Osvaldo Coggiola: Revolução e contrarrevolução

Tempo de leitura: 7 min

Vídeos de Lidyane Ponciano mostram a chegada de manifestantes de Contagem à Praça Sete, em Belo Horizonte, antes da passeata rumo ao Mineirão

A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TRANSMITIDA POR FACEBOOK

por Osvaldo Coggiola

O movimento de manifestações de rua pela redução da tarifa de transporte começou há duas semanas, a 6 de junho, com manifestações que reuniram 2.000 pessoas na Av. Paulista. Dez dias depois, os jornais avaliavam subestimados 230 mil manifestantes em doze capitais. A 20 de junho, os manifestantes já se contavam na casa do “mais do milhão”, com um milhão só no Rio de Janeiro.

Em um momento econômico de ameaças inflacionárias, o movimento cresceu aproximadamente 100.000% em 15 dias, um índice capaz de fazer corar os maiores índices hiperinflacionários da história (se 2.000 = 100; 2.000.000= 100.000), como se cada um dos 2.000 manifestantes paulistanos iniciais tivesse recrutado mil manifestantes novos em quinze dias.

Uma representação gráfica deste fenômeno só poderia ser realizada usando uma escala logarítmica (lembremos que a hiperinflação alemã de 1923, situada na casa dos % trilhões anuais, foi o primeiro fenômeno que obrigou ao uso de escalas dessa natureza na análise econômica). O uso massivo das redes sociais foi a explicação dada ao fenômeno, entre outras.

Certamente, trata-se de um meio espetacular para acelerar a velocidade e ampliar o escopo de difusão de ideias e propostas, sob a condição de que elas (as ideias e propostas) existam previamente.

Ele é também usado pelo conformismo intelectual que caracteriza a intelectualidade orgânica (“crítica” incluída) do poder nas últimas duas décadas (não necessária nem exclusivamente brasileira), que despejou sua previsível cascata de clichés pseudoexplicativos nas redes sociais (as “dificuldades de relação entre os governos populares e os movimentos sociais” e vulgaridades derivadas).

O MPL, criado há dez anos, teve estrutura (horizontal, vertical, vertihorizotransversal, a que seja), propostas e ideias. Que serviram até agora. Até agora.

Puxar tardiamente o saco do MPL, da “juventude brasileira nas ruas”, ou da demagogia que seja que a curta imaginação permita, é situar-se à rabeira da situação, ou pretender explorá-la para se manter (desesperadamente) no poder (no governo, melhor dizendo) ou até para aceder a ele exatamente pelos mesmos meios que ora se afirma, paradoxalmente, serem ultrapassados.

Até 13 de junho tínhamos só “vândalos” nas ruas, segundo o poder e a grande imprensa; a partir de 17 de junho, tivemos “manifestantes”, segundo eles mesmos. Esse foi o primeiro recuo dos mandantes (velhos e novos), de um valor bem superior a vinte centavos.

Dilma Rousseff, depois de tomar três sonoras vaias da supostamente multitudinária burguesia brasileira que lotava as grades do Estádio Mané Garrincha no jogo inaugural da Copa das Confederações, declarou que as manifestações populares fortaleciam o atual regime político (chamado de “democracia”) e, depois dessa façanha intelectual esgotadora, calou-se por vários dias.

Diante do mutismo, uma penca de “movimentos sociais”, também mudos até então, incluindo os pelegos habituais da última década (mas também, lamentavelmente, o MST) lhe propôs “a realização com urgência de uma reunião nacional, que envolva os governos estaduais, os prefeitos das principais capitais, e os representantes de todos os movimentos sociais”, além do próprio governo federal, ou seja, uma monumental convenção federal de bombeiros, uma pizza do tamanho do Brasil, incluindo (via governadores e prefeitos) os representantes da direita mais podre e corrupta do país.

Por ai vai se desenhando uma saída política podre ao monumental impasse de poder. Da trajetória histórica do MST esperava-se algo mais que a proposta de uma conciliação apaziguadora com os calheiros, cabrais e outros sarneys. Uma proposta de organização independente do movimento popular, através de uma plenária nacional de lutadores, não uma proposta de organização do regime político para conter o movimento popular.

O MPL seria o feiticeiro que invocou fáusticamente demônios, incluída uma direita fascista/paramilitar que agora disputa a hegemonia do movimento nas ruas, que o próprio MPL não consegue mais esconjurar? Não. O MPL fez exatamente o que devia e o que anunciou iria fazer, há muito tempo.

Para que aquilo não acontecesse (a direitona, os P2 e os criminosos, não “vândalos”, irem para as ruas) era preciso não fazer nada.

Os manifestantes (supostamente) despolitizados, os milhões que não são de direita, nem pitboys de academia, nem do PCC, estão fazendo na rua o melhor curso acelerado de formação política que se possa imaginar.

A direita militarista/golpista que busca pescar em águas turvas, queimando bandeiras de partidos e movimentos, receberá o tratamento adequado para o caso logo que a esquerda se organizar para tanto, disputando a hegemonia política nas ruas e nos locais de trabalho e estudo, e adotando os procedimentos historicamente necessários para com os infiltrados policiais, provocadores e fascistas.

Procedimentos e métodos que existem desde bem antes que alguém sequer sonhasse com a internet. E que não mudaram desde então. É isso, ou voltar à casa e esperar pelo próximo R$ 3,20. Isto é também um curso de formação política para a esquerda que reaprende, nestes dias, o que aquele velho revolucionário queria dizer ao afirmar: “O fascismo não se discute, se destrói”. Uma ideia simples, produto de décadas de experiência e reflexão.

Para isso é necessário, antes do mais, vontade política e um programa. Tirar R$ 0,20 da tarifa foi uma vitória, mas foi só a primeira. O aumento das tarifas de transporte foi o estopim de uma situação social degradada (e, em muitos aspectos, piorada nos últimos anos), mas não qualquer coisa nem qualquer reivindicação podem ser um estopim.

Os transportes e suas tarifas eram e são o resumo cotidiano da miséria brasileira. Que se padece todo dia, no bolso, na pele e no corpo. E nos nervos. As redes sociais não têm nada a ver com isso. Não é possível usar um laptop viajando em pé em um ónibus superlotado das cidades brasileiras. O(a) sociólogo(a) que afirmou estarmos diante de um movimento de jovens de classe média pelo uso maciço de computadores e redes está, como dize-lo suavemente?, muitíssimo errado.

