Vox Populi: Lula tem 39%, contra 30% da soma dos adversários, e venceria eleição no primeiro turno; veja a íntegra

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Ricardo Stuckert

Ricardo Stuckert

Cut/Vox: Com 39% das intenções de voto, Lula vence no primeiro turno

do site da CUT

Mesmo preso há 52 dias e atacado ferozmente pela mídia golpista, o ex-presidente Lula mantém a vantagem sobre os demais candidatos a presidente da República e seria eleito no primeiro turno se as eleições fossem hoje.

E se houvesse segundo turno, Lula também derrotaria qualquer adversário por ampla margem de votos.

No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, Lula alcançou 39% das intenções de voto contra 30% das soma dos adversários, mostra pesquisa CUT/Vox Populi, realizada entre os dias 19 a 23 de maio e divulgada nesta segunda-feira (28).

O diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, chama a atenção para o pífio desempenho dos candidatos ligados ao ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) que, juntos com o presidente, deram o golpe de estado e levaram o Brasil para o caos atual.

“Apesar do proselitismo de parte da imprensa brasileira, eles patinam em índices muito baixos. Entre eles, o que mais chama a atenção é o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que está aquém do que alcançaram outros candidatos tucanos no passado”.

“Parece que a opinião pública não perdoa o comportamento do partido de 2014 para cá”, diz Coimbra.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os brasileiros não esquecem que Lula aqueceu a economia, gerou mais de 20 milhões de empregos e distribuiu renda, apesar da crise de 2008 que derrubou bolsas em todo o mundo e levou a economia da Europa e dos Estados Unidos à bancarrota.

“O que temos agora são quase 14 milhões de desempregados, fora os subempregados, aumentos absurdos da gasolina, diesel e gás de cozinha e um governo acuado, desacreditado e sem capital político sequer para negociar o fim de uma mobilização de caminhoneiros”, pontua Vagner.

Na pesquisa estimulada, o segundo colocado, com praticamente um terço das intenções de voto de Lula, está o deputado Jair Bolsonaro (PSL), com 12%; seguido de Marina Silva (Rede), com 6%; Ciro Gomes (PDT), com 4%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 3% e Álvaro Dias (Podemos), com 2%.

Henrique Meirelles (MDB-GO), Manuela D’Ávila (PC do B) e João Amoedo (Novo-RJ) têm cada um 1% das intenções de votos.

Já Flávio Rocha (PRB-RN), Guilherme Boulos (Psol-SP), João Vicente Goulart (PPL), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Paulo Rabelo de Castro (PSC) não pontuaram.

O percentual dos que não vão votar em ninguém, brancos e nulos totalizou 21% e não sabem ou não responderam, 9%.

No Nordeste, Lula tem 56% das intenções de votos, contra 7% de Bolsonaro e Ciro, que empatam na Região; Marina tem 6% e Alckmin apenas 1%. Os demais não pontuaram.

No Sul, 31% dos entrevistados votariam em Lula, 18% em Bolsonaro e 10% em Álvaro Dias; Marina e Ciro empatam, com 4% cada e Alckmin aumenta para 2%, empatando com João Amoedo. Meirelles, Manuela e outros têm 1%.

Pesquisa espontânea

No cenário espontâneo, Lula também está bem na frente dos demais candidatos.

O ex-presidente tem 34% das intenções de votos, Bolsonaro surge em segundo lugar, com 10%; Ciro e Alckmin voltam a empatar, com 3% cada; Marina e Joaquim Barbosa, que desistiu da candidatura, surgem com 2% cada; e Álvaro Dias, com 1%.

E 5% dos entrevistados disseram que vão votar em outros, 25% ninguém, brancos e nulos, e 16% não sabem ou não responderam.

Segundo turno

Nas simulações de segundo turno, Lula venceria todos os adversários com larga vantagem.

Venceria Marina com 45% contra 14% da candidata da Rede; já contra Alckmin e Bolsonaro, Lula alcançaria 47% dos votos contra 11% e 16%, respectivamente.

A pesquisa CUT/Vox Populi foi realizada com brasileiros de mais de 16 anos, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior, de todos os estratos socioeconômicos.

Foram ouvidas 2.000, em entrevistas feitas em 121 municípios. Estratificação por cotas de sexo, idade, escolaridade e renda.

A margem de erro é de 2,2 %, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

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Comentários

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Daniela

Gente, mas como o Lula vai sair da cadeia?
Não consigo ver perspectiva de como ele pode se livrar da prisão.
É preocupante.

