J.P.Cuenca: Num sofá imaginário, o debate sobre o papel da mídia

Tempo de leitura: 4 min

por Luiz Carlos Azenha

J.P.Cuenca, na Folha, escreveu um dos melhores artigos que li até agora sobre a morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade, no Rio.

Fala da histeria e do sensacionalismo que podem resultar em leis desnecessárias — é, acrescento eu, gente oportunista pegando carona numa tragédia para acertar contas com adversários políticos, de olho nas eleições de 2014; gente que não se envergonha de usar a comoção da família para fazer avançar seus interesses.

O leitor Bonifa, num comentário que se tornou post, pergunta sobre o que teria levado as Organizações Globo e a revista Veja a enveredar por onde enveredaram na cobertura do caso.

A Globo falou em “atentado à liberdade de imprensa”.

A Veja foi atrás de uma lista de um ato não relacionado à morte do profissional da Band com doações feitas por políticos.

O “jornalismo declaratório”, denunciado por Caco Barcellos, venceu mais uma: hoje os desavisados estão certos de que as manifestações são frequentadas por quem recebe 150 reais, quando ninguém apresentou nenhuma prova de que de fato isso aconteceu.

Se Caio Souza recebeu 150 reais, deve saber de quem recebeu. Ou não? Pode ter depositado o dinheiro. Feito algum pagamento. Entregue a alguém. Para a polícia que conseguiu encontrá-lo na Bahia, facílimo de elucidar. Mas as acusações são todas genéricas, pelo menos por enquanto.

Prova? E precisa?

A Globo usou “jornalismo declaratório” contra o deputado Marcelo Freixo, do Psol, com a seguinte manchete bizarra, no G1:

Uma amiga anotou que o Jornal Nacional dedicou 15 minutos e 15 segundos à cobertura, no dia da prisão do acusado na Bahia — o que se justifica, já que a repórter da emissora acompanhou a polícia.

Essa simbiose entre o jornalismo e as autoridades não é, nem de longe, novidade.

Basta relembrar a presença do repórter Cesar Tralli com equipes da Polícia Federal em mais de uma oportunidade.

Eu mesmo, quando era repórter da Globo no Rio de Janeiro, fui escalado para viajar num jatinho do governo do Estado do Rio para cobrir a prisão do traficante Fernandinho Beira-Mar, na Colômbia, ao lado do então secretário de Segurança Josias Quintal.

Quando a cobertura interessa às autoridades, a Globo tem portas abertas.

Neste caso, é óbvio que a cobertura interessava ao governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral: primeiro, porque muitas das manifestações são contra ele; segundo, porque é eleitoralmente positivo ser ou apoiar o “candidato da ordem”; terceiro, porque ficou demonstrada a eficiência da polícia carioca, especialmente na resposta a um caso que causou comoção nacional.

Já a Globo, pela primeira vez na sua história sofre o questionamento em massa nas redes sociais. Esse questionamento muitas vezes transborda para as ruas.

Estamos no ano em que o golpe de 1964 completa 50 anos. Falta muito a dizer sobre a simbiose entre as Organizações Globo e a ditadura militar.

Questionamentos sobre o papel da Globo na ditadura remetem diretamente ao presente e ao fato inescapável de que a emissora — como, aliás, todas as emissoras e empresas jornalísticas — tem lado, faz escolhas e não paira sobre a sociedade como ente “imparcial”.

As emissoras de rádio e TV são concessões públicas e as concessões públicas devem responder àqueles que são donos do espectro eletromagnético, ou seja, a todos os brasileiros.

Essa é uma “descoberta” que um número crescente de brasileiros vem fazendo, através das redes sociais.

A Globo, especificamente,  é a campeã no recebimento de dinheiro público, via governo federal, outra descoberta recente para muitos:

Insisto: quando Rodrigo Vianna deixou a emissora, em 2006, as redes sociais ainda eram coisa de poucos no Brasil.

