Estudantes cariocas contra ensino da privataria na escola pública

Tempo de leitura: 3 min

Rio de Janeiro, 04 de março de 2013

CARTA ABERTA DOS ESTUDANTES DE PÓS-GRADUAÇÃO DO INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL DA UFRJ AO PREFEITO EDUARDO PAES

Os estudantes de pós-graduação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro vêm, por meio desta, manifestar repúdio à iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro em comprar e distribuir o jogo Banco Imobiliário: Cidade Olímpica nas escolas municipais da cidade.

Baseando-nos no conjunto de leis que estabelecem as diretrizes gerais da educação e da política urbana no Brasil, concluímos que esta atitude foi orientada por interesses políticos e econômicos que não estão comprometidos com o amadurecimento crítico dos jovens cariocas.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação determina, em seu parágrafo segundo, que “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

O brinquedo em questão não contribui com a formação intelectual e cidadã dos educandos acerca do espaço urbano do município do Rio de Janeiro. Ao invés disso, o jogo praticamente naturaliza a competitividade para a acumulação e a especulação imobiliária quando, em sua dinâmica, gera expectativas de ganhos econômicos a partir de intervenções urbanísticas realizadas pelo Estado.

Afora isso, ele ainda exalta as obras realizadas pela atual gestão municipal, caracterizando-se como um instrumento de propaganda política, despreocupado em disseminar entre os discentes da rede municipal um entendimento das reais condições urbanas de moradia e do uso de equipamentos públicos nas diferentes localidades da cidade mencionadas pelo brinquedo.

Questionamo-nos: Por que em uma atividade lúdica sobre a cidade em que os alunos vivem, realizada nas dependências escolares, o princípio do “preparo para o exercício da cidadania” está confundido com princípios que orientam e regulam os mercados capitalistas? Por que não se desenvolveu um jogo que buscasse propagar princípios básicos do Estatuto das Cidades, já que esse “estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental”?

O jogo estimula o educando a entender a cidade como um espaço exclusivamente mercantil. A “compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade” são apresentados de forma a impor uma ideologia baseada na competição e na acumulação individual de bens materiais.

A solidariedade humana e a atuação em prol do coletivo (como previsto no Estatuto das Cidades) são substituídas por valores individuais. A cidade é informada como sendo mero espaço de acumulação, na qual os problemas resumem-se aos meios para a valorização dos imóveis particulares. O “aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico” (LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO) são, portanto, contrariados, considerando-se as diretrizes básicas da educação e da política urbana no Brasil.

Por fim, o brinquedo não estimula a criticidade e a competência na resolução de problemas reais no ambiente urbano brasileiro, como a desigualdade no acesso à infraestrutura social, aos serviços públicos e à moradia digna. Ele conforma um discurso ideológico que apresenta um modelo de cidade, resultante de um projeto político e econômico de um determinado grupo dominante, como natural e inquestionável aos educandos, ignorando os conflitos que se dão no espaço urbano em torno da luta por condições dignas e igualitárias de moradia e acesso aos equipamentos públicos de uso coletivo.

Isto posto, tendo como base os Artigos 32º e 35º da Lei de Diretrizes e Bases da educação, que dispõe, respectivamente, sobre a finalidade do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, e o Estatuto das Cidades, que estabelece as diretrizes gerais da política urbana, concluímos que a iniciativa de utilizar tal jogo nas escolas é inadequada e nociva para a formação cidadã dos educandos.

Assim, reafirmamos o nosso repúdio e indignação quanto à distribuição do jogo Banco Imobiliário: Cidade Olímpica nas escolas da cidade do Rio de Janeiro.

Assinado: Estudantes de pós-graduação do IPPUR/UFRJ 

Leia também:

A chocante distribuição de renda nos Estados Unidos


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Comentários

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Guanabara

A verdade é que no país inteiro não há um projeto de formação de sociedade, e, sim, de mercados consumidores.

Eduardo Paes está no seu 2º mandato, e o samba já anunciava que as águas de março fecham o verão. Entretanto, 3ª feira, 5 de março de 2013, a cidade ficou debaixo d’água, com ruas alagadas, falta de luz e de transporte. A Praça da Bandeira fica inundada desde que me entendo por gente quando nessas situações e, dessa vez, não foi diferente. Passou César Maia por 3 vezes, Luiz Paulo Conde e Eduardo Paes, e a Praia de Botafogo ainda fica submersa quando sob chuva forte. As reportagens (?) da Globo em momento algum entrevistaram o prefeito ou qualquer secretário de seu governo para dar explicações. Me lembrou muito quando começaram os tiroteios em SP e simplesmente sumiram com Alckmin de qualquer telejornal.

