Paulo Fonteles Filho: Dilma e um tiro no pé chamado Kátia Abreu

Tempo de leitura: 7 min

Dilma e Kátia Abreu

sábado, 22 de novembro de 2014

Kátia Abreu, a UDR e o tiro no pé de Dilma

por Paulo Fonteles Filho, em seu blog 

Em uma entrevista ao jornal paraense O Liberal no dia 15 de março de 2009, a senadora e então dirigente máxima da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu, expôs as estratégias fundamentais do latifúndio brasileiro para fazer a luta de ideias na sociedade. No fundamental, procurou apresentar a sua classe, historicamente arcaica e violenta, de forma mais palatável para aquilo que chamamos de opinião pública.

Naqueles dias, o governo da petista Ana Júlia (2007/2011) buscava enfrentar a grilagem de terras, o trabalho escravo e os crimes de encomenda, questões centrais do turbulento mapa agrário da Amazônia.

Tais medidas fizeram recuar, e muito, os assassinatos de lideranças sindicais e populares. Os índices só voltaram a ‘normalidade’ estatística com o governo tucano de Simão Jatene, mandatário máximo do Pará até os nossos dias.

O centro do discurso da senadora propunha a criação da Rede Social Rural e para isso buscava se apoiar na malsã experiência histórica da União Democrática Ruralista (UDR) e de antigos quadros políticos da grande propriedade rural do Sul do Pará.

O sentido e conteúdo da iniciativa dos ruralistas anunciavam uma nova etapa na contenda pela posse da terra no Pará e no Brasil, tal o nível maior de politização alcançado pela representação máxima do patronato rural tupiniquim.

As bases do discurso e da prática dos oligarcas do campo – da qual Kátia Abreu é um dos principais expoentes – procuram fazer a integração subalterna da agricultura brasileira aos mercados internacionais, com o risco de nossa soberania alimentar e fundamentaram-se, historicamente, com a premissa ideológica de ódio aos movimentos sociais, procurando com o apoio da mídia hegemônica, criminalizá-los.

Para eles, os herdeiros das Sesmarias, o problema é o povo e, concomitantemente, quem organiza a resistência popular e a civilizatória luta pela democratização da terra no Brasil, base indiscutível para nosso desenvolvimento duradouro.

O convite de Dilma para que Kátia Abreu assuma o Ministério da Agricultura cria uma tensão desnecessária com sua base social que, nas ruas e nas redes fizeram a diferença e asseguraram vitória na maior batalha política travada no país desde 1989.

Em 2009, procurando esmiuçar a tática do Agronegócio e estabelecer as necessárias conexões com a ocupação econômica da Amazônia é que escrevi o artigo abaixo:

As mãos que trabalham ou as botas que escravizam?

Por Paulo Fonteles Filho

Em uma extensa entrevista a um dos mais lidos jornais do Pará, no último domingo, 15 de março, a demo-senadora e dirigente máxima da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu, expôs com robustez as estratégias fundamentais do latifúndio brasileiro para fazer a luta de ideias na sociedade e, no fundamental, apresentar a sua classe, historicamente arcaica e violenta, de forma mais palatável para aquilo que chamamos de opinião pública.

No corolário de suas vociferações contumazes contra o movimento social camponês, leia-se MST, e contra a governadora Ana Júlia, a demo-senadora propõe a criação da Rede Social Rural, uma espécie de gabinete social sob a consigna de “Mãos que trabalham” e que funcionará em Redenção, sul do Pará.

O município escolhido pelos arautos da grande propriedade rural albergou, em 17 de maio de 1986, o surgimento em terras paraenses da famigerada União Democrática Ruralista – UDR e entre os convidados, o mais ilustre era o presidente da UDR de Goiás, Ronaldo Caiado, além dos prefeitos Arceline Veronese, do próprio município anfitrião e Orlando Mendonça, de Conceição do Araguaia, que foram denunciados pelo então Deputado Estadual Paulo Fonteles na tribuna da Assembleia Legislativa paraense como ávidos participantes de reuniões onde se confeccionavam as macabras listas de marcados para morrer, onde o próprio parlamentar e advogado de trabalhadores rurais teve sua vida ceifada um pouco mais de um ano depois, em junho de 1987.