As críticas à Globo estavam concentradas entre jornalistas e acadêmicos.

Hoje, ganharam massa crítica.

No episódio do Rio, a emissora encontrou a oportunidade de se colocar “do lado certo” da opinião pública.

Falar em “atentado à liberdade de imprensa” confere a ela o status de defensora de algo com o qual 99,99% dos brasileiros concordam!

Porém, é bom lembrar que a Globo defende tal liberdade de forma seletiva.

Que eu saiba, a emissora não fez registro da prisão ou da busca e apreensão contra jornalistas em Minas Gerais, promovida por agentes estatais ligados a governo “amigo”, de Antonio Anastasia-Aécio Neves.

O ponto-chave da coluna de J.P.Cuenca na Folha é justamente este:

Nem a Globo, nem qualquer empresa da mídia corporativa, quer sentar no sofá do J.P. Cuenca para discutir o papel que exerce na sociedade, uma exigência de um número cada vez maior de brasileiros.

Queremos discutir a regulamentação dos capítulos da Constituição de 1988 que tratam da comunicação.

Queremos discutir a legislação antiquada que rege o setor — um emaranhado que favorece duas dúzias de famílias que ditam a agenda nacional.

Queremos discutir o Ofcom britânico, o escritório independente que regulamenta o setor das comunicações no Reino Unido e ao qual os ouvintes e telespectadores podem recorrer contra os crimes midiáticos (sim, disseminar notícia sobre uma epidemia inexistente, por exemplo, configura crime).

Porém, qualquer tentativa de debate é, em si, tratada como ameaça à liberdade de imprensa e/ou de expressão.

A mídia corporativa em geral — a Globo, em particular — não se envergonha de usar qualquer subterfúgio para fugir do sofá retórico de J.P.Cuenca.

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Comentários

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denis montanho de araujo

o engraçado e que as emissoras que mais manipulam ,são as que mais faturam… …ora,se faturam muito,e porque são assistidas por muitos.Quem assiste?Os que assistem são os que lhes dao esse imenso poder de manipulação.Os que não assistem,irao proclamar;sou um cara politizado,nao me deixo enganar pela mídia manipuladora,sou um cidadão consiente.E dai?Sera que existem muitos iguais a você?Sim pois tenho certeza que você concorda comigo,numa democracia quem vence e a maioria.Sendo assim vamos torcer que ou daqui a uns quinhentos anos o povo consiga um nível de educação tal que nem de leis nessecitara ou chegue ao poder um ditador que verdadeiramente queira um paiz menos desigual e menos dependendente das informações tendenciosas deste ou aquele meio de comunicação.

Messias Franca de Macedo

“MORTE DE SANTIAGO NÃO É ATENTADO À IMPRENSA”

Afirmação é da ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer; “Não foi um ataque direcionado a Santiago. O rojão poderia ter atingido um policial, um transeunte, um manifestante. É diferente, por exemplo, de Tim Lopes”, escreve a jornalista

16 DE FEVEREIRO DE 2014

A íntegra da coluna aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/suzanasinger/2014/02/1412914-acao-e-reacao.shtml

Leo V

Sugestão para leitura e divulgação. Um pouco de informação de fato, diante desse mar de besteirol que se fala sobre black blocs, propositalmente ou não. Interessante do artigo é que ele aponta como não se pode analisar em separado, violência policial, dos manifestantes e a própria cobertura da imprensa.
Do Estadão de hoje, artigo do professor da USP Pablo Ortellado:

O bloco dos Desobedientes

Na mira das discussões sobre a violência nos protestos, quão violentos são os black blocs?

15 de fevereiro de 2014 | 16h 00

Pablo Ortellado

Há relação entre a morte do cinegrafista da Band e os black blocs?

