Gerson Carneiro: Querem combater o machismo? Baixem as armas!

Tempo de leitura: 3 min

Machismo

Olhar e enxergar o machismo

por Gerson Carneiro, especial para o Viomundo

Começarei pelo livro O machismo invisível, de Marina Castañeda*.

Em breve pesquisa, a autora me pareceu bastante gabaritada.

Sobre o livro é dito:

“Baseada em exemplos do cotidiano e pesquisas, a psicoterapeuta Marina Castañeda explica como as mulheres contribuem com a formação do machismo. Mostra também como as mulheres e os homens estão aprisionados nos jogos de poder e nos papéis estereotipados que caracterizam o machismo, e analisa as consequências psicológicas, sociais e econômicas deste fenômeno na sociedade.”

Vou me embrenhar por estas veredas, machismo, feminismo e relações de gênero, atrás de conhecimento e respostas.

Antes, algumas considerações.

Temas espinhosos de difícil debate entre homens e mulheres. Eis que facilmente pende para o jogo de acusações apaixonadas.

O machismo deve ser combatido conjuntamente. Homens e mulheres, pois tanto um como o outro são vítimas e agentes do machismo. Acredito.

A mãe, educada sob um sistema machista, vítima portanto, transmite machismo ao filho, e este sendo educado de forma machista, vítima portanto, também se torna igualmente agente do machismo. E assim o machismo se perpetua.

A ação do pai na perpetuação do machismo é pública e notória. Dispensa apresentações.

Não se trata aqui de definir percentuais de culpa, quem é menos ou mais culpado, mas apenas uma ilustração de como penso se dar a perpetuação desse mal.

Considerar combate ao machismo exclusividade feminina é erro tão primário quanto pretender não ter homem direito de tocar no assunto por ele não ser capaz de parir. É reduzir as chances de combate. É encurtar a questão delimitando-a ao conflito homem x mulher e mulher x homem. Ai, então é sentar e ver quem grita mais, quem chuta mais, quem dá mais voadora.

Querem combater o machismo?

Baixem as armas, homens e mulheres!

Vou, sim, estudar. Não fugirei à labuta individual. Tenho uma mãe de 83 anos. Tenho irmãs. Muita coisa observei. E tenho uma esposa cujo relacionamento completa 15 anos e tenho que zelar. Não descobri agora. Nunca quis repetir o que vi de mal e mau na vida. Este é o individualismo desse Gerson que ora se expõe.

E agora o mais incrível e surpreendente: escrevi esse texto antes da chegada deste livro.

Ao chegar, o que constatei na contracapa?!

“Na sociedade machista, todo mundo é machista, incluindo as mulheres, e todos acabam vítimas do machismo, incluindo os homens.”

PS: Certa vez, na faculdade disseram que o machismo surgiu quando o homem percebeu que a mulher não gerava sem o pênis. Até ali acreditava-se que a mulher era dotada de um poder mágico que a habilitava por si gerar outro ser. Isso foi lá no período Mesolítico ( 10.000 A.C a 5.000 A.C ). Agora com o advento da inseminação artificial quem sabe possa ser o início do fim do machismo.

Uma vez mais agradeço os ensinamentos de todos até aqui.

* Marina Castañeda Gutman nasceu em Cidade do México. É psicoterapeuta e escritora. Viveu nos Estados Unidos, França, Suíça e Egito. A formação interdisciplinar por opção e convicção, ele estudou literatura, história, psicologia e música em Harvard e Stanford e na Ecole Normale Superieure, em Paris, entre outros. Desde 1988, dedica-se à prática da psicoterapia na Cidade do México e Cuernavaca.

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Comentários

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Luiz Fortaleza

Valeu a pena oooo, sou pescador de ilusões.

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