Uri Avnery: Um “evento geológico” no Oriente Médio

Tempo de leitura: 5 min

Uma villa na selva?

por Uri Avnery, Gush Shalom [Bloco da Paz], Israel

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Estamos passando por evento geológico. Terremoto de vastíssimas dimensões está mudando a paisagem do Oriente Médio. Montanhas convertem-se em vales, ilhas emergem do mar, vulcões cobrem de lava a terra.

As pessoas temem mudanças. Quando acontecem, tendem a negar, ignorar, fingir que nada de importante estaria acontecendo.

Os israelenses não fogem a essa regra. Enquanto no vizinho Egito têm lugar eventos que mudam a face da terra, Israel está absorvida num escândalo no alto comando do Exército. O ministro da Defesa detesta o atual comandante do estado-maior e não faz segredo. O novo chefe presuntivo foi denunciado como mentiroso e a nomeação foi cancelada. É o que se vê nas manchetes.

Mas o que está acontecendo no Egito mudará a vida de todos em Israel.

Como sempre, ninguém anteviu coisa alguma. O tão incensado e temido Mossad foi colhido de surpresa, como também a CIA e todos os demais serviços secretos do gênero.

Pois qualquer um poderia prever que aconteceria o que aconteceu – exceto talvez a incrível força da irrupção. Nos últimos poucos anos, temos dito várias vezes nessa coluna, que em todo o mundo árabe multidões de jovens estão chegando à idade adulta tomados por profundo desprezo por seus líderes, e que, mais cedo ou mais tarde, esse desprezo geraria um levante. Não são profecias, mas simples análise atenta das probabilidades.

O torvelinho no Egito foi causado por fatores econômicos: a carestia, a miséria, o desemprego, a nenhuma esperança entre os jovens saídos das universidades. Mas que ninguém se engane: há causas muito mais profundas, que se podem resumir numa palavra: a Palestina.

Na cultura árabe, nada é mais importante que a honra. As pessoas sabem sobreviver à miséria, mas não admitem ser humilhadas.

E o que todos os jovens árabes viam, do Marrocos a Omã, todos os dias, é sempre os seus respectivos líderes políticos deixando-se humilhar, se auto-humilhando, traindo os irmãos palestinos para obter algum favor a mais, um pouco mais de dinheiro, dos EUA; colaborando com a ocupação israelense, curvando-se aos novos colonizadores. É humilhação profunda para os jovens árabes criados à luz das conquistas da cultura árabe em tempos passados e das glórias dos antigos califas.

Em nenhum outro ponto do Oriente Médio essa desonra era mais visível que no Egito, que declaradamente colaborava com os governos israelenses, impondo o escandaloso bloqueio contra a Faixa de Gaza, que condenava 1,5 milhões de árabes à fome e à miséria. Jamais foi bloqueio só israelense. Não haveria bloqueio sem a colaboração do Egito. Sempre foi bloqueio israelense-egípcio, lubrificado anualmente por 1,5 bilhão de dólares dos EUA.

Já pensei várias vezes – e várias vezes disse e escrevi – sobre como me sentiria se tivesse 15 anos e vivesse em Alexandria, Amã ou Aleppo, vendo os políticos agir como servos abjetos dos EUA e de Israel, ao mesmo tempo em que oprimem e torturam os próprios cidadãos. Aos 15 anos, eu próprio alistei-me numa organização terrorista. Por que qualquer jovem árabe faria diferente?

É possível tolerar-se um ditador, se ele manifesta a dignidade nacional. Mas ditador que manifeste a vergonha nacional é como árvore sem raízes – qualquer vento mais forte a derruba.

Para mim, a única dúvida sempre foi em que ponto o mundo árabe começaria a agitar-se. O Egito – e a Tunísia – não era o primeiro da minha lista. E, contudo, aí está: a grande revolução árabe acontecendo no Egito.

São perfeitas maravilhas. Se a Tunísia foi pequena maravilha, a revolução dos egípcios é maravilha gigante.

Sempre amei os egípcios. Claro que não se pode amar igualmente 88 milhões de indivíduos, mas pode-se, sim, gostar mais de um povo que de outro. Alguma generalização se permite.

