Economist: O próximo governo do Brasil

Tempo de leitura: 3 min

O próximo governo do Brasil

Sob a estrela da sorte

Dilma Rousseff parece ‘imparável’. Quanto poder ela terá?

da revista britânica Economist, em 09.09.2010

A não ser que ocorra um cataclisma político, em 3 de outubro Dilma Rousseff será eleita a próxima presidente do Brasil. Graças ao apoio do altamente popular Luiz Inácio Lula da Silva, a tecnocrata de 62 anos de idade deverá esmagar seu único rival sério, José Serra do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Ela enfrentou um susto quando membros de seu Partido dos Trabalhadores (PT) foram implicados no acesso não autorizado das declarações de renda da filha do sr. Serra e do vice-presidente do partido dele, entre outros. Mas não há provas do envolvimento [de Dilma]. As últimas pesquisas dão a ela metade dos votos.

Com o resultado das eleições presidenciais parecendo definido, a atenção está se voltando para as disputas locais e legislativas que vão determinar a força do próximo governo. Todos os governos estaduais e as vagas na câmara baixa do Congresso estão em jogo, assim como dois terços do Senado.

A sombra de Lula se projeta sobre essas disputas, também. Candidatos do PT e de aliados estão promovendo o apoio de Lula. Mesmo alguns supostos apoiadores de Serra estão falando bem do presidente ao mesmo tempo em que evitam mencionar seu candidato. Espantosamente, o sr. Serra também tentou fazer isso. No mês passado ele mostrou comerciais com imagens de arquivo dos dois juntos. “Serra e Lula, dois homens com história, dois líderes experientes”, dizia a narração.

As eleições legislativas são fáceis de prever. Desde o retorno da democracia em 1985, a fatia do PT no número de deputados federais acompanha a preferência pelo partido, nota Alberto Almeida, um consultor político. O PT tem agora 79 das vagas na Câmara de 513 deputados e 19 dos 81 mandatos no Senado e tem dependido de uma coalizão grande e fraccionada. Se o padrão histórico for mantido, poderia ganhar 130 lugares na câmara baixa  e controlar 390 através de parceiros. Sua coalizão ficaria a apenas alguns senadores dos 60% necessários para emendar a constituição. Isso daria à sra. Rousseff o governo mais forte desde o fim da ditadura.

As disputas pelos governos são mais complexas. Os brasileiros votam de formas diferentes em eleições locais ou nacionais. Em São Paulo, o sr. Serra foi um prefeito e um governador popular. Geraldo Alckmin do PSDB, que perdeu a última eleição presidencial para Lula, deveria vencer fácil para governador.

Além disso, escândalos de corrupção marcaram muitas disputas. Uma nova lei que barra políticos que forem acusados de corrupção pode desqualificar alguns candidatos. Roseana Sarney, a filha de um ex-presidente e contendora pelo governo do Maranhão, no Nordeste, teve de defender sua candidatura nos tribunais eleitorais.

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, o estado mais sulista do Brasil, um alegado esquema de superfaturamento envolvendo um banco estadual pode afetar a campanha de Yeda Crusius, do PSDB, pela reeleição. No dia 2 de setembro a polícia encontrou — e fotografou — moedas de vários países no valor de cerca de 3,4 milhões de reais. Estas imagens influenciam eleitores mais do que crimes menos fotogênicos, diz David Fleischer, da Universidade de Brasília. Independentemente de como as eleições estaduais ocorram, no entanto, os políticos nacionais de um país federativo e vasto como o Brasil estão acostumados a fazer acordos com os governadores por sobre as linhas partidárias.

A maior dificuldade para o poder da sra. Rousseff parece vir de dentro. Ela entrou no PT apenas em 2001 e não ascendeu dentro do partido: sua candidatura foi imposta por Lula. O principal aliado na coalizão do PT já está falando em ministérios e benesses. Com mais vagas no Congresso e um líder mais fraco que seu predecessor, o próximo governo pode parecer mais forte no papel do que na prática.


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Comentários

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Gustavito

A oligarquia da imprensa de latinoamerica e muito forte, Brasil es só uma gran parte, os candidatos progresistas de toda latinoamerica, Brasil, Argentina, Bolivia, Venezuela, Peru, Ecuador, ainda continuan em conflicto con esa oligarquia dos medios de comunicaçao, agrupada en asociaçoes, corporaçoes mundias, e partidos politicos, no caso da Globo nao me sorprende que actue de ese jeito. O trabalho que ter ser feito e o trabalho POLITICO IDEOLOGICO nas Bases e os Movimentos Socias, nao e suficiente encher os buchos com a Bolza Familia, debemos sair as ruas, a os povos, as favelas e ter contato com os Movimentos Socias nao adianta nada só chorar o ficar P da vida comodamente en nossas casas detras de um computador.

