Urariano Mota: Grafite, o vitorioso

Tempo de leitura: 3 min

11/05/2010

por Uraniano Mota, em Direto da Redação

Quando ontem a televisão anunciou a seleção de Dunga e vi a imagem de um guerreiro alto, altivo e talentoso, a minha memória deu um salto a gritar em silêncio: “viva, finalmente”. Ao ver Grafite entre os selecionados, lembrei e guardei alguns fatos, à espera dos jornais deste outro dia. No entanto, nada, nada nos jornais de hoje que recuperasse momentos essenciais na vida desse jogador.     

Nos jornais dos novíssimos tempos a memória deixou os repórteres e migrou para os arquivos, que raro são buscados. Restaram repórteres sem história e sem desconfiômetro, que nem suspeitam de que os famosos não nasceram no momento da notícia. Por isso destacaram a declaração de Dunga, sem qualquer moldura ou explicação:

“Tem jogadores que jogam cinco minutos e aproveitam. Tem pessoas que têm inúmeras oportunidades e acham que sempre vão ter a próxima. Você não quer que o jogador chegue e arrebente, mas eu quero que, quando ele coloque aquela camisa, tenha uma postura de campeão, a mesma personalidade do clube. Ele fez isso”.

Os jornalistas do dia nem imaginaram que a personalidade de Grafite nasceu antes, quando vestia a camisa do São Paulo contra o Quilmes, equipe argentina, em 13 de abril de 2005. Naquela ocasião, ele denunciou o jogador Desábato (alguma notícia do bravo?) por crime de racismo. Em artigo para o site espanhol La Insignia, escrevi então no texto Grafite, o negro, http://www.lainsignia.org/2005/abril/soc_008.htm :

“Quando o jogador Grafite, da equipe do São Paulo, foi chamado de ‘negro de mierda’, de ‘mono negro’, os dirigentes do Quilmes, time argentino, nada viram nisso que merecesse uma denúncia policial. Qué pasa? ‘Si Grafite se va a ofender porque alguien le dice una grosería, entonces que vaya a jugar con las muñecas. No es para el fútbol’. E para esse espanto, para essa estranheza, compreendemos-lhes alguma razão. Ora, desde a Guerra do Paraguai, no século XIX, que argentinos chamavam às tropas brasileiras, fortalecidas por negros bons de morrer, então escravos, de ‘macaquitos’. A alcunha pegou, e mais voltava e volta nos conflitos, sempre que se desejava e deseja ressaltar as diferenças entre latinos miscigenados, negros, e os latinos menos misturados, os argentinos, que Jorge Luís Borges dizia serem os únicos europeus conhecidos em sua vida…

Para não ir muito longe, lembramos que em 1996, ao saber que a seleção de futebol argentina iria jogar contra a seleção do Brasil ou da Nigéria, assim anunciou os adversários o periódico Olé: ‘Que venham os macacos’. Ora, é natural. Negros, macacos, tudo a ver. Tão natural quanto primos pobres que se insultam, que não se reeducam nem na desgraça, nem mesmo quando a RAF lhes mostra que todos são macacos. Daí que compreendamos que chamar a um atleta negro, que leva o nome de Grafite, de negro de mierda, de negro hijo de puta, e temperar tais naturalidades com cuspidas em seu rosto, nada é demais, para alguns periodistas argentinos. E que completem, mui britanicamente, que faltou a um simples negro o low profile

Que pasa? Então os negros deixaram de ser negros? Então deixaram de ser negros de merda, negros filhos de uma puta, monos, macaquitos, como sempre o foram há décadas? ‘Fueron expresiones que son comunes en un estadio cuando hay fricción e semejante nível de adrenalina’, explicou, pensou em justificar uma autoridade do governo argentino, o Ministro do Interior Aníbal Fernández…

Então por aqui terminamos. Mas não saio antes de te dizer, Grafite, que este artigo foi escrito com o coração apertado no espírito, para que do teclado brotassem apenas palavras isentas, ponderadas, serenas. No entanto compreenderás o quanto me segurei, se souberes que o tempo todo ouvia uma composição de Pixinguinha, o chorinho 1 x 0. O que em letras convencionais quer dizer: Um a zero fizeste para nós, Grafite. Que belo gol, homem, os negros de todo o mundo se levantam nos estádios”.

