Valter Pomar: A Folha ataca Pochmann com o mesmo estilo escroto que caracteriza a mídia bolsonarista

Tempo de leitura: 3 min
Valter Pomar: Todo apoio a Pochmann! Foto: Pedro França/Agência Senado

A Falha ataca Pochmann

Por Valter Pomar, em seu blog

Para quem acha que fake news é obra das redes…

Para quem acha que a Globo é hors concours…

Para quem acha que a Falha de S. Paulo é uma aliada na luta por um Brasil diferente…

…. nada melhor do que ler o editorial desta sexta-feira, 28 de julho de 2023, da Falha, digo, Folha de S. Paulo.

Intitulado “Alerta no IBGE”, o editorial ataca Márcio Pochmann, o governo Lula e o Partido dos Trabalhadores.

O pretexto do ataque é o “risco de aparelhamento”, termo utilizado pela mídia oligopolista quase toda vez que o presidente indica alguém de seu partido para um cargo no governo.

Mas o editorial vai além: diz que Pochmann no IBGE “será objeto de escárnio e desconfiança”.

Por qual motivo?

Segundo o próprio editorial, porque Pochmann é um “economista militante do PT cujas ideias e currículo o depositariam no ostracismo” etc etc.

O curioso é que boa parte do mundo acadêmico e profissional tem imenso respeito pelas ideias e currículo de Pochmann, como se pode constatar em inúmeras notas divulgadas nos últimos dias.

Ou seja: ao contrário do que diz a Folha, muita gente acredita ser perfeitamente possível combinar militância política e excelência técnica e acadêmica.

No fundo, o problema é que – quando se trata do “carinho” pelo PT – a Falha e a mídia bolsonarista são muito parecidas.

Não há motivo para surpresa, portanto, com o fato da Falha ter colaborado ativamente com os órgãos de repressão da ditadura militar.

Para não ser processada e também por absoluta falta de qualquer prova ou indício que sustente a acusação, o editorial da Falha não chega ao ponto de dizer explicitamente que Pochmann vai fraudar dados.

Mas, sem dizer, diz exatamente isso, com o mesmo estilo escroto que caracteriza a mídia bolsonarista.

Contra isto, além do devido processo legal, cabe lembrar de algo bem simples: aos defensores do status quo interessa encobrir a realidade; à classe trabalhadora interessa a verdade, nada menos que a verdade.

Todo apoio a Pochmann!

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Abaixo o editorial comentado

Alerta no IBGE

Intenção de dar a direção do instituto a Pochmann enseja risco de aparelhamento

É mais forte que ele. Quando o país começa a aprumar-se dos danos causados pelas bravatas populistas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se iniciaram tão logo foi eleito, o presidente manda colocar na chefia do IBGE alguém que será objeto de escárnio e desconfiança.

Marcio Pochmann, o economista militante do PT cujas ideias e currículo o depositariam no ostracismo se houvesse compromisso com não repetir os erros do passado, ganhou de Lula o prêmio de presidir o reputadíssimo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Talvez na fila das nomeações futuras dos amigos do peito do presidente também conste o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, artífice do desastre econômico do governo Dilma Rousseff —esta já abancada numa prebenda internacional. Ou o chefe de Augustin à época, Guido Mantega, que achava ter descoberto na prática uma nova ciência econômica da gastança.

Não seria nenhuma surpresa para quem teve a audácia de nomear Pochmann, que segue a mesma linhagem de misticismo econômico e intervencionismo ideológico, para o IBGE. Trata-se, nada menos, do órgão responsável pelas informações mais importantes sobre a economia e a sociedade brasileiras.

Inflação, Produto Interno Bruto, desemprego, renda, desempenhos setoriais e as evoluções da demografia são alguns temas nacionais cujo conhecimento depende das pesquisas realizadas pelo IBGE.

Seus resultados repercutem diretamente nas expectativas e na conduta dos cidadãos e das organizações, públicas e privadas, e por isso precisam refletir tão somente a melhor ciência e a melhor técnica. O instituto figura com destaque no rol de agências da administração federal que deveriam ser imunes à penetração da política partidária e do dogmatismo ideológico.

Na chefia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em outra passagem do PT pelo governo federal, Pochmann atuou para alinhar a fundação à cartilha ideológica do partido. Pesquisadores que dela não comungavam foram afastados, e regras de concurso, alteradas para aferir mais as convicções e menos a técnica dos candidatos.

