Celso Amorim enfrenta o maniqueísmo midiático

Tempo de leitura: 3 min

Dedo acusador pode render aplauso, mas raramente salva

Atuar com discrição é a expressão da natureza conciliadora do brasileiro

Celso Amorim, na Folha

Têm sido frequentes as críticas que apontam para uma suposta “indiferença” -ou mesmo “conivência”- da diplomacia brasileira diante de países acusados de violar os direitos humanos. Trata-se de um juízo equivocado.

O Brasil deseja para todos os demais países o que deseja para si -a democracia plena e o respeito aos direitos humanos, cuja consolidação e aperfeiçoamento têm sido uma das preocupações centrais do governo do presidente Lula.

Consideramos, entretanto, que as reprimendas ou condenações públicas a outros Estados não são o melhor caminho para obter esse resultado. Na verdade, escolher a intimidação em detrimento da persuasão é quase sempre ineficaz, quando não contraproducente.

O dedo acusador pode render aplausos ao dono, mas raramente salva o jornalista silenciado, o condenado à morte, o povo sem acesso à urna ou a mulher privada de sua dignidade. Isolar quem se quer convencer ou dissuadir é má estratégia.

Preferimos dar o exemplo e, ao mesmo tempo, agir pela via do diálogo franco -em geral, mais eficaz. No caso do Brasil, essa capacidade de atuar com discrição não é oriunda de algum talento excepcional; é a expressão, em nossas relações com outros Estados soberanos, da natureza conciliadora do povo brasileiro.

AGENDA

Ações desse tipo são bem menos visíveis do que a admoestação midiática exercida por alguns países contra um punhado de governos, selecionados de forma nem sempre criteriosa ou politicamente isenta. A escolha dos indigitados, além de obedecer a agenda política, muitas vezes revela preconceitos, ora religiosos, ora raciais.

Muitos dos países que se consideram modelares cultivam relações com regimes não democráticos, desde que isso corresponda a interesses econômicos ou estratégico-militares. Os exemplos são tantos que não podem escapar ao mais complacente dos olhares.

Além disso, alguns aplicam, eles próprios, a pena capital. Ou conferem tratamento desumano e degradante a trabalhadores imigrantes. Ou ainda transferem suspeitos sem julgamento para prisões secretas, em voos também secretos. Isso para não falar de ações militares unilaterais, à margem do Conselho de Segurança da ONU, que resultam em milhares de vítimas civis.

O Brasil considera que as referências específicas a outros Estados no campo dos direitos humanos devem ser feitas preferencialmente no âmbito do Mecanismo de Revisão Periódica Universal do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH), que, aliás, nosso país ajudou a criar.

Ali se busca o tratamento não seletivo, objetivo e multilateral dos direitos humanos em todos os países-membros da ONU.

Em 2011, os métodos de trabalho do CDH serão revisados. Procuraremos aperfeiçoá-los para que o órgão se torne cada vez mais eficaz e para que possa trazer benefícios diretos àqueles que sofrem violações. Em matéria de direitos humanos, como já declarei diversas vezes, não há país que não tenha algo a ensinar, assim como não há país que não tenha algo a aprender.

No esforço de persuadir, o Brasil se vale da cooperação com organizações ou países da mesma região, que têm muito mais probabilidade de serem ouvidos do que, por exemplo, as ex-potências coloniais ou outras nações cuja ação é percebida como reflexo de arrogância e complexo de superioridade.

Destas, pode-se dizer, como na Bíblia, que percebem mais facilmente o cisco no olho do próximo do que a trave em seu próprio olho. Foi o que se revelou quando propusemos, na antiga Comissão de Direitos Humanos, resolução que enunciava que o racismo era incompatível com a democracia.

Tampouco é verdade que o Brasil se recuse a recorrer à condenação quando o diálogo se revela ineficaz.

