
VETA, DILMA, VETA! CONTRA O ATO MÉDICO
por Luciana Chaui-Berlinck
Nós da Associação de Acompanhamento Terapêutico (AAT) não podemos deixar de engrossar as fileiras da luta contra o Ato Médico.
Em primeiro lugar porque o exercício do Acompanhamento Terapêutico é por excelência multiprofissional e, portanto qualquer ato que seja contrário à multiprofissionalidade nos atinge diretamente tanto em nossa forma de entender a clínica e a saúde como em nossa forma de atuar profissionalmente.
Por que o Ato Médico age contrariamente à multiprofissionalidade? Porque estipula como atividade privativa dos médicos a formulação de diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica e determina que só os médicos possam chefiar os serviços de saúde.
Ora, sabemos de muitos equipamentos de saúde que funcionam muito bem e cujas chefias não são realizadas por médicos. Sabemos também que fonoaudiólogos podem perfeitamente diagnosticar e prescrever tratamentos para problemas de fala, psicólogos são capazes de diagnosticar questões de saúde mental e prescrever psicoterapia e todas as outras onze profissões que seriam afetadas por esta PL possuem conhecimentos específicos para atuarem independentemente dos médicos.
Não é possível que, a esta altura do desenvolvimento da autonomia das várias profissões da saúde, haja um retrocesso e nos vejamos como meros apêndices da autoridade dos médicos.
O Ato Médico fere os princípios do SUS que busca a atuação multiprofissional dos serviços de saúde. Dessa maneira, é o cotidiano das unidades de saúde, com a perda da horizontalidade nas relações entre os profissionais, que será drasticamente afetada, prejudicando a população nos atendimentos de que necessita.
É inimaginável que um cidadão que necessite de algum atendimento para sua saúde tenha que ir primeiro a um médico para que este o encaminhe ao profissional competente! É inimaginável que um cidadão que possa ser prontamente atendido por um profissional da área da saúde tenha que esperar ser primeiro atendido por um médico para depois receber o tratamento buscado.
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É possível pensar o que aconteceria com as filas, já existentes, dos atendimentos do SUS?
Não somos contra a regulamentação da medicina, somos contra o corporativismo que busca retirar a autonomia das diversas profissões e que, ao invés de cuidar para que os cidadãos tenham melhor qualidade em seus atendimentos, dificultam cada vez mais o acesso da população aos tratamentos de saúde necessitados. Que os médicos regulamentem a sua profissão, mas sem tentar regular as outras profissões.
Por este motivo, convidamos a todos a participarem do manifesto contra o Ato Médico na quinta-feira, 11 de julho.
TODOS CONTRA O ATO MÉDICO NO DIA 11 DE JULHO!!!
Luciana Chaui-Berlinck é presidente da Associação de Acompanhamento Terapêutico.
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