O curioso é que a derradeira reunião que decretou o fim da UDR no sul do Pará aconteceu em inicios de março de 1991 e o patrimônio ativo e passivo daquela macabra organização fora transferida, como doação, para o Sindicato Rural de Redenção que sediará a propalada “agenda social” dos violentos liderados pela demo-senadora tocantinense.

As ações políticas do latifúndio, trombeteadas por suas lideranças nacionais, revelam uma posição de força, ofensiva, e de imediato precisam ser diagnosticadas e combatidas.

O sentido e conteúdo da iniciativa dos ruralistas podem anunciar uma nova etapa na contenda pela posse da terra no Pará e no Brasil, tal o nível maior de politização que engendra a representação máxima do patronato rural tupiniquim.

A atual ofensiva política e ideológica do latifúndio emana do eixo mais dinâmico e atuante do agrobusiness brasileiro, cujo modelo encontra-se em franca expansão, altamente capitalizado, e se dirige resoluto em direção à Amazônia, território decisivo para se custodiar qualquer projeto de nação.

O fato é que o agronegócio que é a nova indumentária para a mais atrasada estrutura da sociedade brasileira procura, analisando as experiências organizativas passadas, imprimir fôlego contra a histórica bandeira pela democratização das terras do Brasil.

E todos nós sabemos que a agenda pública fundiária não está sob a hegemonia da ótica dos trabalhadores, muito ao contrário, e para isso é só observar a tímida reforma agrária do governo Lula.

Mas, contraditoriamente, o atual mandatário dos destinos nacionais estabelece uma relação democrática com os agentes mais importantes da luta pela posse da terra no país e este aspecto incomoda, e muito, os setores mais recalcitrantes e xiitas do patronato rural brasileiro.

Analisando experiências passadas, a inteligência da moderna nomenclatura do latifúndio, me parece, vai buscando inspiração em uma das suas mais torpes criaturas que é a própria UDR.

A questão aqui não é de mera coincidência geográfica, mas de certo saudosismo por parte do latifúndio no sentido de reeditar a sua mais infame experiência de violações aos direitos humanos a partir da segunda metade do século XX.

E é claro que neste caso a história, em tendência, se repetirá como tragédia e sua maior vocação é intentar contra o próprio Estado Democrático de Direito no sentido de que um banho de sangue pode estar por vir, prática contumaz do latifúndio, antecedida por ameaças e verborragias como faz a demo-senadora Abreu da CNA contra os movimentos sociais e experiências de governos democráticos, como é o caso do Pará.

A questão tem centralidade porque se trata de memória revisitada, aos terríveis e dolorosos exemplos engendrados pela UDR na metade da década de oitenta do século passado.

A emergência daquela agremiação fascista estava ligada a duas questões novas para a sociedade brasileira de então, a Redemocratização, conquista histórica do povo brasileiro, depois de vinte e um anos de ditadura militar e o projeto de Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA) que o novo momento procurava engendrar.

É preciso que se diga que tal plano fora elaborado no início da Nova República, contando com a elaboração de conhecidas personalidades pró-Reforma Agrária e seu anúncio ocorreu no IV Congresso de Trabalhadores Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), em 1985.

O modelo preconizado durante o período dos generais buscou colonizar as fronteiras em favor do grande capital, nacional e estrangeiro, permitindo a expansão do latifúndio improdutivo em escalas galopantes através de vultosos projetos agropecuários e de “modernização” da agricultura brasileira a partir de milhardárias somas em créditos e subsídios estatais que imprimiam novas tecnologias para privilegiar o mercado externo, o que correspondeu a submissão de nossa política agrícola aos interesses estrangeiros.

Para se aplicar tal modelo houve uma intensa militarização da questão da fundiária no país e os custos sociais de tal política foram absolutamente desastrosos por conta da elevada exclusão social e, concomitantemente, dos conflitos gerados na luta pela posse da terra.

A UDR, portanto, surgiu como um instrumento daquilo que é arcaico e velho na luta contra o novo e mudancista.

Apareceu no cenário político brasileiro como uma radicalização e, sobretudo, como expressão maior da politização do latifúndio em face da elevação do nível da luta pela terra alcançada no país.

É claro que o surgimento daquela organização de sombria lembrança fez aparecer certas disputas e desequilíbrios com o tradicional patronato rural brasileiro por conta do papel de liderança de classe, logo, porém, foram dissipadas no curso das ações políticas das oligarquias rurais fruto de um maior nível de unidade dos endinheirados do campo.