A trágica morte de Santiago Andrade está sendo mobilizada para que medidas mais duras sejam tomadas para reprimir as manifestações e o Black Bloc em particular. Mas haveria alguma relação entre a morte do cinegrafista e os black blocs? Os dois manifestantes que assumiram a autoria do disparo do rojão já declararam que não participam do Black Bloc. Não obstante, o Black Bloc está no centro do discurso contra a violência nas manifestações. Mas de que forma e em que medida esses manifestantes são violentos?

A destruição de propriedade praticada pelo Black Bloc nasceu nos EUA a partir de um debate sobre os limites táticos da desobediência civil não violenta. A desobediência civil não violenta tinha se estabelecido como paradigma dos movimentos sociais daquele país desde a vitória do movimento pelos direitos civis nos anos 1960. A tática consistia em desobedecer a uma lei injusta e não reagir à violência do Estado que tentava defendê-la. Assim, no movimento pelos direitos civis dos negros, as imagens divulgadas pela imprensa de manifestantes de uma causa justa sofrendo a repressão violenta do Estado geraram indignação da opinião pública, que pressionou pelo fim da segregação racial.

Nos anos 1990, uma parte do movimento social norte-americano entendia que essa tática já não funcionava porque os meios de comunicação tinham se tornado insensíveis à violência policial. Sem a cobertura da violência da polícia, não havia como os ativistas sensibilizarem a opinião pública. Foi assim que alguns deles decidiram importar da Europa o conceito do Black Bloc (grupos de autodefesa dos movimentos sociais na Alemanha) e ressignificá-lo à luz do debate norte-americano.

Os black blocs nos Estados Unidos se voltaram então para a destruição de propriedade privada de grandes empresas transnacionais com o intuito de recapturar a atenção dos meios de comunicação e comunicar seu repúdio ao neoliberalismo, no contexto da luta contra os acordos de livre-comércio. É preciso enfatizar que havia o entendimento por parte deles de que essa destruição de propriedade não rompia totalmente com a tradição de não violência, já que a destruição era orientada a coisas e não a pessoas. Na verdade, a tática era frequentemente discutida na chave de uma intervenção autoexpressiva, na interface da política com a comunicação e a estética.

O sucesso parcial da tática, ao capturar a atenção da imprensa, fez com que ela se espalhasse pelo mundo. Aqui, a tática tem sido empregada já há alguns anos segundo os princípios estabelecidos pelos primeiros black blocs norte-americanos: não atacar pessoas nem destruir propriedade dos pequenos comerciantes. Até onde sei, há apenas duas pesquisas empíricas de maior fôlego sobre os black blocs no Brasil. Uma em São Paulo, conduzida pelos professores Rafael Alcadipani e Esther Solano e outra em Belo Horizonte, pelo sociólogo Rudá Ricci. Ambas apontam que os manifestantes do Black Bloc entendem que a tática utilizada por eles é não violenta e de caráter fundamentalmente simbólico; entendem também que o ataque a pessoas e pequenos comércios deve ser condenado.

É por esse motivo que vincular a morte de Santiago aos black blocs não faz sentido, assim como não faz sentido tratar como uma violência da mesma natureza a destruição de vidraças de bancos e o ataque violento a seres humanos, parta ele de manifestantes ou da própria polícia. Há pelo menos sete outros casos de cidadãos que, desde junho de 2013, morreram ao fugir de ataques da polícia a manifestantes. A imprensa quase não cobriu essas mortes – como se elas não existissem. Há, na verdade, uma gradação de destaque na cobertura dos protestos: em primeiro lugar, a violência dos manifestantes; em seguida, a destruição de propriedade; por último e nem sempre citados, a violência da polícia e a causa das manifestações. Essa desproporção está na raiz do fenômeno Black Bloc, que busca atrair a atenção dos meios de comunicação para comunicar uma insatisfação política.

A trágica morte de Santiago deve servir como oportunidade para refletirmos sobre a violência nos protestos, mas em todas as suas dimensões e expressões. A violência nas manifestações é um sistema no qual estão interligadas as ações dos manifestantes, a repressão policial e a cobertura dos meios de comunicação. O que menos se compreende é que o destaque desigual dado à destruição de propriedade, à violência dos manifestantes e à violência da polícia seja um elemento central do problema.

