Mirmila Musse: A política do bem e do mal

Tempo de leitura: 4 min

por Mirmila Musse, especial para o Viomundo

Os partidos não simbolizam mais a vida política. Joga sozinho aquele que é escolhido pelo partido para representá-lo. Aceitando a missão, tem um caminho árduo a trilhar. Se eleito, terá de lutar para, ao mesmo tempo, colocar seu partido para governar e tornar-se um personagem da política, sob o risco de cair no ostracismo. As pessoas, em geral, votam no palhaço, no marido da Carla Bruni etc., e não no PR ou no UMP.

Isso tende a se generalizar. Nesta semana, muitos disseram que não votam no Maluf, nem no Lula. Mas o candidato a prefeito não é o Fernando Haddad?! Na foto, amplamente divulgada em todas as mídias, quem estava entre Lula e Maluf, mas quase passou despercebido?

Essa questão talvez ajude a entender a atitude da ex-prefeita Luiza Erundina. Explicando sua renúncia à candidatura à vice-prefeita de São Paulo, ela alegou ter ficado chocada com a coligação entre o PT e o PP. Perdão, eu me enganei. Não foi nesses termos que ela explicou sua renúncia. Em entrevista ao telejornal Record News, ela disse: “O que aconteceu mesmo foi o fato de que a aliança não é com o PP, lamentavelmente foi com Maluf”. Os jornalistas tampouco se lembraram de lhe perguntar por que o partido no qual ela está filiada, o PSB, está coligado em vários estados do Brasil ora com o PSDB, ora com o DEM e até mesmo com o PP, o partido do Maluf.

No episódio, parece que Erundina não agiu seguindo uma lógica partidária ou um cálculo político, mas antes uma motivação pessoal. Ao dizer, por exemplo, que “Lula teria passado dos limites”, ela reforça a cultura de que a escolha eleitoral deve continuar assentada em lideranças individuais idolatradas, em celebridades, não em partidos.

O PP está coligado com o PT desde o primeiro mandato de Lula na presidência. Mas isso não parece importante. Para Erundina, não se trata de uma reedição na cidade de São Paulo de uma aliança já consolidada em âmbito nacional, mas sim de uma composição entre Lula e Maluf.

A presença do PP no governo federal afetou pouco ou quase nada o desempenho do PT na presidência. Esse dado sequer é considerado na avaliação do governo pela população.

Embora se saiba que não é Maluf quem irá governar caso o PT ganhe a eleição na cidade de São Paulo, o modo como a política tende a ser simbolizada e visualizada torna a coligação contraproducente. Nem por isso a escolha da camarada Erundina, abdicando da oportunidade de interferir ativamente na campanha e na futura gestão municipal, deixa de ser “infeliz”.

Nessa mesma entrevista à Record News, ela cometeu um ato falho significativo. Depois de seis minutos, Erundina disse: “[soube] que iria começar uma tentativa de acordo com o PP para apoiar o Haddad. E aí eu perguntei ao vice, ao candidato, aliás, ao candidato a prefeito, Fernando Haddad”.

Ela gostaria de ser a candidata, a escolhida de Lula? Imagina que Maluf teria mais voz que a vice-prefeita? Não cabe aqui tratar dos desejos atuais de Luiza Erundina. Mas cabe a ela se perguntar de qual Outro busca reconhecimento? De Lula, da população, de sua base política, da mídia?

Qualquer que seja a sua motivação, reforça-se a tese de que os políticos agem cada vez mais considerando como determinantes não os partidos, mas a ação individual. Nesse contexto, sequer soa paradoxal que a militante pela democratização dos meios de comunicação tenha escolhido o jornal O Globo e a revista Veja para anunciar seu desconforto e sua renúncia.

Nesse episódio, o maniqueísmo do bem e mal se conjuga ao culto da personalidade na política.  Há, de um lado, um dos principais apoiadores civis da ditadura militar, o homem que está na lista de procurados da Interpol, o político do “rouba mais faz”, o autor de frases célebres como “estupra… mas não mata”, ou simplesmente o Darth Vader, como é designado em várias páginas do facebook.