Os egípcios que se veem nas ruas, com quem se fala na casa de intelectuais e nas vielas mais pobres dentre as mais pobres sempre me pareceram inacreditavelmente tolerantes. São dotados de senso de humor que ninguém consegue esconder. E orgulham-se imensamente dos seus 8.000 anos de história.

Do ponto de vista de um israelense, já habituado à agressividade dos israelenses, a quase total ausência de agressividade dos egípcios é sempre surpreendente. Lembro claramente de uma cena: estava num táxi no Cairo, que bateu noutro táxi, no trânsito. Os dois motoristas saltaram dos respectivos veículos e puseram a gritar ameaças, as mais terríveis, um contra o outro. De repente, pararam e puseram-se a rir, às gargalhadas.

Um ocidental que chegue ao Egito, ou ama ou odeia. No instante em que se põe os pés no Egito, o tempo já não é o tirano que o Ocidente conhece. Tudo deixa de ser tão urgente, tudo é mais lento, mas, como que por milagre, tudo sempre toma jeito. A paciência dos egípcios parece sem limites. É traço que pode iludir ditadores, porque paciência é coisa que, de repente, acaba.

É como uma represa, num rio. A água sobe sem que ninguém veja, silenciosamente, imperceptivelmente – mas se ultrapassa o limite crítico, e a represa não a contém, a água explode e varre tudo o que encontrar pela frente.

Meu primeiro encontro com o Egito foi embriagador. Depois da surpreendente visita de Anwar Sadat a Jerusalém, viajei imediatamente para o Cairo. Não tinha visto. Jamais esquecerei o momento em que apresentei meu passaporte israelense ao funcionário do aeroporto. Ele folheou e folheou o passaporte, cada vez mais intrigado – e de repente levantou a cabeça e abriu um sorriso. Disse “marhaba”, bem vindo. Naquele momento éramos só três israelenses naquela enorme cidade, e fomos tratados como reis, como se, a qualquer momento, alguém nos fosse levantar sobre os ombros, em triunfo. A paz estava no ar, e as multidões egípcias riam de prazer.

Mas apenas poucos meses depois, tudo mudou profundamente. Sadat esperava – creio que sinceramente – que a paz implicaria libertação também para os palestinos. Sob intensa pressão de Menachem Begin e Jimmy Carter, aceitou uma declaração em termos vagos sobre os palestinos. Rapidamente Sadat percebeu que Begin nem sonhava cumprir o que prometera. Para Begin, o acordo de paz com o Egito só lhe interessava com paz em separado, que lhe permitiria concentrar-se na guerra contra os Palestinos.

Os egípcios – começando pela elite cultural e chegando às massas – jamais perdoaram essa traição dos israelenses. Sentiram-se enganados. Amem ou não amem os palestinos – nada é mais vergonhoso na tradição árabe que trair parente pobre. Ver Hosni Mubarak colaborar nessa traição levou muitos egípcios a desprezá-lo. Esse desprezo existe em cada movimento do que se viu acontecer semana passada. Conscientemente e inconscientemente, os milhões que gritam “Mubarak fora!” ecoam esse desprezo.

Em todas as revoluções há um “momento Yeltsin”. As colunas de tanques foram mandadas para a capital para reafirmar a ditadura. No momento crítico, as massas enfrentam os soldados. Se os soldados recusam-se a atirar, o jogo terminou. Yeltsin subiu num dos tanques, ElBaradei falou às massas na Praça Tahrir. É o momento em que qualquer ditador prudente parte, como fez o Xá e, agora, também o chefete tunisiano.

Depois, há o “momento Berlim”, quando o regime desaba e ninguém, no poder, sabe o que fazer, e só as massas anônimas parecem ver com clareza o que querem: em Berlim, queriam derrubar o Muro.

E vem o “momento Ceausescu”. O ditador vai ao balcão e fala à multidão, e, das ruas, sobe um coro de “Abaixo o tirano!”. Por um instante, o ditador fica sem ter o que dizer, movendo os lábios sem que ninguém o ouça. Depois, desaparece. De certo modo, já aconteceu a Mubarak, que fez discurso ridículo, tentando conter a maré.

