@luanabonone: A campanha pelo reajuste da bolsa mestrado

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Em 2012 a bolsa de mestrado será inferior a 2 salários! Participe da campanha: Reajuste de Bolsas Já

do site da Associação Nacional dos Pós-Graduandos, via @luanabonone

A ANPG, em conjunto com APGs de todo o país, lhe convida a participar da Semana Nacional de Mobilização pelo Reajuste de Bolsas Já! A idéia é realizar ações nas universidades de todo o país, além de promover uma forte divulgação pelas redes sociais em prol do reajuste imediato do valor das bolsas de mestrado e doutorado. Se as bolsas não tiverem um reajuste agora, em 2012 uma bolsa de mestrado da Capes ou do CNPq estará valendo menos do que 2 salários mínimos. Indigne-se. Participe!

Uma semana após o 38o CONAP, reunião das APGs de todo o país que aprovou a campanha de bolsas, em 31 de agosto de 2011, a ANPG participou da Marcha dos Estudantes em Brasília e apresentou a pauta pelo reajuste à presidente Dilma Rousseff.

O movimento nacional de pós-graduação brasileiro está em campanha permanente pelo reajuste do valor das bolsas de mestrado e doutorado, há mais de 3 anos congeladas. Ações pelo Brasil durante as Jornadas de Lutas do movimento estudantil, entrega da pauta à presidenta Dilma e o abaixo-assinado online, lançado no início da campanha, são iniciativas concretas para que a pauta seja atendida. As APGs também se mobilizam e nós lhe convidamos a realizar uma atividade na sua universidade também!

O Brasil vive um momento propício para impulsionar um crescimento que garanta justiça social e aproveite as possibilidades do país de forma sustentável. Temos o desafio de construir dois grandes eventos esportivos mundiais e descobrimos uma riqueza natural imensa, o pré-sal, que deve ser utilizada para o desenvolvimento do país com a participação de todo o seu povo neste processo. Assim, a educação e a pesquisa científica devem ser entendidas como instrumentos essenciais para o melhor aproveitamento desta janela histórica de tantas possibilidades e desafios que vivem o país.

Menos de 2 salários mínimos

É urgente uma política permanente de valorização das bolsas de pesquisa para o Brasil. A defasagem histórica das bolsas levou a uma situação de diminuição do benefício ao longo dos anos, o que pode ser constatado analisando a trajetória do valor das bolsas em comparação a  qualquer índice nacional (IPCA, salário mínimo, salário médio das pessoas com formação superior, etc.). O governo Dilma até agora não deu nenhuma sinalização de pôr fim a um congelamento de 3 anos e, caso as bolsas não sejam reajustadas neste ano, chegaremos a 2012 com a bolsa de mestrado, por exemplo, valendo menos do que 2 salários mínimos (cujo reajuste previsto no Orçamento é para R$ 612). Diante do discurso de arroxo dos gastos publicos para manter as metas de inflação e superávit, é nosso papel pressionar pelo fortalecimento do sistema nacional de bolsas, considerando o pesquisador bolsista enquanto elemento chave da produção científica nacional. A bolsa de pesquisa deve ser entendida como instrumento central de estímulo e, portanto, de elevada importância ao interesse e desenvolvimento da C,T&I no país.

Ações da Semana pelo Reajuste de Bolsas Já

Nesta semana de 19 a 23 de setembro, convocamos todos(as) os(as) pós-graduandos(as) brasileiros(as) a se incorporarem em uma grande campanha de coleta de assinaturas do abaixo-assinado e ações nas universidades, além de uma grande campanha virtual.

Vale passeata, ato com nariz de palhaço, festa-protesto de aniversário dos 3 anos sem reajuste, mural de apoiadores da campanha, paralisação do seu laboratório por 1h, coleta de moedas para garantir o orçamento do MEC e do MCTI para aumentar o valor das bolsas, contador de dias sem reajuste, debates, moções de apoio e qualquer ação que consiga chamar a atenção da comunidade universitária ao problema da desvalorização das bolsas de pesquisa. Participe também da campanha virtual com a hashtag #reajustedebolsasja e ajude na divulgação do abaixo-assinado e das ações da campanha pelo Twitter e pelo Facebook.

Envie seu vídeo-depoimento

Além das ações nas universidades, precisamos fazer a campanha chegar ao conjunto da sociedade. Grave a sua mensagem dizendo porque é importante para o Brasil a valorização das bolsas de pesquisa. Pode ser via webcam, câmera do celular ou da máquina fotográfica, enfim, o fundamental é que você grave a sua mensagem. Termine sempre com a frase “Reajuste de Bolsas Já!”. Publique o vídeo e/ou envie para o e-mail [email protected]. Envie também para o perfil da ANPG do Twitter (@anpg) e o do Facebook (Associação Nacional de Pós-Graduandos) e para todos os seus contatos.

Enxurrada de e-mails a autoridades

Por fim, ajude a fazer uma enxurrada de e-mails a autoridades do Poder Executivo apresentando a nossa pauta.

Confira aqui o texto padrão e os endereços de e-mail de autoridades que devem dar resposta sobre uma política de valorização das bolsas.

Mobilize uma ação da campanha na sua universidade e envie as informações para [email protected].