Andar de ónibus em São Paulo custa, medido em tempo de trabalho, dez vezes mais (1.000% a mais) do que em Buenos Aires; 120% a mais do que…. em Paris!; 110% a mais do que… em Londres!; e até 50% a mais do que em Tóquio, uma das cidades mais caras do planeta, a mais cara das “grandes”.

A tarifa equivalente a US$ 1,50 em São Paulo é paga pelo uso de 13.900 veículos na capital paulista, contra 14.100 veículos que existiam em 2004. De 200 mil viagens diárias, se passou para 193 mil, em que pese o aumento populacional: milhões de pessoas a mais, viajando por um valor maior, em menos ónibus e menos viagens. Uma refinada e cara tortura cotidiana.

O trabalhador paulista gasta entre 25% e 30% de sua renda para passar um mês por ano (três horas por dia) em conduções superlotadas. O lucro das (poucas e monopolizadas) empresas adjudicatárias do serviço público, nascidas da privatização da antiga CMTC, é de mais de R$ 100 milhões mensais, numa estimativa baixa (@rhwinter), lucros alimentados pelos bolsos populares e pelos subsídios públicos (bancados pelos impostos indiretos).

Para proteger essa situação e esses lucros foi acionado, na primeira semana de junho, um aparelho policial/militar herdado da ditadura militar, preservado pelos “neoliberais” e aperfeiçoado pelo governo do “Brasil de Todos”, a custa de verbas e mais verbas (que faltam na saúde e na educação), contra dois mil, primeiro, cinco mil, depois, manifestantes. Tratados com extrema brutalidade.

Os milhões que estão nas ruas não foram convencidos a fazer isso via facebook: foram convencidos pelo uso do transporte público, pelas filas dos hospitais públicos, pelas escolas públicas sem professores e, finalmente, pelas balas de borracha, as bombas de efeito moral e os gases lacrimogêneos. O facebook limitou-se a lhes repassar (a alguns) o ponto de encontro.

Pergunta: porque alguns ainda se manifestam “surpresos” e até “atordoados” com o crescimento, geométrico e nacional, da mobilização?

Ou, como se perguntou uma conhecida editorialista da Folha de S. Paulo (18/6): “Parecia tudo tão maravilhoso no oásis Brasil e, de repente, estamos revivendo as manifestações da Praça Tahir, no Cairo, assim de repente, sem aviso, sem um crescendo. Fomos todos pegos de surpresa. Do paraíso, deslizamos no mínimo para o limbo. O que está ocorrendo no Brasil?”. “Todos” quem, cara-pálida? Ocorre que o oásis da editorialista pouco tem a ver com o deserto dos explorados brasileiros. O que está ocorrendo no Brasil é que se trata de um país povoado por seres humanos, não (apenas) por camelos (gado) do agronegócio.

Para fazer do país uma plataforma privilegiada de valorização fictícia do capital financeiro e industrial, com juros a la Neymar e isenções fiscais a la Messi (ou seja, bem altos), com privatizações em sequência sem fim, se atacou em regra o patrimônio e o serviço público (transporte, saúde, educação, e um longo etc.), em nome da “flexibilidade”, da “eficiência” e de outros fetiches que até uma parte (majoritária, aliás) da esquerda passou a adorar.

O resultado foi uma dívida (interna e externa) monstruosa, aumento de tarifas, e até tarifas onde antes não existiam. Um “oásis”, sim, para happy few. Encobriu-se tudo com incentivos ao consumo e bolsas focalizadas que promoveram uma massiva passagem para a “classe C”, um “país de classe média”. O resultado? Um endividamento médio recorde de 44% da renda anual da população, que duplica quando consideradas só as capitais, e a perspectiva de um calote geral.

Para que? Para “crescer exportando”? Ano passado, crescimento zero e queda notória da renda per capita. A “recuperação” deste ano já foi deflacionada para menos de +2,5% no PIB, renda per capita +0%, com inflação de 6%, com um saldo comercial de pífios US$ 6,5 bilhões, depois de alterar a estrutura produtiva do país para transformá-lo em uma plataforma exportadora. Para tapar o buraco: mais privatizações (leilões do petróleo, gestão privada dos hospitais públicos) e eventos, minieventos e megaeventos, com sua sequela de desapropriações e leis antiterroristas.

“Manifestações como as atuais ficam sujeitas à classificação de ato de terrorismo, na definição desse crime proposta pelo relator Romero Jucá na comissão especial do Congresso que prioriza a legislação da segurança em vista dos eventos esperados no Brasil” – constatou corretamente Jânio de Freitas. A Casa Civil da Presidência já se adiantou, anunciando que vai apurar a participação de servidores federais nas manifestações. “Direita”? “Terror”? Busquem por ai.

O discurso de Dilma de sexta feira 21 confirmou seu rumo, proteger os super-eventos e alguns tostões do pré-sal para a educação pública, para tirar os jovens da rua (mas nada de tocar os interesses das Krotons da vida e dos subsídios a elas, via prounis e outros fies). Um programa feito por um marqueteiro. Contra isso, o movimento das ruas vai elaborar seu programa: saúde, educação, transporte, moradia, cidade e espaço público, lazer, e um bom etc.

Vai chegar em breve à conclusão de que não é possível chegar a um patamar mínimo satisfatório em cada ítem, e em todos eles de conjunto, sem atingir o lucro do grande capital. Vai discutir os meios para tanto: de movimento popular tornar-se-á movimento de classe. As palavras de ordem políticas voltarão à agenda. Assembleia Constituinte exclusiva? Tudo bem, mas para (re)criar que país?

Os pitbulls da direita golpista serão enviados para as academias de anabolizantes. Os criminosos e infiltrados que aproveitam a situação para saquear, beneficiando só a repressão e a indústria privada do seguro, serão neutralizados. O movimento dos “sem partido” transformar-se-á, logicamente, em partido e, em breve, em dez partidos (no mínimo).

Os espantalhos usados para enquadrar o movimento na sustentação da situação (do governo) serão reduzidos à sua condição de bonecos de palha.

Os partidos políticos (não estes) voltarão à origem nobre do termo que os designa, depurados dos mamíferos do erário público e dos comissionistas do grande capital e assemelhados.

