Levy: Corte de gastos públicos não afetará programas sociais

Tempo de leitura: 2 min

Tombini, Barbosa e Levy

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os novos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy, no Palácio do Planalto. FotoWilson Dias/Agência Brasil

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil 

Edição Aécio Amado

O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, prometeu uma transição suave na política econômica do governo. Em entrevista coletiva após ter o nome confirmado pela presidenta Dilma Rousseff, ele negou que haverá pacotes nas próximas semanas e prometeu trabalhar em parceria com a equipe econômica atual até que as novas medidas estejam formuladas.

“Não temos pressa de fazer um pacote com medidas relâmpago. Algumas coisas vêm sendo discutidas no caminho de diminuir as despesas, mas acho que a capacidade de cooperação entre os diversos órgãos deve levar a gente a fazer medidas. Elas vão ser, não digo graduais, mas sem pacotes, sem nenhuma grande surpresa”, declarou. O novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, informou que quaisquer novas medidas serão anunciadas com transparência, incorporando sugestões e ideias da equipe atual.

Levy garantiu ter recebido autonomia para promover mudanças na política econômica. Segundo ele, a própria nomeação indica confiança da presidenta Dilma Rousseff. “A autonomia está dada. Acho que há suficiente grau de entendimento e de maturidade dentro da própria equipe [do governo]. A gente vai ver dia a dia como ocorre, mas acho que essa questão vei se responder de forma muito tranquila”, declarou.

Sobre eventuais nomes para equipe econômica, Levy reiterou que o Tesouro não divulgará nenhum nome nos próximos dias. “É muito importante manter o processo e o rito. A experiência da transição é boa e positiva. Não estamos em nenhuma agonia. Essa é uma maneira boa de lidar com desafios do novo governo, que só começa em 1º de janeiro”, acrescentou o futuro ministro da Fazenda.

Entrevistas ao Blog do Planalto

De acordo com Levy, o corte de gastos públicos para garantir o ajuste fiscal não afetará os programas sociais. Segundo ele, o equilíbrio econômico justamente é o principal fator que permitirá a continuidade dos avanços dos últimos anos. “Faremos um exercício orçamentário e fiscal de escolhas e de definição de prioridades. Queremos garantir um ambiente que permita a economia ter o crescimento necessário para suportar as despesas públicas. Se não houver empresas crescendo, é difícil ter recursos para suportar qualquer gasto público”, disse.

Para Nelson Barbosa, não existe nenhuma contradição entre inclusão social e estabilidade econômica. “A continuidade da inclusão social depende da estabilidade, que depende do controle da inflação, que depende do equilíbrio fiscal. Não acho que essas coisas sejam contraditórias. [O ajuste fiscal] não implica renunciar a políticas recentes, mas simplesmente adequar a velocidade dos programas ao cenário econômico dos últimos anos”, destacou.

O anúncio da nova equipe econômica de Dilma foi feito esta tarde pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Thomas Traumann, no Palácio do Planalto. Por meio de nota oficial, a presidenta Dilma Rousseff agradeceu a dedicação dos atuais ministros, que permanecem em seus cargos até que os novos indicados formem suas equipes. Além de Barbosa, Joaquim Levy, que assume a Fazenda, e Alexandre Tombini, que permanece no Banco Central, também falaram com a imprensa.

Leia também:

Carlos Lessa: “Prefiro o possível e o impossível que Dilma fará do que a política de desemprego cruel que Fraga faria”


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Osmri Amaral

Ajustar a economia é quase que uma obrigação de qualquer pais hoje no mundo em qualquer governo de tempo em tempo. Reajustar os combustíveis, energia elétrica, sendo necessário é preciso fazer. Reter o crescimento do salário mínimo, sendo necessário talvez seja também preciso fazer. SÓ QUE PARALELAMENTE A ISTO, seria necessário fazer a recuperação das perdas de poder aquisitivo das classes de trabalhadores, devido as consequências naturais dos ajustes necessários. Obviamente. Aí o pouco que se recupera se avança no todo. Todo mundo sai ganhando. Havendo uma melhoria no relacionamento: Governo _ Representação de classes de trabalhadores, sobretudo para as categorias da “base da pirâmide salarial” no nosso país, seria a forma de caminhar com segurança na direção certa para que o Brasil avançe ainda mais na melhoria do quadro social, principalmente no que diz respeito ao que é mais importante a renda (salário, etc.) Daqui 2 anos têm eleição para prefeito, vereadores, etc. a economia indo bem e o pais avançando isto teria bom reflexo na maioria dos municípios, que é onde a relação governo – cidadão é mais próxima. Assim penso eu: Apenas um cidadão comum.

Vlad

Título apropriado à matéria e ao grosso dos futuros comentários:

Os três coxinhas e o sem-número de trouxinhas.

abolicionista

Afinal, a velocidade é tanta que a desigualdade no país voltou a aumentar…

    Paulo Figueira

    Não é verdade que a desiguldade tenha voltado a aumentar.
    Ela apenas diminuiu o ritmo de queda.

    Abolicionista

    É verdade sim, só que o governo macara os dados. O topo da pIrâmide cresceu mais que e a base. O Piketti falou sobre isso em sua palestra mais recente. Tem uma série de estudos da Unicamp mostrando isso. Vale lembrar que a elite brasileira é campeã de sonegação, já imaginou como ficariam esses númeris sem maquiagem?

    abolicionista

    É urgente que os órgãos governamentais, tanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, quanto o Banco
    Central do Brasil, em convênio com a Secretaria de Receita Federal do Ministério da Fazenda, coloquem
    à disponibilidade do público pesquisa com dados e informações a respeito da riqueza pessoal.

    Chega de enganação.

FrancoAtirador

.
.
“Não afetará os Programas Sociais”.

Não. Só os Serviços Públicos…
.
.

Deixe seu comentário

Leia também