SEM INDIFERENÇA

O acompanhamento cuidadoso, não movido por preconceitos, de nossas votações no CDH revela que estas estão longe de obedecer a um padrão uniforme e tomam em conta uma variedade de fatores. Muito recentemente, aliás, o Brasil apoiou resolução condenatória a um Estado que se negou a acolher recomendações que tinham por objetivo aperfeiçoar a situação dos direitos humanos no país.

Tampouco é demais lembrar que, por meio da ação multilateral e de projetos de cooperação, o Brasil tem ajudado concretamente na melhora da situação de direitos humanos -no Haiti, na Guiné-Bissau e na Palestina, para citar apenas alguns. As posições do Brasil são fruto de um conjunto bem menos simplório de considerações do que a enganosa dicotomia entre bons e maus.

O Brasil não é indiferente ao sofrimento daqueles que defendem liberdade de expressão ou de culto, dos que lutam pela democracia, dos que se insurgem contra discriminações de toda natureza.

Ao contrário, nossa diplomacia busca constantemente -sem alarde, sem interferências que geram resistências e ressentimentos, mas visando resultados efetivos- atuar em prol da universalização dos valores fundamentais da sociedade brasileira.

CELSO AMORIM é ministro das Relações Exteriores


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Cibele Vrcibradic

Ed, vc se esqueceude citar o apoio dado, pelos americanos, ao corrupto e sanguinário ditador e amigo da Máfia, o cubano Fulgêncio Batista.

Cibele Vrcibradic

Celso Amorim, o melhor Chanceler do Mundo, eleito por seus colegas, me faz sentir orgulho de ser brasileira. Conduz a nossa política externa brilhantemente. O Brasil não tem q ser submisso aos países poderosos, nem arrogante c/ os mais fracos. Parabéns ao presidente Lula por essa escolha tão acertada.

Yacov

Como diria OBeliz em relação aos romanos: Estes judeus são uns loucos!!!! Outro dia estava no busão indo para o trabalho e um "rabino" parou à minha frente na porta. Dei o sinal e ele não saiu da frente. Pedi licença e o sujeito me olhou com um olhar furibundo e disse: "Seja feita a bossa vontade!!!" Eu, hein!?!? Interna. O que eles teem é um putz complexo de perseguição e, penso que devido a isso memso, um complexo de superioridade mal disfarçado. O que eles precisam é tomar seu assento junto ao resto da humanidade.

"O BRASIL de TODOS não passa na gloBo – O que passa na gLOBo é um braZil para TOLOS"

Yacov

O chanceler Celso Amorim já escreveu fundo o seu nome na história da diplomacia brasileira. Sua atuação é irretocável. Não é à toa que mais e mais países procuram o BRASIL para mediar conflitos, pois reconhecem a índole conciliadora e pacificadora dos brasileiros e imposta à nossa diplomacia pelo governo do presidente LULA. Este é um dos principais motivos da abertura de embaixadas brasileiras nos mais variados rincões do planeta. O outro motivo é comercial, evidentemente, pois paramos de priorizar o comércio com EUA e UE. Simples e claro como água. É óbvio que aqueles que não estão de acordo, não o fazem com base em uma crítica sólida, fundamentada e séria mas por qualquer outro interesse ou motivo que nós bem sabemos quais são.

"O BRASIL de TODOS não passa na glOBo – O que passa an gLoBo é um braZil para TOLOS"

ferrera13

Recebi um email reclamando do termo que uso sobre o GTOG – Grupo Terrorista Organizações Globo. Mas vejam se não tenho razão. O R7 publica uma matéria com o título Capa da Época provoca polêmica sobre imparcialidade nas eleições e fala dessa capa da Época, uma revista cujo comando está nas mãos do neofascista e megaterrorista Ali Kamel.

Na matéria a cientista político da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos) Maria do Socorro comenta (observem que não é uma fonte em offque a matéria esconde para não revelar):

<small>A cientista política e professora da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos) Maria do Socorro – que também defende que revistas e jornais declarem voto – diz que reportagens como a da Época, publicada às vésperas do início da propaganda eleitoral gratuita, podem pegar de surpresa os eleitores menos informados.

