As coisas que eu aprendi com um professor em Cambridge

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

Anos 80. Cambridge, Massachusetts. Um glorioso dia de verão no Hemisfério norte. O verão é glorioso, especialmente nas latitudes mais altas. Cada dia é celebrado não apenas pelo ócio das férias escolares, mas pela distância que ainda nos separa dos dias curtos e gelados de janeiro.

A casa de subúrbio é ampla. Somos recebidos por uma secretária. O professor descansa depois do almoço. A enorme biblioteca reflete as prioridades comuns a homens e mulheres da Nova Inglaterra. Meritocracia. Liberalismo. Crença no serviço público.

Quando se diz que é a região da aristocracia dos Estados Unidos, não é no sentido econômico, mas intelectual. Há por aqui muitos filhos ou netos de imigrantes, gente pobre que ascendeu apoiada na ética protestante do “homem que se faz”. Os antepassados foram gente pobre na Irlanda, em Gales, na Escócia ou nos bairros operários de Manchester ou Liverpool.

O homem que vamos entrevistar está definitivamente fora de moda. John Kenneth Galbraith é defensor de um papel vigoroso do estado quando o estado é anunciado, em toda parte, como o grande inimigo. Eleito em 1980, Ronald Reagan está no auge do poder, com sua plataforma de corte de impostos, corte de programas sociais, política externa agressiva e desregulamentação. “Tirar o estado das costas do povo”, dizem os republicanos.

Fiz as perguntas de praxe, sobre atualidades, cumprindo a pauta. Falamos sobre a dívida externa brasileira, que estava no centro de nossas relações com os Estados Unidos, então. No fim, ganho um livre de presente, “O Professor”, um excelente romance escrito por Galbraith e editado em português.

As coisas mais interessantes foram ditas depois da entrevista. Conversamos sobre Nova York, onde eu morava. Regiões inteiras da cidade pareciam, então, terem sido recém-bombardeadas: Bronx, Harlem, bairros mais distantes de Queens e do Brooklyn. Eu jamais esqueci porque foi a primeira vez que ouvi alguém dizer, de forma enfática, o que o professor me disse.

Resumidamente, em outras palavras: “Esta é a primeira geração pós-Segunda Guerra que vai viver pior que os pais. Estamos criando os americanos de segunda classe. Ali, onde o desemprego se encontra com as drogas e a AIDS cruza com as mães adolescentes. Para essas pessoas, no entorno das metrópoles, só os serviços públicos ofereciam uma saída. Difícil, mas possível. Esse caminho vai se fechar”.

Pessimista esse professor, pensei eu, a caminho de Logan. Vivíamos o tempo da exuberância de Wall Street. Os trabalhadores amargavam derrota atrás de derrota, desde que Reagan havia peitado uma greve de controladores de vôo e destruído um dos sindicatos mais poderosos do país. Ser liberal, como Galbraith, era quase um palavrão. “Card-carrying liberal” era um xingamento, liberal de carteirinha, apoiador da ACLU, a American Civil Liberties Union, odiada pelos conservadores.

Aquela conversa com o professor pautou muitas das minhas reportagens subsequentes. Era como se eu e a equipe da TV Manchete visitássemos um universo paralelo, que não aparecia na mídia, não tinha representação política, era atingido de forma desproporcional pelo desemprego e pela criminalidade e encontrava nas igrejas uma de suas únicas formas de amparo e  organização.

Um visionário, o Galbraith. Só não conseguiu prever que os democratas um dia se transformariam em parte do problema, não da solução. Que trabalhistas, socialistas e sociais democratas também se renderiam, em graus distintos, às forças que Reagan desatou. Ou que os efeitos que ele anteviu em Nova York se tornassem parte do cenário também em Paris ou Londres.