De outro, encontra-se Luiza Erundina, a senhora de setenta e sete anos que abriu mão da perspectiva de voltar a exercer o poder na cidade de São Paulo supostamente em nome de sua coerência, de seus valores e princípios. Além desses dois, há ainda aquele que se elegeu presidente, apesar de ser caluniado como semianalfabeto, alcoólatra, desprovido de experiência e capacidade para governar e que depois de oito anos consagrou-se como o presidente avaliado positivamente por mais de 80% da população. Muitos o denominam o Pai do país e de uma Mãe para o Brasil, a sucessora que ele ajudou a eleger.

A política, no entanto, é feita também de coligações, escolhas e de partidos. Foi no bojo de uma aliança ampla que o governo Lula tornou-se uma referência, admirado e evocado no mundo inteiro. Lula e o PT julgaram oportuno aliar-se ao PP e conquistar mais 90 segundos para apresentar seu candidato. Em 90 segundos dá pra contar uma vida. A vida de um professor universitário, que deu aulas de ciência política, foi trabalhar na Prefeitura com Marta Suplicy, tornou-se assessor de Guido Mantega e depois Ministro. Depois da etapa das alianças e coligações, resta-lhe a tarefa de representar mais que seu partido. Terá que escolher seu personagem, vestir alguma máscara e fazer o “semblante”. Se a política hoje precisa de personagens e de um Pai para atrair eleitores, cabe a Fernando Haddad usar seus 8 minutos de TV para mostrar por que foi o escolhido pelo Pai-drinho Lula.

Mirmila Musse é psicóloga, mestre em psicanálise pela Universidade Paris-VIII.

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Comentários

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abolicionista

Para os paladinos da moral:

O PSOL tenta aliar-se o PSDB e se alia ao PTC

O partido reforça política alianças com os partidos burgueses

O candidato apoiado por Heloísa em Maceió acertou uma coligação que tinha como vice o senador Teotônio Vilela, do PSDB. Na véspera do registro da chapa, Teotônio Vilela recuou, e o PMDB (que também estava na chapa) retirou seu apoio, decidindo lançar um outro nome, agora do PMDB, à Prefeitura. Sobre isto, o PPS de Maceió publicou em seu site: “Como era de se esperar, depois da renúncia do senador, o caminho natural do PSDB e do PMDB, seria a manutenção da coligação a ser formada com o PPS.” Mas, como isso não se deu, o PPS lamentou a retirada do apoio destes partidos, criticando sua “falta de ética”. Vejam só, o candidato apoiado por Heloísa Helena em Maceió tentou, de todas as maneiras possíveis, acertar uma coligação com o PSDB e PMDB, que só não se concretizou porque estes partidos recuaram na última hora.

Uma das fitas mais divulgadas por Régis Cavalcante em seus carros de som, é a de Heloísa Helena apoiando sua candidatura.

Como o PPS é um partido burguês, não nos surpreende esta quase aliança com o PSDB e o PMDB. O que nos estranha é Heloísa apoiar este partido.

Outro escândalo de grandes dimensões, este em Goiânia, é a coligação do P-SOL com o PTC (Partido Trabalhista Cristão). A principal figura pública do P-SOL, o vereador Elias Vaz, segue filiado ao PV para poder concorrer à reeleição, já que o P-SOL não tem legenda. Elias está coligado com o PTC, tendo Rannieri Lopes como candidato a prefeito. O PTC é o antigo PRN, de Fernando Collor (que agora está no PRTB), o maior exemplo de corrupção deste país. O ex-governador de São Paulo, Celso Pitta, também se abrigou nesse partido por um período, depois dos escândalos nos quais se envolveu.

Elias Vaz é membro do MTL, uma corrente do P-SOL, que tem Martiniano Cavalcante, também de Goiânia, na Executiva Nacional do partido. É um exemplo do vale-tudo eleitoral muito semelhante a toda a trajetória do PT.

A aliança P-SOL e PTC em Goiânia, o apoio ao PPS em Maceió e o apoio ao PCdoB no Rio são incompatíveis com um partido que se propõe a ser uma alternativa ao PT. Renovamos o chamado ao P-SOL para construirmos uma frente nacional de oposição de esquerda e socialista ao governo Lula e seus representantes nos estados e municípios.

fonte:http://www.pstu.org.br/jornal_materia.asp?id=2310&ida=0

E agora?

Reni de Camargo Junior

Eu quero lamentar essa aproximação com Lula e Paulo Maluf. É lamentavel essa aproximação de Lula e Paulo Maluf.
Hora o Lula que combateu a ditadura militar no passado. Agora se alia-se com Paulo Maluf?.
Não sou filiado ao PT. Sou simpatizante ao PT.
Sou filiado ao PMDB. Acho com essa aproximação do Lula e Paulo Maluf queimou a imagem do Lula.