PABLO ORTELLADO É FILÓSOFO E PROFESSOR DA ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (EACH-USP)

http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,o-bloco-dos-desobedientes,1130747,0.htm

Fabio Passos

A mídia burguesa – PiG- é o sustentáculo do Apartheid Social no Brasil.
Estas oligarquias decrépitas são a máquina de propaganda da casa-grande. Sempre defendem os privilégios indecentes da “elite” branca e rica. Sempre atacam os direitos da maioria trabalhadora. Os racistas e preconceituosos, que desprezam o povo brasileiro, mantém um oligopólio da informação… que afronta a nossa constituição. O Brasil precisa se livrar destes bandidos e golpistas midiáticos.

José X.

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Alexandre Tambelli:
“Infelizmente, sobre o assunto PSOL, Sininho e o Deputado Marcelo Freixo percebo que muitos de nós da esquerda estamos pautando nossa forma de pensar e nossas atitudes a partir de notícias do G1, JN e do Fantástico.”
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Nossa, acho que já faz uns 10 anos que não vejo televisão (nenhuma televisão, não só a Globo), e minha visão do PSOL é a mesma, desde aquela famosa foto da Heloísa Helena comemorando com os barões do PFL uma vitória contra o governo Lula.

A posição da Globo (se é como dizem) contrária ao PSOL é com certeza puro oportunismo (o que não é oportunismo na Globo?), mas não tem nada a ver com virtudes inexistentes do PSOL, que desde que nasceu é linha auxiliar da mais reacionária direita brasileira.

    Alexandre Tambelli

    Talvez, esta ruptura acorde o PSOL para vida! É muito diversa a batalha real e a batalha do desejo. Purismo não existe em Política, penso eu.

    Por exemplo:

    No Brasil as elites não cedem nem um Programa como o Bolsa Família, que foi massacrado durante anos e precisou de reconhecimento no exterior para, minimamente, aceitarem. E, estão, de prontidão para acabar, paulatinamente, com o Programa em nome da “contenção de gastos”.

    Acredito que o PSOL tenha a chance de descobrir a partir desse episódio de acusação da Rede Globo que PT e Direita/ Extrema-Direita (PSDB, DEM, PPS, Rede Globo, Veja, etc.) não são a mesma coisa!

    Não sei se assim será! Tomara que saibam ter a lucidez de um MST, que faz críticas fortes ao Governo Petista, mas sabe que pode dialogar com o partido (A Presidenta DILMA os recebeu esta semana, quando que um Aécio Neves Presidente faria o mesmo?) e sabe que suas reivindicações tem mais chances de serem atendidas sem radicalizar com o PT e criticando/protestando contra os alvos certos na luta de classes.

Alexandre Tambelli

PSOL, PT E REDE GLOBO.

Infelizmente, sobre o assunto PSOL, Sininho e o Deputado Marcelo Freixo percebo que muitos de nós da esquerda estamos pautando nossa forma de pensar e nossas atitudes a partir de notícias do G1, JN e do Fantástico.

E, pior, até pela Revista Veja via Reinaldo Azevedo. Portanto, a partir de nossos adversários no espectro político. É um erro e tanto, penso eu.

Tudo para descontar nossas desavenças, já antigas, contra o PSOL e demais grupos de extrema-esquerda.

É tudo o que mais sonha a extrema-direita através de sua mídia. E está acontecendo aos nossos olhos.

Pautar nosso entendimento das manifestações, dos black blocks e da morte do Cinegrafista, do PSOL e da extrema-esquerda, influenciados pela velha mídia? Como chegamos a este ponto, eu pergunto? Alguma resposta?

