Nelice Pompeu: Grito de socorro ocupa as ruas do País neste domingo; agenda de atos

Tempo de leitura: 5 min

Por Nelice Pompeu*

Mulheres Vivas é mais do que um chamado.

É o grito de um país que não suporta mais ver vidas interrompidas todos os dias.

A violência contra as mulheres atingiu proporções inaceitáveis.

O que aparece nos noticiários não são meros números. São histórias despedaçadas, famílias destruídas e futuros arrancados.

Em um cenário tão grave, o silêncio não é opção.

Ocupar as ruas é questão de sobrevivência!

Por isso, neste domingo, 7/12, vamos transformar indignação em presença e dor em movimento coletivo.

Cada mulher que se levanta carrega todas as que já não podem estar aqui.

Cada aliada que se junta fortalece a certeza de que essa luta é pela nossa dignidade, pela nossa justiça e pela nossa vida.

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Estamos em mobilização nacional.

Em capitais e municípios de todos os estados, mulheres diversas se articulam porque entenderam que nenhuma de nós está segura enquanto a violência for tratada como rotina.

Esta é uma convocação de urgência. Se trata de sobrevivência.

É sobre Taynara, Allane, Layse, Catarina, Lais e tantas outras que tiveram suas histórias interrompidas. É sobre todas que resistem diariamente dentro e fora de casa.

Queremos políticas públicas efetivas, investigações sérias, acolhimento real, medidas protetivas que funcionem e responsabilidade do Estado.

Queremos que o país reconheça que a vida das mulheres importa e a misoginia não pode seguir impune. Queremos viver sem medo.

Em 2024, o Brasil registrou 1.450 feminicídios, o que significa quatro mulheres assassinadas por dia.

Mais de três milhões sofreram violência doméstica e quase duzentos estupros ocorrem diariamente, muitos dentro da própria casa. Esses números são gritos de emergência que o país não pode continuar ignorando.

Em São Paulo, o governo anunciou cortes de 54% no orçamento de 2026, justamente no orçamento das políticas de combate à violência que deveriam garantir proteção e prevenção.

Isso acontece justamente quando o estado registra um feminicídio a cada dois dias.

Cortes quando mulheres tombam. Cortes quando meninas gritam por socorro. Cortes quando a violência torna impossível fingir normalidade.

Nos últimos dias, o país assistiu a episódios que expõem a profundidade desta crise. Catarina Karsten, assassinada quando seguia para uma aula de natação.

No Rio, Allane Pedrotti e Layse Pinheiro, mortas dentro do Cefet por um homem que se recusava a ser chefiado por mulheres.

Em São Paulo, Tainara Souza Santos, atropelada e arrastada por um quilometro. Perdeu as pernas. Quase perdeu a vida.

Lais Angeli Gamarra, obrigada a deixar sua cidade após denunciar agressão e tentativa de estupro do influenciador conhecido como Calvo do Campari.

Enquanto estas palavras são escritas, outras mulheres são ameaçadas, agredidas, perseguidas e silenciadas.

Enquanto os cortes avançam, as tragédias se acumulam. No Brasil, basta ser mulher para viver sob risco constante.

Esse cenário é alimentado por um machismo que atravessa toda a sociedade. É uma construção cultural profunda e também reproduzida por muitas mulheres. A misoginia precisa ser enfrentada por todas e todos sem exceção.

O enfraquecimento das políticas públicas agrava essa violência. Quando o Estado reduz recursos, desmonta programas e deixa casas de acolhimento sem estrutura, a consequência é imediata. Menos atendimento, menos prevenção, menos proteção. Cada corte orçamentário empurra mulheres para mais vulnerabilidade.

O que mais precisa acontecer para que este país compreenda que vivemos uma epidemia de violência de gênero?

Uma epidemia cometida por homens que se sentem autorizados a dominar, ferir e matar.

Uma epidemia fortalecida pela impunidade, pelo machismo arraigado e agravada por um Estado que muitas vezes chega tarde demais.

Não podemos assistir como telespectadoras de uma tragédia sem fim.

A omissão é cúmplice. O silêncio alimenta a violência. A revolta precisa se transformar em corpo, voz e rua.

Por isso, no domingo, vamos todas para a Paulista. Vamos gritar o que está entalado na garganta de milhões.

Queremos viver. Queremos todas vivas. Queremos políticas públicas com orçamento real, delegacias que acolham, investigações sérias, educação para igualdade, responsabilização de agressores e proteção efetiva para mulheres ameaçadas.

O país inteiro está se levantando. Este é o maior levante feminino dos últimos anos porque não há mais espaço para tolerar o intolerável.

A revolta precisa se transformar em luta organizada para exigir responsabilidade e prioridade verdadeira na proteção de quem vive diariamente sob ameaça apenas por ser mulher.

Venha com sua voz, sua indignação, sua história, seu luto, sua força. Venha por você ou por alguma mulher que você ama. Venha porque basta ser mulher para viver sob risco constante e isso não pode ser aceito.