Temos um povo adestrado a não reclamar, a obedecer e a se indignar somente com o que ouvem da boca do William Bonner, seja verdade ou não.

Urbano

A marca do cabral não é muito diferente da dos tunganos não.

ricardo silveira

Muito bom! A escola tem que se manifestar, a educação tem que ir às ruas.

    Thiago H. de Sá

    Azenha, por favor, publique no Viomundo a maravilhosa carta aberta à comunidade uspiana das renomadas professoras Lilia Schwarcz e Maria Helena Pereira Toledo Machado sobre a proposta canhestra do governo estadual e da USP para a ‘inclusão’(sic) social de alunos baseada justamente no modelo americano segregador e desigual. Abs

    ====================================================

    Para a comunidade Uspiana:
    Foi com preocupação que tomamos conhecimento do projeto PIMESP
    (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista),
    enviado aos docentes no dia 21 de fevereiro do corrente. Nosso
    primeiro estranhamento se justifica pelo fato das Congregações e
    Conselho Universitário de nossa universidade terem apenas começado a
    discutir o assunto estratégico das cotas sociais e étnico-raciais
    apenas nos últimos meses. Em nossa faculdade, a FFLCH, por exemplo, na
    qual se encontram os principais estudiosos da USP a respeito do
    problema da inclusão universitária, a Comissão de Discussão de Cotas
    Raciais teve oportunidade de apresentar apenas uma primeira reflexão
    no mês de novembro e fomos já surpreendidos por um projeto que se
    afirma pronto, e frente ao qual somos instados a nos posicionar no
    prazo máximo de 30 dias. Certamente sabemos que nossa universidade,
    assim como todo o sistema público de ensino superior do Estado de São
    Paulo, está bastante atrasada, quando comparada a outros centros e
    instituições, no que se refere à produção de uma reflexão e na
    gestação de projetos que se destinem ao acesso mais amplo à
    universidade pública. No entanto, tal situação não justifica que após
    anos de silêncio, sejamos levados a tomar decisões de afogadilho e que
    podem incorrer exatamente nos problemas que queremos corrigir.
    Chama a atenção o fato do projeto não trazer autoria definida, o que é
    estranho em se tratando de uma proposta de tal envergadura, que deverá
    ser discutida pelos principais produtores de conhecimento, a respeito
    do tema da desigualdade social e racial existente em nosso estado.
    Além do mais, os dados apresentados profusamente ao longo da proposta
    não estão certificados por referências à sua origem. Assim, persistem
    dúvidas a respeito das fontes e metodologias que embasaram o projeto
    em tela.
    Além do mais, uma leitura inicial do projeto veiculado pelo CRUESP
    mostra que este apresenta ainda falhas de digitação e de revisão,
    sugerindo um texto mais apressado, e certamente não em sua forma
    final. A impressão de ser este apenas um projeto preliminar, que deve
    ser justamente discutido e revisto de maneira exaustiva pela
    comunidade acadêmica das universidades paulistas, entendida de maneira
    ampla, se consolida quando passamos à análise do conteúdo do projeto.
    A primeira parte do projeto, “Alguns dados”, merece reflexão, pois
    comprova a existência de ampla exclusão de alunos oriundos da escola
    pública e, entre estes, especialmente os PPIs (pretos, pardos e
    indígenas, seguindo as categorias do censo nacional) dos nossos bancos
    universitários. Em nosso entender, a proposta do PIMESP apresenta,
    nesse sentido, uma série de propostas não desenvolvidas a contento as
    quais correm o risco de, como já adiantamos acima, ao invés de abrir
    caminho para a diminuição das desigualdades sociais e raciais
    presentes nas universidades públicas paulistas, aprofundá-los.
    Dentre os problemas chamamos a atenção para 4 questões:
    1. O termo “Community College”, que aparece reiteradamente ao longo do
    PIMESP como modelo para o Instituto Comunitário de Ensino Superior
    (ICES), está sendo utilizado de maneira bastante dúbia. Não parece
    acertado que a USP, centro de excelência de pesquisa internacional de
    nosso país, se aproprie de maneira inadequada de um modelo de ensino
    superior que em nada se coaduna com as reais necessidades de inclusão