O fato é que a UDR fez intensa propaganda através dos muitos leilões realizados que, para além da arrecadação de recursos que seguramente financiaram a liquidação de muitos lutadores do povo, serviam para atrair simpatizantes, sócios novos, além de infundir laços e convivência social, ou seja, valores de retesado apego à propriedade e ao poder econômico.

A grande arma daquela organização, porém, fora a militância de seus quadros e dirigentes, dotados por rigorosa disciplina capazes de intervir no curso dos acontecimentos do Brasil de então.

Do ponto de vista numérico, teria passado segundo o estudo da professora Sonia Regina de Mendonça, especialista no assunto e autora de “A classe dominante agrária: natureza e comportamento- 1964/1990” e publicado pela Expressão Popular, de 3 a 5 mil associados em junho de 1986 para cerca de 130 a 230 mil em novembro de 1987.

O lamentável disso tudo é que uma enorme parcela era formada por pequenos e médios proprietários conquistados pela UDR através da propaganda ideológica que reproduzia medo porque satanizava a Reforma Agrária, além, é claro da inabilidade de certos setores sectários que ocupavam ínfimas ou medianas propriedades rurais.

O fato é que o latifúndio tem grande capacidade e experiência política e organizativa e a ofensiva atual que faz prosperar têm como referência o modus-operandi já experimentados e amplamente conhecidos.

Afinal, tal acúmulo não data desde 1850 quando se constituiu o moderno mapa agrário brasileiro cuja expressão representou à vitória dos coronéis contrários as posições renovadoras de José Bonifácio, o Patriarca da Independência, que em 1823 já apresentava para a agenda política brasileira, quando dos debates de nossa primeira Constituição, a necessidade de mudanças estruturais como a democratização das terras e a abolição da escravatura?

O projeto de nação defendido pelo mais culto e conhecido dos Andradas o levaram à prisão e ao infortúnio do exílio no continente europeu.

As bases do atual discurso dos oligarcas do campo fundamentam-se a partir de odiosas manifestações contra os movimentos sociais, procurando com o apoio da grande mídia, criminalizá-los. Aqui o problema é o povo e, concomitantemente, quem organiza a resistência popular.

Procuram, portanto, impedir o novo, açodar o que é pujante e brota da consciência social avançada e têm em sua conduta mais lancinante e temerária a manutenção de uma estrutura que mais nos liga a um passado colonial que haveremos de superar pela própria necessidade histórica do desenvolvimento da civilização brasileira.

Afinal, o que está incluso nas provocações da demo-senadora Abreu, senão a contumaz e visceral violência do latifúndio com seus escravocratas e assassinos?

E as violações aos direitos humanos perpetrados pelos donos do poder no campo brasileiro já superaram, em muito, questões pontuais ou táticas, aparecem no limiar do século XXI como estratégia para manutenção e perpetuação do poder dos coronéis, velha lobos felpudos travestidos de cordeiros legalistas.

O que podemos esperar da “agenda social” dos grandes proprietários senão a agudização dos conflitos no campo?

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Comentários

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Cláudio

Sempre compreendi a necessidade de uma visão mais ampla(,) de conjunto em favor da tão propalada ‘governabilidade’ e/ou de um melhor governar ‘inclusivo’ de todos os setores da sociedade brasileira. Mas… Kátia Flávia “Exocet” Abreu simplesmente é intragável. Se acontecer, será sem o meu apoio. Ela vai implodir o governo, será um “Exocet” no Ministério. Como diria o Fausto Fawcett, Reaça Belzebu, Reaça Lucifer, Godiva do Sai-pra-lá.

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* . . . . **** . . . . Lei de Mídias Já!!!! **** … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. **** … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …

JC

NADA DE NOVO

Nada de novo debaixo do sol, já dizia o poeta Salomão, personagem bíblico tido como grande sábio e, segundo alguns, o terceiro rei de Israel. À luz do que se passou nos mandatos anteriores, com os sucessivos, vergonhosos e crescentes desrespeitos aos direitos do povo brasileiro por parte de FHC, Dilma e Lula, o (controverso) verso trazido ao Viomundo, por obra e graça de Franco, o Atirador, reflete no minimo a grande surpresa do povo brasileiro, eivada do mais profundo mal estar– disfarçado ou não. Pois que jamais deveria caber a direção dos destinos da agricultura do país – com os das pesquisas agronômicas – à Sra.Katia. A do veneno e dos transgênicos, parceira das oligarquias e das multinacionais que comandam o agronegócio. O tal que, através de miliardárias verbas e diferentes tipos de ajudas, todas feitas com o dinheiro do povo, ocupa nossas terras, destrói os nossos solos, contamina nossas águas, comida, ambiente e submete toda a agricultura brasileira – e os ganhos da pesquisa agronômica – a espúrios interesses anti-nacionais. E o modelo praticado pelo pequeno agricultor, pelos Sem-terra, pelos quilômbolas e que tem grilado milhões de hectares especialmente na Amazônia para venda a multinacionais. Assim, mais uma vez, a agricultura familiar que poupa o ambiente, respeita a qualidade de vida, e que responde pelo alimento das nossas mesas. será soterrada, marginalizada pelo (des)governo que já se inicia. A raposa guardará o galinheiro, como afirmou em discurso o notável patriota Senador Roberto Requião a propósito do convite ao Sr. Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Ao grande capital, ao ‘mercado’, caberão até as chaves do cofre com a designação que a ele cabe do Secretário do Tesouro. Mais do que nunca, mesmo como alvo da pelegada submissa e mercenária disfarçada de patriota, que tenta vender o errado como certo, deve ser ampliada e fortificada a luta por um ministério qualificado de acordo com as necessidades do País, pela Lei dos Meios, devida atenção aos Sem-terra e outros graves problemas agrários, e intransigente respeito ao patrimônio do povo.
Ao final como esquecer este excelente artigo do Paulo Fonteles Filho , verdadeiramente digno de uma Antologia do Patriotismo? Parabéns ao autor pelo escrito – e à equipe do Viomundo por ampliar pela blogosfera destaque que ele bem merece!
Um abraço do,
JC

    JC

    Em tempo, com minhas desculpas:

    Aonde se lê deve ser lido Abs,

    JC

    JC

    Peço desculpas por voltar mais uma vez, abusando da paciência dos editores e leitores do Viomundo mas de fato não entendo o que se passou! Por favor onde se lê “ E o modelo praticado pelo pequeno agricultor, pelos Sem-terra, pelos quilômbolas e que tem grilado milhões de hectares especialmente na Amazônia para venda a multinacionais. “, peço corrigir para “ E tenta aniquilar o modelo da agricutura familiar praticado pelo pequeno agricultor, pelos Sem-terra, pelos quilômbolas e que tem grilado milhões de hectares especialmente na Amazônia para venda a multinacionais. “ Abs,
    JC

Vlad

A musa da UDR reelegeu-se com o apoio do PT, apoiou explicitamente Dilama, digo, Dilma, na campanha e ajudou o PT a sabotar o programa de Marina Silva.

Agora ficam aí os petecanos chapas-brancas se fazendo de surpresos e indignados.

http://www.jornalopcao.com.br/tocantins/pt-tem-o-compromisso-de-ajudar-reeleger-senadora-katia-abreu-12074/

http://www.jornalopcao.com.br/tocantins/pt-tem-o-compromisso-de-ajudar-reeleger-senadora-katia-abreu-12074/

pedro – bahia

Além de Kátia, vamos ter outra surpresa desagradável: Henrique Eduardo Alves, sem mandato a partir de janeiro e derrotado para governo em seu estado, será o Ministro da Previdência! Não me surpreenderia também se Geddel Vieira Lima viesse a ser convidado para retornar ao Ministério da Integração. Será?!

Rose PE

Dilma quer repetir os mesmos erros cometidos no México pelo PRI, para se manter no poder cede a tudo e todos, é realmente um tiro na nossa esperança de mudança.

J.Carlos

Espero que as manifestações dos Movimentos dos Sem-Terra iniciadas no RS se ampliem para todo o Brasil em protesto contra a possibilidade da nomeação da ultraconservadora de direita para o Ministério da Agricultura. O que ela tem a ver com o governo Dilma?