A julgar pela sua manifestação recente sobre o Pix —que ele entende ser um passo para o Brasil tornar-se um protetorado dos Estados Unidos—, Marcio Pochmann não atualizou a sua visão oitocentista do mundo, muito pelo contrário. Tampouco terá se tornado menos sedento de intervencionismo.

O IBGE possui uma burocracia profissional e sobretudo técnica que decerto resistirá ao assédio do militante designado para a presidência. Mas será preciso muita atenção para que esse patrimônio nacional não seja conspurcado pelo aparelhamento obscurantista.

Leia também:

Alexandre de Freitas Barbosa: A reconstrução nacional exige um IBGE vigoroso. Marcio Pochmann é o cara!

Economistas pela Democracia repudiam ataque orquestrado contra Márcio Pochmann: Infame e vil

Milly Lacombe: Por que a direita não se vê como ideologia?


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Comentários

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abelardo

Quando a vaidade, a petulância e a arrogância insistem em não se render à realidade de uma flagrante decadência, que se mostra tão amarga quanto o fel, já é impossível ter sucesso em qualquer tentativa de reversão desse processo. Quando se despreza a aura da alma original e a cobre com as vestes do preconceito, da intriga, da mentira, da covardia e da inveja, se perde a noção da razão, do respeito, do reconhecimento e se perde também o principal e o mais fundamental de tudo, a confiança.
Negar a realidade e se abraçar a um egoísmo delinquente e desequilibrado só pode dar no que deu: a transformação deformada, negativa, impopular, chata e produtora de agressões gratuitas.
Na desordem profissional e mental, só o lado servil e submisso perde e se deteriora cada vez mais.
Ao querer mostrar e agradar seus mantenedores, se afunda cada vez mais no oceano da impopularidade, sem se lembrar que já foi referência no nado das notícias, das letras e das verdades, até então, verdadeiras.

Cláudio

… A Folha da Pauta é mesmo Filha da Putz… Fel(h)a da Putz…

Cláudio

A Folha da Pauta é mesmo o que mais é: Fel(h) da Putz…

Zé Maria

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“A @helenachagas tem razão.
A guerra midiática contra Lula é puro medo
dele ficar forte demais e, com isso, pautar
a economia fora do bolsoguedismo.”

https://twitter.com/luizazenha23/status/1684963430850076673

“… e seja reeleito em 2026.
Perceberam que os ataques começaram
quando ficou evidente a possibilidade de Lula
se reeleger?”

https://twitter.com/ditelou/status/1684980547209043968

.

Zé Maria

“Globo retoma o jornalismo de guerra.
A campanha que ela faz em torno do IBGE não é contra Márcio Pochmann.
É contra Lula.
Não importa a verdade nem o currículo do futuro presidente do IBGE,
o q a Globo quer é colocar o governo de joelhos.
Simone Tebet deve fugir dessa armadilha.”

https://twitter.com/joaquimmonstrao/status/1684724325864157184

Zé Maria

“Por que a direita não se vê como ideologia?”

“Governo Lula, como sempre, acusado de ser ideológico
por aqueles incapazes de ver a ideologia nazi-fascista
do governo anterior.
Tudo é ideológico, como ensinou Freire. A questão é saber
se a ideologia é excludente ou inclusiva; nazi-fascista
ou democrata; ultra-liberal ou social”

Jornalista MILLY LACOMBE: https://t.co/eBDKCKCLhb

Quando alguém diz que a escolha foi ideológica o que está sendo dito
é que a escolha foi por alguém do campo da esquerda.

São inúmeros os exemplos, mas falemos de Márcio Pochmann,
recém escolhido para comandar o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística [IBGE].

O nome de Pochmann está despertando o que poderia ser chamado,
sem exageros, de desespero por uma parte da imprensa e da ala neo-liberal
de analistas econômicos, uma ala que, diga-se, apoiou Paulo Guedes
mesmo depois de o governo Bolsonaro se revelar escancaradamente
pelo que sempre anunciou que seria: um governo de tendências
nazi-fascistas.

Pochmann, eles gritam, é apontamento ideológico de Lula.

Seria o caso de nos perguntarmos por que Lula, presidente da nação,
não poderia fazer um apontamento ideológico.