– Acho que é um pouco retornar àquela velha cultura de jogar assuntos que levem ao medo, que aterrorizam o eleitor.

Ela lembra que o primeiro “jogo sujo” da oposição à Dilma nesta campanha foi ligar o PT às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

– Quando há a possibilidade de perder num primeiro turno, usa-se todos os meios para desconstruir a candidatura que lidera. A tendência, agora, será a de abrir fogo contra Dilma (R7, 2010: os grifos em negrito são meus).

Agora pergunto: isso é ou não é fazer terrorismo eleitoral?

Cecília Porto

Celso Amorim

GiorgioadolfoKrenkel

Digite o texto aqui![youtube r42oejmpkgw http://www.youtube.com/watch?v=r42oejmpkgw youtube]

GiorgioAdolfoKrenkel

Video mostrando o entao "aliado" dos estados unidos, saddam hussein e donald rumsfeld. http://www.youtube.com/watch?v=r42oejmpkgw

Flavio Lima

Ele trabalha com O Cara.

mariazinha

Se eu pudesse, se meu dinheiro desse e poder tivesse, eu organizaria uma grande homenagem ao melhor MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, que o Brasil já possuiu.

dvorak

O fato incontestável é que o Brasil faz vistas grossas para os abusos contra os direitos humanos cometidos por ditaduras como o Irã, Cuba e Coréia do Norte.Retórica não vai mudar isso, atitude, sim.O resto é blá blá blá….

Cecília Porto

Celso Amorim

Brilhante, inteligente, elegante, sem estardalhaços ou excessos, como não se via na diplomacia brasileira recente. Sinto uma alegria imensa de ser contemporânea de um cidadão com as qualidades humanas do chanceler: democrático, lúcido, um pensador de vanguarda para tempos ainda muito arcaicos. A chamada grande imprensa brasileira, como disse Gabriel Garcia Marques é a mais tacanha da América Latina, tenho buscado as exceções, está difícil encontrá-las. O espírito de colonizados que desejam se manter servis e subservientes merece um estudo mais aprofundado, por parte da sociologia, deve haver interesses que nos tem escapado, pois é impossível acreditar que esse pessoal esteja fazendo apenas política partidária de péssima qualidade nesses jornais, eu os supunha mais inteligentes. Assim tem sido: uma imensa alegria pelos novos rumos que o país tem assumido, com representantes como o ministro Celso Amorim e, ao mesmo tempo uma tristeza funda pela pobreza de espírito, baixa inteligência, falta de capacidade analítica dos jornalistas da “grande mídia”. Devemos voltar um olhar amoroso a eles, não merecem ser combatidos nem desprezados. Merecem que sejam estudados, pesquisados para que tenhamos documentado esse grave momento por que passa a imprensa brasileira corporativa para que não se perpetue esse retrato mal acabado que estão fazendo do país.

Jairo_Beraldo

Acrescentando o que querem jogar nas costas da embaixada brasileira, por não ter conseguido sensibilizar o presidente iraniano, o caso da mulher condenada ao apedrejamento. Acho cínico, este clichê que querem colocar no governo Lula. E sempre vejo isso na GloboNews. E são mulheres que apresentam estes programas. Mas porque se preocupam com uma única iraniana, e não com várias palestinas sendo trucidadas por Israel? Ou as muitas viúvas iraquianas sendo estupradas solados pelos estadunidenses? Ora, vão catar coquinhos. Ou façam guerra contra todos, ou calem-se!

Lucemberg Matoso.

Certíssimo, o Ministro Celso Amorim!!!

Ze Duarte

Um monte de palavra sem significado, pra agradar a torcida. Resultado prático ZERO. Temos sim flertes com ditadores da pior espécie. Isso é desculpa esfarrapada de quem não tem o que apresentar. Combater o racismo e tentar criar o estatuto do racismo no país… que piada. A cereja do bolo foi comparar preso político com bandido do pcc!