Aristofanes Carneiro

Li todos os comentarios Senhores
Aqui do Piauí considero Katia Abreu a maior descoberta política dos últimos 15 anos,o que essa senhora brasileira tem feito pelo Brasil é algo extraordinário e unico,reconhecida internacionalmente pela defesa dos produtos brasileiros,em foruns que o governo brasileiro se ausentou,foi agraciada por um elogio da maior associação de classe de produtores americanos” é uma lider dessa que os produtores americanos precisam”.Acho que os senhores precisam ler o que essa senhora faz pelo Brasil.Parabéns Dilma!

    renato

    Ela esta mais para mascate.
    Lula fez mais do que ela..
    Esta seenhora não gosta do POVO
    BRASILEIRO.
    Quem vota nela, grilheiros, assassinos de indios,
    pessoal que expulsa quilombolas, gente que tem
    vastidões de terras sem uso e com arame farpado.
    (Não é verdade???, a VEJA não fala a verdade).
    Não bate com nossa Politica..
    E falava mal de LULA, desconstruindo sua imagem
    todo o dia no Senado..
    Se isto ocorrer, abandono meu amor pelo PT, DILMA e LULA.
    Acharei uma das maiores traições para com o POVO que votou
    em Dilma neste ultimo pleito.
    Nem por isto, vou para DIREITA, que é um lixo como POLITICA.

Sérgio

Parece que Dilma foi eleita apenas “rainha da Inglaterra”, mas quem vai
governar de fato é o PSDB e seus aliados. Terá a Presidenta abdicado de
seus poderes para realizar o que prometeu em sua campanha? A função da
soberana será apenas de mitigar os sacrifícios que o governo de fato ten-
tará nos impor? Quem será o chefe desse governo que não foi eleito? A quem os ministros prestarão contas?

Otto

É por causa da tal de governabilidade.

Sergio Santos

Depois dessa nomeação (parece que já sacramentada), creio que os perdedores somos nós, brasileiros que acreditam que o governo Dilma em sua segunda edição aprofundaria as reformas estruturais e reduziria a desigualdade social ainda mais. Nomear essa senhora para um ministério é um tiro de canhão no pé. Estou desmoralizado frente aos meus colegas direitistas eleitores do PSDB. Francamente, Sra. Presidenta… ainda está na hora de rever essa escolha; não caia no canto da sereia da direita; lembre-se das nomeações desastrosas do PT no caso dos ministros do STF; não cometa o mesmo erro.

Miguel F

Os vendedores de motosserras estão comemorando!

renato

Nunca na VIDA que esta mulher vai fazer parte deste Governo.
Estão de brincadeira…
DILMA, jamais arrumaria uma briga destas com quem batalhou até agora.
Os Blogueiros vão perder, toda ou quase toda sua audiência.
Só vão ficar com os de direita, enchendo os seus sacos..

Sta. Catarina

Ainda prefiro ser otimista no sentido de crer que a presidente sabe o que está fazendo. Entretanto, ela não pode esquecer que quem a elegeu foi o povo e não o mercado.

Espero não ficar desapontado nesta gestão, mas estou com uma pulga atrás da orelha. Tudo que está acontecendo na reforma ministerial mais o fato do governo não agir contra denúncias poderão fazer o PT perder o governo nas próximas eleições. E a culpa será toda dele.

    Caracol

    Já eu, Santa… estou com uma orelha atrás da pulga.

Mauro Assis

Já foram escolhidos uns 5 ministros e por enquanto o PT ainda não emplacou nada… será que vai sobrar só a Igualdade Racial e quetais?

Quando eu escrevo que eleger a Dilma pro PT é pior do que eleger o PSDB ninguém acredita. Pelo menos nesse caso o PT seria oposição e poderia agir como tal. Ficar de fora do poder e ainda ter que aplaudir… brincadeira!

Wendel

Calma galera, estamos apenas começando !!!
As ilações sobre o que será a composição do Ministério da Dilma, não ajuda, só atrapalha nossa atuação aquí na Rede, pois se a elegemos com o compromisso de continuar e manter os ganhos sociais, os empregos e o crescimento, devemos lhe dar algum tempo!
Sobr os nomes que estão sendo anunciados, devemos refletir de que ao ser eleita, ela se tornou presidenta de todos os brasileiros, os santos e os não tão santos !!!
Assim, deve ela governar, transigindo, dialogando, e cedendo até onde for possível, mas evitando comprometer o principal do programa, tal qual Lula fêz!
Não podemos ficar pautando seu governo aquí na Rede, e eles, os perdedores, que a principio podem estar pensando que ela ira governar de acordo com o tal “TRIPÉ”, podem baixar a bola, pois é claro que isto seria a traição.
Mas…., tenham calma, senão estaremos fazendo o jogo dos perdedores !!!!!!

    Edgar Rocha

    Valeu, Wendel. Argumentação revigorante.

