno e corajoso goiano Pinheiro Sales. Quase o mataram de tanta tortura. Hoje é portador de deficiências motoras, entretanto, não conseguiram retirar o seu cérebro e sua honra.

O Congresso Nacional poderia bem que poderia aprovar um plebiscito para humilhar o STF, perguntando ao povo brasileiro se deseja ou não revogar a lei de anistia e apurar os crimes cometidos pela ditadura militar?

    maísa

    Excelente proposta. Comecemos a lançá-la na inernet, encaminhando para os Blogs alternativos, os "não PIG".

Archibaldo S Braga

PINHEIRO, MINHA SOLIDAREIDADE, AMIGO! Um grande abraço Braga

Archibaldo S Braga

Graças ao meo BOM DEUS, tenho sangue ARGENTINO!!! Lá o povo é valente! Aqui é um bando de plastas!!! Em tempo sou BRASILEIRO NATO!!! Esse negócio de vai é relativo, tem que ir e ir imediatamente prás cabeças!!! Temos que colocar todo mundo em seu lugar, sem concessões e MEDO!!! Braga

    Horridus Bendegó

    Subscrevo irrestritamente sua mensagem. Essa covardia dos brasileiros me faz passar mal, eu que sou brasileiro.
    Nem com 80% de popularidade Lula ousou colocar os militares em seu devido lugar.
    Haja covardia!

Rosangela O Leite

Assino embaixo, todos nós brasileiros que somos e fomos contra a ditadura deveríamos fazer um abaixo assinado em prol da verdade e que todos esses que viveram em seviciar, matar e torturar na época da ditadura possam responde pelos seus crimes.

Neuza

Comovente seu apelo, terminei de ler com lágrimas. A Maria é valente, sei que está fazendo tudo o que pode, mas precisa da ajuda do Congresso aprovando logo a Comissão da Verdade, sem penduricalhos destinados a proteger os torturadores, fardados ou não.
Acho que a novela do SBT terá um papel importante na conscientização da sociedade, especialmente os que não viveram aqueles tempos de horror, e até hoje só tiveram uma história muito mal contada.

dukrai

o medo que o governo do PT tem dos milicos contagia a todos, mas não se iludam, quando o primeiro torturador for colocado nos bancos dos réus e condenado à prisão, a valentia das armas vai se tornar pânico.

Regina Braga

O Brasil está pronto para olhar o passado…Sem ressentimentos, mas com coragem.A pp novela do sbt é um exemplo, de qto se está avançando.A Ministra vai passar a limpo, a nossa era de trevas.

    Archibaldo S Braga

    Quando???? Quando todos os responsáveis diretos estiverem mortos? Me engana que eu gosto!!! Braga

humberto

Também assino em baixo, antes apagaria a palavra "tupiniquins" ( o que os tupis tem a ver?).

Esta bela messiva poderia encabeçar um estrondoroso abaixo-assinado.

Bertold

Carta brilhantemente redigida, assino em baixo. Infelizmente, meu ceticismo me intui de que o governo da Dilma, pelos sinais emitidos até agora, também não avançará nada na questão da responsabilização criminal dos criminosos da ditadura não indo além das inenizações financeiras às vítimas ou seus familiares. Aqui, a esquerda chegou ao poder abrindo mão de questões cruciais, fêz alianças de adesões fisiológicas para a base apoio e não de programa. Logo, diferentemente da Argentina e do Uruguai, confunde a necessária conciliação política do país com a anulação das culpas e das responsabilidades.

    Mário SF Alves

    Pode ser. No entanto, se avançar na lei de imprensa mata dois coelhões de uma só penada. Questão de método, meu caro, e é coisa para gente realmente competente.

mara rosa

Os Generais torturadores ainda se vangloriam não sei do que??????? ,deveriam sumir do mapa ,agora a justiça vai ao encontro deles ,provavelmente vão sair do pais !,o mesmo que fizeram para milhares de brasileiros quando os mandaram embora daqui ,agora eles devem estar fugindo com medo ,covardes e canalhas !

Luis

A timidez, se assim pode ser chamada a "paciência" com que os governos pós-Figueiredo trataram o acerto de contas histórico com o Regime de 64 é um sintoma de um ciclo inconcluso. Vá lá que Sarney não reunisse condições, inclusive morais, para tratar do tema. Com histriônico Collor, muito menos. Mas com FHC, com Lula e com Dilma, isso não se justifica.
Ou bem, as forças armadas assumem que fizerem o que fizeram, ou digam que foram seus "bolsões radicais" que fizeram, à revelia de seu comando.

Burburinho: Militares querem tirar do ar novela do SBT | Viomundo – O que você não vê na mídia

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Sebastião Almeida

A ministra Maria do Rosário tem sido muito firme. E vai segurar essa onda

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