Depoimento mostra que Hang agiu para manter suas lojas abertas a qualquer custo

Tempo de leitura: 3 min
Inauguração de loja da Havan em Belém, em plena pandemia.
Estudo “observacional” da Prevent omitiu mortes de quem tomou cloroquina e foi disseminado pela família Bolsonaro

Da Redação

O empresário Luciano Hang depôs durante algumas horas, assertivo, na CPI da Pandemia.

Chegou com total proteção da tropa de choque do governo, inclusive do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, indicando o grau que Hang ocupa na hierarquia do negacionismo.

Negou ser negacionista, assim como o presidente Jair Bolsonaro já o fez em entrevista a dois extremistas de direita alemães.

Porém, Hang não tomou vacina, promoveu a cloroquina, confessou que a própria mãe, Regina, fez o “tratamento precoce” e que autorizou que ela fosse tratada com ozonioterapia, que não tem qualquer comprovação científica, em um hospital da Prevent Senior.

Na CPI, reclamou ter sido alvo de fake news… mas foi a hoje deputada federal Carla Zambelli quem gravou um vídeo dizendo que as lojas Havan pertenciam à filha de Dilma Rousseff, então presidenta do Brasil.

No vídeo (íntegra aqui), Zambelli disse estranhar que uma loja identificada com Cuba (por causa do Havan) usasse como símbolo a estátua da Liberdade. De acordo com a hoje deputada, a filha de Dilma estaria lavando dinheiro nas lojas Havan.

Hang foi continuamente desmentido ao longo de seu depoimento, em tempo real, nas redes sociais.

Está claro que ele agiu o tempo todo para manter abertas suas lojas e que pretendia vacinar seus funcionários apenas para que voltassem logo ao trabalho — a Havan chegou a vender gêneros alimentícios para poder argumentar que era um supermercado e escapar de restrições.

Abaixo, algumas das mentiras ou meias verdades:

— Em entrevista à revista Veja, Hang disse que a mãe não havia feito o “tratamento preventivo que o governo recomenda”. Deu a entender que, caso tivesse feito, poderia estar viva. Uma forma de promover o uso da cloroquina. Hang, no entanto, nunca usou suas redes sociais para dizer que a mãe fez “tratamento precoce” com hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e vitaminas e mesmo assim morreu. Hang não queria criar dúvidas sobre a eficácia dos remédios ineficazes. Ou seja, promoveu as versões que lhe interessavam e escondeu as que poderiam comprometer o governo, mesmo às custas da verdade sobre o caso da mãe.

— Hang disse que só soube através da CPI da existência de um atestado de óbito de sua mãe em que não constava a covid 19 como causa mortis. Porém, conforme publicou o G1, ele foi questionado sobre o fato em abril deste ano e a resposta de sua assessoria (ver abaixo) foi de que a mãe, Regina, não havia morrido de covid. Hoje ele disse à CPI que o atestado médico sem indicação da covid foi erro de um plantonista e que o erro foi corrigido com um novo atestado em que consta a doença.

— Hang também mentiu ao dizer que, por ter tido covid, não precisava tomar vacina contra a covid. Ele foi desmentido “ao vivo”, no twitter, por vários cientistas.

— Hang mentiu ao dizer que, em Brusque e Porto Feliz, promoveu doações de dinheiro para que hospitais comprassem medicamentos, máscaras e EPIs. Não foi isso o que ele próprio propagou nas redes sociais, como se observa abaixo. “Com o valor vamos comprar os medicamentos e doar para a Prefeitura de Brusque”, ele escreveu. Trata-se de promover política pública de Saúde, o que o senador Humberto Costa, ex-ministro da Saúde, disse que é proibido pelo STF. Na nota abaixo, Hang disse que foi a Porto Feliz com o prefeito de Brusque para promover o kit covid, que “tem gerado ótimos resultados”. Porém, não há comprovação científica disso. É puro chute, que valia quando o mais importante para Hang era manter suas lojas abertas.

— Hang também mentiu sobre o fato de que, segundo ele, jamais obteve financiamentos do BNDES, a juros mais baixos, durante os governos Lula e Dilma.

— Hang mentiu que uma visita sua e de empresários ao Palácio do Planalto, com a presença de Flávio Bolsonaro, não tinha absolutamente nada a ver com a covid. Ele foi desmentido pelo vídeo abaixo.


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Comentários

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Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1443305303643144194
Onda de Fake News
A Deputada Bolsonarista,
Carla Zambelli,
tem algo a declarar?
https://twitter.com/PIncomodar/status/1443305303643144194

Zé Maria

“Donos da Prevent Senior cantam música nazista em banda de rock”

“Está explicada a adesão irrestrita de Bolsonaro à Prevent Senior, e vice-versa.”

É NAZISMO!

“Os irmãos Parrillo, Eduardo e Fernando, donos da Prevent Senior, são roqueiros.
A banda deles, que conseguiu a façanha de ser escalada tanto para Lollapalooza
quanto para o Rock in Rio, chama-se ‘Doctor Pheabes’.
Diga-se de passagem que isso só foi possível porque a Prevent Senior era a patrocinadora dos dois festivais.

