Juliana Cardoso: As margaridas não se curvam; juntas, marcham de novo por justiça e igualdade

Tempo de leitura: 3 min
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Por Juliana Cardoso

Arte: Contag

Margaridas marcham por justiça e igualdade

Por Juliana Cardoso*

2022 foi a derradeira página do desastre do governo do inelegível. E essa página carrega uma trágica herança, expressa em números cruéis e assustadores.

Dados extraídos da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que os feminicídios cresceram 6% no ano passado. Foram 1.437 mulheres mortas simplesmente por serem mulheres.

Ainda em 2022, 245.713 mulheres registraram Boletins de Ocorrência (BO) por agressões sofridas no ambiente doméstico ou dele decorrente.

Em outras palavras, diariamente, 673 mulheres acionaram uma delegacia de polícia para denunciar um episódio de violência doméstica. O crescimento foi de 2,9% em relação ao ano anterior.

É nesse contexto de recrudescimento dos números de agressões contra as mulheres que se situa também a violência política de gênero.

Violência política de gênero é assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar uma parlamentar com discriminação devido a sua condição feminina. Em casos extremos, chega à execução, como aconteceu com Marielle Franco.

Violência política de gênero não é novidade no Brasil.

Existe desde a primeira mulher eleita, mas ela se acentuou nesse último período, sob governo Bolsonaro, sobretudo contra mulheres que são assumidamente feministas e de esquerda.

São mulheres que se posicionam contra o pensamento conservador e arcaico.

E a violência acontece até em ambientes inesperados, em espaços institucionais onde deveria prevalecer o diálogo, a tolerância e respeito.

Segundo levantamento de 2021 do jornal O Globo, oito em cada dez deputadas e senadoras já foram vítimas desses ataques no Congresso Nacional.

A violência adquire formas como assédio moral e sexual, interrupção frequentes das falas, cerceamento das atividades parlamentares e racismo.

Nas redes sociais os ataques se amplificam com ameaças de estrupo e até de morte. Na enquete do jornal O Globo, um terço das parlamentares ouvidas relataram que foram chamadas de loucas.

É também nesse contexto que acontece todo ano um evento bastante simbólico, da maior magnitude e merecedor de admiração.

FLORES NÃO SE CURVAM 

São as mulheres originárias de vários pontos do Brasil que se mobilizam para a Marcha das Margaridas.

Nesta 7ª edição, que acontecerá em Brasília entre 15 e 16 de agosto, a pauta central é: “Margaridas em Marcha pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.

Coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), a Marcha das Margaridas é protagonizada por mulheres trabalhadoras do campo, das florestas e das águas para construir visibilidade pública e conquistar reconhecimento social e político.

O nome é inspirado na vida e luta de Margarida Maria Alves, sindicalista paraibana da cidade de Alagoa Grande, assassinada em 1983 por um matador de aluguel a mando de fazendeiros. Ela foi a primeira mulher a presidir o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade nos anos 1970.

Como parte do esforço de mobilização são realizadas reuniões, encontros de formação, lançamentos e ações de arrecadação de recursos pelo País e que servem de preparativos para o evento de Brasília.

O governo federal já recebeu as pautas de reivindicações.

No documento são citados os retrocessos dos últimos quatro anos e os caminhos para a reconstrução do Brasil na perspectiva feminista de construção da igualdade.

E isso incomoda as forças reacionárias que desferem ataques para criminalizar as lutas populares.

Mas, toda essa escalada da violência acontece com o propósito da mulher desistir da política, para que deixe de defender as suas convicções e crenças.

Essa é a reação patriarcal diante da presença cada vez mais qualificada e independente da mulher nesses espaços.

Por isso, mais do que nunca reafirmamos: nossas flores não se curvam diante da violência política de gênero. Juntas, novamente as margaridas marcham por justiça e igualdade.

*Juliana Cardoso é deputada federal eleita para o mandato 2023/2026. Faz parte da Comissão de Saúde e da Comissão de Mulheres, além de suplente na Comissão dos Povos Originários e Amazônia.