Só assim um novo Brasil poderá nascer, não um “Brasil para Todos” (alta burguesia e parasitas financeiros incluídos), mas um Brasil dos trabalhadores manuais e intelectuais e da juventude explorada.

Ao serviço da unidade socialista da América Latina, e junto aos trabalhadores e povos oprimidos do mundo que ora se levantam contra o imperialismo capitalista em todos os continentes. A revolução não está à volta da esquina. Mas revolução e contrarrevolução (de face múltipla) estão à espreita. A cada um de escolher seu lado.

Leia também:

Em Minas, a faixa que não vai sair na Globo


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

José Roberto Franco Reis

Coggiola não toma jeito. É o tipico teleologista de plantão, a qual se refere Thompson, no Peculiaridade dos Ingleses. Ta sempre vendo a conquista do poder de classe, dos trabalhadores é claro, quando a manifestação revelou de maneira forte uma classe média e alta de direita, conservadora, que hostiliza qualquer projeto popular e partidos de esquerda, que fascistamente foram expulsos e tiveram suas bandeiras queimadas. Que se faça a crítica dura ao Governo Lula/Dilma e ao reformismo fraco do PT, seus transformismo e por aí vai, a questão não é essa. O problema é ver o que não existe, um Brasil caminhando para uma forte organização popular, da periferia protagonizando a transformação social, quando o que pipocou na manifestação, no crescimento espantoso que o artigo se refere, foi um udenismo histérico e, no limite, golpista. E não adianta dizer que foram pitboys, pccs e encapuzados que protagonizaram certos atitudes fascistas. Os meninos e meninas bem arrumados da classe média são os defensores de uma projeto político de direita, conservador e antipopular e estavam lá para defender isso, mostrando a sua cara e dizendo que o gigante acordou. A Direita militar golpista “receberá o tratamento adequado para o caso logo que a esquerda se organizar para tanto, disputando a hegemonia política nas ruas e nos locais de trabalho e estudo”. O problema é “logo que a esquerda se organizar”, pois o que eu vi crescer pelo menos nestas manifestações, para além de seu impulso inicial antisistêmico foi a direita golpista e a juventude defensora da lei, da ordem e do mercado.

    Gabriel Braga

    Penso exatamente da mesma forma que você caro José Roberto.

    Tenho me esforçado pra enxergar nessas manifestações um levante realmente popular.No começo do movimento até que as pautas eram populares.Mas paulatinamente ele foi capturado pelo discurso da grande mídia e a prova disso é que as duas principais motivações dos atuais protestos são a corrupção e a não aprovação da PEC 37.Ora bolas,quem pode ser a favor da corrupção,a não ser os que dela se beneficiam?Ou seja,é um objetivo genérico que pode ser direcionado contra qualquer alvo.E sobre a PEC 37 então,os manifestantes estão apenas repetindo o que a imprensa diz sobre a emenda,que ela retira poderes de investigação do MP,o que não é verdade.

    No começo até achei toda essa movimentação saudável,pois ela poderia fazer o PT sair do imobilismo e deixar de ceder tanto às oligarquias mais nefastas em nome da governabilidade para voltar a dialogar com a população pobre que-sem desconhecer os avanços dos últimos anos-ainda tem muitas carências.Mas hoje o que vejo é um movimento majoritariamente de classe média legitimando o discurso anti-política que a grande mídia faz há anos.Sabemos que essa repulsa à política e aos políticos cria um caldo de cultura propício a soluções de força e a salvadores da pátria que chegarão para “mudar tudo isto que está aí”.Parece que não aprendemos nada com março de 1964 e com Collor.

Daniel

O autor está subestimando os desejos fascistas latentes de grande parte da classe média. O termo jovem classe-média alienado é eufemismo pra jovem fascista enrustido.

renato

– Ninguém mais fala na CIA. Parece que até que ela fechou. Se foi isso, eu não entendo porque ela tem aquele orçamento, enorme, de bilhões de dólares? Será que não sobram uns trocados para ela aplicar no Brasil?
Leonel Brizola.

marco

Sr.Cogiolla.Gostei do que escreveu para colocar-lhe algumas indagações,embora não creia que vá tomar conhecimento delas.Primeiro,onde o sr. se situa entre os que o sr.critica,segundo,que propostas o sr.tem,para enfrentarmos o que esta ai,terceiro,onde estão publicadas suas teses com relação ao fenômeno que hoje ocorre,Quarto,se existirem tais teses e propostas quero crer sejam inteligíveis ao homem comum,que não desfruta como o sr.dos altiplanos da inteligência humana.Por fim,aqui da planície,quero lhe afirmar ao despeito de grandes interpretações intelecto-filosóficas,o que esta ai,é uma tentativa de golpe de estado,por homúnculos das direitas,que nem grandes capacidades intelectuais possuem,senão as armas da propaganda,arma maior das doutrinas.

Messias Franca de Macedo

*Wagner Iglecias: Dilma entra em campo. E agora(?!)
* Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da EACH-USP

Em http://www.viomundo.com.br/politica/wagner-iglecias-dilma-entra-em-campo-e-agora.html#comment-456015

LÁ VEM O MATUTO “COM AS ORELHAS EM PÉ”! “E SÓ LIMPANDO OS OUVIDOS”!’ARRI ÉGUA’!…

… Após ouvir todos e todas os(as) representantes da sociedade brasileira e dos Poderes Constituídos, a presidente Dilma Vana Rousseff deverá encaminhar os pleitos para discussões, envolvendo o conjunto da própria sociedade e os demais membros dos Poderes Constituídos. Em seguida, materializar:
# A reforma política, contemplando, entre outas premissas, o financiamento público das campanhas eleitorais, em todos os níveis;
# instituir em, no máximo, duas legislaturas os mandatos parlamentares, de vereador a senador da República – explicar ao povo que esse dispositivo, entre outros benefícios, restringirá a nefasta “profissionalização dos políticos”(!);
# instituição do [democrático] imposto sobre as grandes fortunas;
# (re)instituição da CPMF, cujos recursos deverão ser aplicados exclusivamente na área da saúde pública. Explicar ao povo que além de representar uma fonte de recursos, a CPMF significa um valioso instrumento de limitação da sonegação de impostos e outros crimes fiscais;
# definir a aplicação dos 10% do PIB na área da educação;
# instituir a [democrática e civilizatória] Lei dos Meios;
# a aplicação total na área da Educação dos recursos gerados a partir do pré-sal;
# tipificar como hediondo todos os crimes de corrupção e desvio do dinheiro público;
# redução pela metade do número de cargos comissionados em todas as instâncias federativas, evitando o não menos nefasto compadrio, comprometedor da qualidade e da eficiência dos serviços públicos prestados à população, reduzindo o ‘custo Brasil’ – medida a vigorar a partir de janeiro de 2015;
#…