Veja aqui como o presidente da CUT, Artur Henrique, quer politizar a nova classe média e evitar que ela eleja o Reagan no Brasil


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Comentários

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Samuel Lima: Algumas observações sobre a cobertura da crise | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] JK Galbraith me ensinou: Olhe para as pessoas, não para a economia   […]

Assaltantes de lojinhas do mundo, uni-vos! | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] As coisas que aprendi com um professor em Cambridge   […]

Telegraph: Há algo cheirando mal no Reino Unido | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Um certo John Kenneth Galbraith   […]

Roger Cohen: A revolta dos sem futuro | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Galbraith: Quando Reagan – e Tatcher – desmantelaram os sindicatos   […]

@pluralf

Excelente texto, Sr Azenha! Mas pode dar nó na cabeça de muita gente porque a palavra "liberal" aparece num sentido bem diferente do usual. E, de fato, essa palavra não se corresponde com exatidão na nossa tradição de nomenclatura política e econômica, e na estadunidense. Inclusive porque "liberal" em política tem potencial de significar algo bem diferente de "liberal" em economia, e geralmente não reparamos nisso. E pra complicar ainda mais, eles têm a palavra "libertarian" com sentido próximo ao de anarquista, coisa vista alternadamente (tanto pelos de fora quanto pelos de dentro) como o extremo da esquerda ou o extremo da direita.

Que tal a ideia de fazer um texto especificamente sobre isso? Uma espécie de glossário de palavras políticas polissêmicas, ótimas para causar mal-entendidos – no mínimo as dessa família, "liberal", "neoliberal", "libertário" em suas diferentes e muitas vezes contraditórias aplicações…

João-Rio de Janeiro

Azenha, você pode matar a saudade do prof. Galbraith vendo essa série que ele fez com a BBC em 1977, a partir do livro de mesmo nome. A série é longa e o primeiro link segue abaixo, os seguintes podem ser obtidos a partir desse.

Galbraith, Age of Uncertainty, ep1:The Prophets & the Promise of Classical Capitalism 1/6 http://www.youtube.com/watch?v=hN8yPLaBVm8

….

The Age of Uncertainty (1977) book and television series, co-produced by the BBC, CBC, KCET and OECA, written and presented by Harvard economist John Kenneth Galbraith

Series outline:

1. The Prophets and Promise of Classical Capitalism
2. The Manners and Morals of High Capitalism
3. The Dissent of Karl Marx
4. The Colonial Idea
5. Lenin and the Great Ungluing
6. The Rise and Fall of Money
7. The Mandarin Revolution
8. The Fatal Competition
9. The Big Corporation
10. Land and People
11. The Metropolis
12. Democracy, Leadership, Commitment
13. Weekend in Vermont (three one hour programmes in which Galbraith discusses economics, politics and international relations with guests such as Henry Kissinger, Georgy Arbatov and Edward Heath). These interviews are not covered in the book.

Jornais “parecem ferramentas de magnatas”. Estamos falando de Israel | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] John Kenneth Galbraith, um visionário   […]

Na Europa, mão invisível do mercado toma um tapa | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Um professor de Harvard me ajudou a olhar para as pessoas, não para o dinheiro […]

Werner_Piana

pessoal do audio visual poderia fazer uma série com pensadores não-mecadistas como Galbraith, Chomsky, etc e veicular na tv Brasil, NBR, tv Escola, tvs comunitarias, com reprises indefinidamente… até que a população tivesse acesso a este outro tipo de pensamento e não apenas ao que Reagans, Bushes, Sardenbergs, Alexandres Gracinhas, Merdais, Castanhedes, Leitões, Augustus Nunez, titia Rey e congeneres propalam pela mafia midiatica de jornais-revistas-radios-tvs…

O governo Federal está sofrendo um MASSACRE 24h/dia/semana/mes e NADA. Nos meios de comunicação só se fala em crise, corrupção, crise, crise. Do PT/aliados/gov Federal. E o Governo? Nenhuma atitude concreta… LEI DE MEIOS? Rede Nacional de Radio e Tv com a Presidenta e Ministros sérios, esclarecendo a Nação?
>>> OI? <<<

Bonifa

Era a máxima de Reagan:Tirar o Estado das costas do povo e jogar todo o Sistema Financeiro no lombo do povo.

francisco.latorre

jkgalbraith.

esse azenha ainda mata a gente. de inveja.

o cara viu o mundo. mesmo.