A Rede Globo está na dela. Fez o que sempre faz. Resolveu solucionar o problema do descontrole das passeatas com uma estratégia inteligente: vamos pautar a investigação da morte do Cinegrafista, tentar mostrar a verdade que nos convém. E colocaram o PSOL e o Deputado Marcelo Freixo como os culpados de tudo. Por quê?

Dois motivos ao menos:

1) Queimar o filme do PSOL e do Marcelo Freixo, perante o eleitorado carioca. A circunstância eleitoral de 2014 deflagrou essa necessidade;

2) Insuflar a galera do PT e da centro-esquerda para descontarem na extrema-esquerda todo o ódio guardado pela forma como ela enxerga politicamente o PT e abraçarem a ideia da velha mídia: O PSOL é formado só por radicais e porra loucas. E, as notícias que a Rede Globo e Veja publicam servem como referência para a “vingança”.

A Rede Globo precisou abandonar as passeatas e esse clima de violência por dois motivos ao menos:

1) A Copa do Mundo e os patrocinadores que não devem estar satisfeitos com esse clima de “Não vai ter Copa!”, imagina que empresas pagaram cotas bilionárias à emissora e vão arriscar ter prejuízo?
Capitalista não entra no jogo para perder dinheiro e sim para lucrar.

2) A Rede Globo descobriu com atraso que o melhor para ela é a manutenção do PMDB no poder do Estado do Rio de Janeiro. Isso depois de queimar o filme do Governador Sérgio Cabral, depois de ajudar no rompimento da aliança PMDB/PT no Estado. O intuito era detonar a Presidenta DILMA via Rio de Janeiro e demais Estados, não deu certo. Quem ficou sem cartaz foi o Governador Sérgio Cabral. A Presidenta DILMA recuperou sua popularidade nas pesquisas subsequentes, o Governador CABRAL não.

Agora é a situação nova: dá-se apoio ao PMDB e seu pré-candidato Pezão.

Afinal do outro lado tem:

1) Lindemberg Farias do PT;
2) O Bispo Crivela dos evangélicos;
3) Anthony Garotinho desafeto antigo da emissora;
4) E Marcelo Freixo, o novo inimigo da emissora.

Agora o Governador Cabral e sua Polícia vão ser competentes e elucidar com maestria as causas da Morte do Cinegrafista da Band e vão coibir novas passeatas dos black blocks e da militância de extrema-esquerda nas ruas.

E a Rede Globo e demais mídias velhas vão aplaudir o Governador CABRAL, por conveniência política nas eleições de outubro ao Governo do Estado.

Enquanto nós das esquerdas nos pautarmos pela Rede Globo, que tem interesses diametralmente opostos aos nossos, nós não vamos vencer a batalha pela democratização dos meios de comunicação.

Temos desavenças com a extrema-esquerda vamos expô-las. Agora, aceitar notícias da velha mídia como verdades, sem questionar? Porque temos desavenças com o PSOL? Vale nessa hora notícias da velha mídia, principalmente da Rede Globo? E planilha publicada pelo Reinaldo Azevedo?

Alguém acredita que não há nenhum interesse particular da Rede Globo em acusar a extrema-esquerda pela morte do Cinegrafista, depois de bons tempos de namoro com o PSOL e o Deputado Marcelo Freixo? Alguém já viu um namoro terminar dessa forma tão violenta sem que um dos lados tenha feito nada de errado ao outro e as juras de amor eram de ambas as partes?

É preciso ser esperto. A Rede Globo fez a estratégia manjada de sempre: capturou para si a temática da morte do Cinegrafista, o pós-passeatas e vai comandar a opinião pública! Vai criminalizar novas manifestações da esquerda, vai colocar como vândalos os militantes da extrema-esquerda, vai dizer que essas manifestações, por eles praticadas, são ilegítimas/violentas, que elas foram a única causa da morte do Cinegrafista e são um atentado à Democracia, afinal impedem o livre exercício de seu trabalho da “Imprensa Livre”.