Agora, neste maio de 2010, com a sua convocação Grafite faz mais um gol. Belo será ver os africanos de pé saudando mais uma estrela. Dois a zero.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

alexandre

Excelente texto,importante lembrança. Faço minhas as suas palavras e lembro que sempre que posso resgato esse lamentável fato ,para a memória dos mais jovens,posto que sou professor de Geografia. Embora a mídia golpista,por suas própria cracterísticas seja insensível ao ocorrido,creio ser nossa obrigação lembrar.
Como cidadãos e amantes do futebol,temos que repudiar o que foi feito,aqui,a esse rapaz,principalmente pelas torcidas adversárias,que foram muito piores que o argentino,fraquinho como beque,apesar de ter admiradores,até aqui…
E sobre os negros da Argentina,é importante a referencia aqui feita,sobre sua participação na origem do tango. Esse ritimo era comum em toda a América Latina,por influência dos afrodescendentes. O Tango Argentino se diferenciou, ou melhor o Tango Portenho,que também se refere ao Uruguai,por adicionar elementos instrumentais, melódicos e harmônicos de origem européia.

Luciana

Caros Conceição e Jairo, desculpe, obrigada, e forte abraço.

    Jairo_Beraldo

    Não há de que colega internauta!

    Jairo_Beraldo

    Não há o que desculpar, colega internauta. E um forte a braço a voce, excelente FDS junto aos seus.

Calos Castro

O texto é bonito, porém não exato nos fatos: Desábato nunca chamou Grafite de macaco. Sim mando enfiar uma banana no c…, por um equívoco jornalístico, sensacionalista, como descreve muito bem Marcelo Damato no Lance!:

Jamais vou me esquecer do caso Desábato. Em 2005, o jogador desembacou com o Quilmes na terça-feira de manhã e um dia e meio depois estava na cadeia porque disse ao atacante Grafite “enfia essa banana no …”.

A banana, no caso, nada tinha a ver com a imagem de macaco, mas com uma frase de um torcedor, erroneamente atribuída na Argentina ao atacante brasileiro de que caso fizesse um gol mandaria uma banana à torcida do Quilmes. Houve apenas uma coincidência de vegetal.

Aí uma colaboradora da TV Globo em leitura labial, via a cena pela TV, se comunicou com a Redação. Galvão Bueno foi avisado e irrefletidamente repetiu a interpretação no ar. O então sceretário de Segurança Pública, Saulo Ramos, são-paulino doente, viu, ligou para um delegado no estádio e este prendeu o zagueiro. Foi um negócio de louco, com aprovação quase geral.

Poucos protestaram porque afinal era um estrangeiro e não apareceu ninguém para falar por ele. O argentino passou três noites na delegacia por isso (e houve quem disse que o jogador tinha “regalias”, por ficar isolado dos demais presos).

Até Grafite se surpreendeu com o desfecho e teria inocentado o colega se a diretoria do São Paulo não tivesse dito a ele para ir até o fm. Com isso, deixou-se transformar num símbolo patético e efêmero na luta contra o racismo. Tão patético que nem ele aguentou. Não só não levou a denúncia adiante, como tão logo pôde se mandou para o exterior.

Esse é o problema das “punições exemplares”. Normalmente causam mais dano do que bem, inclusive porque ninguém tem coragem de aplicá-la depois, quando passa o clamor (ou melhor, a histeria) popular e da mídia.

Além disso, o caso Desábato é mais um exemplo de uma característica lamentável dos seres humano: quanto menos conhecemos o “infrator”, mais dura é a pena que defendemos para ele. Quanto mais convivemos com ele, mais lenientes somos (a torcida do Atlético se pintaria de preto neste jogo caso a ofensa tivesse sido proferida de Manoel para Danilo?)

Por isso, uma das máximas do Direito é que não se deve aplicar punições quando se está com a emoção à flor da pele. Pois o risco de errar a dose é enorme.

    Realista

    Isso é verdade. Para quem acha que o Desábato é um zé ninguém, ele ganhou a libertadores com o Estudiantes ano passado – e deve ganhar novamente esse ano.