Domingo é rua. Domingo é luta. Domingo é por mulheres vivas.

7 de dezembro
Concentração 12h
início às 14h
MASP Avenida Paulista

Traga sua bandeira, sua voz e sua coragem. Cada presença importa. Cada passo e cada cartaz constroem o levante que o Brasil precisa ouvir.

Por Catarina
Por Allane
Por Layse
Por Tainara
Por Lais
Por todas que tiveram sua história interrompida
Por nenhuma a menos

*Nelice Pompeu é professora, promotora legal popular e integrante do Movimento Escolas em Luta

LEVANTE PELA VIDA DAS MULHERES – AGENDA DE ATOS

NORDESTE

Bahia

Arraial d’Ajuda/BA – Praça do Santiago – 9h

Vitória da Conquista/BA – Feirinha do Bairro Brasil – 9h

Salvador/BA – Barra (Cristo ao Farol) – 10h (14/12)

Piauí

Parnaíba/PI – Parnaíba Shopping – 16h

Teresina/PI – Pça Pedro II – 17h

Ceará

Fortaleza/CE – Estátua Iracema Guardiã – 16h

Juazeiro do Norte – 8h – Mercado Pirajá

Natal/RN – Mercado da Redinha – 9h

Maceió/AL – Pça Sete Coqueiros – 15h

Recife/PE – Rua da Aurora, ginásio Pernambucano – 14h

São Luís/MA – Pça Igreja do Carmo – 9h

Aracaju/SE – Arcos da orla – 8:30

NORTE

Amazonas

Manaus/AM – Praça do Congresso – 17h

Parintins/AM – Catedral (centro de Parintins) – 16h30

Boa Vista -Roraima / Parlatório da Assembleia. Legislativa- 16:30h.

Pará

Marabá/PA – Praça da Marabá Pioneira – 18h

Santarém/PA – Praça Tiradentes – 17h30 (dia 10/12 – quarta)

Boa Vista/RR – Tribuna em frente à ALE-RR – 16h30

Palmas/TO – Feira do Bosque – 17h

SUDESTE

São Paulo

Araraquara – Praça Santa Cruz – 9h

Bauru – Delegacia da PF – 9h30

Botucatu – Praça da Pinacoteca – 10h

Campinas – Estação Cultura – 9h

Ilhabela – Praça Elvira Estoraci – 16h

Praia Grande – Estátua de Yemanjá, Mirim – 10h

São Paulo – Vão Livre do MASP – 14h
Santos – Praça das Bandeiras – 10h

São Carlos – Praça XV de Novembro – 16h

São José dos Campos – Largo São Benedito – 15h

São José do Rio Preto – Praça Rui Barbosa – 9h

Sorocaba – Parque das Águas – 10h

Ubatuba – Pista de Skate – 11h

Minas Gerais

Belo Horizonte – Praça Raul Soares – 11h

Ouro Preto – Praça Tiradentes – 15h

Cambuquira – Praça da Biblioteca (café coletivo) – 10h

Cataguases – Praça Santa Rita – 10h

Divinópolis – Praça do Planalto – 8h30

Juiz de Fora – Escadaria da Câmara – 15h

Perdões – Praça da Matriz – 14h

Poços de Caldas – Parque da Zona Sul – 15h

Pouso Alegre – Praça Senador José Bento – 11h

Sete Lagoas – Lagoa Boa Vista – 10h

Santa Rita do Sapucaí -Pracinha da Câmara – 10h

São João del Rei – Sinal da Leite de Castro com a Frei Cândido – 14h

Tiradentes – Largo do Rosário – 17h

Uberaba – Concha – 14h

Uberlândia – Av. Monsenhor Eduardo esquina com Rua Buriti Alegre – 10h

Rio de Janeiro/RJ – Copacabana (Posto 5) – 14h

Vitória/ES – Praia de Camburi – 15h

CENTRO-OESTE

Brasília/DF – Feira da Torre de TV – 10h

Goiânia/GO – Pça Universitária – 15h

Mato Grosso do Sul

Campo Grande/MS – Av. Afonso Pena – 9h

Paranaíba/MS – Feira da Praça da República – 8h

SUL

Porto Alegre

Porto Alegre/RS – Praça da Matriz – 17h (06/12)

Santa Maria/RS – Praça Saldanha Marinho – 09h (dia 13/12)

Santa Catarina

Chapecó – Praça Coronel Bertaso – 14h

Concórdia – Praça Dogello Goss – 10h

Florianópolis – Cabeceira da Ponte Hercílio Luz – 13h

Garopaba – Café Mormaii – 9h

Itajaí – Praça da Beira Rio – 14h

Brusque – Praça Sesquicentenário – 13h

Blumenau – Escadaria Igreja Matriz – 15h

Tubarão – Praça Walter Zumblick – 17h

Curitiba/PR – Praça João Cândido / Largo da Ordem – 10h

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