Claudia Wanderley: Transformação é a fonte da vida. Transforme-se!

Tempo de leitura: 6 min
Array

Por Claudia Wanderley

Da esquerda para a direita: tempestades e raios no litoral do Paraná; Júpiter e sua lua Europa, à esquerda, vistas pelo telescópio Espacial James Webb; e a lua vista da Estação Espacial Internacional durante a expedição 48, em 2016. Fotos: Samira Chami Neves/UFPR, NASA e comandante Jeff WIlliams/NASA

A arte de se transformar é um dos tesouros do Yoga

Por Claudia Wanderley*

A pandemia trouxe a muitos de nós dificuldades, dores, questões e sofrimentos aparentemente insolúveis.

Eu, Cláudia, a senti como uma força destrutiva, uma tempestade intensa que me pegou de surpresa.

Mas, com yoga diariamente, paciência, disposição, bons amigos, gente solidária por perto, o ar foi limpando. Questões que me atormentavam, pois não conseguia compreendê-las, foram se delineando melhor. E novamente o sol apareceu.

Sempre li nos textos sobre yoga que ele [yoga] pode nos acompanhar em qualquer experiência, a cada momento.

Nessa pandemia, as experiências que eu presenciei foram muito impactantes, me trouxeram raiva, frustração e dor.

Ao mesmo tempo, foi reconfortante perceber que a yoga tem uma dinâmica que nos permite viver em qualquer situação.

A possibilidade de viver uma experiência difícil com serenidade nos transforma profundamente.

Esquecer e deixar ir embora as coisas desfavoráveis que nos aconteceram é um poder muito incrível que a prática de yoga nos traz.

Nesse processo, ocorreu uma transformação na minha maneira de perceber todos nós aqui no planeta.

E agora que atravessei essa turbulência me parece que estou mais disponível para novas possibilidades.

Esse texto, portanto, é comemorativo, porque volto a escrever (e a viver) com o coração tranquilo, depois de quase dois anos de muita dificuldade no âmbito pessoal.

Yoga também passa por mudanças

A cada época, o modo de viver yoga vai sendo adaptado para ser possível ter essa experiência de si.

E, também, em cada cultura isso é acomodado ou articulado de maneira a fortalecer as experiências humanas que a prática propicia.

O arcabouço do conhecimento do yoga é frequentemente representado como um barco que nos leva pelo rio da vida, pelo oceano de ilusões, ou como um carro que nos faz atravessar grandes distâncias, diferentes realidades, e chegar em segurança em nosso destino: a consciência de si mesmo.

São imagens de veículos que nos transportam pelos elementos terra, água, ar e fogo. São veículos que, em resumo, nos conduzem ao nosso espaço interior.

Os professores de nosso cotidiano

Sábios, ascetas, andarilhos, peregrinos, turistas, gente comum, nossos colegas, nossos amigos, nossa família e mesmo desconhecidos, todos podem nos ensinar alguma coisa muito bacana para nosso crescimento.

Todos podem nos ajudar nessa jornada ao nosso interior.

Até mesmo planetas fazem parte deste processo de ensino-aprendizagem. O planeta Júpiter, por exemplo, tem justamente o nome de Guru na astrologia védica, e é um professor muito respeitado.

Os professores que são nossos contemporâneos e realizam yoga no momento presente também são muito importantes, muito valiosos.

A realização da experiência de yoga é mais fácil de ser apreendida quando estamos perto de alguém que já avançou nesse processo e se dispõe a trocar conosco.

Inclusive, quando passamos por dificuldades, um/a professor/a com mais experiência pode nos apontar ajustes ou mudanças na nossa rota pessoal, de forma a tornar um pouco mais leve o processo pelo qual estamos passando e nos ajudar a encontrar o que estamos buscando.

Conviver com pessoas que já avançaram nesse processo tem sua razão de ser celebrado.

A beleza da constância

Estátua do Sábio Kapila, homenageado com flores, no estado de Mharshtra, India

O Sábio Kapila ensina para nós o processo de liberação através do ensino. Ele é o fundador da Samkhya, uma das escolas de filosofia hindu. Conhecimento, sabedoria, desenvolvimento intelectual e ascensão espiritual fazem parte de suas bênçãos.

A verdadeira beleza, a contínua beleza, também é considerada um valor importante. Ela é percebida como riqueza para a nossa vida.

Os valores reais, que se mantêm independentemente das mudanças pelas quais passamos, são nossas riquezas.

Yoga faz parte desse tesouro da humanidade, é um método para seguirmos pelo fluxo da vida.