Paulo Guedes, ainda herói dos liberais, foi escolha ideológica
para a Economia.

Roberto Campos Neto foi escolha ideológica para o Banco Central.

Mas aqui ainda navegamos por águas econômicas.
Saiamos delas.

Pazuello e Queiroga, ministros da saúde de Jair Bolsonaro,
foram escolhas ideológicas.

Estranhas não por serem ideológicas, mas por estarem à frente
de uma pasta da qual nada entendiam durante uma pandemia.

Ser ideológico não é problema em si.
O problema começa quando vamos investigar qual a ideologia
em questão dado que todos temos uma.

Por que a direita e a extrema-direita não se vêem como ideologias?

Por que os liberais não se enxergam como ideológicos?

Por que Campos Neto nunca foi chamado de escolha ideológica?
Pelo contrário: para jornalistas de direita trata-se de escolha técnica.

Não é preciso muito para ser classificado de escolha técnica:
basta ter vindo do mercado, para onde, aliás, todos eles voltam
ao deixarem o governo.

Esse mesmo mercado tão inundado de ideologia nunca é descrito
como ideológico.

O mercado, para o campo da direita, é sempre técnico.

Deveria nos fazer pensar por que é assim.

Por que o comunismo é ideologia mas o capitalismo não é?

Por que o colonialismo nunca é chamado de regime ideológico
mas o stalinismo sim?

Por que apenas jornalistas do campo da esquerda são chamados
de ideológicos e os da direita se vendem como técnicos?

Respondamos.

A direita não se vê como ideologia pois se entende universal.
É a ela que tudo se compara, como um carbono isótopo 12
do universo político.

Ideologias universais se pretendem invisíveis por serem hegemônicas.
Mas não são. Pelo menos não mais.

Assim como a identidade do homem branco e heterossexual
se pretende invisível e universal.
A ela todos nós devemos nos comparar.
Identidade é isso aí que vocês são.
Nós aqui somos apenas a razão e o poder, eles dizem.

Qualquer crítica decente às pautas identitárias deveria começar pela crítica
a essa identidade dominante que se pretende universal.

Marcio Pochmann, gostem ou não, é escolha técnica e também ideológica.

Técnica porque seu currículo é irrepreensível:
doutor em ciências econômicas, professor da Unicamp,
ex presidente da Fundação Perseu Abramo, do IPEA e
autor de dezenas de livros, entre eles
“O Neocolonialismo à Espreita” (recomendo), e vencedor
do Jabuti pela obra “A década dos Mitos”, de 2002.

E ideológica porque tudo na vida contém alguma ideologia,
e não há nada de errado com isso.

A questão começa depois: de que tipo de ideologia estamos falando?

No caso de Campos Neto, por exemplo, estamos falando de uma ideologia neoliberal que não se acanha em apoiar o nazi-fascismo bolsonarista e os interesses do mercado em detrimento dos sociais.

Uma ideologia mais moral do que econômica que trabalha encolhendo o espaço público e alargando o privado.

Uma ideologia hegemônica que acha razoável dizer que crianças vendendo bala na rua tiveram a vida melhorada pela criação do PIX.

No caso de Paulo Guedes, idem: era para ele intolerável que trabalhadoras domésticas estivessem indo passear na Disney mas absolutamente legítimo ministro da economia ter dinheiro em paraíso fiscal.

No caso de Pochmann, a ideologia é de esquerda e social. Inclusiva e atenta aos mais vulneráveis.

Me parece um bom começo para liderar o IBGE que Bolsonaro tentou
esvaziar para depois destruir diante do silêncio da turma que hoje
acordou abruptamente para bradar sobre a importância do IBGE.

Todos somos mobilizados por alguma ideologia. Políticos, economistas,
empresários, donas-de-casa e jornalistas.

Ela tem impacto sobre nossa linguagem, sobre o que escolhemos ler,
o que escolhemos ver, o que escolhemos vestir e onde escolhemos ir.
Acreditar que existe qualquer ação que seja desprovida de ideologia
é inocência ou ignorância.

Já na política, apontar o dedo e berrar que a escolha é ideológica é de duas,
uma: ou falta de capacidade de analisar conjunturas (não assombra, então,
que os mesmos que tenham deixado de ver o nazi-fascismo em Bolsonaro
sejam agora aqueles que berram que Pochman é escolha ideológica)
ou desonestidade intelectual.