Baixe materiais da Campanha de Bolsas

Assine e divulgue o abaixo-assinado pelo #reajustedebolsasja

Participe da enxurrada de e-mails pressionando pelo reajuste

Siga a ANPG no Twitter (@anpg) e no Facebook (Associação Nacional de Pós-Graduandos)

Outubro

A campanha continuará com a construção de agendas com o Executivo para apresentação do resultado da campanha e entrega do abaixo-assinado até o mês de outubro. No mesmo período a ANPG apresentará emendas ao Orçamento da União com o objetivo de aumentar os recursos destinados às bolsas de pesquisa.

Elisangela Lizardo
Doutoranda em Educação, História, Política, Sociedade na PUCSP


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Comentários

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Eu de Marília/SP

Sou bolsista de mestrado pela CAPES. R$1.200 contos não dá. Pesquiso área de genética. Cada congresso é R$300, fora viagem, hospedagem, alimentação, painel, cursos, disciplina fora da unidade entre outros. Não reclamo da oportunidade que tenho e sim da falta de isentivo do Governo. Dizem que recebemos para estudar, antes fosse. Recebemos para promover conhecimento mundial. Temos deveres, obrigações e compromissos com tudo que fazemos. É uma profissão e ponto. Tentamos seguir a docência em nível superior… a média de idade para ser contratado em uma universidade pública é de 35 anos em diante. Papai e mamãe não aguentam ! e nós, também não. Caros amigos estudantes/bolsitas. mobilizemos já. Reajuste de bolsa para ontem, só não vamos nos espelhar nos amigos USPianos. Somos civilizados !

Flávia Murbach

Sou bolsista de doutorado CAPES pela Unesp, campus de Marilia. Já sentimos o desprezo pela pesquisa desde a graduação com bolsas de valor insignificante. Na pós-graduação enfrentamos o mesmo problema como se pesquisar não fosse trabalho, não fosse compromisso com o desenvolvimento do pais. Sempre temos um parente ou um amigo que diz: mas você não trabalha né, ganha pra estudar né..Só nós bolsistas sabemos o quanto ralamos, é congresso, é publicação , são as cobranças capicistas de produção, etc.. Dinheiro curto, o que fazemos? Pedimos dinheiro pra pós nos ajudar com as viagens aos congressos. o que acontece? 200 reais para passagem , alimentação, hotel etc…fora a inscrição que inicia com 100 indo até sabe qual valor. è pra rie né… lembrando que a solução não é liberar os alunos para trabalhar, não queremos só complementar renda, queremos poder fazer pesquisa com dignidade e sermos reconhecidos nesse processo como tal, COMO PESQUISADORES QUE SOMOS.

ZePovinho

Fui bolsista CNPq no mestrado e doutorado.Uma miséria.Não se formam recursos humanos fazendo o cara comer quentinha no almoço e na janta,pagar aluguel,passagens de ônibus,etc e etc pagando um negócio desses.
Uma das minhas brigas com meu pai milico veio daí.Ele se amarrava para me ajudar.Pão duro. Milico mão de vaca.

O_Brasileiro

"País rico é país sem miséria"…
Alguém já disse à presidentA que menos de 2 salários mínimos para um pós-graduando que precisa estar se aperfeiçoando continuamente é uma MISÉRIA???
E que tratar a educação com essa MISÉRIA de incentivo só vai manter o país no atraso!?

Silva Ramos

Um país que pretende crescer e resolver seus problemas, depende de pesquisadores e professores. Comparem a produção científica do Brasil e da Coreia do Sul a quarenta anos atrás e agora, nestes 40 anos a coréia investiu 25% de seu PIB, o Brasil ganhou duas copas de futebol, vários grand prix e mundiais de vôlei, 8 títulos de fórmula 1, Carla Perez, mulher pêra, melão, filé, é o tchan, tchakabun, parangolé, bonde do tigrão, gaiola das poposudas, Tati Quebra Barraco e outros tantos grandes feitos, mas a Coreia não tem crianças fora da escola, não tem crianças catando lixo para comer, não tem uma legião de drogados, tem "Sansung", "Hiunday", "Kia", qual será o desenvolvimento da educação no Brasil e na Coreia?
Viva nosso Brasil, que trocou o cérebro pela Bunda!!!!

josaphat

Seria interessante, se possível for, trazer dados sobre quem são os alunos que historicamente vêm utilizando essas bolsas de pesquisa. Desconfio que vamos descobrir que, principalmente nas universidades públicas, a maioria pertence a famílias que têm facilidade para complementar o baixo valor da bolsa, ou mesmo que a poderiam dispensar.
Sabemos quem é o público que frequenta as UF durante o dia, usufruindo dos melhores cursos.

    Mayara

    Independentemente de quem seja o "público" que tem acesso as bolsas, deve-se levar em consideração de que pesquisa é um trabalho como qualquer outro. Estudantes de pós-graduação, em razão de sua idade e do status de possuidor de um diploma universitário raramente ainda contam com o auxílio dos pais. Imagine alguém que termina uma graduação mas pretende seguir no mestrado, doutorado e pós-doutorado… Não poderá contar com a ajuda da família até os trinta anos (idade mínima para concluir este caminho).
    Sou bolsista de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina, e testemunho os esforços de meus colegas (sem falar nos meus…) que precisam rebolar para pagar aluguel, transporte, e arcar com as despesas de materiais, livros, etc. E ainda muitos, como é o meu caso, vem de outra cidade ou mesmo estado sem nada garantido, dependendo absolutamente do valor da bolsa para poder contribuir de forma eficaz com o desenvolvimento da pesquisa em nosso país.

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