Barbara

É paneleiros vcs fizeram uma grande ca.gada em por o PSDB no poder sem votos. Enfiem a cabeça na terra de tanta vergonha da burrice que fizeram.
Pedro Parente e politico do PSDB posto pelo partido sem votos para administrar a Petrobrás.
E o Moro tá quetinho, né ! É um juiz de capacidade técnica muito discutível e que é junto com o PSDB do Aécio o grande causador desse caos na economia e no país.
A lava jato do Moro desde o começo se negou a investigar o PSDB na Petrobras. Pq será ?
Agora todos os políticos que deram esse golpe de estado estão quetinhos. Menos o FHC que tá jogando a culpa do caos no governo para defender seu gerentao P. Parente.
É de uma cara pau gigantesca esse FHC. O PSDB e governo oh vovó Mafalda. Papai papudo.

Rodrigo

Kkkkkkkk

Olavo

Eu nunca li uma matéria tão clara e didática sobre as causas responsáveis pela crise que estamos enfrentando. MATÉRIA OBRIGATÓRIA.

https://diplomatique.org.br/a-situacao-brasileira-em-breves-topicos-de-facil-entendimento/

A situação brasileira em breves tópicos de fácil entendimento

Maio 11, 2018

É preciso garantir que o Estado tenha dinheiro suficiente para pagamento dos juros. Isso poderia ser feito aumentando os impostos dos mais ricos. Mas, como fazer isso se são os mais ricos que controlam os Governos eleitos ou os empurrados goela abaixo sem votos?

-> No mundo há pessoas muito ricas (donos e acionistas principais das grandes corporações transnacionais industriais ou do agronegócio, banqueiros, empresários do setor imobiliário, gente que vive da renda de heranças e de aplicações financeiras, etc.). Elas representam 10% da população mundial, mas as mais ricas são mesmo apenas 1%.

-> O Estado (poder público) de todos os países precisa de dinheiro para manter a sua estrutura, oferecer serviços, fazer investimentos e obras, estimular a economia, etc. Para isso existem os impostos, taxas e contribuições, os bancos e empresas estatais, os empréstimos e vendas de títulos do Tesouro e outras fontes.

-> As pessoas muito ricas conseguem eleger seus representantes nos governos dos países e, assim, controlam o Estado. Elas decidiram que, ao invés de pagar impostos, seria mais vantajoso para elas emprestar dinheiro aos Estados a juros comprando títulos do Tesouro. Dessa forma, elas se livrariam do risco de taxações maiores e ainda fariam disso um negócio mais rentável do que produzir e gerar empregos. Mas para isso, era necessário tornar os Estados dependentes de seus recursos.

-> Assim, conseguiram implantar no mundo programas de governos que buscavam aumentar a arrecadação e manter o fluxo de recursos públicos por meio de empréstimos (venda de títulos do Tesouro resgatados com juros). As nações precisavam oferecer juros atrativos, implantar medidas rigorosas de gestão e aprovar leis que dessem segurança aos investidores (que agem como agiotas) de que os juros seriam sempre pagos.

-> Os países arrecadavam dinheiro, gastavam, faziam obras (boas ou más), ofereciam serviços (bem ou mal) e se sustentavam com o dinheiro que entrava durante um tempo.

-> Porém, como uma grande parte da entrada de recursos (receita) não vinha dos impostos, mas dos empréstimos (operações de crédito), os países acumularam uma dívida enorme e tinham que pagá-la constantemente, pois senão ninguém mais iria continuar emprestando dinheiro (comprando os títulos). Ou seja, se não houvesse um pagamento religioso, os agiotas não investiriam mais e, pior, poderiam fazer mal ao país tomador de empréstimo pelo controle que exercem sobre governos de países mais poderosos.

-> A dívida pública mundial chegou a 50 trilhões de dólares. O PIB mundial é de 80 trilhões. A dívida dos EUA chegou a 20 trilhões, aproximadamente o tamanho do seu PIB. E quando o Estado está endividado, na verdade quem deve é a população, pois é dela que vêm os recursos para o pagamento das dívidas dos Estados. (A evolução da dívida interna dos EUA pode ser acompanhada no que chamaríamos no Brasil de “dividômetro”, o “US Debt Clock”: http://usdebtclock.org)

-> Quando a arrecadação pública por impostos e outras fontes é suficiente para pagar os investidores (agiotas) e ainda dá para oferecer serviços públicos como saúde e educação com um mínimo de decência, gastar com combate à fome e à pobreza, para investir em habitação popular, etc. o país fica estável e a política também. Novos empréstimos servem também para pagar empréstimos anteriores que venceram.