A pergunta que deve ser feita é: qual ideologia é a sua?
Inclusiva ou excludente?
Nazi-fascista ou democrática?
Liberal ou social?

Ficam os questionamentos.

https://twitter.com/MillyLacombe/status/1684543647411306497

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/F2JmGQ3WIAAhXnc?format=jpg

“A Globonews se deu ao trabalho de

fazer um powerpoint do Pochmann!”

https://twitter.com/luizazenha23/status/1685021572644413440

Zé Maria

“O Eterno Retorno”

https://twitter.com/brealt/status/1685038359276613632

Zé Maria

VIII. A QUESTÃO CENTRAL: OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMO PODER

“O Poder Ideológico-Político da Mídia
se realiza como Produção de Simulacros”

(“Simulacro E Poder – Uma Análise Da Mídia”.
Marilena Chauí. FPA, 2006. Páginas 72-78)

https://interartesufgd.files.wordpress.com/2016/03/chaui-midia-simulacro-do-poder.pdf
https://interartesufgd.files.wordpress.com/2016/03/lv-chaui-57-142.pdf

Zé Maria

“A Volta do Jornalismo de Esgoto e a Guerra dos Índices”

“Eles não temem a manipulação da estatísticas:

temem o que as estatísticas podem mostrar.”

Por Luís Nassif, no GGN

Foi uma reestreia em grande nível da pior fase do jornalismo brasileiro:
o jornalismo de esgoto, através do qual a mídia difundia as acusações
mais inverossímeis visando estimular o estouro da boiada, o gado
que atuava de maneira irracional nas grandes ondas de linchamento.

O que poderia ser uma crítica técnica ao pensamento de Pochmann,
tornou-se um caso de linchamento público desmoralizante para o
jornalismo da Globo.
Após a primeira suspeita lançada, seguiu-se um festival de ataques
de jornalistas analfabetos econômicos, zurrando como sábios contra os estudos de Pochmann, sem a menor noção sobre o papel do IBGE ou
sobre temas tratados por Pochmann e sobre a própria biografia de Pochmann, “acusando-o” de ter ‘posições ideológicas’.

E Roberto Campos Neto? Esse tem ‘posição técnica’.

Cronista esportivo, coube a Milly Lacombe, da UOL, enxergar o rei nú:
em um país em que a economia é dominada pela ideologia do mercado,
as acusações a todos que não concordam com isso é serem “ideológicos”.

Em suma, um movimento que em nada ficou devendo aos movimentos
do gado bolsonarista, as mesmas suposições sem base factual,
o mesmo terraplanismo, a mesma intenção de fazer o gado pensar
com o fígado.

A Briga dos Índices
Por trás dessa baixaria completa, está o receio da grande guerra
pelos índices.

O ponto central da ideologia mercadista é vender o peixe de que todas
as medidas beneficiando o mercado são “técnicas”, e não políticas.

A consolidação dessa ideologia se deu através do monopólio dos
indicadores e pela exclusão de qualquer análise sistêmica sobre medidas
econômicas.

Vende-se a ideia de que gastos públicos aumentam a inflação prejudicando
os mais pobres.
E se começarem a ser desenvolvidos trabalhos mostrando os efeitos das
taxas de juros sobre o emprego e sobre a situação dos mais pobres?

Em pleno período de ataques aos aumentos do salário mínimo, o IPEA
(Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) divulgou um estudo,
com base no IBGE, mostrando que em mais de 50% das famílias,
com um aposentado ou pensionista, eles eram o arrimo econômico.
Ou seja, o aumento do salário mínimo beneficiou a saúde, pelo fato de
ajudar a alimentar a família; a educação, permitindo às crianças entrar
mais tarde no mercado de trabalho; a segurança, tornando as crianças
menos suscetíveis às investidas do crime organizado.

E se o IBGE utilizasse seus levantamentos para analisar, por exemplo,
as externalidades positivas dos investimentos públicos ou dos gastos
sociais?

Por exemplo: o dinheiro gasto em uma estrada reduziu em xis porcento
as perdas com transporte e com carga, permitindo um ganho adicional
de ypisilone para a economia brasileira.

Ou a visão sistêmica sobre os financiamentos do BNDES?
Hoje em dia, o mercado meramente compara os custos de financiamento
do BNDES com a taxa Selic – e diz que a diferença é déficit público.