EM TEMPO: Presidente Dilma Vana Rousseff, a nação não pode deixar de aproveitar essa alvissareira oportunidade histórica! Mesmo porque o povo está nas ruas clamando e exigindo essa, digamos, revolução pacífica – lídima e inadiável!…

RESCALDO: esperamos – e torcemos para – que o governo federal saiba se comunicar e dialogar com o honesto, sapiente, impávido e trabalhador povo brasileiro.

BRASIL (QUASE-)NAÇÃO [depende de nós enquanto ações e reações!]
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

Fabio Passos

Sem MPL, PSTU, PSOL, MST, CUT e UNE as manifestações perderam o sentido.
Pauta nenhuma a não ser a pieguice udenista.

A simpatia do PiG desnuda tudo.
Qualquer coisa que conte com apoio ou simpatia do PiG não presta.

    abolicionista

    Caro Fábio, o PIG criou sua narrativa, segundo a qual o movimento o apóia. Mas é pura fantasia coercitiva. A maior parte dos manifestantes, segundo me consta, é contrária à mídia corporativa, embora sem muita clareza de princípios. Acredite, o PIG não sabe o que está acontecendo. Mas uma coisa é certa, se ficarmos parados, esses manifestantes indecisos e oscilantes serão cooptados pelas pautas limitadas da direita. É preciso ir às ruas para politizar, para dar lições de radicalismo. Ficar em casa não resolve nada, vamos disputar as ruas.

    Fabio Passos

    Não creio que muitos vão as ruas debater contra um tacape na mão de um bosta que defende a ditadura.
    Mesmo com ótimos argumentos… o tacape fascista acaba vencendo.
    É pela força que a minoria fascista controla a maioria democratica.

    Creio que o MPL parou de puxar as manifestações porque sentiu o futum reacionário destes grupos.

    abolicionista

    Caro, Fábio, é preciso vencer esse medo. Se não temos direito às ruas, não temos direito a nada, e então precisaríamos começar a pegar em armas. Não penso que seja o caso. As manifestações de terça serão na periferia, duvido que os fascistinhas terão coragem de mostrar a cara lá. Agora somos nós os infiltrados. Coragem, meu caro. A luta nunca foi fácil.

    lulipe

    O MPL já retornou às ruas e desde quando o MST, CUT ou PSTU são donos das manifestações deste país, Passos? É bom acordar para realidade e deixar a alienação de lado, caso contrário, vai perder o bonde, ops, o ônibus a 3,00 ou 3,20 da história.

Luís Carlos

O autor provoca de forma instigante em alguns pontos, porém falha, em minha opinião em outros. Por exemplo, ao dizer que nada tem a ver com as redes sociais a mobilização atual, mas sim com o transporte coletivo, as filas nos hospitais, etc, parece desconhecer a realidade dessas políticas públicas ao longos dos últimos 30 anos no Brasil. Desconsidera que essas condições se repetem nas últimas décadas, e que somente agora a mobilização ocorre, justamente com advento de redes sociais. Em que pese saúde pública seja política universal no Brasil, diferentemente do que acontece na Argentina e outros países da América do Sul, e o transporte coletivo também seja de grande alcance pelo uso popular, essas políticas e suas condições precárias ao longo das últimas décadas jamais mobilizaram as massas dessa forma. Pelo contrário, o SUS perdeu professor Coggiola, em 2007, imensa receita através da extinção da CPMF, que ao contrário do que era dito, não era imposto, mas contribuição, e portanto, conforme CF, somente pode ser utilizada para a Seguridade Social, integrada pela previdência, assistência social e saúde. Ninguém desse movimento com estudantes, jovens, burgueses de todas as formas, pitbulls de academia de vale tudo, faicibuqueiros, etc, ninguém se mobilizou pela perda orçamentária brutal da saúde pública. Aliás, os cartazes vistos no meio da atual multidão “sem ideologia”, “sem partido”, “sem liderança”, com frase ” enfia os R$0,20 no SUS” deixa bem claro o tratamento dado pelos manifestantes “revolucionários” ao SUS com o verbo “enfia” nada enaltecedor. Parece não haver entendimento do pael estruturante que sistema universal de saúde desempenha para autonomia popular.
Outro destaque do texto, mas de forma tendenciosa, é a expressão “alguns tostões para a educação” se referindo a integral destinação dos royalts do pré-sal. Os bilhões de reais que isso representarão em um único ano são desprezados pelo autor, talvez por necessidade de fortalecer seu texto e argumentos, mas de forma infundada.
Estranho também o tratamento dado pelo professor Coggiola à multidão antipartidária e “aidelógica” como revolucionária. Revolução sendo feita por quem não tem uma pauta definida, uma pauta de esquerda, mas num movimento onde claramente são endossadas pautas de elites como PEC isso, PEC aquilo, indignação seletiva contra a corrupção ( seletiva pois em momento algum os “revolucionários” demonstram indignação contra corrupção por instituições privadas contra os interesses público e coletivo) ou contra a corrupção no poder judiciário. Pior, “pesquisa” divulgada aponta preferência à possível candidatura do presidente do STF à presidência da república. Judiciário que é poder nada, absolutamente nada democrático e que justamente peca por total ausência de transparência. Chamar de revolucionário processo de manifestações feitas por grupo, em grande parte de classe média e francamente burguês, sem a participação maciça de trabalhadores operários, desempregados, trabalhadores rurais, talvez exatamente por não terem acesso a redes sociais e a web, parece mais forçar conceitos materialistas sem fundamento nos fatos. Talvez poderíamos até entender como revolução o que se apresenta até esse momento, mas somente se fosse uma segunda revolução burguesa e não uma revolução pautada na luta de classes marxista. Ao menos até esse momento.
Por fim, chama atenção a total ausência de citação ao papel desempenhado por grandes veículos de comunicação nesse processo chamado de “revolucionário”. Nenhuma citação, acusação ou denúncia por parte do autor do texto salta aos olhos, como se isso não fosse importante ou mesmo central. Talvez o professor não tenha se atido a verificar na web ( a quem ele nãos atribui importância alguma ao processo em curso ou relação direta aos fatos dos últimos dias) os vídeos postados afirmando que “O Brasil vai se dobrar”, em inglês ou em português com forte sotaque gringo. Partindo de alguém com a titulação apresentada pelo autor, ou ele de fato apenas falha em sua avaliação parecendo oscilar entre fontes marxistas e fontes do socialismo utópico ou demonstra que, de fato, titulação acadêmica serve apenas para o “paraíso” acadêmico, como em muitos casos ocorre.
Seria muito útil manifestação do professor sobre esse e outros pontos.