ZePovinho

As opiniões da nossa mídia são iguais às dos EUA e mudam segundo os interesses geopolíticos desse país:
http://diariogauche.blogspot.com/2010/08/presiden

Presidente Reagan recebe líderes talibãs na Casa Branca

Os "decepadores de narizes femininos", como estão sendo acusados hoje pela grande (e minúscula) mídia, ouvem a oração edificante de Reagan, e quase nem acreditam. Veja o vídeo abaixo.

Foi no ano de 1985. Os talibãs eram então chamados de "mujahedin" (guerreiros santificados). Hoje, a mídia estadunidense (e os opinionistas periféricos) emana ódio de raça contra os que já foram agraciados – pelo presidente Reagan – de "cavalheiros", de "lutadores da liberdade" e de serem o "equivalente moral dos pais fundadores da América".

[youtube y3f9mlUQzJA http://www.youtube.com/watch?v=y3f9mlUQzJA youtube]

rafael

Excelente texto, mas infelizmente são palavras ao vento, pouca gente dará ouvidos, o que vale é a desinformação, as criticas ao governo rasteiras, e a burrice pura e simples. Os senhores e senhoras repararam que fora da imprensa especializada pouca coisa se fala do mercosul, que não se discute politica tarifária, não se explica ao grande público as relações internacionais do Brasil e que, raros são os diplomatas ouvidos pela imprensa? Não sei quanto a voces mas estou cansado de papagaios.

Tiago

Ou seja: "negócios são negócios".

Alexandre Moreira

muito bom o texto.

Gersier

Quem assistiu ontem a solenidade da reabilitação do saudoso Vinicius de Moraes,pode ver que naquela cerimônia simples e cheia de significados,não só a família estava emocionada,mas também um Presidente.E numa entrevista à Rede Record dias atrás, aparece um sacatrapo que nem saiu da casca do ovo ainda e se acha "cientista político" dizendo que o Lula é ator.No mínimo é eleitor do serra e como sempre digo que julgam os outros pelo que são,como não tem sentimentos,acreditam que todo mundo seja seus iguais.Lula parabenizou o Celso pela iniciativa.Como se ve,o tiro do camelo via capa da época está saindo mais uma vez pela culatra,chamuscando a cara de pau desses anti patriotas.

ZePovinho

Antes que digam que o culpado foi o Lula avisamos:o avião invadiu o espaço aéro do Brasil e,além disso,atirou nos aviões brasileiros.
http://pbrasil.wordpress.com/2010/08/16/na-conta-

[youtube C_gr5zlqPo0 http://www.youtube.com/watch?v=C_gr5zlqPo0 youtube]

    Junior

    Amigo, isso é uma cena do filme Seguranca Nacional, no filme foi cortada a parte em que mostra o interior da aeronave.

amores

e da China ninguém fala nada, a China pode ?

    Sergio F. Castro

    China, Egito, Arabia Saudita (na verdade o Irã é mais democrático que a maioria dos Países Arabes), Tailandia, Vietnam (partido único), Myanmar (uma ditadura brutal), Ceilão (repressão brutal a minoria Tamil), Etc… Mais da metade dos países do mundo são dirigidos por regimes com algum grau de autocracia ou totalmente ditatoriais, vamos cortar relações com todos eles? Óbvio que não, o que o PIG quer é que cortemos relações com os regimes que Washington chama de ditatoriais, se os outros são aprovados por Tio Sam (como Honduras), aí tudo bem…

ferrera13

E o PIG fica a brincar com essas coisas. Quando o Brasil teve de assinar a sanção contra o Irã, alguns membros do Grupo Terrorista Organizações Globo ficaram a comemorar como se tivéssemos que nos render aos Ianques. Incrível como torcem contra o Brasil. Como diz PH, são colonistas.