E se forem incluídos nas contas as empresas criadas, os fornecedores,
os empregos e o pagamento de impostos desse novo universo produtivo?

Aí se poderia saber que, além de gerar empregos e investimentos produtivos, os financiamentos do BNDES ajudam na arrecadação fiscal.

E seriam desmascaradas as análises rasas que sustentam muitos
dos estereótipos econômicos que alimentam a mídia.

Em suma, há uma grande batalha ideológica em torno dos índices.
O medo desse pessoal não é com a manipulação de índices,
mas como a elaboração de novos índices, bem embasados
academicamente, podendo comprometer a sua própria manipulação
de conceitos.

Eles não temem a manipulação da estatísticas:
temem o que as estatísticas podem mostrar.

https://jornalggn.com.br/coluna-economica/a-volta-do-jornalismo-de-esgoto-e-a-guerra-dos-indices-por-luis-nassif/
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Depois que o Pochmann assumir o Cargo de Presidente do IBGE,
cada vez que, p.ex., o IBGE divulgar uma Efetiva Queda da Inflação,
a Mídia Neofasciliberal Antipetista dirá que os dados foram ‘manipulados’
e assim justificar a Alta Taxa de Juros fixada pelo tal Banco Central ‘independente’.

O Objetivo da Imprensa Venal Neoliberal não é o de informar
mas sim formar um Senso Comum na Sociedade moldando
a Opinião da População de acordo com Interesses Escusos,
não publicados, da Classe Econômica do Topo da Pirâmide
Social – que aufere Lucro às custas do Trabalho Alheio – da
qual fazem parte integrante os próprios Proprietários dos
Grupos Privados de Comunicação que produzem ‘notícias’
e ‘opiniões’.
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Livro

“Simulacro E Poder – Uma Análise Da Mídia” (FPA, 2006)
Autora: Marilena Chauí

https://interartesufgd.files.wordpress.com/2016/03/chaui-midia-simulacro-do-poder.pdf
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Resenha: Leonardo Brant

Em tempos de discussão sobre o papel da opinião pública e o cada vez mais complexo processo que envolve o seu controle e formação, em ambientes midiáticos contaminados pela contraposição dos poderes do Estado e do mercado, a filósofa Marilena Chauí, nos fornece uma análise crua, mesclando a autoridade de maior pensadora do Brasil com exemplos concretos de sua experiência como gestora cultural.

A filósofa coloca em xeque a lógica e os procedimentos dos meios de comunicação de massa.

Marilena Chaui fala sobre a abolição da diferença entre os espaços público e privado e como os códigos da vida pública passam a ser determinados e definidos pelos códigos da vida privada.

Para a professora, enquanto o pensamento e o discurso de direita reiteram o senso comum que permeia a sociedade, no caso da esquerda é preciso ultrapassar obstáculos, o que representa desmontar esse senso comum e a aparência de realidade e verdade que as condições sociais e as práticas existentes parecem possuir.

Para a classe dominante de uma sociedade, pensar e expressar-se é coisa fácil: basta repetir idéias e valores que formam as representações dominantes da sociedade (afinal, como dizia Marx, ‘as idéias dominantes de uma sociedade são as da sua classe dominante’).

O pensamento e o discurso da direita, apenas variando, alterando e atualizando o estoque de imagens, reiteram o senso comum que permeia toda a sociedade e que constitui o código imediato de explicação e interpretação da realidade, tido como válido para todos.
Eis por que lhe é fácil falar, persuadir e convencer, pois os interlocutores já estão identificados com os conteúdos dessa fala, que é também a sua na vida cotidiana.

Para a esquerda, porém, a dificuldade é imensa porque o pensamento e o discurso são forçados a realizar quatro trabalhos sucessivos ou até mesmo simultâneos:
precisam, primeiro, desmontar o senso comum social;
em seguida, precisam desmontar a aparência de realidade e verdade que as condições sociais e as práticas existentes parecem possuir, aparência sobre a qual se funda tanto a fala da direita como a compreensão dos demais agentes sociais;
precisam, a seguir, reinterpretar a realidade, revelar seus fundamentos secretos e suas operações invisíveis para que se possa compreender e explicar o surgimento, as formas e mudanças da sociedade e da política;
e, finalmente, precisam criar uma fala nova, capaz de exprimir a crítica das idéias e práticas existentes, capaz de mostrar aos interlocutores as ilusões do senso comum e, sobretudo, de transformar o interlocutor em parceiro e companheiro para a mudança daquilo que foi criticado.