Se Mubarak perdeu o contato com a realidade, o mesmo se pode dizer de Binyamin Netanyahu. Ele e seus colegas parecem incapazes de ver o significado terrível desses eventos, para Israel.

Quando o Egito se move, o mundo árabe move-se com ele. O que quer que aconteça no futuro imediato no Egito – democracia ou ditadura militar – é questão de (pouco) tempo antes do fim das ditaduras em todo o mundo árabe, e as massas modelarão uma nova realidade, sem generais.

Tudo que os governos de Israel fizeram nos últimos 44 anos de ocupação ou 63 anos de existência vai ficando obsoleto. Estamos diante de realidade nova. Israel pode ignorá-la – insistir que Israel ainda seria “uma villa na selva”, na famosa fórmula de Ehud Barak – ou poderá descobrir o lugar que adequado que caiba a Israel na nova realidade.

A paz com os palestinos deixou de ser artigo de luxo. Hoje, é absoluta necessidade. Paz agora, paz rápida, paz já.

Paz com os palestinos e, depois, paz com as massas democratizantes em todo o mundo árabe, paz com as forças islâmicas racionais (como o Hamás e a Fraternidade Muçulmana, absolutamente diferentes da al-Qaeda), paz com as novas lideranças políticas que brotarão no Egito e por toda parte.


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Comentários

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João Sérgio

Fiquei emocionado com a lucidez e o tom poético do texto do Jornalista ( com "J" maiúsculo ). Sáo profissionaia assim que nos faz acreditar no ofício e no exerício de informar com imparcialidade e conciência do verdadeiro dever. E pensar que aqui um tal de Alexandre Garcia, tido por jornalista, assim com outros tantos, inundam, todas as manhãs, os ouvidos de seus telespectadores com textos e comentários bócos, reacionários, recheados de falso moralismo e inconormísmo.

urbano

Que otimista esse jornalista! É bom isso mas tambem é bom se preparar para o que virá de Israel ( ou melhor dos dirigentes de Israel) e principalmente do USA que não vão largar o pudim facil.

Liliana Falabella

Muito bom o texto, quando o povo se une tudo pode acontecer. Que as sementes das mudanças floreçam pelo mundo arabe e resto do planeta.

allan mahet

O Egito como exemplo
Allan Mahet

Há mais ou menos três semanas, manifestações ocorridas na Tunísia derrubaram o governo de Zine Al-Abidine Bem Ali, desde 1979 no poder.

No dia 25 de janeiro, 10 mil pessoas (segundo o governo local) se mobilizaram no Egito exigindo a saída do presidente Hosni Mubarak enfrentando a polícia no, batizado, dia de fúria.

Em menos de uma semana o número de manifestantes subiu para 1 milhão e os embates com as forças policiais fizeram mais de 100 mortos, 3000 feridos e nenhum pedido de renúncia do governante, apesar dos apelos europeus e cínicas solicitações norte-americanas, que há três décadas está no poder, após um golpe que matou o então presidente Anywar Sadat em 1981.

As nomeações do vice Omar Suleiman e do premier Ahmed Shafiq não satisfizeram o povo, que há trinta anos vive sob um regime de emergência que restringe liberdades individuais e coletivas. Devemos levar em consideração que população egípcia não chega a metade dos 190 milhões que temos aqui no Brasil e que manifestações sem autorização prévia são proibidas no país.

(…)

O uso da tecnologia, normalmente associado ao sedentarismo e banalidades se tornou para os egípcios em uma peça fundamental nesse esforço de organização, através das mensagens de 140 caracteres do twitter, uma ferramenta extremamente controlada pelo governo, servindo de arma para a população e condição sine qua non para o sucesso da mobilização, que apesar de não ter atingido (ainda) seus objetivos, que é a deposição do presidente, já nos ilustra como exemplo e pode denotar uma realidade de nosso mundo contemporâneo, no qual não há mais espaço para sistemas arcaicos que subjugam milhares para o bem estar de uma minoria.

Tendo sido iniciada na Tunísia há quase um mês, como dito acima, a revolta popular contra governos totalitários, avança pelo oriente médio.