    Luís Carlos

    Por fim, quando se trata de discutir e apoiar a saúde pública há abissal diferença entre os glorificados manifestantes, conforme o professor Coggiola, e os criticados militantes do MST. Entre os trabalhadores rurais do MST todos são usuários exclusivamente do SUS e apoiadores do SUS pois eles não tem planos privados de saúde. Já entre os manifestantes dos últimos dias, tenha certeza de que muitos entre eles, para não dizer a grande maioria têm planos privados de saúde, burgueses planos privados de saúde e todo desfinanciamento que esses planos causam ao SUS com os “abatimentos” que têm no imposto de renda. Tenho a convicção de que o MST e seus integrantes, na totalidade defenderão o SUS. Não creio que possamos dizer o mesmo dos manifestantes dos últimos dias. Vejamos quando o MPL lançar seu conjunto de pautas se os demais grupos que “aderiram” às manifstações iniciadas pelo MPL se manterão coesos? Ou o professor crê que o Conselho Federal de Medicina, entidade de classe burguesa e corporativista, focada em reserva de mercado e determinada a manter modelo médico hegemônico desconectado da realidade epidemiológica do país apoiará o SUS e refará seus conceitos a luz da saúde coletiva? Acreditam que o CFM apoiará a luta que envolve a mudança do modelo de atenção à saúde no país para ampliar acesso dos cidadãos e melhorar indicadores que encontram intransponível barreira no atual modelo de saúde nacional imposto pelas entidades médicas e seus sócios o negócio, dentre eles as indústrias farmacêuticas? Os que acreditam “pisquem a luz” de suas casas e o Coelhinho da Páscoa levará um ovinho.

    marcelo

    VC sabe qual a definição de comentários no dicionário? Sugiro pesquisar…

Bacellar

Embora a analise, principalmente referente a disciplina que os operadores do capital impoe ao PT e mas do que ao PT a coalizaçao recheada de lobistas, e ao cenario economico deteriorado de estagflação, peca, e muito, pelo otimismo em relação a capacidade da massa amorfa se posicionar e combater os operadores e detentores do capital que mais do que cartazes possuem tudo que a grana pode comprar; midia, força policial, magistrados,exposição em redes sociais,etc. No que deu o Ocupywallstreet?

Gostaria de ter o mesmo otimismo pois se a analise se mostrar correta viveremos o melhor dos tempos, porem (aaah porem…).

    Bacellar

    “mais que o PT” nao “mas”

    Bacellar

    Eta, excesso de posts esses dias, já estou começando a faiar…Versão corrigida:

    Embora a analise, principalmente referente a disciplina que os operadores do capital impõe ao PT e mais do que ao PT a coalizaçao recheada de lobistas, e ao cenario economico deteriorado de estagflação, seja correta, peca, e muito, pelo otimismo em relação a capacidade da massa amorfa se posicionar e combater os operadores e detentores do capital que mais do que cartazes possuem tudo que a grana pode comprar; midia, força policial, magistrados,exposição em redes sociais,etc. No que deu o Ocupywallstreet?
    Gostaria de ter o mesmo otimismo pois se a analise se mostrar correta viveremos o melhor dos tempos, porem (aaah porem…).

Messias Franca de Macedo

… O JORNALISMO FASCISTA E AS CONSPIRAÇÕES COMUNS! ENTENDA
LÁ VEM O MATUTO “COM AS ORELHAS EM PÉ”!

… Depois da ‘veja’ estampar em capa: ‘O menino pobre que mudou o Brasil’… Agora, a mesma ‘veja’: ‘Sete dias que mudaram o Brasil’ – ‘depois dos protestos, nada será como antes’…
… E, aí, a *’jornalista amiga dos patrões barões da “grande” mídia nativa’ “levantou um ‘dedinho’” e afirmou: “**’Meninos’, ‘eu não te conto’, o Datafolha fez uma pesquisa nas ruas entre os manifestantes dos protestos! Vocês sabem quem ficou em primeiríssimo(!) lugar na preferência pela corrida presidencial?” [Toda a pantomima acompanhada de um sorriso ‘verde oliva (sic) de felicidade e regozijo’! – a(de)n(do) sujo nosso!] A resposta pela própria inquisidora (idem sic): “Joaquim Barbosa!” Em seguida, a mesma ‘jornalista amiga dos patrões’, levantou… Dois ‘dedinhos’ – e: “E vocês sabem quem ficou em segundo lugar? Sim, a Marina Silva! Mesmo porque ela não tem vínculos com partidos políticos, apesar de ter vindo do PT, rompido com o PT, e, agora, está organizando a ‘Rede’!” [“Pode ‘to be’?!” – de novo, a(de)n(do) sujo do matuto!] Fala, Cantanhêde, afinal de contas, quem tem microfones e câmeras de TV à disposição, convenhamos, falar o que quer! Não é para isso que serve a democracia?! (ibidem sic) “E vocês sabem quem ficou em terceiro lugar? Nesta mesma pesquisa do Datafolha, realizada nas ruas e entre os manifestantes dos protestos, a presidente Dilma Rousseff fica com, apenas, 10% das intenções de votos! A mesma presidente Dilma Rousseff que, na pesquisa geral do Datafolha, vence as próximas eleições, em primeiro turno, com 51% dos votos…”
Dois ‘dedinhos de prosa do matuto’! A Cantanhêde não esqueceu de levantar ‘os três dedinhos da mãozinha direita'(!!!) ao informar o nome do terceiro colocado na pesquisa [realizada nas ruas, entre os manifestantes dos protestos!]; Os sorrisos progressivamente contagiaram o outro ‘convidado a dedo’ pela âncora do programa e a própria âncora, óbvio!
*Eliane Cantanhêde “da Folha da ‘ditabranda dos Frias’ & dos Marinhos das organizações(!) Globo”!
**’os meninos’: o outro convidado a ‘dedinho’ pela âncora do programa, o Sérgio Fadul [“do jornal ‘O Globo’”] e a âncora do programa ‘Fatos & distorções’(!), GloboNews!
“CINCO(!) ‘DEDINHOS’ DE PERGUNTAS!”:
1- por que será que os três ‘jornalistas amigos dos patrões’ não informaram ao ‘eleitor assinante’ acerca da “metodologia” aplicada na tal pesquisa Datafolha?! [realizada entre os manifestantes dos protestos(!)];
2- será que os três ‘jornalistas amigos dos patrões’ deram conta de que, ao corroborar com uma “pesquisa” que “pesquisa” desqualificar os partidos políticos, estão difundindo um dos preceitos clássicos do fascismo?!…
3- o que está acontecendo no Brasil – em meio à realização da Copa das Confederações(!) – evidencia alguma coincidência com a tal ‘primavera árabe’?!
4 – o que está acontecendo no Brasil – em meio à realização da Copa das Confederações(!) – tem alguma correspondência com o fascismo?!
5- lá isso é jornalismo?!…