-> Porém, quando a arrecadação pública cai por alguma crise ou problemas na economia, locais ou mundiais, os agiotas querem garantir o seu. Não existe negociação, não importa a situação do país e de seu povo. O sistema que alimenta esse fluxo de recursos é impessoal, não tem sentimentos ou consciência social e humanitária. Só opera visando o retorno com ganhos máximos.

-> Se o Governo que está gerindo o Estado não atender aos investidores em todas as suas exigências, ele é atacado por diversos meios até ser destituído. Em seu lugar deve entrar um que obedeça aos 10% mais ricos em tudo. A submissão total é condição para a chegada ao poder e a permanência nele.

-> Nesse quadro, a parcela mais rica da população mundial quer a permanência do modo de gestão da economia que deixa o Estado refém dos emprestadores. Isso implica ou a manutenção de juros altos ou medidas de estrangulamento do orçamento público (que eles chamam de “ajuste fiscal”) que deem aos agiotas a certeza de que seus empréstimos serão remunerados como contratado (com menos riscos, aceitam-se juros mais baixos).

-> É preciso garantir que o Estado tenha dinheiro suficiente para pagamento dos juros. Isso poderia ser feito aumentando os impostos dos mais ricos. Mas, como fazer isso se são os mais ricos que controlam os Governos eleitos ou os empurrados goela abaixo sem votos?

-> Resta a opção de economizar nos gastos, ou seja, reduzir a parte da receita que era destinada para manter e melhorar serviços como atendimento à saúde, construção de habitações populares, melhoria na educação, assistência social, combate à fome e à pobreza, atendimento aos excluídos, etc. O corte dos gastos nos serviços públicos que atendem aos mais pobres é o que eles chamam de “austeridade fiscal”.

-> Mas isso não basta.

-> Vender as empresas estatais e as riquezas naturais do país (como petróleo, minerais, aquíferos, etc.) também faz entrar dinheiro em caixa, que vai diretamente para a mão dos emprestadores (investidores, agiotas). Vendem bens e riquezas permanentes para pagar uma parte da dívida que continua a crescer.

-> Pode-se também atacar o sistema de previdência para que saiam menos recursos para os trabalhadores aposentados e se gere caixa para pagar os ricos que vivem de renda sem trabalhar.

-> Pode-se até ir mais longe e congelar os gastos do orçamento por meio de emenda constitucional, para evitar que outros governos deixem de reservar dinheiro para os agiotas ou que protestos populares possam exercer pressão sobre os governos presente e futuros. Se a proibição de aumentar os investimentos na população está na lei, não adianta protestar. Lembremos que a lei não proíbe o aumento de gastos para pagar juros da dívida…

-> E não para por aí. Eles precisam pensar mais adiante e garantir seus ganhos no futuro.

-> Por isso, é preciso evitar que o povo eleja um governo que pense, ainda que minimamente, em usar recursos dos impostos para outros fins que não seja o pagamento aos agiotas e benefícios às grandes corporações. Ou seja, deve-se evitar que o povo escolha qualquer representante que venha a usar o dinheiro público para tentar reduzir o déficit habitacional, investir um pouco mais na saúde pública, no acesso à educação, no combate à fome e à miséria, no atendimento às populações excluídas, na convivência com o semi-árido, etc. Pois para todas essas medidas, seria necessário mexer no precioso dinheirinho que alimenta a pequena parcela mais rica da população.

-> É por isso que eles mandam os jornalistas da grande mídia repetir sempre aos candidatos a governo que propõem aumento dos investimentos sociais a pergunta “de onde virá o dinheiro”? Estão preocupados que mexam em uma parte mínima de seus ganhos estratosféricos para permitir que uma idosa tenha atendimento decente em uma unidade de saúde.

-> Também não podem aceitar qualquer candidato que se recuse a vender nossos aquíferos, as reservas de petróleo ou as empresas estatais.

Não precisa ser de esquerda, socialista ou comunista: os mais ricos não querem nenhum candidato ao governo que, neste momento de crise mundial, use o dinheiro público em favor da população, pois pode não sobrar para eles. Até migalhas fazem falta.