..

Hans Bintje

Azenha:

Você aprendeu a mais importante lição do professor Galbraith, mas não quis admitir:

– Jamais negar as origens.

O governo Reagan e aqueles que o sucederam fizeram um esforço deliberado para esquecer o passado. Besteira, ele volta.

Veja esta foto: http://1.bp.blogspot.com/-dE-1jG68mEs/TaToiIuLSdI

E esta: http://4.bp.blogspot.com/-RhXzyN5kqf8/TaTor8yPAOI

A versão brasileira desse pensamento virou poesia, na música do Paulinho da Viola:

"Meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado
Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado"

M. S. Romares

Hobsbawm, Galbraith, Chomsky, são pessoas que merecem ser ouvidas e sempre se aprende algo com elas. O texto está excelente, Azenha. O final me encabulou um pouco "Só não conseguiu prever que os democratas um dia se transformariam em parte do problema, não da solução".

Carla Bergamo

Saudade… saudade do New England, do Galbraith, dos sonhos de juventude… estava tudo previsto, mas quem se importou? Sobrou a saudade e a esperança nos jovens de hoje, pois nós perdemos todas as oportunidades.

    Werner_Piana

    Dos jovens de hoje? Quais? Nos milhões que acreditaram na traíra verde, Marina?
    Nos milhões descerebrados que passam a vida em shoppings ou em festas?
    Ou na meia-duzia que aqui e ali estudam, tentam se informar, se politizar e buscam caminhos para o futuro?

    (infelizmente, tenho muita esperança nesta juventude não…)
    :/ – desculpe o mau humor

EUNAOSABIA

Confesso que gosto de Ronald Reagan por um motivo, ele acabou com a URSS sem disparar um único tiro, Reagan acabou com a URSS quando triplicou o orçamento militar, aí os bolcheviques não tiveram outra alternativa… jogaram a toalha e se renderam.. menos mal… e melhor pros Russos, que hoje podem andar de Land Rover no lugar dos Nivas (aquele que ia levar a gente pro mal caminho, lembram progressistas?)…

Por falar em Land Rover, os nosss comunistas também adoram uma Landinha na garagem…eita comunista bacana esse, gosta mesmo é de SVU e de um 4×4 completinho pra ir gastar no shoping, principalmente se o dinheiro não for dele… é que não fazem mais comunistas com antigamente…. nunca prestaram mesmo… era tudo papo furado e farsa…gostam mesmo é do bom e do melhor do que o capitalismo injusto e selvagem pode lhes oferecer, somente um ou outro desinformado ainda cai na lábia desses solcialistinhas de meia pataca…

    Marlon

    Quem está falando em comunismo aqui, seu tosco? Criticar o liberalismo conduz automaticamente à defesa do comunismo? Que sujeito delirante, dá licença. Pessoas delirantes são assim mesmo: encontram teoria da conspiração até num parque de diversões.

    Esse aí deve ser discípulo do Uncle King.

    Marcos

    Só um alienado para acreditar que o Reagan acabou com a URSS. Este não entende nada de história só acredita no que passa na GloboNews e ainda que fazer posse de intelectual.

    Marcos C.Campos

    Pois é tem que ter uma paciência com a trollagem … Os caras são os mais lavado cerebralmente falando e ainda acham que tão razão.

    E por falar nisso não comentou o texto do Azenha sobre Galbraith.

    Para não voltar muito tempo atrás , no golpe de estado que foi o assassinato de Kennedy (os trolls psdb devem até hoje achar que foi Lee Oswald) , a decadência dos EUA que vemos hoje começou com o "honorável" "ator" presidente (ator entre aspas pois o cara era muito ruim) que inaugurou o cada um por si e Deus para ninguém americano.