Assim, enquanto para a direita basta repetir o senso comum produzido por ela mesma,
para a esquerda cabe o trabalho da prática e do pensamento críticos, da reflexão sobre o sentido das ações sociais e a abertura do campo histórico das transformações do existente.

https://fpabramo.org.br/2009/05/12/resenha-simulacro-e-poder-de-marilena-chaui/

Publicado originalmente no site Cultura e Mercado, em 08/05/2009:
https://culturaemercado.com.br/simulacro-e-poder-de-marilena-chaui
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Zé Maria

Faculdade de Economia da UFRGS emite Nota
em Solidariedade ao professor Márcio Pochmann:

A Direção da Faculdade de Ciências Econômicas [FCE] da UFRGS
[Universidade Federal do Rio Grande do Sul]e os ex-diretores
em atividade no Departamento de Economia e Relações Internacionais
vêm, por meio desta nota, registrar sua mais elevada consideração
e respeito ao Prof. Dr. Marcio Pochmann, economista graduado em
nossa instituição no ano de 1984, cuja trajetória acadêmica e profissional
é amplamente reconhecida.

Sua recente indicação para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) suscitou debates públicos que questionam sua
capacidade técnica e idoneidade para o exercício de funções públicas.
As críticas sugerem que o Dr. Pochmann carece de predicados técnicos
devido à sua formação teórica e à sua atuação acadêmica, ambas
caracterizadas pela ênfase na crítica a determinadas correntes de
pensamento existentes dentro da área da Economia.
Esta, por sua vez, caracteriza-se pela pluralidade de tradições teóricas,
metodológicas, epistemológicas e ontológicas.
Se, para algumas pessoas, esta característica é um problema, para a FCE
ela é uma virtude.

Nossa Faculdade entende que a pluralidade e a liberdade acadêmica
são essenciais para garantir a boa formação dos futuros profissionais
que atuam em nossas áreas de competência.
Valorizamos o contraditório e os debates respeitosos, que devem permear
aspectos objetivos dos temas em tela e não idiossincrasias pessoais.

A Economia, como outras áreas do conhecimento, é rica por ser diversa.
A FCE reconhece isso e tem como um dos seus valores a defesa da
pluralidade.
Nosso Portal registra o que segue: “entendemos que existem diversas
abordagens para a compreensão de sistemas econômicos.
Aceitamos e defendemos a pluralidade de ideias e métodos, compreendendo
que essas diferenças se complementam e estimulam a busca da excelência
acadêmica.”

O Prof. Dr. Marcio Pochmann foi formado neste ambiente.
Reconhecemos nele um profissional competente, cujos serviços prestados
à academia e à gestão pública merecem o nosso mais elevado respeito.
Desejamos a ele sorte e sucesso em todas as suas atividades profissionais.

Ansiamos pelo dia em que o Brasil retome um ambiente mais civilizado
no debate público, onde as pessoas sejam avaliadas pelo que são capazes
de contribuir para com a sociedade, independentemente de suas posições
ideológicas e políticas, sempre que estas se encontrem nos marcos da
legalidade e da democracia.

Maria de Lurdes Furno da Silva – diretora da Faculdade de Economia da UFRGS

André Moreira Cunha – vice-diretor da Faculdade de Economia da UFRGS

Carlos Henrique Vasconcellos Horn – diretor da Faculdade de Economia da UFRGS, 2016-2020

Helio Henkin – diretor da Faculdade de Economia da UFRGS, 2008-2016

https://jornalggn.com.br/midia/ufrgs-nota-em-solidariedade-ao-professor-marcio-pochmann/

Zé Maria

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“Para Entender as Disputas em Torno do IBGE”

“Como especialista em indicadores sociais,
Marcio Pochmann tem muito mais afinidade
com o corpo técnico do IBGE
do que qualquer quadro mercadista”

Por Luis Nassif, no GGN, via Outras Palavras

https://outraspalavras.net/outrasmidias/para-entender-as-disputas-em-torno-do-ibge/
https://jornalggn.com.br/midia/para-entender-as-disputas-em-torno-do-ibge-por-luis-nassif/
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“Miriam Leitão e a Síndrome do Escorpião”

“Passada a fase do silêncio obsequioso, volta-se
ao velho padrão de exterminar inimigos.”