Lu Witovisk

Existe uma frase que no “O Pensador” diz que é de Platão, senão for, por favor me corrijam, admito a minha ignorância quanto à fonte:

“Pessoas normais falam sobre coisas, pessoas inteligentes falam sobre idéias, pessoas mesquinhas falam sobre pessoas”

Desde o “advento” da TV que a grande midia só vende estorietas sobre pessoas, são raras as novelas que vendem idéias (até hj não sei como a Globo fez Roque Santeiro), são só fofoquinhas, BBB, isso é Bom, aquilo é Mau… Depois as revistas de fofocas e “celebridades” se multiplicaram e hj, num mercado reparei, só tinha: coma isso e fique com a barriga de fulana, emagreça como ciclana, o cabelo da beltrana; aprenda a decorar aps de 150m2 (AHAHAHAHA); e as fofocas (quantos titulos!!). Quantas pessoas vemos lendo livros?? dá pra contar nos dedos… e aí. COMO querer que escolham um partido, que trata de idéias e ideais??

Difícil.

Julio Silveira

Vejo com constrangimento as criticas que os Petistas agora fazem a Erundina. Ela que enquanto estava dentro da chapa era a experiência aliada a juventude. Já havia sido escorraçada no passado por defeitos formulados por boa parte desses mesmos petistas, que até aquele momento a viam como essa força ética e de principios, que comporia bem os interesses de grupo. Quanta conveniência e falta de pudor. Quanta oscilação nas interpretações. O mesmo ser humano, mais conhecida por eles que por mim. Quando se quer, ética, quando contraria, uma desgraceira. É o tipico exemplo dos por quês e consequências que afligem o Brasil. Quando os meu filhos é que são bons, os do vizinho, são todos dissimulados, todos marginais que desencaminham meus santinhos. Oh! vida Severina.

Glória Jane Galli

É, a Erundina, pessoa de grande apreço e a quem até agora sempre dediquei admiração, desta vez deixou o lado emocional prevalecer, agindo impulsiva e infantilmente, quando se excluiu do pleito eleitoral destinado ao provimento de cargo para a administração da maior municipalidade do país. Está certo que nenhum petista entrou em grande euforia ao saber da aliança do PT com o PP do Maluf, na tentativa de eleger Fernando Haddad para o cargo de Prefeito de São Paulo. Mas alianças políticas existem e discordância de um correligionário não lhe dá o direito de renunciar à participação no processo eleitoral, de forma a lhe impedir que, posteriormente, possa vir a interferir na administração pública. Deixando de participar da campanha e renunciando a competir como candidata ao cargo de vice-prefeita, Erundina, lamentavelmente, perdeu a oportunidade de voltar a ser um expoente no cenário político nacinoal.

    Andre

    “e discordância de um correligionário não lhe dá o direito de renunciar à participação no processo eleitoral, de forma a lhe impedir que, posteriormente, possa vir a interferir na administração pública.”Isso significa que não há impedimentos para que o Maluf possa vir a interferir na adminstração pública de um governo do Hadad? é uma simples conclusão lógica…

Julio Silveira

Alguns esquecem quem era o Lula antes de ser presidente. Com seu curriculum de líder sindical e ex-deputado federal, de poucas contribuições parlamentares (me desmintam se estiver errado), tinha, apesar do partido politico recente e cheio de promessas éticas, muitas dificuldades de penetração nas camadas sociais brasileiras. Principalmente dificuldades plantadas, fruto de um trabalho bem articulado pelos aparelhos no poder, instalados pelo conservadorismo dominante. Mas sua perseverança e a falta de perspectiva vinda dos agentes políticos do conservadorismo levou os cidadãos a considerá-lo opção. Foi se transformando de sapo barbudo em príncipe da esquerda. Convém não se perderem os reais motivos de sua ascensão. A falta de opção politica, associada a um discurso empolgante que fazia a diferenciação entre os agentes políticos e não outra coisa foi o que o levou aos píncaros da popularidade desfrutada hoje, sob pena de ser perder a essência. Com Collor se deu da mesma forma, o novo, o caçador de marajás, com a pequena diferença de ter sido incensado e capitaneado imediatamente pelos conservadores. O Lula veio pela falta de alternativas em credibilidade, e crescendo trouxe até ele os conservadores sempre prontos para as oportunidades. Aonde quero chegar? A diferença entre Haddad e Lula, de currículos principalmente. Haddad veio com demonstrações de qualidade na gestão dum ministério, construiu uma imagem própria independente ascendente. E ainda poderia flanar em suas realizações nos dois governos que participou. Diferente do Lula ele tinha muito para crescer, sem adversidades significativas e comprometimentos constrangedores. Não confiaram no próprio taco.