    Fábio Rezende

    Piu-Piu (El-Cid, por que Piu-Piu?…), você não me parece muito inteligente, apenas beligerante e falastrão. Não há incompatibilidade entre equidade social e riqueza; tampouco incompatibilidade entre querer o que há de melhor para si e para todos os demais também. O modo de produção pode não ser exploratória e ser produtivo. Preste atenção: quem defende igualdade social não defende que ela deva existir necessariamente em condições precárias – essas pessoas defendem que todos sejam iguais na riqueza, na riqueza; é para isso que elas trabalham.

    El Cid

    Piu- Piu (Looney Tunes) – Campeão de capas de caderno, pijamas e camisas de menininhas metidas a fofoletes. Sério, qual a graça desse passarinho cabeçudo careca? Só fui descobrir que era um canário perto dos 20 anos já. Sem a mínima graça, torcia desesperadamente para o Frajola dar um sumiço nele. Pior eternizar uma frase óbvia “Eu acho que vi um gatinho”. Entendo porque as meninas que gostavam dele eram chatas.

    Bonifa

    Nada disso, seu malandrão. Ele acabou com a URSS quando ameaçou de morte verdadeira qualquer nação européia que comercializasse com a URSS. A Fiat desfez seus planos de expansão na Lada imediatamente.

    edv

    ELENAOSABIA está na fase "revoltado"…

    cronopio

    Daqui a pouco ele vai sugerir um golpe…

Vinícius

Gostei tanto quanto os outros, mas pra não sair do meu papel de do contra, por que essa fixação nossa com a deterioração das condições de vida no mundo desenvolvido? Pode até ser um exemplo mais forte de que qualidade de vida não tem tanto a ver com riqueza. Mas a gente fica batendo na tecla pra provar que estávamos certos sobre o capitalismo, é isso? Se for isso, é meio mesquinho.

Em alguns momentos parece que a gente conhece mais a pobreza deles que a nossa. Acho Jirau muitos mais importante que Londres, sou ingênuo?

    francisco.latorre

    é. ingênuo.

    e bobinho.

    verdismo de matriz colonial. serve a quem?..

    ..

    Vinícius

    O ingênuo quer aprender (sério). Claro que a pobreza de lá é importante, mas por que a pobreza deles gera mais interesse que a nossa? Talvez não seja bem isso. O que me parece é que quando é lá, pobreza é quase uma aberração, e quando é aqui, é 'só' a reafirmação da imoralidade do Estado ou das elites.

    Por exemplo, em relação a Londres tá complicado dizer o que está rolando. Mas o misto de revolta justa/banditismo, que é a tese mais popular do momento… não seria exatamente a situação da juventude brasileira que entra no crime? (Tirando a diferença de que aqui é crime organizado, lá são manifestações e saques) Pois é, ficam falando só dos londrinos, mas sem facebook, sem sms, acontece algo análogo aqui. Mas o daqui não estão comentando!

    Acho que o "colonial" é justamente esse fascínio todo com o Norte. Mas se não for, me explique que eu não entendi. abs

    Marcos C.Campos

    O povo destes países é que estão aprendendo que , quando delegam poderes demais as suas "castas superiores" , estas sempre vão os trair, economica e politicamente falando. A gente também deve ficar esperto para quem delegamos poder …

El Cid

Folha – Vou lhe repassar uma pergunta que me foi feita por um oficial: e se fosse um general mandando no Itamaraty, os diplomatas iriam gostar?

Os diplomatas são muito disciplinados, a tradição era que os ministros não fossem da carreira e houve mesmo um que vinha da carreira militar, o general da reserva Juracy Magalhães. Então, o importante é ser patriota, ter humildade para ouvir e capacidade para decidir.

… será que perguntou mesmo, Tucanhêde ?