Na Argélia, protestos contra o governo resultaram em vários mortos e dezenas de feridos. O estado temendo o fortalecimento do movimento baixou preços de diversos produtos. Contudo a tentativa funesta em abrandar o avanço popular não conteve os manifestantes que promovem saques a edifícios do governo e agências bancárias.

texto completo em: http://amahet.blogspot.com/2011/02/o-egito-como-e

ZePovinho

Enquanto isso,na Inglaterra:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMos

"…………Sessenta pessoas compareceram e ocuparam pacificamente a mais movimentada lojas de uma das principais empresas de telefonia móvel da Europa. Queriam chamar atenção para o fato de que o novo governo, por trás de todas as medidas de austeridade, teria deixado de cobrar £6 bilhões em impostos da empresa. A polícia foi chamada e na rua curiosos se perguntavam o que estava acontecendo.
“O que me chamou atenção foi que quando explicávamos nossos motivos, as pessoas que passavam se mostravam incrivelmente favoráveis. Elas paravam e contavam como estavam apavoradas com a perspectiva de perder suas casas e seus trabalhos – e quando elas ouviam que nada disso teria de acontecer se essas grandes companhias gigantescas pagassem seus impostos, elas ficavam furiosas. Muitas delas pararam o que estavam fazendo e se juntaram a nós”, relata um manifestante à reportagem do The Nation. Sentados à porta da loja, impedindo a entrada de clientes; cantando frases rimadas que pediam o pagamento dos impostos devidos, os manifestantes da UKUncut não sabiam o que estava por vir.
No dia seguinte, o evento começou a se replicar, quando em Leeds ativistas sem relação com os de Londres, fecharam três lojas da mesma empresa. Dois dias depois, com outras companhias como alvo, num sábado, as manifestações haviam se espalhado para 17 outras cidades, alcançando Edinburgo e Glasgow, na Escócia. No final de semana anterior ao de Natal, os protestos já haviam se espalhados para mais de 50 cidades, chegando a Belfast, na Irlanda do Norte, e Cardiff, no País de Gales. Os manifestantes apresentam-se como coletores de impostos fazendo trabalho voluntário em nome da “Grande Sociedade” de Cameron"……………………….

Stalin

quando o porrete vem vindo, todo mundo quer ser "amiguinho"… agora é tarde, já sabemos o que representa o estado nazista instalado em israel…..

Pedro Soto

Parabéns, Uri Avnery. Graças a judeus como você é que não podemos generalizar quando criticamos Israel.
O melhor texto que li até até hoje sobre os motivos e consequências da insurreição egípsia.

Pedro Luiz Paredes

A maior arte da guerra é esconder a verdadeira intenção das suas ações até o momento da conquista do objetivo; as vezes até depois de conquistado.

ZePovinho

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-judeu

Os judeus contra a tirania do Egito
Enviado por luisnassif, dom, 06/02/2011 – 19:57
Por ville ferreira

Preces judaicas para o levante do Egito.

Muitos judeus de todo o mundo apóiam a auto determinação egípcia pelo passado histórico do Judaísmo com o Egito.

Michael Lerner

Desde a vitória sobre o ditador da Tunísia e o subsequente levante no Egito minha caixa postal foi inundada por mensagens de judeus do mundo todo esperando e rezando pela vitória do povo egípcio sobre o cruel regime de Mubarak.
Apesar de um pequeno segmento de judeus ecoarem as vozes de direita vindas de Israel que lamentam a mudança e temem um governo democrático que traga ao poder extremistas fundamentalistas para destruírem Israel e que poderiam romper o tratado duramente conseguido que tem mantido a paz entre Egito e Israel nos últimos 30 anos – a maioria dos judeus está mais entusiasmada e esperançosa do que preocupada.

É claro que a preocupação tem uma razão: Israel aliou-se a regimes repressivos no Egito e usa estas alianças para que as fronteiras com Gaza permaneçam fechadas enquanto Israel trabalha para derrubar o regime instalado pelo Hamas, negando o suprimento de comida e equipamento para a reconstrução após os devastadores ataques de Israel em dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Se o povo egípcio assumir o governo será muito mais favorável ao Hamas que ao bloqueio israelense em Gaza.