Neste sentido, na escala do indivíduo, nossas práticas diárias são o que há de mais valoroso para nossa vida. E o maior tesouro de um yogue é seu cotidiano de práticas, sua autodisciplina que chamamos de sadhana.

Podemos começar em qualquer fase da vida. Precisamos simplesmente incluir uma prática em nosso cotidiano, buscar uma constância, uma regularidade, uma integração de alguns princípios em nossa vida.

Há várias e inumeráveis formas de trazer yoga para perto. Por exemplo, ler um texto, ouvir música, cuidar do corpo, cuidar de desenvolver a capacidade de meditação, manter o corpo limpo, se alimentar o melhor possível, cultivar afetos de maneira íntegra, considerar a realidade de quem se relaciona com você, construir possibilidades de interlocução com você mesmo e com quem pode acrescentar à sua vida, dar atenção à luz interior, servir à sua comunidade.

No yoga, depois de nos conhecermos um pouco, buscamos ganhar consciência sobre nós mesmos, o que nos impulsiona a questionar e refletir sobre como estão as atividades, relações e ideias que desenvolvemos, o que está acontecendo em nossa comunidade, no país e no planeta.

E, eventualmente, refletir sobre como podemos contribuir para que melhoremos, nossa comunidade melhore, nosso país melhore, o planeta melhore. Yoga e alienação, seja pessoal ou social, não combinam.

O importante a comemorar é que a gente sempre é capaz de aprender, se renovar e crescer. Seja com professores que encontramos em nosso caminho, seja acionando internamente nossa consciência de maneira autônoma.

A capacidade de nos transformarmos conscientemente na direção de uma vida mais plena é um grande motivo de comemoração. Se for possível, celebre!

Vitória do resplandecente Guru!

Na lua cheia de 13 de julho de 2022, foi celebrado o dia do Guru.

A lua cheia, ao refletir a luz do sol, nos dá notícia de que podemos imitar seu exemplo e receber luz também.

E, ao nos preenchermos completamente de luz, ficarmos lindas e lindos. E, mais ainda, em uma atitude generosa permitir que este presente de receber se transforme também em uma oportunidade de oferecer para nossos próximos o que recebemos, dentro de nossas possibilidades.

A lua também distribui a luz que recebe, ela reflete a luz que recebe para nós aqui. Então, a gente ganha dela a luz que ela ganha do sol e,  em geral, achamos ela maravilhosa quando está cheia e faz isso.

O Guru na tradição é um princípio, não é necessariamente uma pessoa.

Guru pode ser uma pessoa. Há um tipo de formação no yoga que gera um guru humano (veja PS). E há modos já desenhados nas diferentes tradições de como reverenciar e conviver com o Guru.

O princípio é, resumidamente, que o Guru tem a sabedoria de experienciar a plenitude existencial de maneira consciente e responsável, em relação a tudo que existe.

Em relação a nós, que estamos na vida buscando nos conhecer melhor, ele oferece através de ensinamentos como podemos viver mais plenamente nossa própria experiência existencial.

Transformação é a fonte da vida. Transforme-se!

“Mesmo que você seja considerado o mais pecador de todos os pecadores, quando estiver situado no barco do conhecimento transcendental, poderá atravessar o oceano de misérias.” Bhagavad Gita (4-36)

Não tenha medo de mudar, ou de assumir a mudança como uma nova realidade, a nossa natureza é basicamente composta de dinâmicas de mudanças.

O Sr. Shiva, o primeiro yogue de que se tem notícia, é o que promove mudanças. Neste período em que estamos, não podemos mais olhar para nosso cotidiano e para nossos hábitos com os mesmos olhos que tínhamos antes da pandemia. Nós estamos diferentes.

No Brasil, passamos por um processo intenso, árido, com dificuldades advindas inclusive da má gestão que o governo federal fez da pandemia de covid-19, incêndios em áreas de preservação, invasões de terras indígenas…

São vários lutos, falências, ausências, confinamentos, perda de direitos, adaptações que tivemos que fazer. Nós aprendemos muito e nos transformamos.


Estatua de Shiva, na Índia

Minha sugestão hoje de meditação para você:

*Tome um banho

*Sente-se com uma roupa limpa, coluna reta, olhando para o leste

*Respire fundo durante toda a prática

*Coloque sua atenção entre as sobrancelhas

* Imagine você fazendo mudanças ao longo de sua vida; contemple todas as mudanças pelas quais já passou e passa

* Agradeça a você mesmo, internamente, e agradeça a todos os seres que te acompanharam nesse processo e te ensinaram algo. Você está aqui, agora.

Viva os professores!