    EUNAOSABIA

    Você está mais assanhado que o de costume… não é amigo?? o que houve??

    Essa turma do Looney Tunes não se emenda… pior de tudo é que são caras legais…

    El Cid

    não me chame de meu amigo, Piu-Piu… sua amizade não é bem vinda, lambedor de botas !!

El Cid

é, Tucanhêde… pergunta o que quer, escuta o que não quer:
http://bit.ly/ruqKop

Folha – O sr. é "esquerdista"?

Esses rótulos, é melhor deixar os outros colocarem. Uns dizem que fui colocado pela presidente Dilma por ser nacionalista, o que agrada aos militares. Outros, que foi porque sou esquerdista, o que não agrada a eles. Mas, no Brasil, nacionalismo não é confundido com esquerdismo?

TOMA, CHEIROSA !!!

    Marcos C.Campos

    Ela é bem fraquinha , como diria o Johnbim. Depois que foi para a Globo news tá se achando. Mas até agora não vi uma viva alma elogiar esta dona. Também colonizada do jeito que é …

Conti-Bosso

Caros Navegantes,

Meu pitaco sobre o texto do Azenha e Galbraith, que me lembra Celso Furtado:
“Por quase setenta anos minha vida profissional tem-se preocupado com as questões economicas, …, Durante esse tempo eu aprendi que para estar certo e ser útil, deve-se aceitar uma contínua divergência entre a crença da sociedade, que eu tenho chamado de sabedoria convencional (conventional wisdom) e a realidade. E no final, sem surpresa, é a realidade que conta. Este pequeno livro é o resultado de muitos anos de reflexão, valorizando e utilizando esta distinção, e minha conclusão é que, a realidade é mais obscurecida
Continua no link: http://blogln.ning.com/profiles/blogs/azenha-e-jo
Sds,
Conti-Bosso

FrancoAtirador

.
.
30 anos de neoliberalismo foram suficientes

para destruir a economia planetária.

Esperemos que, destas cinzas de brutalidade

induzida por esse sistema destruidor de vidas,

brote algo mais humano e solidário.
.
.

    EUNAOSABIA

    Tu manja muito de economia hein velho??? o que o comunismo produziu de bom pra humanidade de 1917 até hoje??? o que é a Rússia hoje??? eles comem plutônio??? comem balas de canhão??? manja muito de economia mesmo… ler algo assim é ter um noção do seu grau de conhecimento….

    Rapaz… pega esse computador que tu usa joga fora… para de entrar na internet… isso tudo nós devemos ao selvagem capitalismo que só pensa no lucro…

    FrancoAtirador

    .
    .
    Tu és um reles representante da escória

    produzida pelo Partido do "Xá" (Reizinho Cabecinha).

    Volta p'ro esgoto, cara,

    antes que a Conceição dê descarga.
    .
    .

    El Cid

    defendendo o neoliberalismo, Piu-Pui ??

    Marlon

    Quem está falando em comunismo aqui, seu tosco? Criticar o liberalismo conduz automaticamente à defesa do comunismo? Que sujeito delirante, dá licença. Pessoas delirantes são assim mesmo: encontram teoria da conspiração até num parque de diversões.

    Marcos C.Campos

    Já ouviu falar de Sputnik e Gagarin ? Já ouviu falar de AK-47 ? Para tua informação os onibus espaciais americanos estão aposentados e os EUA irão mandar os seus astronautas para a estação espacial internacional a partir de Baikonur nos foguetes russos, sabes onde é isto ? Cazaquistão antiga URSS.
    Não que os americanos não tenham suas qualidades, mas pode ter certeza que outros povos também os tem inclusive os russos. Aliás se os russos resolverem vender o gás natural deles para China , mata a Europa Ocidental no primeiro inverno.

    cronopio

    Cara, achei que meu computador tinha sido fabricado na China…

augusto

galbraith é um celso furtado do norte. ou vice versa, não sei.