    Ricardo JC

    Caro Julio
    Considero sua análise incompleta. Na verdade, em minha opinião, ela não toca no ponto principal. Acho que todos lembramos quem era o Lula. E como o antigo Lula não tinha oportunidade alguma de se eleger para cargos majoritários, como o de presidente de república. Foi vencido, impiedosamente, em três pleitos, nos quais seus adversários (principalmente a “grande mídia”) aproveitaram-se daquilo que você denominou de “pouca penetração nas camadas sociais” e que eu, menos erudito, chamo de imenso ranço de preconceito existente na nossa sociedade, eminentemente conservadora. Quando isso mudou? No momento em que a imagem do Lula radical se modificou e o PT passou a buscar alianças em diferentes setores do espectro político. O que acontece neste momento? Exatamente o mesmo processo. A aliança, como bem escreveu a articulista, é com o PP, que em SP é representado, queiramos ou não, por Paulo Maluf. Não podemos nos render a ideia de que o PT está se aliando a Maluf, mas sim ao fato de que está mantendo, regionalmente, uma aliança já duradoura no plano federal. Não vejo pecado algum nisso. Principalmente quando tenho a certeza absoluta de que Fernando Haddad, nem de longe, se assemelha a Maluf. Querem nos vender esta sensação (e acho que Erundina se colocou a disposição dos adversários para fazer isso. Por que? Tenho opinião…mas isto é outro caso) de que Fernando Haddad é igual a Maluf. Eu nem de longe posso acreditar nesta asneira, até porque o trabalho de Haddad, a sua militância política, dizem exatamente o contrário. Por que nos esquecemos disso, exatamente nesta hora? Quanto a Lula, pense que, na verdade ele é o alvo (até de Erundina…não é?) neste teatro criado para constranger o PT e seu candidato. Posso até concordar que, em parte, Lula e o PT chegaram ao poder pela falta de alternativas, mas certamente não se mantem ali por causa disso. Algum mérito deve ser creditado ao trabalho que vem sendo realizado e isto nunca é considerado. Você pode, como eu, até pensar que ainda estamos longe do que desejamos, mas certamente estamos bem menos longe do que antes e bem menos longe do que estaríamos se Serra ou Alckmin tivessem vencido as eleições que disputaram contra Lula e Dilma. Gostaria que São Paulo tivesse a mesma chance.

    Julio Silveira

    Ricardo, meu prezado, discordo do principio de que devemos dormir com o diabo para se conquistar a sua legião. Essa frase “radical” bem diz o que penso sobre alianças vis em um país na politica todos os meios justificam os fins. Aqui politica virou sinônimo de lama. A meu ver, que não sou petista, nem milito em partido algum (e a continuar assim cada vez me manterei mais afastado de qualquer deles por julgar não haver diferenças), como cidadão isso que você defende, talvez por militância, é deplorável como exemplo para a cidadania. Políticos são homens públicos, não são como cidadãos comuns. Eles, querendo ou não, inspiram a sociedade. Poderiam inspirar as crianças, e tem um papel importantíssimo na construção do caráter da nação.
    Com toda a franqueza, tivesse o Lula em sua primeira eleição, manifestado essa parceria com o Maluf e certamente não teria contado com meu voto e com certeza de nenhum de meus familiares. Diferente de você, não acredito que tenhamos uma sociedade conservadora. O que acho que temos, são instituições poderosas nas mãos dos conservadores do País e é isso, e não os cidadãos, que tem feito do Brasil um país que não respeita a própria identidade cultural, de pouca consciência de cidadania. Exemplos como esse de parcerias esdruxulas carnavalizam ainda o conceito que fazemos de nós mesmo, imagina defendermo-nos no exterior. Mas isso, essa armadilha, incrivelmente não foi desarmada pelo presidente Lula, nem há pretensão da presidenta Dilma. Nenhum deles teve coragem de empreender, pelo menos para a maior democratização dos instrumentos do poder. Limitam-se a seguir a ordem. Concedem apenas alguma justiça social sem garantias de permanência dela no futuro. E pedem em troca disso a alma dos bons. Em minha vida aprendi que para você consolidar uma situação é necessário trabalho. Que não dá para abraçar o mundo, que nos caminhos que fazemos temos escolhas a fazer e consequências. Quem busca os admiradores do Maluf não podem querer ter também os admiradores da Erundina. Pelo menos eu não sou objeto de ninguém.