Leia também:

Marcha das Margaridas: Veja como foi a coletiva de imprensa promovida pelo Barão de Itararé; vídeo

Contag convida: Que tal revisitar o documentário Nos Caminhos de Margarida? Veja-o aqui

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Juliana Cardoso

Deputada Federal (PT) eleita para o mandato 2023/2026.


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Comentários

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Zé Maria

.

Feliz Dia dos Pais a Todos, Todas & Todes

Margaridas, Margaridos & Margarides

que Lutam pelo País Livre de Preconceito!

.

Zé Maria

.

Mostrem pro tal Quá-Quá como é que deve se comportar

um(a) Parlamentar de Caráter, Digno(a) de seu Eleitorado:

https://twitter.com/i/status/1690552951591301120

.

Zé Maria

Reinaldo Azevedo chamando Washington Quaquá
de “Reacionário”. E Azevedo tá Certo. Que Fase!”
https://twitter.com/JonesManoel_PE/status/1689757096835772416

Zé Maria

.
.
O Jornalista Reinaldo Azevedo pedindo o Banimento do Bolsonarismo,
redimindo-se dos Discursos Antipetistas Neofascistas que fazia na
Revista Veja e na Rádio Joven Pan, e o deputado federal do petê,
W. Quá-Quá, inocentando os Bolsonaristas Neofascistas na Câmara.

Questiona-se: Alguma coisa está errada no Brasil ou sempre foi assim?
.
.

Zé Maria

Estas são as Nossas Margaridas no Congresso Nacional

https://pt.org.br/wp-content/uploads/2023/08/parlamentares-contra-cassaccca7acc83o-arbitraria-pablovaladares-cacc82maradosdeputados-1.jpg
https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/08/11/675×450/1_whatsapp_image_2023_08_11_at_07_48_10-28915351.jpeg

Ato em Defesa do MST e dos Mandatos das Deputadas Federais:

Célia Xakriabá (PSOL/MG),
Erika Kokay (PT/DF),
Fernanda Melchionna (PSOL/RS),
Juliana Cardoso (PT/SP)
Sâmia Bomfim (PSOL/SP) e
Talíria Petrone (PSOL/RJ).

“LUTAR NÃO É CRIME!”

Um ato público realizado na noite de quinta-feira (10/8)
no Armazém do Campo, na Asa Norte, em Brasília, reuniu
políticos e militantes em uma manifestação em defesa
dos mandatos das deputadas Erika Kokay (PT-DF),
Célia Xakriabá (Psol-MG), Sâmia Bomfim (Psol-SP),
Talíria Petrone (Psol-RJ), Fernanda Melchionna (Psol-RS)
e Juliana Cardoso (PT-SP).

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados
instaurou processos disciplinares contra as seis parlamentares após o
Partido Liberal (PL) [dos Bolsonaro] apresentar representação contra elas.

O ato político-cultural também teve apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e contou com a presença de autoridades como a
Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

“Estamos vivendo em um país que odeia as mulheres, que mata
as nossas mulheres, que quer calar as nossas mulheres, que quer
nos tirar dos espaços políticos e o exemplo está aqui nessas seis
mulheres. E não é porque elas são atrevidas, é porque eles são
misóginos. É porque esse Congresso é misógino”, declarou a
ministra ao discursar no evento.

Além da ministra, estiveram presentes também as Deputadas Federais Luizianne Lins (PT/CE), Ana Paula Lima (PT/SC), do Deputado Federal
Marcon (PT/RS) e dos Deputados Distritais Max Maciel (PSOL),
Chico Vigilante (PT), Fábio Felix (PSOL) e Gabriel Magno (PT).

O ex-deputado Jean Wyllis, recém filiado ao PT, o rapper GOG e o ex-reitor da UnB José Geraldo de Souza Júnior também estiveram presentes.