Herbert

Os ataque terroristas promovidos ao Ministro Celso Amorin pelos Barões da mídia são a mais pura demonstração de um jornalismo obscurantista, venal, passional e maniqueista. Revelar os diversos aspectos que envolvem as relações internacionais – com suas correlações de forças, interesses politicos-econômicos em jogo, contradições, desigualdade de poder – são desconsiderados propositalmente por essa Grande Mídia para doutrinar a opinião pública. Na realidade, estes setores reacionário da mídia não fazem jornalismo, fazem, sim, evangelização sectária.

Como já foi bem lembrado nos comentário sobre esse post, o discurso midiático mercantil esquece de expor as relações prosmicuas que EUA tiveram com ditaduras na América Latina e no próprio Oriente Médio em nome do suposto 'zelo' pela paz mundial e defesa da democracia. Usa-se, à revelia, estas palavras ao gosto dos interesses em jogo.

A Anistia Internacional divulgou em maio deste ano um informe em que revela como o governo Obama mantem – ou faz muito pouco para mostrar o contrário – a mesma politca de violação de D. Humanos na prisão de Guatánamo, em Cuba, como seu antecessor, Bush. Aponta ainda as relações diplomáticas – nada diplomáticas, diga-se – tensas com a maioria dos governos latino-americanos. Seguindo a cartilha dos republicanos de satanizar os opositores add infinitum, Obama também ratifica essa posição, como atesta o fato de manter o embargo econômico a Cuba. É a velha politica americana de ser a policia do mundo, sendo que eles (EUA) são péssimos cherifes e praticam uma politica de segurança mundial para lá de truculenta, hostil e arrogante.

Vera Silva

O ministro Celso Amorim tem uma atuação brilhante no MRE. Seu artigo mostra a razão desta atuação ser tão exitosa para o Brasil.
Sinto saudades antecipadas. Tenho vontade de pedir, igual as criancinhas: De Novo!

Helcid

Enfim prevaleceu a sensatez sobre o impasse Colômbia X Venezuela, graças ao empenho da diplomacia brasileira e demais países sul-americanos.

Apesar das manchetes odiosas de nossa imprensa PIG, sempre contrária a qualquer ação proativa do Lula e de seu chanceler, agora até os EEUU apoiam o movimento de paz entre os dois países em reunião agendada para hoje.

Com que cara agora ficará o Uribe? Talvez consiga emprego em alguma afiliada da Globo (ou do Estadão), como especista em assuntos internacionais para a América Latina, direto de… algum lugar perdido na floresta nos Andes…

Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe!

emerson da silva

Nunca será demais lembrar que Marina, com suas críticas à política externa de nosso governo, que não estaria, segundo ela, respeitando os "direitos humanos", continua a fazer um jogo sujo, um papel sujo, uma pose suja. Ela sabe perfeitamente o que está fazendo. Vem sendo maquiavélica, inescrupulosa, falsa e mentirosa.

Raphael Tsavkko

A mídia vem fazendo um excelente trabalho em confundir questões de Estado com questões de governo e, como consequência, conseguem embaralhar a opinião pública. Usam o Irã como arma para atacar o governo, mas escondem a realidade dos aliados do Império, logo, do patrão.

De uns tempos para cá pululam notícias relacionadas aos abusos cometidos pelo regime Iraniano e, sem dúvida, existe direta relação com os acordos que vem sendo feitos entre este país e o Brasil. Nenhum problema na divulgação do que acontece no Irã, que é efetivamente uma ditadura repressiva com sérios problemas de respeito aos direitos humanos, a questão é quando isto acaba por respingar na correta política externa do governo brasileiro para a região.

É curioso notar que raramente ouvimos uma voz dissidente entre a imprensa mundial quando os EUA fazem acordos com qualquer ditadura, ou mesmo há reclamação do relacionamento do Brasil com a China ou a Arábia Saudita.

Num mundo ideal, as Ditaduras seriam isoladas, no mundo real, algumas ditaduras são toleradas e, ainda, outras são repudiadas mas alguns interesses permanecem.