Helio Oliveira

eles sabem que não adianta mais inventar dossiê, o povo sabe das mentiras do demotucano. Serra tinha convidado para compor seu ministerio os robertos; jeferson e freire, o ministro do planejamento seria o ex-governador de Brasilia o popular arruda, e etc etc etc etc…

Rinaldo xavier

e viva a blogosfera que denunciará qualquer artimanha dos golpista do PIG a ultima da veja não colou, sabemos que vem mais por aí todo cuidado com a GLOBO/VEJA/ESTADÃO E FOLHA DE SÃO PAULO

Pedro

E o PIG pode provocar um cataclisma. Azenha, gostaria de alertar também para manchetes publicadas na Folha On Line, muitas vezes não correspondem aos conteúdos quando você acessa. É um horror este papel do PIG!

Helcid

“Entre as ruínas já se chora sobre as ruínas futuras" – Fabre Luce

Helcid

…O tracking do Vox é muito mais confiável e dá 53 pra Dilma e 22 pro "zé mutirão". A Marina já está chegando,e ele começa a olhar o retrovisor… xiiii !!

Baixada Carioca

Um off tópic para um esclarecimento (não encontrei outra forma de trazer esta informação).

Parei na GloboNews no Espaço Aberto com o tucano Alexandre Garcia que entrevistava o ministro presidente do TSE Ricardo Lewandowski e falavam sobre eleição deste ano.

Interessante que o tucano não tentou fazer o ministro condenar Dilma Rousseff como faz com outros entrevistados. Alexandre Garcia se limitou a esclarecer alguns assuntos e, entre eles, aquela questão da substituição do candidato durante a campanha.

Trago essa informação porque em alguns comentários vi que algumas pessoas estavam preocupadas com a impugnação da candidata Dilma. Então Lewandowski esclareceu que, uma vez fechado o sistema de votação, não há como alterar, portanto, o nome e a foto que vão aparecer no voto 13 é da Dilma Rousseff, mas que, em sendo necessário, por impugnação, doença ou qualquer outro motivo (inclusive de Ficha Limpa), o partido pode substituir o concorrente.

É o caso, por exemplo, do peemedebista Quércia, que deixou a disputa para o Senado por São Paulo. Se o PMDB achar por bem colocar outro candidato pode fazê-lo até a véspera das eleições, o substituto faz campanha normalmente, mas lá na urna, na hora do voto, vai aparecer a foto e o nome de Orestes Quércia. Todos os votos dado ao candidato Quércia será atribuído ao seu substituto.

Ele também falou dos dois documentos necessários para a votação e garantiu que logo, muito breve, nem será necessário documento, basta a digital do eleitor.

monge scéptico

A grande luta DO BRASILcom a DILMA, será, como derrotar a corrupção. Nesse campo a DILMA,
terá que ser muito dura, demitindo em massa na PF/MP e em outros cargos públicos. A corrupção
é uma mancha, que mata milhares de brasilerinhos, que ficam sem socorro, porque o os recursos
desaparecem antes de chegar a eles.
Um problema que também tem que ser tornado público, é o pensamento militar, muito influencia-
-dos, pelos assassinos ianques. Os militares brasileiros precisam ser mais transparentes, pois
temos um país em reconstrução, depois da pirataria privatista.
VIVA FREI TITO!!martirizado pelos torturadores…. um jovem!!!!!!

Baixada Carioca

A Veja [#VejaéSuja e #Vejafede no TT] pelo jeito tá levando isso ao pé da letra e tenta, ela, fazer o cataclisma acontecer. Como sempre, a mentira é que pauta o porcalismo da revista. Se fazem isso agora, faltando ainda 20 dias para o Dia D, imaginem o que vão publicar na véspera!…

    Jairo_Beraldo

    Embalados pela mentira proposta por Serra e FHC, que não eram unanimidade no tucanato, uma parcela da mídia resolveu encampar a candidatura DEMo/tucana. Para eles, é obrigatória a vitória do DEMo/tucanato nas eleições porque o povo não quer saber da "ditadura" Lulista. "Lula consertou o que eles estragaram e deixa voltar a direita, pois o povo brasileiro não é de esquerda, e nem coaduna com essas barbaridades de ajudar os pobres e dar a eles escolas e universidades." Esse é o pensamento desta trupe hipócrita. Simplesmente não viam a possibilidade de Serra perder. Ainda mais, para essa "tal" Dilma. Era demais o DEMo/tucanato, feito de pessoas inteligentes, ficarem mais oito anos sem o poder.

    francisco.latorre

    a última semana será de amargar.

    serra vai pro tudo ou nada.

    e lula vai jogar tudo que tem. arrasar.

    o golpismo.. será triturado.

    muitas emoções.

    ..

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