Miriam ‘voltou a ser’ macarthista, usando o seu jornal
para acusar Pochmann do pior crime que um pesquisador
poderia cometer: a manipulação das estatísticas.”

“É uma crítica covarde – porque valendo-se do poder de
divulgação do maior jornal brasileiro – para tentar
exterminar um adversário de ideias.
E comprova que o lavajatismo é parte irreversível da alma
de certo jornalismo tupiniquim.”

Por Luis Nassif, no Jornal GGN

https://jornalggn.com.br/midia/miriam-leitao-e-a-sindrome-do-escorpiao-por-luis-nassif/
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“As Inacreditáveis Acusações de Malu Gaspar contra Márcio Pochmann”

“Nesse festival de balões de ensaio, nenhuma tentativa foi mais indigna
que esses ataques cometidos contra o economista Márcio Pochmann.”

Por Luis Nassif, no Jornal GGN

https://jornalggn.com.br/midia/as-inacreditaveis-acusacoes-de-malu-gaspar-contra-marcio-pochmann/
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“A Revanche do Velho Jornalismo [ou do Jornalismo Velho]

“Essa onda contra Márcio Pochmann foi apenas uma tentativa
de reposicionamento da velha guarda, saudosa dos tempos
em que agitava o gado com gritos”

https://jornalggn.com.br/midia/a-revanche-do-velho-jornalismo-por-luis-nassif/
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“A Mídia Volta a Tratar a Economia como Caso de Polícia”

“Imaginaram poder reproduzir estratégia do início do governo Dilma,
onde miravam alvos, faziam a crítica e conseguiam resposta obediente.”

Por Luis Nassif, no Jornal GGN

https://jornalggn.com.br/coluna-economica/a-midia-volta-a-tratar-a-economia-como-caso-de-policia-por-luis-nassif/
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Zé Maria

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“O que está por trás dos insistentes ataques da imprensa
ao Márcio Pochmann? Continuam atacando o invejável
currículo de um dos mais preparados economistas do país,
e por quê?
Qual a relação entre o desespero ensaiado e o esvaziamento
programático do IBGE?
Aí está a chave.”

Jurista CAROL PRONER
https://www.escavador.com/sobre/4939881/caroline-proner
https://twitter.com/CarolProner/status/1684894611611725824
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“A maioria das críticas a Márcio Pochmann se refere ao seu período
de presidente do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
Lá, investiu contra dois baluartes do ultraliberalismo brasileiro:
Regis Bonelli e Fábio Giambiagi.
Aposentado do órgão, Bonelli mantinha sala e secretária para
consultoria profissional [particular].
Funcionário do BNDES, Fábio Giambiagi foi alocado no IPEA
para produzir trabalhos de interesse do mercado.

Pochmann determinou que aposentados não poderiam mais
continuar ocupando as dependências e o nome do instituto.
Abriu a possibilidade para aposentados voltarem a integrar
os quadros do IPEA, mas como funcionários efetivos.
E devolveu Giambiagi ao BNDES.

Foram medidas disciplinadoras corretas.

Essa investida contra a apropriação de órgãos públicos pelo
‘mercadismo’ custou-lhe a inimizade eterna das ‘mercadistas’
mais radicais, como Elena Landau e Miriam Leitão.”

https://twitter.com/Lucianoteo2/status/1684930707989090304
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Zé Maria

https://t.co/xCv05mYInw

“Marcio Pochmann é Confirmado Novo Presidente do IBGE”

[ Reportagem: Wellton Máximo | Edição: Marcelo Brandão | Agência Brasil ]

https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2023-07/marcio-pochmann-e-confirmado-novo-presidente-do-ibge

Vão continuar com Chororô?

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Zé Maria

“Deixa eu contar uma coisa aqui: cargo comissionado é de livre nomeação.
Quando o presidente de uma instituição entra e troca os cargos
comissionados ou devolve os cedidos para sua instituição de origem
ele não está ‘demitindo’ a pessoa” [como afirma a Leitão no Grupo Globo].