-> Se um candidato ao governo se declarar comunista, satanista, capitalista, terraplanista, fascista, nazista, machista, feminista, racista, pan-africanista, sionista eles não estão nem aí, desde que se comprometa com as garantias da remuneração de seu capital investido e execute seus planos. O risco não é o discurso, mas o que o candidato, se eleito, possa vir a fazer, por mínimo que seja, que derrube alguns décimos percentuais em seus ganhos. A briga ideológica eles deixam com a classe média e os lascados nas redes sociais.

-> Mas e se, em um país com Constituição democrática, eles não quiserem um candidato, mas o povo quiser? Ora, dá-se um jeito… Há poucas coisas que a combinação de dinheiro e controle midiático das mentes não consiga. A vontade popular é a última coisa a ser considerada em um país, principalmente naqueles com os poderes republicanos corrompidos.

-> Assim, segue o esquema que aprofunda o abismo da desigualdade mundial. Os que trabalham e produzem, que constituem a maioria da população mundial, pagam impostos e geram receita para o Estado. Os governos submissos transferem essa receita para os grupos privados que investiram seu dinheiro na compra de títulos do Tesouro e vivem de renda sem produzir nada e entregam os países para rapina das grandes corporações industriais e agroindustriais, alimentando a riqueza exorbitante de 10% da população e engordando o 1% cuja fortuna é despudorada.

-> Mas, faltou dizer uma coisa. Os 10% não querem que nós saibamos dessa história. Por isso, usam a mídia (da qual eles também são proprietários) para criar mitos que substituem o entendimento racional da realidade por frases de efeito, explicações simplórias e disputas ideológicas. E eles a usam tão bem a ponto de fazer com que muitos que estão a milhares de anos-luz de distância de sua renda defendam a história deles como se fosse a sua própria.

-> Na história que eles criam, setores da classe média se sentem no comando. Vibram com a vitória deles, temem os seus temores, lamentam suas derrotas e metem-se em brigas que eles mesmos não se dispõem a travar. E pagam mais de quatro reais pela gasolina…

-> O relato acima é pessimista? Nem tanto. Se eles precisam esconder de nós essa história é porque sabem da capacidade de mudança que a população tem quando assume as rédeas de seu destino. Não investiriam tanto na formação das consciências se o povo não tivesse tanto poder de transformar a realidade.

Para entender mais:

PIKETTY, Thomas. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intríseca, 2014.

DOWBOR, Ladislau. A era do capital improdutivo. São Paulo: Autonomia Literária, 2017.

Maurício Abdalla é professor de filosofia na Universidade Federal do Espírito Santo

    Alice Pau Mandada

    === A FILOSOFIA PETISTA ===

    A filosofia petista é muito boa, sim!

    Que alguns dos parceiros do petismo, como o PMDB
    veneram, adoram, apreciam e divulgam.
    Odiamos o jornalismo da Rede Globo. Essa é nosso primordial elemento filosófico!
    Regra nº 1, certo?
    ^
    Devemos fazer como trabalho o seguinte:
    A)
    CERCEAR a mídia por nossas militantes mulheres todo santo dia! (bolsonarita gostam disso também).
    B)
    nivelar a cultura brasileira por baixo via filosofia petista: ou seja incrementar o sertanejo universitário Brasil afora.


    C)
    livrar lula o Nosso Venerado Chefão-mor das garras da Justiça no Sul.
    (até Rodrigo Janot bate continências, afinal estudou na UFMG: é hiper-petista).

    
*

    [Boa parte dos PMDBistas nordestinos apoiam tudo isso narrado logo aqui acima, nesse momento.].
    Alice Pau Mandada, você fala é do JORNALISMO da Globo não é?…
    — SIM!

lulipe

Pesquisa do Vox Populi e encomendada pela CUT? Faz-me rir….

Fernando

Quem foi que disse que vai haver eleições?

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

E a hora é essa.

Fora ParenTemer!
Aderir à greve dos caminhoneiros! Parar tudo!

O Conversa Afiada reproduz sereno (sempre) artigo de seu colUnista exclusivo, Joaquim Xavier:

O recuo generalizado dos usurpadores do Jaburu diante das reivindicações dos caminhoneiros foi mais uma caçamba de cal no golpe de 2016. Com a cara mais lambida do planeta, num dia Eliseu “Quadrilha” Padilha veio a público celebrar um arremedo como o acordo dos acordos. Mais: chamou uma das lideranças dos caminhoneiros de criminosa. “Conheço este sujeito deste 1999. É mau caráter”. Referia-se a José da Fonseca Lopes, da ABCAM, que se retirou das reuniões onde se tramava o fim do movimento sem atender as reivindicações do setor.