    EUNAOSABIA

    ""A DOUTOR JOSÉ SERRA"".. de uma placa em Bronze, no hall de entrada do Instituto de Economia da UNICAMP, essa placa está ao lado de outra… que começa assim… """AO DOUTOR CELSO FURTADO""..

    Não, Serra não é Doutor em Economia…… claro claro… Lula é doutor também… não precisa me lembrar..

    El Cid

    o Celso tem diploma… já o outro…

    Bonifa

    Pobre Unicamp…

    Márcio Gaspar

    Puta covardia!!! com o Celso Furtado, tentar iguala-lo ao Serra. Este cara é um gozador.

    edv

    Deve ter sido colocada por ordem dele quando era governador, hehe…
    (patrocinada pela Sabesp…)

Cleber

Reagan foi uma das piores coisas que aconteceram aos EUA. Quase ninguém percebeu, estavam anestesiados pela falsa prosperidade propalada pela mídia, ou preocupados com o ainda poderoso sistema soviético.

Marc

Galbraith e Drucker são "americanos" que eu admiro (Galbraith canadense e Drucker austríaco).
Na minha opinião são dois Sociologos com especialização em economia e negócios.
Torço para que o Brasil um dia se torne um lugar acolhedor para intelectuais com formação humanista do mundo inteiro.

FrancoAtirador

"Haveria tanta concorrência na procura de trabalho
que tudo ficaria reduzido a um simples processo de subsistência."

A ERA DA INCERTEZA
GALBRAITH, John Kenneth. A era da Incerteza (1977). 7 ed. São Paulo: Pioneira, 1986

O livro “A Era da Incerteza” é um relatório dividido em 12 capítulos sobre economia, geopolítica, história e sociologia.

No capítulo 1 (Os Profetas e a Promessa do Capitalismo Clássico), Galbraith
analisa o inicio do capitalismo clássico pós revolução industrial, esclarecendo
conceitos clássicos da sociedade da época, como: “A renda quase sempre flui ao
longo do mesmo eixo que o poder, só que em sentido contrário”. Ao citar Smith, o
autor escreve: “Se a economia teve um fundador, esse sem dúvida alguma foi
Smith”. No Subtítulo “A Riqueza das Nações”, há o esclarecimento do livro
homônimo: Nele há a exaltação da especialização: “Quanto maior fosse o mercado,
maior poderia ser a linha de produção e a subdivisão do trabalho”. Daí surgiu a
ação de Smith contra as tarifas alfandegárias e outras restrições ao comercio, e a
favor da maior liberdade possível no mercado”. As considerações econômicas
descritas no capitulo ainda englobam Voltaire, Quesnay e o fisiocratismo, as ações
pré revolução industrial e as conseqüências desta, Malthus e David Ricardo:
“David previa um continuo aumento da população, e a população de Malthus
tornou-se o operariado de Ricardo; Haveria tanta concorrência na procura de
trabalho que tudo ficaria reduzido a um simples processo de subsistência. Era “o
destino da humanidade”.
No Capítulo 2 (Os Costumes e a Moral do Alto Capitalismo), Galbraith escreve
sobre a sociologia logo após as revoluções industriais. No subtítulo “A seleção
natural dos ricos”, o escritor comenta sobre Spencer: filósofo inglês que aplicou a
lei de Darwin na economia (Darwinismo social), ou seja, os ricos são ricos por
mérito próprio (incluindo canalhices e trambiquices), e por causa disso, estes
deveriam ser os escolhidos de suas respectivas gerações. Os que tinham dinheiro
eram os evoluídos. Deus ama os pobres, por isso que Ele fez tantos, segundo
Summer, discípulo de Spencer. Logo, nenhum governo poderia interferir na
riqueza das pessoas, e também qualquer ajuda aos pobres poderia interferir
desastrosamente na melhoria da raça. Com esse pensamento, Spencer era “quase
uma revelação divina” nos EUA, tornando-se um evangelho americano para os
anseios e necessidades capitalistas, como diz Galbraith: “Assim como Jesus
finalmente veio para Jerusalém, Herbert Spencer finalmente veio a América”.
Para esclarecer a visão da classe rica norte-americana, o autor cita Thorsten
Veblen, grande pesquisador, que afirmava: “Os grandes palacetes em Newport não
eram suficientes, precisava-se de cerimoniais, embriaguez, jogos, roupas vistosas,
muitos empregados e na mídia para se inserir no status superior daqueles que
podem se dar ao luxo dos prazeres”.
O Capítulo 3 (A Dissidência de Karl Marx) exalta a revolução econômica proposta
por Karl Marx. Há uma pequena apresentação de sua biografia. Marx
considerava-se ateu, pois a religião ajudava as pessoas a suportarem com paciência
e resignação o destino econômico. Com a ajuda de seu companheiro vitalício
Friedrich Engels (o maior patrocinador da mentalidade marxista), Karl propôs
que com o capitalismo, surgiria um proletariado com consciência de classe a partir
de sua exploração, sem propriedades e sem cidadania. Com o tempo, esse
proletariado iria insurgir contra os capitalistas, surgindo o Estado dos
Trabalhadores, altamente burocratizado, organizado e disciplinado. Para
Galbraith, as sociedades extremamente organizadas, tanto capitalistas ou
socialistas, iriam se convergir. Há a negação da propriedade privada, do poder
Czarino e o monopólio comercial de empresas e a implantação do ensino gratuito e
trabalho para todos no pensamento Marxista, escritos no Manifesto Comunista. O
autor também exalta as revoluções de 1848 ("Primavera dos Povos").