No caso do Brasil, a política externa vem tentando evitar uma guerra nuclear ou, pelo menos, uma guerra injusta e desigual. Os EUA e Israel não querem atacar o Irã por ele ser uma suposta ditadura, mas porque tem interesses claros na região. Não há qualquer interesse democrático, mas sim o de impor sua supremacia. Aliás, não cabe aos EUA nem a Israel ou qualquer aliado decidir "democratizar" país algum apenas por sua vontade, que fique claro.

O Brasil, neste ponto, vem se colocando como um mediador honesto e confiável que busca reduzir as tensões, muito distante do explícito apóio a uma ditadura, como gosta de pintar a imprensa.
http://tsavkko.blogspot.com/2010/08/ira-e-brasil-

    Márcia Aranha

    Rafael, eles tentam embaralhar… apenas tentam… a Pesquisa de hoje do IBOPE, sim, o IBOPE, mostra de forma bem clara o que o povo brasileiro acha; do governo Lula e do que é obrigado a ler e ouvir desta mídia golpista e ordinária.

    Abraços.

Ed.

Uma das características notáveis do pessoal direitóide é a hipocrisia.
Uma enorme quantidade de países (Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Peru, Irã do Xá, Iraque de Saddam, Arábia Saudita, África do Sul do apartheid, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Afeganistão pós URSS, etc., foram fomentados e/ou apoiados pelo bastião da democracia e liberdade mundial.
Mas nada disso incomoda a direita, o PIG, os defensores dos direitos humanos, que, convenientemente, só enxergam o Irã do Mahmoud (eleito), a Venezuela de Chavez (eleito) e Cuba de Fidel. É muita hipocrisia…
Resumindo: Celso Amorim é um dos maiores diplomatas que este país já teve e ficará ao lado de Rio Branco.

Klaus

"Consideramos, entretanto, que as reprimendas ou condenações públicas a outros Estados não são o melhor caminho para obter esse resultado. Na verdade, escolher a intimidação em detrimento da persuasão é quase sempre ineficaz, quando não contraproducente."

Realmente, no caso de Honduras o Brasil não fez reprimendas públicas, condenações e muito menos propôs sanções.

    Ed.

    Aos golpistas, apenas.
    Não ao regime ou ao estado hondurenho.
    Até os EUA condenaram.
    Em defesa do povo hondurenho e de sua democracia.

    Vc como analista é um fanático torcedor…

    Klaus

    Ed, não aos golpistas, mas ao estado hondurenho. Honduras continua suspensa da OEA. Isto é uma reprimenda ou condenação pública, ou não? Será que Lula está contrariado com isto?

    Helcid

    com a palavra, o fanático torcedor dos "embaixadores de pijama"…

    troll previsível …

    Leider_Lincoln

    O Luís Nassif publicou uma excelente matéria sobre trols: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/manual-d… .

    Klaus

    Faça um comentário produtivo El Cid. Entrar aqaui para falar isto e aumentar o número de comentários para ficar no Top 10 não vale.

    Helcid

    vais ganhar um manual dos trolls e um tabuleiro de xadrez, pombo enxadrista !!

    aliás, meus pontos estão te incomodando "herr troll" ? olha o tamanho da minha preocupação ó …

    Ed.

    Vc já disse tudo, Klaus: no caso do reconhecimento do governo eleito, sob golpe, o Brasil está alinhado diplomaticamente com a organização continental a que pertence, a OEA.
    Não é uma ação de Lula ou do Brasil. O governo pode estar usurpando a nação hondurenha, Pode até ser legitimamente reeleito e reconhecido, se houvessem novas eleições. Por que não querem?
    Vc, como, o "diplomata Klaus", reconheceria um governo eleito nestas condições, contra a grande maioria dos outros países da Organização das Américas? Ou defenderia eleições livres no estado Hondurenho?
    Só os EUA e seus USettes amestrados….

Rios

Curiosamente falava sobre esse tema com uma colega de trabalho sem saber do artigo do embaixador Amorim. Questionei-a por exemplo, qual a diferença entre a pena capital aplicada nos EUA e a aplicada no Irã. Ah, a do Irã é mais desumana diriam alguns, mas lembrei-lhe que a cadeira elétrica (método de uma "humanidade ímpar") foi aplicada nos eua com muita propriedade. Deveríamos então cortar relações com os ianques? Sem argumentos.