    Vai chover hoje??? Tá faltando água em São Paulo. Preciso aguar minhas plantas.

    Catarina

    Não sei se dá pra ter tanta calma. É preciso que quem se mobilizou pra ajudar a elegê-la, se manifeste e cobre coerência. Ter que negociar e ceder, isto é certo, mas daí a colocar uma pessoa que é representante de interesses diametralmente opostos ao pilar da justiça social é demais. É preciso que a gente demonstre descontentamento para evitar esse tipo de concessão e de retrocesso.

    Isabela

    Duas observações: fiquei mesmo de “orelha em pé” quando vi a Katia Abreu participando do horário eleitoral do PT. Por outro lado, em artigo de Carta Capital, meses atrás, a própria se incomodou com a força do grupo RBS diante do controle do mercado de carnes no Brasil: a própria Dilma figurou no artigo como defensora da exportação de carne pra Rússia, quando articulou com Putin a compra de material bélico “em troca” de garantias de exportação de carne praquele país; comentei, desgostosa com uma amiga professora da Administração de empresas sobre esse tema: ela defendeu o governo argumentando que isso é política internacional, tão necessária pro nosso PIB. Friboi foi financiadora de campanha e blábláblá… o buraco é mais embaixo, mas tudo vale em prol da governabilidade??? A presidenta teria peito se colocasse Stédile na pasta…rss… Pra onde vamos? Não sei mesmo, mas ainda defendo esse governo, apesar das dúvidas todas que pairam no cenário político nacional…

    Roberto L.

    Wendel, eu vou aguardar o anúncio dos ministros das pastas as quais o PT ocupa, se a Dilma não indicar o oposto de um Cardozo pro Min. da Justiça, se não indicar um oposto do Paulo Bernardo pras Comunicações (Secom inclusa), pro MinC e fizer uma boa composição pra Fazenda, Bacen e Min. do Planejamento, aí sim cabe a militância cobrar e fazer barulho sobre esse governo.

    Ministérios que o PMDB tinha direito é disso aí pra pior, mas dá pra entender (apesar de não gostar), mas a manutenção de um Cardozo, de um Bernardo, de gente desse tipo em pastas do PT eu não vou tolerar não. Não só eu como o povo de esquerda/centro-esquerda que votou e elegeu ela e foi às ruas pra isso.

    Sim, nós sabíamos que depois da tragédia reaça pro congresso (a eleição em peso da reaçada) a vitória de Dilma seria apenas um contraponto modesto ao que se passou, mas o PT que não repita de novo os erros dos últimos 8 anos, de se aproximar do povo na eleição e depois fazer de conta que ninguém existe, aí o povo insatisfeito vai às ruas e o PT fica se perguntando “o que é que se passa”.

    Em que pese as marchas de 2013 terem se tornado marchas reaças (foram insufladas pelos reaças), aquilo só foi possível porque havia uma insatisfação em setores populares de esquerda com o governo. Que o PT tenha aprendido a lição de 2013 ou 2018 os tucanos ou outro lixo virão com tudo e o pior, com um governo capengando até lá.

    Acho perigoso certos discursos pelegos que tenho visto, defendendo toda atitude equivocada do governo e querendo agredir quem se opõe a isso, essa militância caduca, aduladora do PT, que só sabe defender toda e qualquer ação do governo, já queimou o filme do partido muito esses anos, que se manquem e deixem que a turma mais nova toca o barco daqui pra frente, até porque não é possível fazer política com quem não dialoga ou não sabe dialogar.

    Gerson

    Falou tudo Roberto L! Da minha parte vou esperar o anúncio oficial, mas se os nomes que estão sendo anunciados se confirmarem (Kátia Abreu é demaisssssssss), e não ocorrer mudanças nas áreas de comunicação e justiça, eu tiro meu time de campo. Se continuar nessa toada, o governo Dilma irá se afastar de quem a elegeu, e nunca será aceito pela direita facista. Mas vou esperar quarta-feira.

Lukas

Um pouco atrasao, eu sei, mas gostaria de parabenizá-los pela vitória nas eleições presidenciais.

Edgar Rocha

Opa, opa! Acho que alguém não aprendeu a lição. Que dizer???? Traição?!

Ganhou no Norte e Nordeste e chama “pragmaticamente” a maior representante do ruralismo colonial pra Ministério? Eu li direito???? Dilma CONVIDOU a criatura pra ser ministra???? Não foi indicação dos “aliados”? Não! Foi um CONVITE!