É entretanto impossível para os judeus esquecer nossa herança como vítimas de outro tirano egípcio – O Faraó – cuja força bruta foi superada quando os escravos Israelitas conseguiram escapar do Egito há mais ou menos 3.000 anos atrás. Esta história de liberdade, retomada a cada ano na nossa celebração "Seder" da Páscoa e lida nas sinagogas no mês passado, sempre predispôs a maioria dos judeus a estar ao lado dos que lutam pela liberdade em todo mundo.

Ver centenas de milhares de egípcios capazes de se livrar das cadeias da opressão e do legado de um regime totalitário que sistematicamente prendeu, torturou ou matou seus opositores tão abertamente que a maioria das pessoas se escondia no silêncio, é lembrar que a centelha Divina continua a florescer, não importa quanto tempo regimes opressivos consigam se manter no poder, e que ultimamente o anseio de liberdade não pode ser totalmente erradicado não importa quão cruéis e sofisticadas as elites do poder, econômicas ou militares aparentem ser………………………………………………..

andré frej

A interrogação proposital no início da postagem, Azenha, está perfeita.
Uma selva na villa.
Palestina Livre !

Diogenes, o grego

Excelente análise. A verdadeira história da geopolítica do Oriente Médio está para ser contada. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Qatar são exemplos de ditaduras mantidaos pelos interesses das empresas, dos EUA, principalmente as da indústria do petróleo.

teresa b

Conheci Uri Avnery aqui no blog de Azenha e sempre foi sensato e lucido.
Existem inumeros judeus como ele, uma pena que israel tenha sido tomado pelos radicais de direita, assim como a Alemanha foi tomada pelos nazistas. Infelizmente, a impreessão que esses radicais deixam em todos é de que os alemães e agora os judeus são povos insensatos. A tendencia é generalizar.

Estela

Texto emocionante. Parabéns Vila Vudu por nos presentear com traduções de textos tão importantes.

Bonifa

Mais um belo texto sobre os acontecimentos, com algo que mais o valoriza, ser texto de israelense. Com tão pouco tempo de existência, a Revolução Egípcia parece já contabilizar mais literatura que a Guerra Civil Espanhola. Também temos esta sensação de que Israel se move no passado, num mundo obsoleto. É a mesma sensação que temos em relação aos governos e cidadãos dos Estados Unidos e da Europa, que vêm o mundo como se só eles possuíssem máquinas de lavar roupa e torradeiras elétricas. Quando acordarem, não poderão recuperar o tempo perdido.

Paulo

Os judeus não são um povo homogêneo, como todos os outros povos. Há diferenças culturais entre eles e, claro, de concepção de mundo. Em Israel há várias organizações judaicas que são perseguidas por defenderem a paz e justiça no Oriente Médio. Já é tempo de percebermos isso também e dar voz a essa pessoal que luta por um mundo melhor, como o Uri.

Roberto Locatelli

Excelente artigo, de quem conhece o mundo árabe.

Israel só tem uma chance de sobreviver: deixar de ser cão de guarda dos EUA. A população de Israel tem que expulsar o Quarto Reich instalado no governo de Israel.

Carlos Cruz

Shalom. Que os povos do oriente médio encontren a paz que tantyo procuram, sem a interferencia externa. Shalom.

francisco p. neto

Puxa vida um judeu sensato!
Seja bem vindo!

    Elton

    Eu diria que poucos israelenses escreveriam assim porque a população de lá está acostumada a achar que TODO o território ocupado desde 1967 foi DADO a Israel e ponto final! Uri Avnery sempre foi realista, sensato e sabe que Israel para sobreviver tem de dar um giro de 180 graus em sua política externa.

    Fábio

    Que comentário anti-semita. ridículo, terrível, condenável.

    Independentemente de sua posição sobre Israel, nada lhe dá o direito de ser preconceituoso.

    Não ajuda em nada a justa causa do povo palestino, e dá munição para os defensores da política militarista do Estado de Israel para chamarem todos seus críticos de anti-semitas.

    É como discordar do ditador do Egito e dizer: puxa vida um muçulmano sensato!