Pois bem, os irmãos compõem músicas em inglês.
Aqui, vocês têm uma canção deles, chamada de ‘Army of Sun’.
Leia a letra e constate a idéia megalomaníaca desses ‘roqueiros’ que querem,
custe o que custar, impor militarmente suas idéias ao mundo,
como em uma guerra.
Porque, afinal, eles são o ‘Exército do Sol’.

Exército do Sol, aliás, era o nome das SS nazistas, que tinha o nome
de “Waffen Schwarze Sonne, Waffen-SS”, que na tradução do alemão,
resulta em “Exército do Sol Negro”.

O nome “Waffen Schutzstaffel”, nome oficial das SS foi escolhido exatamente
para ressoar o original “Waffen Schwarze Sonne”, o “Exército do Sol Negro”,
que se encontra na mitologia original nazista.

As Waffen-SS eram a guarda pessoal de Hitler.
Só podiam pertencer a ela jovens germânicos “puro sangue”,
com condições físicas e mentais excepcionais para matar
e que manifestassem fidelidade canina à ideologia nazista.”

Jornalista Laura Capriglione, em: (https://t.co/VFLkXiDfk3)

https://twitter.com/chrismoreno11/status/1443345351260393474
https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1443342522085003264
https://jornalistaslivres.org/exclusivo-donos-da-prevent-senior-cantam-musica-nazista-em-banda-de-rock

    Zé Maria

    https://historiek.net/wp-content/uploads-phistor1/2019/05/dd-2019.05.30-3-320×474.jpg

    “Tausendjähriges Reich”

    Os nazistas procuraram legitimar seu poder historiograficamente retratando
    sua ascensão ao governo como a continuação direta de um antigo passado
    alemão.
    Eles adotaram o termo “Drittes Reich” (“Terceiro Império”, comumente referido
    como “Terceiro Reich”), usado pela primeira vez do livro de 1923 intitulado
    “Das Dritte Reich” de Arthur Moeller van den Bruck.
    As ideias de Moeller van den Bruck, de um Regime Alemão com o poder
    concentrado em uma pequena elite, eram direcionadas contra o liberalismo, contra o comunismo e contra a democracia.
    Mesmo assim, ele se autodenominou democrata.
    Os partidos não estavam incluídos em seu modelo de sociedade.
    Judeus alemães e não-alemães [e estrangeiros em geral] eram tolerados,
    mas não deveriam ter nenhuma influência social.
    As relações dentro da sociedade e entre os povos devem ser realizadas
    com base na teoria da “luta pela sobrevivência” de acordo com princípios
    do “darwinismo social”.
    Moeller contava como Primeiro Império o “Heiliges Römisches Reich” (Sacro Império Romano) – que nominalmente teria vigido do final da Idade Média até 1806 – e como Segundo Império o período compreendido entre a Monarquia,
    instituída com a Unificação da Alemanha sob o chanceler Otto von Bismarck,
    em 1871, e a Revolução que destituiu o Kaiser em novembro de 1918.
    A partir daí se seguiria então um Terceiro Império “Revigorado”.

    Os nazistas ignoraram o período da República de Weimar, de 1919 a 1933, que
    denunciaram como uma ‘aberração histórica’, referindo-se a ele com desprezo
    como “o Sistema”.

    Depois da Ascensão de Adolf Hitler, em 1933, o Período do Terceiro Reich foi
    referido pelos Nazistas como o “Tausendjähriges Reich” (o “Império de Mil Anos”),
    cujas conotações milenares sugeriam que a Alemanha Nazista duraria Mil Anos.

    Em 1922, Arthur van den Bruck conheceu Adolf Hitler que anunciou sua
    participação no movimento nazista:

    “Você tem tudo o que estou perdendo.
    Você desenvolverá as ferramentas intelectuais para uma renovação da Alemanha.
    Eu não sou nada além de um baterista e um colecionador.
    Vamos trabalhar juntos! ”

    Bruck, no entanto, comportou-se com reserva em relação a Hitler,
    pois o considerava não espiritual e primitivo e, portanto, contrário às próprias idéias elitistas .
    Depois do golpe Hitler-Ludendorff , ele disse:

    “Hitler falhou por causa de sua primitividade populista.
    Ele não sabia como apoiar mentalmente seu nacional-socialismo.
    Ele era a paixão personificada, mas sem qualquer distância
    ou senso de proporção.”