PS. Um Guru transcendeu a questão de ser homem ou mulher, assim no texto uso o neutro, que, em português, coincide com a forma do masculino. Evidentemente, pode haver Gurus mulheres ou homens.

*Claudia Wanderley coordena o grupo de estudos Yoga na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde é também pesquisadora do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência. No programa de extensão da Faculdade de Educação Física da universidade, dá aula de saudação ao sol.

Array

Claudia Wanderley

Coordenadora do grupo de estudos Yoga na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde é também pesquisadora do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência. No programa de extensão da Faculdade de Educação Física da universidade, dá aula de saudação ao sol.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Flavya Timoteo

Claudia, vc brilhou na minha vida. Saudades do seu sorriso e sabedoria. Parabéns por sua trajetória. Conheci vc em 1992, Brasília. Se não lembrar, eu lembro por nós(rsrsrs).Visite @flavyatimoteo e veja o resultado de nossas conversas. Vc sempre me apoiou no caminho pra arquitetura. Tenho poucas construções, mas importantes experiências. No insta enfatizo fotos. Obrigada por todos os momentos com vc.

Zé Maria

.
.
“Há de vir o tempo no qual uma pesquisa diligente
durante longos períodos revelará coisas que hoje
estão ocultas.
A duração de uma vida, mesmo que toda dedicada
ao céu, não seria suficiente para a investigação de
um tema tão vasto…
[…]
E por isso esse conhecimento só se desdobrará
ao longo de sucessivas eras.
Virá um tempo no qual nossos descendentes
ficarão espantados com o fato de que
não sabíamos de coisas que para eles serão
tão evidentes…
[…]
Muitas descobertas estão reservadas para épocas
ainda por vir,
quando a lembrança sobre nós estará apagada.
Nosso universo é um caso lamentavelmente ínfimo,
a menos que encerre coisas que cada época terá
de investigar…
[…]
A Natureza não revela seus mistérios de uma só vez.”

Sêneca
Questões Naturais, Livro 7
Século I
.
.
“Saiba que o mundo, assim como o tempo,
não foi criado, não tendo princípio nem fim,
E é baseado nos Princípios, Vida e Natureza.
Eterno e Indestrutível, o Universo sobrevive
sob a compulsão de sua própria natureza.”

Jinasena
Mahapurana
Século IX
.
.

    Zé Maria

    https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/6313/1/arquivo6763_1.pdf
    http://cienciaecultura.ufba.br/agenciadenoticias/wp-content/uploads/2020/04/Carl_Sagan_Cosmos_Companhia_das_Letras_21.pdf

    “Antes da idade das trevas do universo – não havia outra luz,
    pois as estrelas ainda não haviam nascido – o cosmos era tão quente
    que todos os átomos existentes foram divididos em núcleos carregados
    positivamente e elétrons carregados negativamente.
    Esses íons eletricamente carregados impediram que toda a luz viajasse
    livremente.”

    “Aproximadamente 400.000 anos após o Big Bang, o universo esfriou
    o suficiente para que esses íons se recombinassem em átomos,
    permitindo que a primeira luz do cosmos, a do próprio Big Bang,
    finalmente brilhasse.”

    “Este processo de formação de estrelas e galáxias continuou gradualmente
    até que praticamente todo o hidrogênio e hélio que compõem a maior parte
    do universo foi novamente ionizado, desta vez pela luz das estrelas,
    cerca de 500 milhões de anos após o Big Bang.”

    https://www.space.com/13368-universe-dark-ages-survival-cosmos-evolution.html

    “Galáxias quase tão massivas quanto a Via Láctea e cheias de estrelas vermelhas
    maduras parecem estar dispersas em imagens de campo profundo obtidas
    pelo Telescópio Espacial James Webb (Webb ou JWST) durante sua campanha
    de observação inicial, e estão dando dor de cabeça aos astrônomos.”

    “Os modelos atuais do universo sugerem que as primeiras galáxias
    começaram a se formar cerca de 100 milhões de anos após o Big Bang”

    “Essas primeiras galáxias não são surpreendentes em si mesmas.
    Os astrônomos esperavam que os primeiros aglomerados de estrelas surgissem
    logo após o universo sair da chamada idade das trevas – os primeiros
    400 milhões de anos de sua existência, quando apenas uma espessa névoa
    de átomos de hidrogênio permeava o espaço.”

    “As novas descobertas estão em conflito com as ideias existentes de como
    o universo parecia e evoluiu em seus primeiros anos, e não correspondem
    às observações anteriores feitas pelo antecessor menos poderoso do Webb,
    o Telescópio Espacial Hubble .

