Tweeter bane Trump, aliado Murdoch pede renúncia e democratas querem impeachment

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Da Redação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, perdeu sua principal forma de comunicação com os eleitores: o Tweeter decidiu banir a conta pessoal do magnata, onde ele tinha mais de 88 milhões de seguidores, só perdendo no mundo, entre os políticos, para seu antecessor Barack Obama, com mais de 120 milhões.

A plataforma já havia suspendido temporariamente a conta de Trump, mas desta vez decidiu removê-la.

Ao justificar sua decisão, a plataforma notou a existência de novos planos de ataques ao Congresso e à sede de capitólios estaduais antes da posse do democrata Joe Biden, marcada para 20 de janeiro.

Ao longo dos últimos quatro anos, o presidente dos EUA manteve uma barragem incessante de mensagens controversas, disparadas especialmente pela manhã, com críticas a adversários, convocações de partidários e até demissão de integrantes do governo via rede social.

Trump também está banido do Facebook e do Instagram, onde tinha 60 milhões de seguidores.

A situação do presidente se agravou depois da morte de um integrante da Polícia do Capitólio, aparentemente depois de receber um golpe dado com um extintor de incêndio na cabeça. Ele estava internado e não resistiu aos ferimentos.

Outras quatro pessoas morreram na insurreição trumpista: uma veterana de guerra apoiadora de Trump tomou um tiro e três outras pessoas perderam a vida no entorno do Capitólio por razões não diretamente ligadas à violência.

O FBI prendeu o homem que invadiu o gabinete da líder da minoria, a democrata Nancy Pelosi e fez a ele três acusações federais. Assessores de Pelosi disseram que um laptop foi furtado do gabinete.

A polícia federal dos Estados Unidos distribuiu dezenas de fotos de participantes da invasão, que entraram no Congresso para pressionar parlamentares a não confirmar a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro passado.

O bilionário Rupert Murdoch, tradicional apoiador de Trump, rompeu de vez com o presidente. A mensagem veio em editorial do tradicional Wall Street Journal, diário dos endinheirados americanos, que pediu a renúncia de Trump.

De acordo com o Washington Post, o secretário do Tesouro Steven Mnuchen está discutindo com outros integrantes do gabinete o pedido de afastamento do presidente através da 25a. Emenda, quando o mandatário é considerado incapaz de desempenhar suas funções.

Se mais da metade do ministério votar a favor, o pedido de afastamento é encaminhado ao Congresso.

Na segunda-feira os democratas vão entrar com novo pedido de impeachment do presidente, mesmo faltando apenas alguns dias para ele completar o mandato.

A alegação central é de que Trump incitou seus partidários à insurreição contra o Poder Legislativo.

Na primeira tentativa dos democratas, Trump foi acusado de pressionar a Ucrânia a investigar Joe Biden por motivos políticos, o que ele fez numa ligação telefônica gravada.

Trump sofreu o impeachment na Câmara, mas o Senado, de maioria republicana, negou-se a afastar o presidente.

Como os democratas tem maioria na Câmara, é certo que a segunda tentativa de impeachment passe, mas os republicanos do Senado ficarão sob pressão extraordinária para votar contra o presidente.

Alguns deputados e senadores republicanos já disseram que podem votar a favor do impeachment de Trump, que perdeu 12 integrantes do governo por renúncia nas últimas horas, inclusive a ministra da Educação.

Na campanha para denunciar a fraude eleitoral que não houve, Trump juntou U$ 250 milhões em contribuições, o suficiente para ter sobrevida política.

O presidente considera se auto-perdoar de qualquer crime cometido durante o mandato, antes de deixar a Casa Branca, o que causa discussão entre juristas.

Eles garantem que o perdão presidencial não afetaria crimes estaduais. Neste momento, a promotoria de Nova York está construindo um volumoso caso contra Trump e suas empresas por vários crimes, de sonegação fiscal a lavagem de dinheiro.

Um impeachment duplo de Trump não o afastaria automaticamente da possibilidade de ocupar cargos públicos. Isso só se dará se o presidente for condenado no Senado, depois da cassação na Câmara.


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