Se nós damos atenção redobrada ao que publica a Rede Globo imagina a população em geral, que não busca informação noutro lugar senão na Rede Globo.

Será que o PSOL virou mais inimigo do PT e do Governo da Presidenta DILMA, da centro-esquerda, dos lulistas, dos eleitores da Presidenta DILMA, como eu e muitos de nós, do que a Rede Globo?

Que venha a Lei Antiterrorismo! A Rede Globo agradece!

    Leo V

    Fico até na duvida se você é realmente petista ou governista, pois é de uma lucidez que não tenho visto dos governistas nos comentários.

    francisco niterói

    Leo

    Numa boa, mas se alguem discordar de vc na DDR/governo federal é porque nao tem lucidez ou é governista?

    Ou seja, onde esta o contraditorio?

    Nao sou daqueles que veem preto ou branco em tudo, ou seja, apoio coisas e nao apooio outras. E com isso tenho casada minha carteirinha de comentarista por falta de lucidez?

    Talvez vc nao seja do rj, talvez vc nao tenha conhecido, por ex, a campanha de 2012. Eu apoio o freixo na questao atual, mas tenho criticas, sim. Em relacao ao PSOL,,deus do ceu. E vejo ate de perto o que esta acontecendo no minusculo municipio que ele governa aqui.

    Mas quero te contar so um fato, entre muitos (ressalto que tenho muitos amigos psolistas).

    Numa manha, às vesperas da eleicao 2012 aqui en niteroi, onde o psol fez 20% dos votos, ou seja, foi bem sucedido, campanha grande, etc. Numa esquina na regiao mais rica da cidade, muitos militantes numa caminhada e dando voz a populares. Discursvam MENSALAO MENSALAO MENSALAO. Quando o microfone passou pra um sociologo que conheco de vista, tentei fazer uma pergunta e o mesmo nao deixou.

    Passou a vez pra um senhor engravatado que( obviamente adorando o discurso) falou: “E MUITO BOM VER A JUVENTUDE NARUA, VCS SAO UM PARTIDO SERIO.”

    consegui dividir com o engravatado o microfone e perguntei a este: “O QUE O SR ACHA DO MST?”. Ele me respondeu: ” UM BANDO DE VANDALOS”.

    ME VIREI PRO PSOLISTA e falei : junto às denuncias de mensalao, mensalao, mensalao ( que vc deve fazer se pensa assim), vc poderia falar em financiamento publico de campanha,,ou de outras bandeiras caras como a reforma agraria. O PSOLISTA pegou e microfone e mudou o assunto, mais interesado em “pescar em aguas turvas”.
    O exemplo acima demonstra toda a campanha do psol aqui em nitero e rio. EU VI.
    Voltando à sua cirtica a governismo/falta de lucidez, vc nao acha que o psol, por exemplo, poderia tb verificar a pratica politica deles?

    Ou vai ser so cassar carteiras de membro do espectro da esquerda?

    francisco niterói

    Tem um ” casada carteirinha” no meu texto que gostaria que fosse lido “cassada carteirinha”.

    francisco niteróieme

    em tempo: na historia que contei, o UNICO a defender o MST foi o SEM LUCIDEZ AQUI. Os psolistas riram amarelo por medo de perder os elogios de “partido serio”.

    Leo V

    Olha, os governistas se juntaram ao coro da direita mais reacionária na criminalização às manifestação, aos manifestantes, reproduzindo as mesmas distorções e mentiras que saiam no tal PIG. E isso sem se dar conta que estavam ajudando às táticas dessa direita reacionária e que acabariam se voltando contra a própria base do governo. Se isso não é falta de lucidez é o que?
    Apoiaram a criminalização das manifestações da juventude urbana sem compreender que o que estava em curso pela direita era a criminalização de todos os movimentos sociais e do pensamento de esquerda em geral. Cegueira de um governismo que só enxerga as próximas eleições. Se isso não é falta de lucidez, é o que?