    do contexto paulista, nem reflete a estrutura do ICES. Os “Community
    Colleges” são faculdades de cursos mais curtos, normalmente de dois
    anos, voltados para a capacitação profissional rápida de seus alunos,
    que saem formados e diplomados em carreiras tais como contador,
    secretária executiva, assistente jurídico (paralegal) etc… Ao
    contrário da formação técnica do “Community College”, o ICES do PIMESP
    se propõe a oferecer cursos gerais, voltados para a complementação da
    escolarização média e para a “formação sociocultural superior para
    exercício de cidadania na sociedade moderna”. Ora, se queremos de fato
    enfrentar as desigualdades devemos começar a tratar o jovem de baixa
    renda e os PPIs, provenientes da escola pública, como cidadãos que
    merecem e exigem, não uma extensão do ensino médio num formato
    paternalista, que têm como objetivo formar cidadãos. Este aluno não
    merece ser tratado como um indivíduo que precisa ser diferenciado para
    só depois poder frequentar nossos bancos universitários, em cursos
    generalistas, que apenas os colocam em novos espaços de exclusão. O
    que este aluno almeja é poder participar da vida universitária real de
    nossos campi, de maneira plena e cidadã. Imaginar que o aluno de
    escola pública e de baixa renda e os PPIs precisam de um curso
    intermediário como esse significa não analisar o grau de inserção dos
    alunos que vem entrando em outras escolas pelo sistema de cotas e que
    não precisaram desse tratamento desigualado. Tal postura distancia o
    nosso ensino público da direção tão almejada por todos nós da
    diminuição das desigualdades sócio-raciais.
    2. Em segundo lugar, é importante sublinhar que alunos da escola
    pública e os PPIs fariam este curso, em grande parte, à distância.
    Assim, ficariam eles, por pelo menos mais dois anos, excluídos
    fisicamente da frequência e da utilização de nossas instalações. Não é
    difícil imaginar que teríamos uma USP predominantemente branca e
    notavelmente elitista contraposta a uma USP virtual, onde alunos de
    escola pública, de baixa renda e PPIs, ficariam em espaços separados.
    3. O sistema UNIVESP de ensino à distância que surge no PIMESP como
    ferramenta essencial para a realização do projeto é um sistema que já
    foi duramente criticado pela comunidade universitária e que andava,
    nos últimos anos, não sem razão, escanteado. O ensino à distância pode
    ser eficaz e estratégico para atingir metas educacionais quando
    aplicado a populações de difícil acesso geográfico ou físico
    (população hospitalar e carcerária, por exemplo). Nada justifica a
    implantação, porém, desse sistema para tratar com jovens alunos, que
    são justamente carentes das benesses que só a convivência
    universitária pode trazer. Que sentido teria oferecermos um curso
    presencial de excelência em nossos campi quando mantemos jovens também
    universitários de baixa renda e PPIs segregados em bairros periféricos
    da cidade de São Paulo e no interior, acessando a universidade apenas
    ou majoritariamente pela internet?
    4. Finalmente, após um ou dois anos, o PIMESP considera a
    possibilidade do aluno “incluído” ingressar na universidade real,
    “respeitando o mérito acadêmico e de acordo com as ofertas
    apresentadas”. O PIMESP, portanto, não oferece nenhuma garantia de
    acesso desse aluno ao sistema universitário integral.
    Frente a problemas, consideramos premente a dilatação desse prazo para
    que ocorra uma efetiva abertura de um amplo debate público na USP – e
    nas universidades públicas paulistas em geral. Isso para que não
    sejamos alijados de um amplo e necessário processo de democratização e
    inclusão no ensino superior, meta que hoje o Brasil enfrenta como seu
    grande e mais profundo desafio.

    Lilia Schwarcz
    Professora Titular
    Departamento de Antropologia
    Global Professor
    Universidade de Princeton

    Maria Helena Pereira Toledo Machado
    Professora Titular
    Departamento de História
    Universidade de São Paulo

Leonardo Meireles Câmara

Será que esse escroque e o cabralzinho estão levando algum com essa bolha imobiliária carioca? Será?