Íntegra em:

http://pt.scribd.com/doc/6384616/Resenha-Critica-

    Bonifa

    Valeu. Nunca é demais denunciar Spencer, o autorizador filosófico da pirataria capitalista americana.

P A U L O P.

RECOMENDO A TODOS…. NÃO DEIXEM DE LER

Transcrição integral da entrevista da “euronews” com o Presidente iraniano
Mahmoud Ahmadinejad
http://www.odiario.info/?p=2168

Francisco

Cada época pede a sua ênfase peculiar. As "ênfases" são a marca de um tempo. Isto é uma coisa, outra é negligenciar Aristóteles: "a sabedoria está no meio". Particularmente não me agrado dos ciclos de ênfase liberal. Me parecem períodos narcísicos e perdulários. Mas, dentro do espirito do "rodizio", acato-os. Os fundamentalismos é que são a patologia das ênfases.

Parece ser destino da humanidade uma oscilação cíclica entre mais e menos Estado, mais e menos permissividade, etc. Tudo bem. Mas somente uma coisa parece ser imutável – minha mãe dizendo:

"Tudo que é demais, sobra!".

Aurelio Costa

A bela Massachussets com a sua encantadora – ainda que muito gelada no inverno prolongado – Boston City…Morei durante um ano e meses fazendo o meu fellowship na Harvard Medical School, Harvard University. Confesso que o ambiente e sofisiticado e instigante, pois pulsa opulencia material, natural e intelectual nas universidades repletas de alunos, pesquisadores e fellows do mundo inteiro, que tem a sorte ou privilegio de conviver naquele caldeirao de inteligencias e belezas.

A Harvard e seus hospitaise labs. de pesquisa transpiram lideranca na area medica, e elegancia nas discussoes academicas.

Mas

Fernando

Interessante é o sentido do termo "liberal" tomado por lá, completamente diferente do termo por cá e, julgo, embora eu tenha formação filosófica, mas não nos livros de filosofia política, trata-se de uma aplicação mais correta.

@lucasvazcosta

Excelente texto!

Nilva

Ainda bem que aprendeu. Não adianta ser um ótimo professor se o aluno é limitado.

Marcia Costa

Lindo post!

ZePovinho

Você é um privilegiado,Azenha.Conheceu uma das grandes mentes do século XX.

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