FrancoAtirador

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MEGACORPORAÇÕES ECONÔMICAS DE COMUNICAÇÕES

NÃO ESTÃO AÍ PARA FAZER JORNALISMO E INFORMAR.

SÃO EMPRESAS TRANSNACIONAIS QUE VISAM LUCRO.

PROCURA A JÔ RISTOW NA CDN E PÕE ELA NO SOFÁ.

(http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-maiores/empresas/ficha/globopar/2012)
(http://globoir.globo.com/static/enu/ratings.asp)
(http://globoir.globo.com/static/enu/marketing_securities.asp)
(http://globoir.globo.com/static/enu/news_and_media.asp)
(http://www.grupocdn.com.br/index.php/quem)
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Leo V

Tá circulando no facebook.
Informação de dentro do jornal O Globo, importante para entender um pouco mais como funcionam as coisas dentro dessas empresas. E como o cancelamento coletivo de assinaturas ano passado colocou a empresa contra a parede.
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Relato feito por uma funcionária do jornal O Globo, que pediu que preservássemos sua identidade, sobre a repercussão interna da campanha de cancelamento coletivo no dia 17 de Outubro (daquela capa criminosa após a prisão dos 70 manifestantes na Cinelândia):

“Eu vou relatar como repercutiu na empresa (O Globo) o oportuno cancelamento coletivo. No dia do cancelamento foi um corre corre danado! Era um tal de reunião com a diretoria, marketing, redação, financeiro e praticamente todos os setores da empresa. Na verdade, a assinatura de jornal impresso vem caindo muito, mesmo antes do cancelamento coletivo. Isso ocorre, pois o público leitor do desse jornal está optando por obter informações via internet devido aos muitos afazeres e a atualização das informações. Eles estavam com uma grande campanha de marketing para fidelizar este assinante que já não tinha tempo para ler o jornal e por isso cancelava: O Clube sou mais Rio. Quando os assinantes cancelaram o jornal, ficou parecendo algo orquestrado.

Isso deu um grande prejuízo à empresa e gerou uma cautela maior na linha editorial, obrigando a empresa a maneirar com as estratégias de mascar as informações, pois eles falam das máscaras do Black blocs, mas quem utiliza mesmo são eles.

O cancelamento coletivo gerou ações como:

1 – Ancelmo Gois foi à empresa palestrar aos atendentes de telemarketing sobre a situação, os ensinando a responder qualquer questionamento de um assinante mais “inteligente”, isso é cômico até…

2 – Lançamento de uma campanha publicitária que visa, na verdade, dar a entender ao leitor que houve mudança na linha editorial do jornal, mas na verdade não houve e nem haverá esta mudança: Muito além do papel de uma assinatura.

3 – Todos os contatos de vocês que cancelaram a assinatura coletivamente está arquivado e eles planejam entrar em contato com vocês depois que a “poeira abaixar”. Para convencê-los a assinar novamente o jornal.

4 – As pessoas diretamente responsáveis pela capa do jornal foram mandadas embora, para dar ao leitor a sensação de que havia sido atendida a sua “reclamação”.

5 – Houve aumento do preço das assinaturas antes do reajuste padrão. Ficaram pensando em como comunicar o assinante: O papel é comprado no exterior, a inflação aumentou, etc. Mas o fato é que precisavam diminuir a defasagem financeira causada pelo cancelamento coletivo.

Para concluir, gostaria de dizer a vocês que continuem com esse movimento e haja mais um cancelamento coletivo! NUNCA VI ALGO FUNCIONAR TÃO BEM!!!”

De outubro pra cá, quase nada mudou na linha editorial do jornal. E agora, o sensacionalismo e a divulgação de “meias verdades” tem se intensificado nessa nova cruzada contra a esquerda e os manifestantes.

Fiquem ligados porque, em breve, nós divulgaremos as próximas ações pensadas para que mais gente também vá Muito além do papel de um leitor.

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