Calos Castro

O texto é bonito, porém não exato nos fatos: Desábato nunca chamou Grafite de macaco. Sim mando enfiar uma banana no c…, por um equívoco jornalístico, sensacionalista, como descreve muito bem Marcelo Damato no Lance!:

"…Jamais vou me esquecer do caso Desábato. Em 2005, o jogador desembacou com o Quilmes na terça-feira de manhã e um dia e meio depois estava na cadeia porque disse ao atacante Grafite “enfia essa banana no …”.

A banana, no caso, nada tinha a ver com a imagem de macaco, mas com uma frase de um torcedor, erroneamente atribuída na Argentina ao atacante brasileiro de que caso fizesse um gol mandaria uma banana à torcida do Quilmes. Houve apenas uma coincidência de vegetal.

Aí uma colaboradora da TV Globo em leitura labial, via a cena pela TV, se comunicou com a Redação. Galvão Bueno foi avisado e irrefletidamente repetiu a interpretação no ar. O então sceretário de Segurança Pública, Saulo Ramos, são-paulino doente, viu, ligou para um delegado no estádio e este prendeu o zagueiro. Foi um negócio de louco, com aprovação quase geral.

Poucos protestaram porque afinal era um estrangeiro e não apareceu ninguém para falar por ele. O argentino passou três noites na delegacia por isso (e houve quem disse que o jogador tinha “regalias”, por ficar isolado dos demais presos).

Até Grafite se surpreendeu com o desfecho e teria inocentado o colega se a diretoria do São Paulo não tivesse dito a ele para ir até o fm. Com isso, deixou-se transformar num símbolo patético e efêmero na luta contra o racismo. Tão patético que nem ele aguentou. Não só não levou a denúncia adiante, como tão logo pôde se mandou para o exterior.

Esse é o problema das “punições exemplares”. Normalmente causam mais dano do que bem, inclusive porque ninguém tem coragem de aplicá-la depois, quando passa o clamor (ou melhor, a histeria) popular e da mídia.

Além disso, o caso Desábato é mais um exemplo de uma característica lamentável dos seres humano: quanto menos conhecemos o “infrator”, mais dura é a pena que defendemos para ele. Quanto mais convivemos com ele, mais lenientes somos (a torcida do Atlético se pintaria de preto neste jogo caso a ofensa tivesse sido proferida de Manoel para Danilo?)

Por isso, uma das máximas do Direito é que não se deve aplicar punições quando se está com a emoção à flor da pele. Pois o risco de errar a dose é enorme.

    alexandre

    Mais equívocos,meu carao Carlos:
    O delegado que fez a autuação confirmou as acusações…se for para ficar no disse que me disse…não foi só leitura labial da jornalista; ele estava lá,no jogo.
    Outra: Grafite não aguentou MESMO. O RACISMO das gloriosas torcidas de SP, que levavam faixas aos jogos conta o SPFC, dizendo " Grafite Macaco" e essas,eu vi no estádio. Onde estão esses torcedores,racistas,que poderiam igualmente ser enquadrados na lei, ou mesmo ser repreendidos pela opinião dos Bem-Pensantes?
    Aliás,está faltando essa referencia no texto do Blog.

Elio

Texto emocionante.Vale lembrar que o chamado P.I.G. tratam os negros brasileiros como "descendente de escravos".
Estamos devendo,e muito.
Sem mais.

    Jairo_Beraldo

    Quando não são bandidos…um branco tem tratamento diferenciado no PIG.

neide

Lindo!!!

Luciana

Urariano Mota , desculpe o equívoco (fui traída pela admiração pelos textos do Azenha) bela memória, excelente texto.
Desábato ficou marcado não pelo seu futebol , mas por sua intolerância, racismo, covardia e espírito anti esportivo.
Mentiu a expressão negro de merda é largamente usada no seu país.
Edinaldo Batista Libânio, o Grafite foi convocado para a seleção Mundial de seu país, e Desábato não foi convocado para a seleção Argentina, teve que aplaudir a convocação de Edinaldo, o Grafite , terá que aplaudir suas apresentações na Àfrica do Sul.