“Vou dar um exemplo: eu estou cedida ao BNDES.
Se mudar a gestão do banco e tiver outro presidente,
eu não vou dizer que ele me ‘demitiu’ porque ‘perseguia
a esquerda’.
É natural que mudando o presidente eu volte pra minha
instituição de origem.
Isso foi o [que ocorreu quando]o Pochmann [esteve] no IPEA.”

“Me incomoda muito os economistas que acham que só macroeconomia
ou métodos quantitativos é Economia ou que é a sua forma mais sublime.
Tem muito economista dizendo que toda a literatura relevante em economia
está em inglês ou que não conhece nenhuma obra importante do Pochmann
ou ridicularizam a sua vasta produção como ‘pouco relevante’.

Olha, os debates sobre mercado de trabalho e subdesenvolvimento
não estão em inglês; a discussão sobre a polêmica da ‘nova classe média’
é extremamente relevante. A discussão sobre desindustrialização; neocolonialismo; determinantes salariais; desigualdade é objeto
das ciências econômicas e é muito relevante.”

“Os fóruns de discussão para temas da macro e da economia do trabalho
e o uso do argumento de que o professor [Marcio Pochmann] não publica majoritariamente em inglês é pouco relevante para a área de estudos dele.
Não se mede qualidade de pesquisador por publicação em inglês, sobretudo
nesse campo.”

Economista JULIANE FURNO
Professora na Faculdade de Economia (UERJ).
Doutora em Desenvolvimento econômico na Unicamp.
https://twitter.com/JulianeFurno/status/1684965139114598400
https://twitter.com/JulianeFurno/status/1684966923862253570
https://twitter.com/JulianeFurno/status/1684641321028382720

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/FxdnYEAXgAARfJa?format=png

A Súcia do Instituto Millenium – incluindo os Herdeiros do Roberto Marinho
que ditam a Linha Ideológica da Abordagem de Economia no Grupo Globo –
queria [e fez Lobby pel]o Neoliberal Paes de Barros, do INSPER, em vez do
Desenvolvimentista Márcio Pochmann, Professor de Economia da Unicamp.

Entre Paes de Barros – um conhecido Adepto da Doutrina de Milton Friedmann dos Mercados Libertinos – e um Economista Keynesiano
como Marcio Pochmann, é até óbvio o Motivo da Escolha de Lula.
Está claro que foi sim uma Opção Ideológica. E Muitíssimo Correta.

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Zé Maria

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Leitão, a Lavajatista Neoliberal, está reiteradamente espalhando
nos Veículos de Comunicação do Grupo Globo Falsas Acusações
sobre a Gestão [Ótima, diga-se,] de Marcio Pochmann no IPEA.

Mas vê só:
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“Sobre Pochmann no IPEA, pra terminar:
os ‘técnicos’ que [segundo a Leitão]
foram ‘afastados’ do IPEA eram 4 (Quatro):
Dois servidores [cedidos] do BACEN, devolvidos,
e 2 aposentados que ocupavam irregularmente
salas do IPEA, porque usavam o órgão como
plataforma ideológica do PSDB [na Oposição].”

“Os 4 estavam lá defendendo teses [neo]liberais mofadas
[as mesmas que a Leitão defende]de q o problema econômico
do Brasil não era concentração de renda, mas pouca produtividade
do trabalhador, excesso de gastos no setor público e na previdência, etc.
As soluções? Privatização, reformas previdenciária e administrativa.”

Professor de Políticas Públicas SAMUEL BRAUN (UERJ)
Sociólogo e Coordenador de Integração
e Desenvolvimento da @UERJ_Oficial.
PhD stdnt em Economia Política Internacional (@UFRJ)
MSc em Ciência Política (@UFRRJ)
https://www.escavador.com/sobre/8260468/samuel-braun-pereira-lima

https://twitter.com/SamuelBraun/status/1684745571066642432
Leia Mais Detalhes na Sequência:
https://twitter.com/SamuelBraun/status/1684745574141001728
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Bernardo

O artigo está correto, sugere-se que de outras vezes não seja publicada a aberração jornalistica desse folhetim decadente, decrépito e fascista. Todo apoio ao IBGE e seu novo presidente. Esse é mais um exemplo de como atuará o PIG daqui pra frente. À medida que o governo for bem sucedido as mentiras serão mais intensas; parece que vão esgotar o repertorio.

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