    “Estudos anteriores do universo primordial com o Hubble e outros instrumentos
    tendem a encontrar pequenas galáxias azuis em tempos primitivos:
    objetos que se formaram recentemente a partir da sopa cósmica primordial
    e estão construindo suas primeiras estrelas e estruturas.”

    “A expectativa era de que os primeiros aglomerados de estrelas surgissem,
    de fato, logo após o Universo sair do que se chama Idade das Trevas
    – após seus primeiros 400 milhões anos, nos quais somente
    uma espessa nuvem de átomos de hidrogênio permeava o espaço.”

    “Tínhamos expectativas específicas para o tipo de galáxia
    que vive no início do universo: elas são jovens e pequenas.”

    “As estrelas jovens em geral brilham em azul brilhante.
    Com a idade, as estrelas desenvolvem um brilho mais vermelho
    à medida que queimam seu combustível e esfriam.”

    “Mas as galáxias encontradas nas imagens do Webb pareciam
    incrivelmente grandes e as estrelas nelas muito velhas.”

    “Ao analisar a luz emitida por essas galáxias, os astrônomos estabeleceram
    que as estavam observando na infância de nosso universo, apenas
    500 a 700 milhões de anos após o Big Bang.”

    “Essas galáxias , descritas em um novo estudo baseado no primeiro lançamento
    de dados de Webb, estão tão distantes que aparecem apenas como pequenos
    pontos avermelhados para o poderoso telescópio.

    Em galáxias antigas que o Telescópio James Webb foi construído para detectar,
    os astrônomos não esperavam ver velhas estrelas vermelhas.
    Eles também não esperavam encontrar galáxias com mais massa
    do que talvez um bilhão de sóis.”
    “Mas esses pontos avermelhados revelados nos campos profundos de Webb
    parecem 50 vezes mais massivos do que isso.”

    “Estima-se que as galáxias mais massivas na amostra tenham massas
    aproximadas às da nossa própria Via Láctea”.

    “Isso foi surpreendente – estamos encontrando candidatas a galáxias
    tão massivas quanto a nossa própria galáxia quando o universo
    tinha 3% de sua idade atual”.

    “Observamos o universo primitivo pela primeira vez e não tínhamos
    ideia do que iríamos encontrar.”

    “Acontece que encontramos algo tão inesperado que na verdade cria
    problemas para a ciência atual.”

    “Isso põe em questão toda a imagem da formação inicial das galáxias.”

    O estudo foi publicado na revista Nature na quarta-feira (22 de fevereiro).
    https://www.nature.com/articles/s41586-023-05786-2

    https://www.space.com/james-webb-space-telescope-giant-distant-galaxies-surprise
    https://olhardigital.com.br/2023/02/23/ciencia-e-espaco/james-webb-encontra-grandes-e-distantes-galaxias-que-nao-deveriam-existir-saiba-mais

Zé Maria

https://youtu.be/hL3Q24yQMLQ

A Soteropolitana veio Encantada
para encantar com a Voz Fatal,
como se abrisse a Alma em Botão
e exalasse Bálsamo da Corda Vocal.

E se encantou a Maravilhosa Flor,
pra maravilhar com Amor o Coração.
Rosa do Além. Seu Nome é Gal.
Amém.

https://www.youtube.com/watch?v=vR8BVjxyAJg&t=9940s
https://www.youtube.com/watch?v=vR8BVjxyAJg&t=867s
https://youtu.be/PyBZWGYq4ZQ
https://youtu.be/vR8BVjxyAJg

https://youtu.be/jEfM31fFx3o

https://youtu.be/5xiEFUQXpt4

https://www.youtube.com/playlist?list=PLrt7VbxNS8rdhqc3J4A_yNoQFYVxSpZPR

Digital M

Parabéns pelo artigo, muito interessante.

Zé Maria

.

“Sol de Primavera”
(Beto Guedes/Ronaldo Bastos)

Arranjo/Regência: Wagner Tiso

Por Beto Guedes

https://youtu.be/LaPY8SaLQHo

Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou juntos outra vez

Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim, não custa inventar
Uma nova canção
que venha nos trazer Sol de Primavera
Abre as janelas do meu peito

A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender

.

    Claudia

    “Primavera”
    (Tim Maia)

    https://youtu.be/GP5a4o10B8s

    Quando o inverno chegar
    Eu quero estar junto a ti
    Pode o outono voltar
    Eu quero estar junto a ti

    Porque (é primavera)
    Te amo (é primavera)
    Te amo, meu amor

    Trago esta rosa (para te dar)
    Trago esta rosa (para te dar)
    Trago esta rosa (para te dar)

    Meu amor
    Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
    Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)

    Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
    Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)

Deixe seu comentário

Leia também