    Almeida Bispo

    Insensatez de judeu, de um modo geral é coisa difícil de se ver. Se diferente fosse não teriam chegado a 5.000 anos de história sem praticamente ter tido, nem mesmo uma pátria, já que mais viveram em terras "dos outros". O que há na atualidade é justamente a insensatez de uns poucos – diante do todo – como ocorreu noutras ocasiões e que foi terrível para todos eles, como por exemplo, durante a reconquista castelhana da Andalusia, quando ficaram em cima do muro e pagaram por isso com suas próprias vidas durante mais de cem anos a seguir nas fogueiras espanholas (deixando o dinheiro, claro).

ebrantino

Já leio, há anos, textos absolutamente lúcidos do Uri Avneri, um judeu da escola antiga, tocado pelo iluminismo e pelo humanismo, enfim, um judeu, melhor diria, um HOMEM, que quer acima de tudo, a felicidade e a paz para o seu povo, e SABE que isso só será possivel se forem asseguradas a paz e a independencia dos vizinhos, palestinos, curdos, sirios, libaneses, iraquianos, iranianos, turcos, jordanianos e egípcios.

Este texto de hoje, é curto e grosso, e diz tudo. Vamos ver como se desdobra a situação. Oxalá os árabes, essa etnia a quem o Brasil deve muito, muito, começando pelo que os árabes deixaram de contribuição à civilização ibérica, lusitana e italiana, e terminando pelo muito de trabalho e inteligência que troxeram diretamente como imigrantes ao Brasil. Assim como trouxeram os judeus, vindos de todo o mundo. As duas etnias convivem pacificamente aquí, como todas as demais que formam o Povo Brasileiro.

Esperamos que começando a livrar-se do império, consigam sucesso, como grande parte dos latino-americanos estão fazendo. Isto terá enorme e benefica c onsequancia para nos todos. Ebrantino.

Fabio

Viva o Egito, berço da civilização!!!!!
Força ao povo irmão do Egitoooo.

Asta

Nossa! Emocionante.
Se o rabino Sobel (aquele do roubo das gravatas de marca) ler esse texto, vai dizer que o Uri Avnery é antissemita…rsrsrs.

    Elton

    Não só o Rabino Sobel como milhões de outros……..criticou Israel, é antissemita, embora não seja, entendeu? é uma maneira de controlar o que se diz sobre o Estado de Israel de modo policialesco.

dukrai

Nenhuma ditadura que se instale no Egito vai negar a libertação de Gaza, o trânsito de pessoas, alimentos e otras cositas màs. Israel vai escancarar o regime de apartheid e transformar a Cisjordânia em um bantustão? Os sionistas já demonstraram que estão em um universo paralelo, em que a lógica e a razão política foram abolidas.

    Bonifa

    Dukrai, dentro da "lógica de cachorro louco" de Israel, já pensei até na possibilidade de que eles venham a fazer um muro na fronteira de Gaza com o novo Egito, para continuar isolando os palestinos. Se não puderem construir, pela condenação mundial, espalharão por larga faixa arame farpado e minas terrestres.

    dukrai

    fui dar uma gugada pra ver o controle de Israel da fronteira Faixa de Gaza/Egito e os sionistas tomam conta de mais de 60% da área de fronteira. http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/2001/mea
    como os caras são loucos o suficiente e vc tá dando a idéia, a Faixa de Gaza pode se tornar um bustantão também. aí, maibródi, é só rezar pro mundo inteiro se levantar.

tonipoeta

Otimo artigo. Concordo com ele MAS se acabar a guerra, acaba o fluxo de dinheiro para Israel e porque não ao Egito, os soldados terão de procurar emprego, aliás haverá desemprego. A indústria bélica fechará, deixando seus acionistas no prejuizo, e assim por diante. Portanto a paz não interessa aos governantes, só aos povos, e estes podem, infelizmente, serem manipulados.

sonia divina

BRILHANTE!E COMOVENTE

Bertold

Aprecio a lucidez de Ury Avnery, uma voz sensata na loucura do mundo judaico. Talvez por prudência ele não disse isso mas provavelmente espera a em algum momento a derrocada do sistema sionista tirânico estabalecido em Israel, a democracia política fariam um bem enorme ao estado judeu.

Pedro Germano Leal

Uri Avnery é um gigante. Um dos meus heróis pessoais.

Naof

Oxalá assim queira, meu cara Uri. Oxalá assim queira!

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