Cadeira elétrica
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A primeira cadeira elétrica, utilizada para executar William Kemmler em 1890

A cadeira elétrica é um instrumento de aplicação da pena de morte por eletrocução inventado e utilizado essencialmente nos Estados Unidos da América, onde o condenado é imobilizado numa cadeira, sofrendo depois tensões elétricas de 20 000 volts. Seu uso foi largamente abandonado ultimamente, sendo substituída pela injeção letal.

Em 2003, ela continuava a ser um dos métodos legais de execução nos estados de Alabama, Flórida, Nebraska, Carolina do Sul, Tennessee e Virgínia. No Nebraska, é o único método utilizado. Os outros estados citados têm métodos de substituição que também podem ser empregados. Além dos Estados Unidos, a cadeira elétrica foi também utilizada nas Filipinas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cadeira_el%C3%A9tric

    Ed.

    A guilhotina, que mata instântaneamente, passou a ser um instrumento cruel de "assassinato legal", por 2 motivos:
    1) Separa a cabeça do corpo do condenado.
    2) Tão rápida e eficaz, foi utilizada em "linha de produção" no Terror da Revolução Francesa.
    Talvez a única forma de morte "legal" não cruel seja o suicídio assistido do Dr. Morte Kervokian…
    Antes disso, vem a discussão sobre a pena de morte…

ZePovinho

E aí???A Grande Democracia Ocidental vai por água abaixo??

Big Brother: Obama Demands Access to Internet Records, in Secret, and Without Court Review

by Tom Burghardt
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va

ZePovinho

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=9

Movimento neonazista e KKK fazem atos contra imigrantes nos EUA

Movimento se alia a radicais da Ku Klux Klan (KKK) para protestar contra imigrantes ilegais, neste sábado (14), na cidade de Knoxville, no estado de Tenessee (EUA). Grupos defendem a expulsão de latinos, asiáticos e negros, e a criação de uma "nação de puro sangue branco".

    Helcid

    estes são os movimentos que dignificam a "terra da liberdade e exemplo de democracia para o mundo"…

    nessas horas, a Estátua da Liberdade deve estar se comportando assim:

    [youtube -BE6GyHcASE&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=-BE6GyHcASE&feature=related youtube]

ZePovinho

O vídeo com Ilan Pappe:
http://video.google.com/videoplay?docid=739357207

    CC.Brega.mim

    Adorei o vídeo, obrigada pela dica. Já está no meu blog. http://vaiencarar.wordpress.com/2010/08/15/entrev

    Fernando

    Vídeo espetacular, obrigado pela indicação.
    "A morte de uma pessoa é uma tragédia, a morte de milhões é apenas estatística"-Stalin

ZePovinho

Só para dizer que o povo judeu abomina o que os sionistas fazem:
http://diariogauche.blogspot.com/2010/08/desde-19

"Desde 1948, não há um dia na Palestina que Israel deixe de fazer limpeza étnica"

Entrevista com o historiador judeu Ilan Pappé, concedida em 2008, poucos meses depois de ter sido expulso da Universidade de Haifa (Israel), onde foi professor de Ciências Políticas, desde 1984. O motivo alegado da expulsão foi o de supostamente apoiar inimigos de Israel.

Uma entrevista atualíssima, face a ameaça de guerra iminente contra o Irã, e que, caso ocorra, terá como protagonista principal precisamente o Estado terrorista de Israel. Não esqueçamos que esses terroristas detém, hoje, cerca de 60 artefatos nucleares. Assim, Israel, com a hegemonia de sionistas e neofascistas, representa um perigo constante para toda a humanidade.

    Ed.