Márcio Gaspar

No youtube há uma sátira bem humorada sobre esse jogo:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=tH8aKo4y_Eg

JoãoP

Nenhuma surpresa, olha quem é a Secretária Municipal da Educação; Claudia Costin!!
Tucaníssima, ligada ao paulo renato (com minísculas!), já foi Vice-Presidente da Fundação Victor Civita…é que há de mais deletério em Educação!
Parabéns aos alunos da UFRJ, lição de Cidadania.

    Luís

    Parabéns mesmo aos estudantes da UFRJ. Só que é bem capaz que os revolucionários de sofá do feissibuqui, aquele distinto pessoal que está tentando derrubar o Renan Calheiros, com compartilhamento de imagens e assinaturas de abaixo-assinados da Avaaz e com a bunda grudada na cadeira, vão chamar os estudantes de vagabundos-terroristas-maconheiros-que-atrapalham-o-trânsito.

Valdeci Elias

O governo, não pode só dar o jogo aos alunos. Ele tem que capacitar os professores, nas regras do jogo. Para os professores poderem ensinar os alunos, e acompanharem o desenvolvimento das partidas. Se não corre o risco dos alunos não usarem o jogo, e o dinheiro ser gasto em vão.
Uma pergunta:
O jogo, vai ser usado na sala de aula, ou no recreio ?

jaime

Para Eduardo Paes, o governo do município é uma atividade lúdica. Cariocas desde sempre fizeram questão de divulgar essa maneira lúdica de encarar a vida – não apenas durante o Carnaval. Bom, tudo tem seu bônus e seu ônus.

CNunes

o próximo passo vai ser distribuir o War: Favelas
– o seu objetivo é colocar 50 unidades de UPP em Vladvostok ou na favela do alemão….

    Paskyn

    CNunes, perfeito!

renato

Interessante o olhar dos jovens estudantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Não só interessante, como instrutivo do ponto de vista educacional.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação determina, em seu parágrafo segundo, que “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Ótimo!
Mas onde estava a sociedade quando a prefeitura fez o projeto, que muito provavelmente, foi estudado por alguém da Educação,da Politica ( somos seres políticos),que tentaram acertar. MAS fizeram, só não podem desviar dinheiro. O brinquedo Banco Imobiliário é sim um brinquedo legal a princípio, tem dinheiro de brincadeira, mas é um jogo enfadonho, que depois fica entupindo armário, e o dinheirinho fica espalhado na casa, os dados desaparecem e em muito pouco tempo já era.
Acho que as crianças tem o direito de brincar, em minha época era brinquedo de rico. E até na brincadeira, nós os pobres, Nunca conseguíamos comprar o Leblon, perdia tudo e saia devendo.
Vamos chutar bola! lá nos ganhávamos.

Mário SF Alves

É… eles são mestres nisso. Na democracia mídio-tutelada que temos, uma dos primeiros brinquedinhos que nos “deram” foi o Show da Xuxa. E… como se não bastasse, evoluíram, hoje temos o Zorra Total, o Casseta & Planeta e por aí vai. Evoluíram tanto que se assumem descaradamente como escancarado governo paralelo. E pior ainda têm a pachorra de falar em educação. Durma-se com um barulho destes.
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Tudo, tudo, produto pronto e acabado da referida tutela. No entanto, sabemos, não é mal exclusivamente nosso. Rupert(s) Murdoch(s) pululam pra tudo quanto é canto. Só quebram a cara nas terras da rainha.
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Saudades do Chico Anísio.

mariazinha

Pois é. Sinto que o RJ foi invadido:o demônio capitalista invade as almas. Os Estudantes de pós-graduação do IPPUR/UFRJ estão muito certos; já não bastou enfiarem goela abaixo o ensino do holocausto? Agora, não contentes, querem enfiar na cabeça das crianças o princípio alienígena do capital selvagem, sem freios, sem ética. Aquele princípio capitalista das guerras e invasões para conseguir poder, dinheiro[Iraque&outro] e os outros, que se danem. PARABÉNS, queridos estudantes. Esse prefeito está cooptado pelos alienígenas demoníacos.

    Mário SF Alves

    Está?!! Ou sempre foi? Lembro-me muito claramente da “perforamance” dele quando liderava o PSDB no Congresso. Inconfundível.

Leo V

Inacreditável. Parece notícia do 1 de abril.

Banco Imobiliário: Cidade Olímpica, distribuido pela Prefeitura.

Pelo mnos mais claras as coisas não poderiam estar.

Beto Magalhães: A sutileza do chargista mineiro « Viomundo – O que você não vê na mídia

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