NOTA ACAUTELATÓRIA: com relação à questão de número 3, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, já nos deu a contundente e peremptória resposta:
“Os protestos registrados nos últimos dias no Brasil fazem parte uma conspiração para desestabilizar a presidente Dilma Rousseff, assim como está acontecendo comigo.” Em Denúncias
Erdogan diz que mesma conspiração atua na Turquia e no Brasil
publicado em 22 de junho de 2013 às 21:13

FONTE: http://www.viomundo.com.br/denuncias/erdogan-diz-que-mesma-conspiracao-atua-na-turquia-e-no-brasil.html

E VAMOS ***“AOS FINALMENTES”(!): … “Inté”!…
***lembrando o saudoso Odorico Paraguaçu! Bom político – e militante(!) – aquele!

República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

Messias Franca de Macedo

No auge do clima golpista no país, secretário de Segurança do Rio diz que pode convocar o Exército. Não faltava mais nada
em http://blogdomello.blogspot.com.br/2013/06/no-auge-do-clima-golpista-no-pais.html

LÁ VEM O MATUTO “COM AS ORELHAS EM PÉ”! O MESMO MATUTO ‘BANANIENSE’ QUE SENTE O CHEIRO DE GOLPE DESDE O DIA EM QUE NASCEU EM PINDORAMA!

Prezado, competente e intrépido jornalista brasileiro Antônio Mello, a que ponto nós chegamos: até a [DEMotucana de carteirinha!] Eliane Cantanhêde [“da Folha da ‘ditabranda’ &$ da ‘grobonews'”] está a propalar a tese da “ineficiência” da ABIN!…

… “Pode ‘to be'”?!”…

Felicidades ao egrégio jornalista! E parabéns pelo seu trabalho jornalístico – e cívico!

República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

H

O texto que critica o PT e o governo por estes não terem feito a revolução contra o grande capital!!! Ele deve achar que os “verdadeiros” partidos políticos deveriam ser congregações de santos e martíres!!! Uma pérola da intelectualidade “comunista” – mas “comunista” no sentido de lugar comum do esquerdismo infantil e talvez, oportunista, no melhor estilo engordador de Currículo Lattes, tão em voga no meio acadêmico atual.

Danilo Morais

O Sr. Coggiola realmente me parece preocupado em manter seu verniz de intelectual esquerdista na teoria (para ficar bem na academia ao mesmo tempo que continua sendo chamado na Globo News), mas se esquece que o mundo concreto é muito mais complexo e cruel. Fazer críticas ao PT e a Dilma, ok. Mas não tomar uma expressiva posição anti-fascista, neste momento em que a Globo quer ensinar “como protestar” no Globo Repórter, é de uma irresponsabilidade enorme. Guardadas as devidas proporções, se estivesse no Chile de Allende, o ex-peronista Coggiola também diria que era preciso pressionar o governo da Frente Popular em plena crise pré-golpe, pois avaliaria que esse não era suficientemente de esquerda – e que venha o Pinochet para sua surpresa! Ou se estivesse na Alemanha da República de Weimar diria que os social-democratas e os nazistas eram a mesma coisa (como fizeram desastrosamente os comunistas) e contribuiria com a ascensão do regime de Hitler. A história o julgará, Prof. Coggiola.

Minduin

UÉ, PRIVATIZARAM A CMTC EM SP PORQUE ANTES ERA PÚBLICO E ERA RUIM. QUEM FEZ ISSO ? QUEM DEFENDIA ESSA IDÉIA ?

Cláudio


“Com o tempo, uma imprensa [ = mídia ] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma.” >>> Joseph Pulitzer


“Se você não for cuidadoso, os jornais [ = mídias ] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” >>> Malcolm X



Ley de Medios Já ! ! !



Luís Carlos

O texto me parece oscilar entre a riqueza de argumentos, muitos palusíveis, e outros tantos constituintes do socialismo utópico. Azenha e Conceição, por favor, podem informar quem é o autor do texto, pois apenas consta o nome dele, diferente do que ocorre em outros posts onde temos mais informações sobre o autor?

lukas

Um texto demolidor, à esquerda e à direita, que irá apanhar pelos dois lados, pois fala o que nenhum dos lados quer ouvir, pois os tira da zona de conforto.

Arthemísia

Um Brasil dos trabalhadores manuais e intelectuais e da juventude explorada? É por isso que as coisas chegaram até aqui: quando a extrema esquerda se encontra com extrema direita.

Mauricio Benedito

Proposta de palavra de ordem:
“Reforma Tributária,
rico tem que pagar,
saúde e educação
para a população”

André

O Coggiola é um dos maiores especialistas da obra de Marx que FFLCH/USP produziu. Fica a dica, Daniel.

rhwinter

Caro Prof. Coggiola, bom saber que alguém leu meu estudo ( http://j.mp/onibusSP ).