    Em 30 de maio de 1925, Arthur Moeller van den Bruck cometeu suicídio,
    em Berlim, após um colapso psicológico.

    https://de.wikipedia.org/wiki/Arthur_Moeller_van_den_Bruck
    https://de.wikipedia.org/wiki/Arthur_Moeller_van_den_Bruck#Politische_Ziele
    https://en.wikipedia.org/wiki/Das_Dritte_Reich
    https://en.wikipedia.org/wiki/Reich#During_the_Nazi_period
    https://de.wikipedia.org/wiki/Arthur_Moeller_van_den_Bruck#Politisches_Hauptwerk:_Das_dritte_Reich
    https://de.wikipedia.org/wiki/Heiliges_R%C3%B6misches_Reich
    https://de.wikipedia.org/wiki/%C3%9Cbermensch#Nationalsozialismus_%E2%80%93_%C3%9Cbermensch_und_%E2%80%9EUntermensch%E2%80%9C

    “Um outro elemento da paisagem política da República de Weimar [1919-1933]
    são as formações militares ou paramilitares que são responsáveis pela
    militarização crescente da vida pública:
    Na extrema direita, que sempre combateu tanto a república como a
    democracia liberal, estão os grupos que começaram a ser formados
    ainda em 1918 por militares desmobilizados, os Freikorps, as associações
    nacionais de ex-combatentes, associações de exercício militar.
    De destaque no período foi o Stahlhelm, Bund der Frontsoldaten (Liga de
    Combatentes), organização paramilitar que foi fundada como uma organização
    de ex-combatentes sem vinculação partidária, ainda que se aproximasse do perfil
    de organizações da direita nacional-alemã e völkish, pelo tipo de nacionalismo
    excludente e por seu antissemitismo (ex-combatentes judeus, a partir de 1924,
    não foram mais aceitos como membros).

    Ao longo dos anos 20, o Stahlhelm se torna um dos bastiões da agitação
    antirrepublicana e antidemocrática na Alemanha e estende muito seu campo
    de atuações e sua composição.
    Em concordância com o exército, o Stahlhelm passou a oferecer treinamento
    militar para jovens adultos e a atuar em aliança com partidos do campo
    Nacional-Populista Conservador Alemão e do Movimento Völkish, tendo
    estado envolvido em campanhas antirrepublicanas e passou a compor
    uma frente política com o Partido Nazista [NSDAP] e o DNVP (*) em 1931.

    Em 1932, com apoio do DNVP,apresentou-se com candidato próprio à Presidência
    da República (Theodor Duesterberg). Em princípios da década de 1930, contava com 500.000 pessoas organizadas em suas fileiras.
    Compõem este universo, ainda, os muitos clubes-de-tiro [SIC] espalhados
    pelo país, cujos membros tinham um perfil político próximo aos campos
    Nacional-Alemão e Völkisch e somavam cerca de 40.000 pessoas
    em meados da década de 1920.
    Além desses, existem ainda as milícias partidárias, como as Tropas de Assalto (Sturmabteilung – SA) do Partido Nazista.”

    *(https://de.wikipedia.org/wiki/Deutschnationale_Volkspartei)
    https://de.wikipedia.org/wiki/Reichstagswahl_November_1932
    https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/maracanan/article/download/31432/23101
    https://www.zvab.com/buch-suchen/titel/antidemokratisches-denken-in-der-weimarer-republik-die-politischen-ideen-des-deutschen-nationalismus-zwischen-1918-und-1933

    https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1443367144067117058
    https://twitter.com/M_Caleiro/status/1443367598876471299

    Zé Maria

    Originalmente o “Millenarismus”denota a crença na segunda
    vinda de Jesus Cristo e o estabelecimento de seu “Reinado
    de Mil Anos de Paz” (em alemão: “Tausendjähriges Friedensreich”).
    Desse modo a “Ideologia da Salvação” propagandeada pelo Nazismo
    com a dicção “Tausendjähriges Reich” (“Reino Milenar”) está ligada
    às ideias religiosas inscritas no Livro Bíblico do Apocalipse de João.
    Assim, os Nazistas adaptaram o termo “Tausendjähriges Friedensreich”
    (“Reinado de Mil Anos de Paz”) para “Tausendjähriges Reich” (“Reino
    de Mil Anos”), a fim de propagar a ideia de um período de continuidade
    do Império Alemão sob o governo de Adolf Hitler.

    Em 1º de setembro de 1933, o Führer Hitler, já nomeado Chanceler,
    anunciou oficialmente que o Estado Alemão sob o Nazismo era o
    “Terceiro Reino” (“Drittes Reich“) que duraria “Mil Anos” (em alemão:
    “Tausend Jahre“).

    Por conseguinte, os termos “Tausendjähriges Reich“ (“Reino Milenar”)
    e “Drittes Reich“ (“Terceiro Reino”) , da forma como foram manipulados
    ​​pela Propaganda Nazista, são a conversão dos “símbolos da especulação
    da Narrativa Apocalíptica bíblica para o período final triunfante da história”
    da Alemanha sob o Nazismo.

    https://de.wikipedia.org/wiki/Drittes_Reich#Zeit_des_Nationalsozialismus
    https://de.wikipedia.org/wiki/System_(Nationalsozialismus)
    https://de.wikipedia.org/wiki/Feldherrnhalle#Hitler-Ludendorff-Putsch_1923
    https://de.wikipedia.org/wiki/LTI_%E2%80%93_Notizbuch_eines_Philologen

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