Luciana

Antonio o século XIX e sua população negra foi estudado pelo antropólogo argentino Norberto Pablo Cirio, no YOU TUBE está o vídeo "Norberto Pablo Cirio comenta su libro "Tinta negra en el gris del ayer". No Google busque "História Negra Del Tango".

Luciana

Azenha em homenagem a Desábato publique o vídeo de Norberto Pablo Cirio, antropólogo arentino, que estudou a história dos afroargentinos por 20 anos. Internauta Antonio: Antonio até 21 de maio está em exposição no Museu Carlos Gardel (Jean Jaurés, 735, Abasto, Buenos Aires,Argentina) a "História Negra Del Tango": "O tango, de raízes suburbanas, tem também uma "história negra" que se relaciona com os ritmos afroargentinos, um segredo resgatado pelo antropólogo Norberto Pablo Cirio.O antropólogo explica seu trabalho no vídeo disponivel no you Tube com o título : "Norberto Pablo Cirio comenta su libro "Tinta Negra en el gris del ayer". Por lá também os negros formaram batalhões de frente na Guerra do paraguai e em outras batalhas. http://http://www.yotube.com/watch?v=rz1nGUjgcyc

    Antonio

    Obrigado, Luciana, Moema e Italo Drago. Suas informações foram muito úteis. Um abraço!

Luciana

Azenha obrigado, excelente texto. Quem venceu a Guerra do Paraguai foram os soldados negros "macaquitos" que formaram o "pelotão de frente" no combate, atrás dos soldados negros (heróis da Pátria) ficavam os soldados mulatos e bem atrás os soldados brancos.Foi um dos instrumentos usados pelo poder para reduzir a população negra no Brasil.Foi difundido que os negros que fossem lutar na guerra, ao retornar obteriam a liberdade e os já livres receberiam Terra.Além do mais quando chegava a convocação para o filho do fazendeiro, ele o escondia e no lugar do filho enviava cinco negros. Antes da guerra, em 1860, a população negra do Brasil era de 2.500.000 pessoas (45% do total da população brasileira).Depois da guerra, em 1875, a população negra do Brasil se reduz para 1.500.000 pessoas (15% do total da população brasileira). Os negros não foram libertados e não receberam qualquer indenização ou terra por terem sido "voluntários da Pátria". Hoje não temos nenhum monumento em homenagem aos negros que heróicamente combateram na guerra do Paraguai.

    clemes

    Luciana, o texto é do Urariano Mota, jornalista e escritor pernambucano. Abs

    Jairo_Beraldo

    Sim,Conceição,mas foi Azenho que nos brindou o texto pelo Viomundo!

    Gerson Carneiro

    A História do Brasil é sempre contada pelo avesso.
    Em Slavador, no muro de um quartel, há uma placa que diz "Homenagem aos Heróis de Canudos", fazendo referência aos soldados do exército que dizimaram a população de miseráveis. É outro exemplo de história contada pelo avesso.

PEDRO HOLANDA

Grafite despontou para o futebol, após passagem pelo Santa Cruz. Nem isto falam. Dizem foi do São Paulo.

    Jairo_Beraldo

    Quem recuperou o ingrato Grafite para o futebol,foi o Goiás Esporte Clube!

    alexandre

    Ingrata é a torcida brasileira,com ele.

Albany Sampaio Jr

Azenha, não quero entrar no mérito da convocação, mas o articulista lembra do fato de o Grafite (qual é mesmo a cor do m mineral grafite?) Enfim, continuemos, Não lembro do festejado articulista ter escrito uma linha sequer quando o jogador Manuel, do Clube Atlético Paranaense, foi chamado veementemente de "MACACO" pelo jogador do Palmeiras, além de ter sofrido a pior das ofensas "UMA CUSPARADA NA CARA". Ora, caro blogueiro, assim como Leandro Fortes dizer que a torcida do Flamengo chamando o jogador Rycharlison do São Paulo de "veado" era homofobia, (reproduzido no seu blogo ano passado), esse artigo do mestre Uraniano é descabido e injustificável. Só mais um dado, logo após aquele fato ocorrido com o Grafite, ele mesmo apareceu no programa Rock Gol de Domingo da MTV, e, sorrindo, disse que era conhecido pelos jogadores do São Paulo como "Negão". E vamos todos cantar se a seleção ganhar a copa: "O teu cabelo não nega mulata que tu és mulata na cor, MAS COMO A COR NÃO PEGA MULATA, mulata eu quero seu amor"