Sobre esta parte específica do assunto, vai ficando mais claro que o buraco vai tão fundo quanto se queira ir, por exemplo: http://outraspalavras.net/outrasmidias/?p=12643 e, também recentemente: http://onibusbrasil.com/blog/2013/02/22/companhias-e-empresarios-de-transportes-entre-os-maiores-devedores-trabalhistas-do-pais/

Paulo Henrique Tavares

Não diz absolutamente nada, não sinaliza nada, onde que chegar?
É um pstu “indignado”

Elza

Depois da Copa das Confederações, os partidos políticos com tendências a esquerdas,tendências sim, pois tá tudo junto e misturado, devem-se organizar e juntar-se aos movimentos Sociais e ir pra ruas defender os avanços que o Brasil teve nesses últimos 10 anos… gostei desse movimento no início, pra mim, agora alguns menos inocentes querem desestabilizar o país. Foi ótimo a Presidente Dilma em seu discurso dizer, que vai conversar com os líderes do movimento, que líderes, que eles mesmo dizem que ñ os tem, pois ñ é preciso, ñ estou me referindo ao MPL. Vai ser aí q o jogo vai começar a virar favorável a nós, que queremos a reeleição da Presidenta. Eu nunca vi se colocar milhões de pessoas na rua sem líderes, tudo balela, tem sim por trás desse grupelho que quer fazer ponte pra Direita voltar pro governo.

No entanto achei muito válido o início do Movimento, pois quem sabe se a reforma política não sai, os políticos viram, que todos os brasileiros ñ estão totalmente dormindo, porém tem ainda muita gente, q é bem analfabeto político… pergunta pra muitos deles de quem é a responsabilidade da saúde básica nas cidades, tantos do interior, como das capitais da Federação?

Antonio Farias Medeiros

Pois eh…Azenha,

Eu tenho muita consideração pelo trabalho do viomundo, por isso, vou alertá-lo.

Esse “estudante” de blusa azul, no primeiro vídeo, ao lado do senhor com o megafone, na verdade chama-se Gilbert Diniz e é assessor político do Prefeito da Cidade de Contagem, o Carlin do PC do B: Veja os dois juntos durante a campanha. O prefeito a frente e o Gilbert ao lado: http://www.flogao.com.br/gilbertdiniz/73690464

Já o outro “estudante”, barrigudo, de boné verde e camisa listrada, ao lado do Gilbert, chama-se Leonardo e também é assessor político do Prefeito Carlin. Nessa foto o Leonardo recebe das mãos do Prefeito, o troféu por sua equipe ter vencido a gincana da cidade:

Na sexta-feira, 21/06, esses dois assessores do Prefeito e mais alguns capangas, arregimentaram 50 estudantes e fecharam o cruzamento mais importante da cidade por 4 horas. Ao mesmo tempo que faziam a “manifestação”, falavam ao telefone com o Prefeito, informando-o que a “…Rede Globo já estava chegando para filmar tudo”.

E aí, que tal ligar para o Prefeito e perguntar de que lado ele está ?
Será que ele concorda com os atos de seus assessores ?
E o Governo Federal ? Sabe que os seus “aliados” agem dessa forma ?

Resumo: Não, este não é um movimento apartidário ou estudantil.
Existem partidos, como o PC do B que se diz da base do Governo Federal e na verdade, está pondo mais lenha da fogueira das manifestações com um único intuito: Colocar a faca na garganta da Presidenta para exigir algo em troca. Eles não lutam por melhoria alguma no Brasil ou na política. Eles apenas querem escalar ao poder. Para isso, eles não medem esforços.

O PC do B em Minas Gerais, por mais ESDRÚXULO que possa parecer é financiado pelo PMDB do famigerado Newton Cardoso: http://fernandocabrerafac.blogspot.com.br/2012/09/paulo-maluf-marcio-reinaldo-newton.html

E o que é pior é apoiado pelo incompetente PSDB do Aécio: http://www.diariodecontagem.com.br/v2010/materia/16/4864/

Então Azenha…muito, mas muuuuuuuuuito cuidado com as informações que vocês divulga sobre o PC do B de Minas Gerais.

O Golpe está mais perto do que você imagina.

FrancoAtirador

.
.
O PCO também está com essa estratégia equivocada.

Num momento em que a extrema-direita tripudia

e uma massa amorfa midiatizada ameaça um Golpe,

e em que os trabalhadores estão sentados vendo TV,

é irresponsabilidade propor Revolução de Esquerda.
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    A TV organiza a massa

    A mudança da grade de programação, com a troca da novela pelas manifestações “ao vivo”, na última quinta (20), é ainda mais emblemática.
    Sinalizou para o telespectador que algo de muito grave estava ocorrendo e ele deveria ficar “ligado na Globo” para “entender” a situação.

    Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Carta Maior (*)

    “Este não foi um movimento partidário. Dele participaram os setores conscientes da vida política brasileira”. (Editorial de O Globo, 2/4/1964)

    (http://www.youtube.com/watch?v=UiVDtWb7K48)

    A TV, chamada de “Príncipe Eletrônico” pelo sociólogo Octavio Ianni, está conduzindo as massa pelas ruas brasileiras.
    À internet coube o papel de convocar, à TV de conduzir.

    Ao perceber que o movimento não tinha direção e poderia assumir bandeiras progressistas, as emissoras de TV, com a Globo à frente, passaram a conduzi-lo.

    Nos primeiros dias, para as TVs, eram vândalos que estavam nas ruas e precisavam ser reprimidos. Reproduziam em linguagem popular o que pediam os editoriais da mídia impressa.

    Não esperavam, no entanto, que o movimento ganhasse as proporções que ganhou. Longos anos de neoliberalismo exaltando o consumo e o individualismo tiraram de algumas gerações o prazer de fazer política voltada para a solidariedade e a transformação social.

    Os partidos que poderiam ser eficientes canais de participação passaram a se preocupar mais com o jogo do poder do que com debate e o esclarecimento político, tão necessário na formação dos jovens.

    Tudo isso estava engasgado. O movimento do passe livre serviu de destape.
    Reprimido com violência como queria a mídia, ele cresceu.
    Milhões foram às ruas em repúdio ao vandalismo policial daquela quinta-feira (13).