Estamos ficando sem opção em argumentos pra sublimar as rasteiras históricas em nome da governabilidade. O Lula foi bater na porta dos sindicatos pedindo apoio. Quem será o próximo Ministro do Trabalho, hein?! Falaram em apoio aos Grupos por Direitos Humanos… quem vai presidir a CDH? Bolsonaro???? Quem a Globo vai sugerir para as comunicações? Já é certo que será o futuro ministro, claro.

Se estas previsões se realizarem já estarão com o discurso na ponta da língua pra coagir a militância: é todo mundo Lobão! Todo mundo é Roger. Quem reclamar é reaça e fascista. Boa estratégia, viu. Vai funcionar. Tomar no rabo, levar rasteira, aceitar retrocesso, companheiro morrendo no meio do mato, até aí, tudo bem. Mas, ser comparado ao Lobão, ao Roger… aí, não. Petista nenhum vai querer sofrer esta dolorosa acusação!!! Em nome da governabilidade, Kátia Abreu é mesmo o melhor. E ponto final.

    Roberto L.

    Edgar, o pior é que esse “argumento” já não cola mais e já vi gente fazendo. É bom esse pessoal baixar a bola (uma parte é bem pedante, eu me seguro pra não ter atrito, responder grosso de volta) e escutar mais as queixas do povo e dialogar com isso. Essa militância velha do PT já fez muito estrago esses anos queimando a imagem do partido com o ato voluntário de autismo político não querendo ouvir ou dialogar com ninguém, a não ser rotular todo mundo como “golpista” e de direita. Tive discussões não muito agradáveis na eleição com esse tipo de militante e acho nocivo pro PT manterem esse pessoal com a mesma postura autista e pedante repetindo que “em nome da governabilidade” vale tudo.

    Tem limite até pra isso, certos nomes não devem ser aceitos e pronto. Não chega a ser necessariamente esse caso pois é uma pasta do PMDB, mas se rolar nas do PT e em pastas que o partido pode mexer, as críticas da esquerda/campo progressista serão legítimas.

    Roberto L.

    Já vi gente “de esquerda” falando que é pelo “governo” e que “movimentos sociais” não representam. Esse é o caso que citei de militância caduca ou de pelego que já não sabe mais o que está em disputa. Ninguém sério de esquerda solta uma pérola dessas, cansei desses “militantes” defendendo acriticamente o governo, isso é maléfico pro próprio governo.

    Defender o governo Dilma do ataque do PIG é uma coisa, todos fazemos (a maioria), concordar com a direita mais abjeta do país não está em discussão. Se a única coisa que essa militância caduca sabe defender é capitulação pra direita, é melhor eles desistirem da política pois dessa vez haverá disputa por hegemônia ideológica na esquerda contra esta postura covarde deles que levou a esse estado de coisas atual com os fascistas saindo da toca.

FrancoAtirador

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“Nada de Novo Debaixo do Sol”

Se o nome for confirmado, a Presidente sinalizará continuísmo:

O Ministério da Agricultura prosseguirá em mãos dos Ruralistas,

enquanto o Ministério do Desenvolvimento Agrário ficará com a DS.
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.
“Vaidade de Vaidades, diz o Pregador,
Vaidade de Vaidades! Tudo é Vaidade!

Que proveito tem o homem,
de todo o seu trabalho,
que faz debaixo do sol?

Uma geração vai,
e outra geração vem;
mas a terra
para sempre permanece.

Nasce o sol, e o sol se põe,
e apressa-se e volta ao seu lugar
de onde nasceu.

O vento vai para o sul,
e faz o seu giro para o norte;
continuamente vai girando o vento,
e volta fazendo os seus circuitos.

Todos os rios vão para o mar,
e contudo o mar não se enche;
ao lugar para onde os rios vão,
para ali tornam eles a correr.

Todas as coisas são trabalhosas;
o homem não o pode exprimir;
os olhos não se fartam de ver,
nem os ouvidos se enchem de ouvir.

O que foi, isso é o que há de ser;
e o que se fez, isso se fará;
de modo que nada há de novo debaixo do sol.

Há alguma coisa de que se possa dizer:
Vê, isto é novo?
Já foi nos séculos passados,
que foram antes de nós.