Pois bem: no domingo, o chefe de Padilha aderiu ao “criminoso” e aceitou ponto por ponto tudo o que Fonseca Lopes reivindicava. Tal qual nada tivesse acontecido. Nesse meio tempo, o bufão Marun, líder da tropa de choque de Eduardo Cunha, dava entrevistas sobre a autoridade e esperteza do governo. Para quem já posou de bailarino dentro do congresso, um ridículo a mais, outro a menos não faz diferença. Marun continuou tratando a greve como movimento de empresários inescrupulosos, distribuiu mandados de prisão, mas nunca explicou como os golpistas reabriram negociações com gente considerada delinquente. Questão de costume, certamente.

Risadas à parte, o fato é que a política imexível de ParenTemer sobre os combustíveis escoou para o ralo. Redução, mesmo ínfima, de preço do diesel, congelamento por 60 dias e mudanças apenas mensais nos valores é justamente o contrário do mantra de reajustes diários conforme variações internacionais. Se Parente tivesse um pingo de caráter, já estaria procurando abrigo em um dos conglomerados internacionais que de fato ele representa. Mas é mais fácil encontrar um posto com combustível na bomba do que qualquer vestígio de vergonha em Parente –para não dizer neste governo de bandidos como um todo.

Afora isso, ainda que o pacote de concessões de ParenTemer ilustre o desgoverno, ele continua longe de tocar nas feridas que vêm destruindo o setor: a subserviência aos abutres minoritários, a liquidação das refinarias da estatal e o alinhamento da política de combustíveis aos interesses estranhos à soberania nacional. Isso sem falar que a gasolina permanece nas alturas e nem se tocou no preço do gás de cozinha, que atinge sobretudo a camada mais pobre da população.

Do ponto de vista do país, do povo brasileiro, a saída é de clareza solar: pra começar, redução radical no preço de todos os combustíveis sem aumento de impostos que oneram o povo pobre, reestatização da Petrobras e recuperação dos investimentos em refino para não deixar o Brasil à mercê dos piratas multinacionais. Isso é possível com a quadrilha de golpistas no poder? A pergunta já embute a resposta.

Em vez de procurar os meios de viabilizar tal caminho, progressistas assustados recomendam calma para não favorecer uma “intervenção militar”. “Vamos esperar as eleições”. Mas que eleições haverá, se é que haverá? Um simulacro em que o principal líder popular e o preferido disparado em todas as pesquisas está encerrado numa solitária?

Ah, mas outubro está logo aí. Agora, vá dizer isto à população que vive um dia após o outro. “Segura a onda. Passe fome, use lenha, ande a pé, fique desempregado, tire o filho do colégio, suje o nome no Serasa, peça esmola e veja suas famílias no desespero até janeiro do ano que vem”. Isso é conversa de quem está preocupado com a sua própria biografia e com o “julgamento da história” –refúgios preferidos de quem abdica da luta pelos que estão vivos agora ou disputa linhas em páginas de teses a serem lidas pelos bisnetos que sobrarem.

O momento é complexo, todos sabemos. Mas a política concreta não se faz com recurso a almanaques. Aqueles que se dizem de esquerda e/ou juram respeito à democracia são chamados a encontrar soluções de acordo com o ritmo dos acontecimentos.

Não se entende, por exemplo, por que as centrais sindicais, os partidos progressistas e as lideranças populares não organizam movimentos de apoio à greve. Não incentivam paralisações em seus setores, sem suas bases, exigindo a saída de ParenTemer, a liberdade para Lula disputar a presidência e a antecipação de eleições. “Ah, mas até lá o Rodrigo Maia assume”, retrucarão os timoratos fantasiados de radicais. Que assuma, mas emparedado pelo compromisso de mudar de imediato a política homicida dos combustíveis e convocar o pleito o mais rápido possível.

Situações extraordinárias clamam por saídas extraordinárias. A depender do povo, sempre dentro da democracia. Haverá confronto? Provavelmente, mas a história nunca se moveu em gabinetes refrigerados ou salões acarpetados. Fingir que dá pra esperar um calendário que nem se sabe vai acontecer, isto sim, é jogar a favor da direita e dar tempo para uma quartelada de consequências muito bem conhecidas.

Miranda

Gostaria de saber como estaria o Lula nas pesquisas depois de toda essa confusão grevista. Com certeza alguns pontos acima desse resultado, ja que ele é de fato o verdadeiro lider do povo brasileiro.

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