Clóvis

Péssimo exemplo:
1- o caráter dele não o torna selecionável – apesar de achar que ele até que dá pro gasto, dentro da convocação está entre os melhores
2- ele se arrependeu de denunciar o crime cometido! No futebol há uma lenda que diz que este tipo de ofensa é admissível, aliás acham que qualquer ofensa é admissível, a desculpa é o calor da situação… Desculpe grafite e demais boleiros, ofensas não são admissíveis! Muito menos ofensas desta sorte.
Parece que faltou memória ao autor do post que idolatra alguém por algo que ele próprio renegou. Infelizmente o lugar deste argentino era atrás das grades, mas por conta da atitude do grafite ele está jogando aí

Eugenia

Muito bacana esse texto. É isso, o que é de direito tem que ser buscado.

Vinicius

Mas ele retirou a acusação:http://esportes.terra.com.br/futebol/libertadores

rafael

O maior feito do Grafite foi salvar o arque-rival do rebaixamento, quando não se precisava ganhar, quando não se precisava fazer gol para fazer a alegria da torcida ele me vai e faz o fatídico gol para a tristeza geral da nação são-paulina e alegria geral do curintias. Isto é, seu maior feito: alegria da torcida adversária! O Dunga tá indo pro lugar certo mesmo…

Mauro A. Silva

O "bravo" Desábato está jogando contra o Inter neste momento.

Pedro Luiz Paredes

Foi esse neguinho que salvou o "Curintias" do rebaixamento uma vez?
Ele joga muito!!!

Emília

Belo texto.

E numa data muito significativa.

Um dia os rascistas não existirão mais e os homens entenderão que são irmãos.

Carlos Magno

se todos pensassem como Fernando se expressou em seu comentário não haveria literatura. Parabens pelo texto.

Otaciel de Oliveira

Urariano, se dependesse da Globo, Grafite continuaria sendo a ponta de um lápis. Mas parece que a coisa está mudando para melhor. O Dunga não deu muita importância para os comentários do Galvão Bueno, o narrador que no passado já demitiu de goleiros a técnicos de seleções. Espero que o Dunga esteja certo, porque a única preocupação da Globo é com os patrocinadores e com o logotipo da empresa na camisa dos jogadores. É claro que se o Brasil se sair bem, o consumo de cerveja Skol aumentará consideravelmente (veja os outros anunciantes abaixo) . E é por esse motivo que a Globo torce pela seleção. Contudo, a maioria dos brasileiros anseia por um futebol alegre e moleque e por mais um título. Vamos vibrar com Grafite e com a seleção e comemorar tomando aguardente Pitu de Vitória de Santo Antão.

A notícia boa é que a Bandeirantes também vai transmitir os jogos da Copa do Mundo da Africa.

Os patrocinadores da Globo: Ambev, com a cerveja Skol; Casas Bahia; Itaú; Vivo e Volkswagen exerceram suas preferências de renovação no pacote Futebol Global da TV Globo para 2010. Com o preço de tabela em R$ 116 milhões, na primeira deflação da história deste pacote desde sua criação em 1991, os cotistas terão direito a 1.728 inserções ao longo do próximo ano (2010).

Supertramp68

É engraçado, não que eu defenda os argentinos ou que concorde com seus argumentos. Mas me causa estranheza alguem conhecido por GRAFITE processar outro por racismo. Grafite com certeza não é por causa de seu bom futebol.

    nina

    …….e ainda dizem que brasileiro não é racista……vai Grafite, arrebenta e mostre à esses branquelos da Globo e aos comentaristas em geral que você é bom de bola e NEGRO sim. e tão bonito em campo e na sua vida.

    Supertramp68

    Quem disse? Embora racismo se configure crime contra negros, ai esta vc se referindo aos "branquelos" como se isso não fosse racismo.