Já não há lembrança das coisas que precederam,
e das coisas que hão de ser
também delas não haverá lembrança,
entre os que hão de vir depois.

Eu, o pregador, fui rei em Jerusalém.
E apliquei o meu coração a esquadrinhar,
e a informar-me com sabedoria
de tudo quanto sucede debaixo do céu;
esta enfadonha ocupação
deu Deus aos filhos dos homens,
para nela os exercitar.

Atentei para todas as obras
que se fazem debaixo do sol,
e eis que tudo era vaidade
e aflição de espírito.

Aquilo que é torto não se pode endireitar;
aquilo que falta não se pode calcular.

Falei eu com o meu coração, dizendo:
Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria
a todos os que houve antes de mim em Jerusalém;
e o meu coração contemplou abundantemente
a sabedoria e o conhecimento.

E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria
e a conhecer os desvarios e as loucuras,
e vim a saber que também isto era aflição de espírito.

Porque na muita sabedoria há muito enfado;
e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.”

Salomão, em “O Eclesiastes”

(http://ie8.bibliaonline.com.br/acf/ec/1)
(http://www.bibliaon.com/eclesiastes)
.
.

    Mário SF Alves

    Admirável.

    Lembrou-me um dos pré-socráticos.

De Paula

A Katia Abreu é a “vela ao diabo”.

    renato

    E alguem quer acende-la!!!!!
    Fogo no rabo é melhor..

Carina

Kátia Abreu como ministra? Que decepção!

Urbano

Colocar-se a kátia abreu no Governo PT é para desmoralizar e achincalhar a todos nós que nos empenhamos em defender quase sempre o mesmo.

Marcelo

http://youtu.be/WHdb3WhlTqU

Rodrigo

Queriam um banqueiro na Fazenda e agora puseram uma ruralista na Agricultura.

Começaram bem. Agora só falta o Bolsonaro na Secretaria de direitos humanos.

    Mário SF Alves

    Rodrigo (Leme?), exagerar e forçar a barra à direita é seu norte e pescar incautos, quem sabe, seu forte. Não aqui, porém. Felizmente.

    Rodrigo

    Não me confunda com ele, e aprenda o que é ironia.

    Abraços.

    Mário SF Alves

    Rodrigo, desculpe-me pelo Leme.

    Já, quanto a dita ironia, pareceu-me mais com provocação.

Nelson Sales e Silva.

Tá aí um nome que deve ser aproveitado no governo . Ciro Gomes tem dado demonstrações não so de lealdade como de capacidade.

Sérgio Fernandes

Começamos muito mal na agricultura. Esta escolha nao me agradou. Lastimavel.

C.Paoliello

A ameaça que está pairando sobre a democracia brasileira, com sinais de que a presidenta reeleita pode ceder às pressões dos derrotados e colocar direitistas de vários matizes em posições importantes do governo, torna ainda mais premente a formação de uma frente progressista que impeça o retrocesso democrático. Cid Gomes, Breno Altman e, agora em memorável editorial, Saul Leblon, pregam o que salta aos olhos dos que apoiaram Dilma, ou seja, é preciso uma sólida frente, confiável politicamente, para que a agenda derrotada nas eleições não prevaleça.

http://www.cartamaior.com.br/?/Editorial/O-mal-estar-com-o-Brasil/32267

    leandro

    Tomara. O BRASIL precisa endireitar e retomar o caminho do crescimento.

    Julio Silveira

    São por leituras como essa que a politica fica cada vez mais canalha. Se o principio basico da politica fica corrompido imagina o que se pode esperar na correção da cultura. Cada vez mais passo a acreditar que a corrupção financeira no Brasil é o menor dos males e apenas a ponta de um grande iceberg onde a hipocrisia, a desfaçatez, a falta de respeito e indignidade politica ficam submersos.

    leandro

    vc deve ser complacente com o roubo e a corrupcao; desmoaralizaram e destruiram o brasil

    Gerson

    Leandro, onde você estava na doação criminosa e lesa pátria da Vale do Rio Doce? Onde você estava na construção do gasoduto Brasil-Bolívia pelo FHC? Onde você estava no escândalo do SIVAM? Onde você estava na compra da reeleição? Onde você estava no mensalão do PSDB ou do DEM? Onde você estava nesses 20 anos de Trensalão paulista? Acordou agora foi? Ou estava só vendo novela e JN da Rede Bobo e lendo a NâoVeja? Ou é má fé política mesmo?

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