Dilma detona O Globo e Janot: “manipulação rasteira” e “justiça do inimigo”; em 2006, PF montou “parede monetária” contra Lula; veja

Da Redação

A capa de O Globo, que ofendeu os leitores ao publicar a foto dos R$ 51 milhões de Geddel Vieira Lima sob a manchete que cita Lula, Dilma, PT e organização criminosa, foi duramente criticada nas redes sociais.

O nome de Geddel Vieira Lima, aliado de Michel Temer, não aparece em nenhuma manchete da mesma primeira página. Temer, por sua vez “ganha fôlego”.

Reagindo à capa, Dilma Rousseff disse através do twitter tratar-se de “jornalismo de guerra” e “manipulação grosseira”.

Tem precedentes. Na campanha de 2010, uma ficha falsa de Dilma como guerrilheira foi publicada na capa da Folha de S. Paulo. O jornal, mais tarde, disse ter recebido a imagem por e-mail e afirmou que não conseguiu provar se a ficha era verdadeira ou falsa.

Um caso único de spam publicado como notícia no topo da primeira página.

Em 2006, na véspera do primeiro turno das eleições presidenciais, os jornalões paulistas publicaram capas quase idênticas, num caso clássico de criminalização pela imagem: Lula, presidente da República, apareceu de capuz ao lado das fotos do dinheiro apreendido com petistas que supostamente tentavam comprar um dossiê contra o candidato a governador tucano José Serra, em São Paulo.

As fotos foram divulgadas justamente na antevéspera do primeiro turno por um delegado da Polícia Federal que combinou o vazamento com um grupo de repórteres. Na conversa, gravada por um dos repórteres, o delegado se refere a uma certa “foto da Globo” e explica que enquanto periciavam o dinheiro policiais retiraram as notas de malotes e formaram a “parede monetária” que apareceu no Jornal Nacional.

Abaixo, a reação oficial dos ex-presidentes Lula e Dilma à denúncia de Rodrigo Janot:

1. Sem apresentar provas ou indícios da materialidade de crime, o chefe do Ministério Público Federal oferece denúncia ao Supremo Tribunal Federal sem qualquer fundamento.

2. Caberá ao STF garantir o amplo direito de defesa e reparar a verdade, rejeitando-a.

3. A Justiça será feita e não prevalecerá o Estado de Exceção. Não há mais espaço para a Justiça do Inimigo.

Assessoria de Imprensa

Dilma Rousseff

A denúncia da PGR, sem qualquer fundamento, é uma ação política.

É o auge da campanha de perseguição contra o ex-presidente Lula movida por setores partidarizados do sistema judicial.

Foi anunciada hoje para tentar criar um fato negativo no dia em que Lula conclui sua vitoriosa jornada pelo Nordeste.

Assessoria de imprensa do ex-presidente Lula

Essa denúncia, cujo teor ainda não conhecemos, é mais um exemplo de mau uso das leis para perseguir o ex-Presidente Lula, que não praticou qualquer crime e muito menos participou de uma organização criminosa.

É mais um ataque ao Estado de Direito e a democracia.

O protocolo dessa denúncia na data de hoje sugere ainda uma tentativa do MPF de mudar o foco da discussão em torno da ilegalidade e ilegitimidade das delações premidas no país.

Cristiano Zanin, advogado de Lula

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