Fernando

Recentemente o zagueiro Manuel do Atlético-PR também foi vítima de racismo, mas não foi convocado.

C.C. Bregamin

Achei bem legal, já que todos estavam torcendo para outros… Tem razão o o Uraniano: comemoremos essa vitória de Grafite.

Ramalho

Belíssimo post!

Antonio

No começo do século XIX havia na Argentina uma grande população de origem africana. Essa população praticamente desapareceu em menos 100 anos. Alguém sabe o que aconteceu com os negros argentinos ? Já li alguma coisa a respeito de terem sido enviados como vanguardas suicidas nas guerras de independência e do Paraguai. Depois a imigração intensa de europeus acabou "branqueando" a população. Não sei se isso é verdade. Se alguém souber algo a respeito por favor responda-me.

    Italo Drago

    Antonio, não sei te explicar ao certo essa questão dos negros na Argentina, mas como sou natural de S.Borja, dificilmente eu via no outro lado do rio negros argentinos. Realmente são raríssimos por lá, tanto que algumas argentinas ficam encantadas ao verem um negro brasileiro, como pude presenciar algumas vezes com algumas argentinas que vinham ao Brasil.
    Quanto ao "branqueamento", aqui também foi com essa ideia que vieram os imigrantes europeus para cá, só que aqui nós tinhamos uma boa parcela de população negra, enquanto que na Argentina já não havia tantos, direto ao que voce citou de serem usados como vanguardas suicidas.
    Mas há muitos argentinos mestiços com indígenas, isso você vê aos montes quando viaja a esse país.
    O que eu li há muito tempo atrás é que lá a escravidão era maior entre os indígenas, talvez daí não haver tantos negros…

    Moema

    Por volta de1820 uns 25% da populaçao argentina era de negros e aí os governos decidiram branqueá-la mandando os negros nao somente para bucha de canhao na guerra contra o Paraguai, mas também nas disputas entre caudilhos regionais, que eram muitas à época.
    Com isso, já no início do século 20 os negros nao chegavam a 4% da populaçao. É por isso que praticamente nao vemos negros na Argentina.

    Italo Drago

    Antonio, agora há pouco lendo o blog RS Urgente, fui redirecionado a uma matéria da Carta Maior que ajuda em muito a esclarecer nossas dúvidas. Vale a pena ler até o final: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMos
    Me ajudou um monte e acho que te ajudará também
    Abs

jbmartins

Parabens Uraniano Mota, belo texto, tudo em preto para homenagenar hoje dia 13 maio, melhor dia para esta raça que merece muito mais que ser chamada de negra ou largar a corrente e sim de lhes darem oportunidade de viverem feliz.

    Jairo_Beraldo

    Bem lembrado…eu nem me lembrava do dia de hoje!Caramba…

E. Correa

Urariano, há poesia no teu texto. E esse assunto presta-se mais é para isso mesmo, poesia. Comparando nosso Brasil e nosso povo com outros, não somos nem melhores nem piores, porem em termos de convivência de etnias, somos sem par, somos os caras, apesar de tudo. Não perfeitos, por ser humanos, mas os melhores, nesse item, por nosso mérito.

    Glauco Lima

    Concordo que o texto é bastante poético. Porém, de futebol o autor não entende nada, assim como não entende nada quem nunca foi um "jogador" ou "técnico" . Falo de Dunga que somente teve chance de ganhar dinheiro com o esporte por ser afilhado do presidente da federação gaúcha e vice presidente da confederação brasileira de futebol na época.
    É óbvio que jamais um negro teria tal chance no Brasil, pois, nenhum deles teve ou terá padrinho como o troglodita dos campos.
    O Brasil é racista sim! A Argentina idem.
    E isso só nos coloca no roda-pé da história.

    Arthos

    Glauco, você disse: "… assim como não entende nada quem nunca foi um jogador ou técnico." Bem, baseado em seu argumento, creio que o Urariano nunca foi nem um nem outro, portanto, a razão é toda sua, mas quero lhe confessar uma coisa: nunca ouvi falar de um atleta ou de treinador chamado Glauco Lima… nesse caso, fico com o seu próprio veredito: de futebol, meu caro, você não entende nada.

Deixe seu comentário

Leia também