    Quer dizer que na democracia israelense um judeu não pode discordar do governo?!
    Judeus e paulistas: levantem-se contra o jugo a que estão, cada um, submetidos!…

    Confuso da Silva

    Infelizmente, ZePovinho, esses casos são minoria. A maioria do povo judeu dentro de Israel e no mundo todo apoia o governo isralense, muito provavelmente por um sentimento de medo do anti-semitismo. Eles tendem a enxergar qualquer crítica ao governo israelense como um ataque anti-semita (o que infelizmente muitas vezes é verdade, muita gente não diferencia judeus de israelenses, e não separa o governo isralense de seu povo).

    Em Israel, pode-se criticar o governo em qualquer assunto – economia, educação, cultura, etc. – exceto no tocante ao conflito com os árabes. Esse assunto é tabu, e aqueles com coragem suficiente para denunciar os excessos do governo (Pappé e Uri Avnery, por exemplo) são tratados como párias, colaboradores ou traidores. Interessante notar que, do outro lado do conflito, acontece o mesmo: pessoas que denunciam a ação de grupos paramilitares no mundo árabe, ou que defendem o diálogo com Israel como caminho para a paz, são frequentemente acusadas de espionar em favor de Israel.

    O problema maior é que as crianças israelenses (e as crianças judias no resto do mundo) são ensinadas sobre os heróis do sionismo, e sobre as glórias do exército de Israel. Elas não são ensinadas a pensar criticamente e a olhar para o outro lado do conflito. E, novamente, fenômeno análogo ocorre do lado árabe e palestino. Infelizmente, enquanto isso não mudar, não haverá esperança de paz no Oriente Médio.

    ZePovinho

    O importante é combater o ódio,Confuso.O ódio é a ferramenta que os sionistas e nazistas(o que dá no mesmo) usam para colocar judeus e árabes uns contra os outros.Ou colombianos contra venezuelanos,por exemplo.
    Sabe esses estudos sobre Nova Ordem Mundial??Estudando isso,aprendi que na Guerra de Secessão,por exemplo,os Rothschild apoiaram o Norte com o banco deles de Londres e apoiaram o Sul com o banco deles em Paris….

    Confuso da Silva

    Puxa, ZePovinho, agoravocê me confundiu… Você está dizendo que os sionistas são responsáveis pelo conflito entre Colômbia e Venezuela? Essa eu nunca ouvi.

    Quanto aos Rotschild, já tinha lido sobre sua participação na guerra de secessão norte-americana, mas há controvérsias sobre o papel deles no conflito – alguns historiadores afirmam que os Rotschild foram arquitetos do conflito, enquanto outros dizem que a família de banqueiros europeus apenas aproveitou o conflito para emprestar dinheiro a ambos os lados a juros exorbitantes, já que precisavam de dinheiro para equipar seus exércitos. Há alguns, inclusive, que afirmam que Napoleão só perdeu em Waterloo porque os Rotschild resolveram financiar o lado britânico e deixaram de emprestar aos franceses.

    Mas tudo isso é anterior a 1890, que é quando o sionismo surgiu. Além disso, não há consenso sobre o sionismo dentro da família Rotschild – parte da família é pró-sionismo e financia entidades sionistas, enquanto outra parte da família é contra esse envolvimento.

    Luis

    O objetivo geral do ensino seria o reforço das virtudes e da supressão dos vícios. O egoísmo individual e de grupos dominantes determina quais comportamentos são socialmente desejáveis. Essa mediação ao longo dos séculos tem privilegiado a repetição e a potencilização dos vícios. Falta compreensão e coragem para os mais fortes serem mais virtuosos.

    mariazinha

    Inclusive já quiseram obrigar o ME brasileiro colocar na grade curricular uma matéria específica sobre o ensino da história do povo sionista de isral. Esta, só poderia ser ministrada por professor judeu e sionista, claro; obrigatória para o ensino fundamental. O que pensam que planejam? Já conseguiram que a história deles, para ser contada por aqui, seja cercada de cuidados; pode parar na justiça. Será que isto representa um estado democrático?

Deixe seu comentário

Leia também