A Pedagoga Ruth Venceremos, Drag Queen e Militante do MST, apresentou
o evento.

“Estamos aqui com a convicção de que nós na Câmara somos instrumentos
de construção de uma sociedade onde nós não tenhamos mais armários,
senzalas ou qualquer instrumento que cerceie a nossa liberdade e a nossa
fala”, afirmou Erika Kokay.
“Nosso ato foi lindo e potente! Seguiremos lutando em defesa dos nossos
mandatos e de tudo que eles representam”, postou a deputada após o ato.

Em Brasília, Erika foi a anfitriã do evento, que já ocorreu em São Paulo,
Porto Alegre e Belo Horizonte, e que acontecerá no próximo dia 18,
no Rio de Janeiro,, completando, assim, atos em todas as capitais
dos estados que elegeram as deputadas.

A deputada Erika Kokay divulgou um abaixo assinado on-line
em apoio ao mandato das seis parlamentares:
(https://erikakokaydf.com.br/contra-cassacao/).

“E sabe por que os bolsonaristas querem cassar nossos mandatos?
Porque falamos a verdade sobre o que é o Marco Temporal, um projeto
que quer retirar o povo indígena de seus territórios, desrespeitando
sua existência e direitos. Mas nós não seremos nem intimidadas,
nem silenciadas! Esse é um ataque covarde às vozes femininas
e democráticas que se levantam em defesa dos povos originários
e de todo o povo brasileiro. Não podemos ser atacadas por dizermos
a verdade sobre o que está acontecendo no país”, diz o texto do documento.

Confira vídeos da manifestação:
https://www.dailymotion.com/video/x8n5huh
https://twitter.com/i/status/1689787389923807232

Abaixo Assinado em Apoio ao Mandato
das Seis Parlamentares de PT e PSOL:

“NÃO NOS CALARÃO!”

BOLSONARISTAS NÃO AGUENTAM A VERDADE
E QUEREM CASSAR NOSSOS MANDATOS!

No último dia 02 de junho, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, entrou com pedido de cassação do meu mandato [Erika Kokay (PT)] e
de mais cinco parlamentares:
Juliana Cardoso (PT), Fernanda Melchionna (PSOL), Sâmia Bomfim (PSOL),
Célia Xakriabá (PSOL) e Talíria Petrone (PSOL).

E sabe por que os bolsonaristas querem cassar nossos mandatos? Porque falamos a verdade sobre o que é o Marco Temporal, um projeto que quer retirar o povo indígena de seus territórios, desrespeitando sua exitência e direitos. Digo e repito: são assassinos os que querem continuar aplicando a mesma lógica colonialista aos povos originários do Brasil. É preciso denunciar o absurdo que é o Marco Temporal e esse pedido de cassação é uma tentativa de nos intimidar e nos calar.

Mas nós não seremos nem intimidadas, nem silenciadas!
Esse é um ataque covarde às vozes femininas e democráticas que se levantam em defesa dos povos originários e de todo o povo brasileiro.
Não podemos ser atacadas por dizermos a verdade sobre o que está acontecendo no país.

Por isso, convido você a assinar esse abaixo-assinado, não somente
em defesa dos nossos mandatos, mas também em defesa da democracia
e da luta dos povos indígenas, contra o Marco Temporal.

NÃO NOS CALARÃO!

Assine: https://erikakokaydf.com.br/contra-cassacao/

https://pt.org.br/nao-vao-nos-calar-deputadas-do-pt-e-do-psol-denunciam-perseguicao/

https://pt.org.br/brasilia-recebe-ato-em-defesa-das-parlamentares-de-esquerda-ameacadas-de-cassacao/

.

Zé Maria

Parece que o tal Quá-Quá Patatí Patatá, atingiu
o Limite entre a Burrice Política e a Anti-Ética.
Será que agora abrem um Processo de Expulsão?

Qüéin… “Não estou falando em nome do petê”… Qüéin
https://twitter.com/i/status/1689366187287691264

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