    As bandeiras, ao se multiplicarem, diluíram. A história registra o surgimento, nesses momentos, de líderes carismáticos ou de militares bem armados para levar as massas à trágicas aventuras.
    Alemanha nos anos 1930 e o Brasil em 1964 são apenas dois exemplos.

    Em 2013, quem assumiu esse papel foi a TV.
    Percebendo a grandeza física do movimento, mudou o discurso e passou a exaltar a “beleza” das manifestações.
    Ofereceu para elas as suas bandeiras voltadas para assediar o poder central.

    O grito genérico contra a corrupção ecoa a tentativa de golpe contra o governo Lula em 2005, ensaiado pelos mesmos agentes de hoje. Naquela época o esforço era maior.
    A TV tinha de convencer a massa a ir para a rua.
    Em 2013 ela já estava caminhando, era só entregar as bandeiras.

    É o que estão fazendo com todo empenho.
    A exaltação ao povo que “acordou” foi só o começo.
    O JN, na sexta-feira (14), censurou uma entrevista dada no Rio por uma integrante do Movimento do Passe Livre, Mayara Vivian.

    Enquanto ela falava dos ônibus, tudo bem. Mas a parte em que ela defendia a reforma agrária, a reforma política e o fim do latifúndio no Brasil foi cortada pela censura global.
    Esses temas não fazem parte das bandeiras da família Marinho.

    A mudança da grade de programação, com a troca da novela pelas manifestações “ao vivo”, na última quinta (20), é ainda mais emblemática.
    Sinalizou para o telespectador que algo de muito grave estava ocorrendo e ele deveria ficar “ligado na Globo” para “entender” a situação.

    Tanto entenderam que às 20h30 centenas, se não milhares de pessoas, continuavam a sair das estações do Metrô na Avenida Paulista.
    Iam se juntar aos “apolíticos” que hostilizavam os militantes partidários insuflados por “pitbulls” (jovens parrudos) estrategicamente postados ao longo da avenida. Pela minha cabeça passaram imagens das brigadas nazistas vistas no cinema.

    Os cartazes tinham de tudo.
    Alguém disse que era um “facebook” real.
    Cada um “postava” na cartolina a sua reivindicação.
    E a TV até disso se aproveitou.

    Na sexta pela manhã, Ana Maria Braga ensinava como as mães deveriam orientar seus filhos na confecção desses cartazes.
    Como o Movimento pelo Passe Livre já disse que não iria mais convocar novas manifestações, parece que a Globo assumiu o comando.
    Quando será o próximo ato? Saiba na Globo.

    Fustigado nas ruas e nas telas, o governo para responder, tem de se valer da mesma TV que o ataca.
    Julgou, como julgaram outros governos, que isso seria possível e por isso não constituiu canais alternativos de rádio e TV capazes de equilibrar a disputa informativa (a presidente Cristina Kirchner não entrou nessa).

    Sem falar na regulamentação dos meios eletrônicos cujo projeto formulado ao final do governo Lula está engavetado. Se houvesse sido enviado ao Congresso e aprovado, outras vozes estariam no ar.
    Teríamos mais chance de evitar o golpe anunciado.

    Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial). Twitter: @lalolealfilho.

    (*) Artigo publicado originalmente na Rede Brasil Atual.

    http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=6159

Leo V

Interessante texto. Não compartilho como um todo mas tem muitos pontos bem levantados.

Destaco:

“O MPL seria o feiticeiro que invocou fáusticamente demônios, incluída uma direita fascista/paramilitar que agora disputa a hegemonia do movimento nas ruas, que o próprio MPL não consegue mais esconjurar? Não. O MPL fez exatamente o que devia e o que anunciou iria fazer, há muito tempo.

Para que aquilo não acontecesse (a direitona, os P2 e os criminosos, não “vândalos”, irem para as ruas) era preciso não fazer nada.”

e

“Isto é também um curso de formação política para a esquerda que reaprende, nestes dias, o que aquele velho revolucionário queria dizer ao afirmar: “O fascismo não se discute, se destrói”. Uma ideia simples, produto de décadas de experiência e reflexão.”

Daniel

Interessante artigo, mas o senhor já leu Marx?

    ideraldo

    Aplaudo a sua pergunta, Daniel. O articulusta Osvaldo Coggiola deveria reaponder a ela.

José X.

Post infantilóide.

    Luiz H

    Acho que o “infantilóide” tem um histórico melhor que o seu:

    Osvaldo Coggiola é um intelectual e historiador trotskista. Nascido na Argentina, viu-se obrigado ao exílio durante o período da ditadura, tendo sido expulso da Universidade de Córdoba durante o mesmo regime. Possui graduação em História pela Universidade de Paris VIII (1977), graduação em Economia pela Universidade de Paris VIII (1979), especialização em História pela Universidade de Paris VIII (1979), mestrado em História pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais/França (1980), doutorado em História Comparada das Sociedades Contemporâneas pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais/França (1983) e pós-doutorado pela Universidade de São Paulo (1998). Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo(USP) e professor nos cursos de jornalismo e economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Lida principalmente com as áreas de História Moderna e Contemporânea, atuando principalmente em temas como Comunismo, União Soviética e Economia Marxista. É ativo organizador, colaborador e participante de simpósios, palestras e colóquios sobre esses temas.

    José X.

    Ele pode ter todos os atributos acadêmicos possíveis, mas continua sendo um text típico da extrema esquerda “revolucionária”, que sempre faz o jogo da direita. Não é à toa que o tal “Leo V” gostou…

    roberto pereira

    Luiz H, essa enciclopédia – Osvaldo Coggiola – está pensando em fazer a revolução com quem? Com esse pessoal que está nas ruas? Se os ideólogos dessa massa chegarem ao poder ele vai ter que procurar outro país pra morar. Alguém viu nessas manifestações, por acaso, uma reivindicação para taxar-se, por exemplo, as grandes fortunas? Houve no meio delas pelo menos um grito contra as privatizações? Na área da educação, alguém ouviu algo contra o ensino privado? Ninguém viu ou ouviu porque a pauta é fascista e não há teórico de esquerda que consiga pintá-la com cores diversas. Como professor de história, o autor deve saber que a esquerda radical no Brasil sempre serviu a causa da direita, ingenuamente. Foi assim em 64 e está sendo agora.

Deixe seu comentário

Leia também