    abolicionista

    O que era o Lula:

    http://www.youtube.com/watch?v=BVKzJ_wOQyM

Gilson Caroni Filho: O purismo e o verdadeiro Maluf « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Mirmila Musse: A política do bem e do mal […]

Jair de Souza: É válido aliar-se ao malufismo? « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Mirmila Musse: A política do bem e do mal […]

LuizCarlosDias

Sem essa, Erundina errou ao abrir a boca a revista veja e
ao jornal O Globo, justo dois meios, que são temas da
lei dos medios, que tantos querem aprovação no Brasil.
O PSB não faria coligação com o PP de Maluff? com Alkmin pode?
Quer saber, Viva Haddad sem Herondina, viva Dilma/Lula.

Marcelo Macedo

Nesse caso de Erundina, tiro mais uma lição a respeito da política brasileira: não existe política partidária, mas política “personalizada”.
A fraqueza dos partidos se torna mais evidente, quando analisamos o comportamento e as reações de nossos políticos, como nesse caso de São Paulo. Alianças entre partidos de corrente distintas em nome de se ter uma governabilidade faz parte da estratégia da campanha. Quando isso não é possível, refaz-se o jogo; vejamos o que ocorreu na Grécia! Se lá é assim, por que no Brasil seria diferente?!
Considero que a presença de Lula ao lado do líder do PP não soe como algo positivo, pelo histórico deste último. O ex-presidente poderia ter analisado por esse lado. Já o apoio do partido à candidatura de Haddad, faz parte da estratégia de enfrentamento que se dá com adversário representante do conservadorismo.
Erundina, por sua vez, poderia até se opor a essa união e retirar-se da chapa, porém o modo como ela agiu, deu-nos a impressão que ela deixou claro de lado está. E não é o de Haddad, se não por que permitiu que sua atitude pudesse ser usada como munição para o candidato oposto? Nesse ponto, ela sabia muito bem o que estava fazendo.
Pergunto: qual dos dois atos foi o mais deplorável? O dela sem dúvida! Alianças políticas podem ser explicadas e, caso fossem questionadas pelos oponentes, poderiam ser facilmente rebatidas , pois os adversários têm telhado de vidro. Fazer o que ela fez não, pois demonstra que dentro da própria base das alianças de Haddad há uma divisão. Isso vai ser muito mais explorado do que o apoio de membro do PP. Que ela quisesse sair, é direito dela; o erro, portanto, não está no que ela fez, mas no como fez!

Flora

Devem existir alianças, mas não devem? É e não é? Poder não é sinômino de política? Você quer dizer que a política não se restringe ao poder e que poder não é política? O poder da Erundina vem de onde? Da religião? Na religião não existe política? Você bebeu?

Lucas Gordon

Política se faz com alianças. Fato.
A escolha das alianças então é algo a ser aprofundado, e não se devem existir alianças ou não.
Ao colocar numa balança de uma lado a aliança com um fascista e do outro 90s de aparição na TV, já está claro como água que esta política está sofrendo de alguma doença.
É o momento de lembrar-nos que a política não se faz apenas com partidos, o que seria do povo do contrario?
Erundina merece reconhecimento por lembrar os cidadãos que projetos de poder não é sinônimo de política, política também é mostrar que não se esqueceu, que alianças não devem ser intrumentos neutros, devem ser fortalecimento de uma causa. A esquerda não pode fazer aliança com figuras fascistas, simplesmente não pode. Por fim, a introdução do texto já tras a resposta de porque a Erundina leva mais em conta a figura do Maluf do que o PP.

    Geysa Guimarães

    Lucas:
    Você parece desconhecer as figuras fascistas que o PSB de Erundina apoia em São Paulo.

    Lucas Gordon

    De fato! Por favor, coletivize este conhecimento!

    maria olimpia

    Geysa,
    Concordo, muitos desconhecem.
    A decepção com a Erundina foi demais.

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