Sindicato homenageia professores mortos pela covid e denuncia falta de vacina e de condições de trabalho; vídeos

Tempo de leitura: 2 min
Fotos: Gill de Carvalho/Sind-UTE/MG

Da Redação

O Brasil registra oficialmente 518.060 óbitos pela covid-19.

Minas Gerais ocupa o terceiro lugar no trágico ranking.

Já são 46.242 mineiros mortos pelo novo coronavírus, dentre eles centenas de trabalhadores em educação da rede estadual.

“A nossa categoria está morrendo de covid, a população do estado está morrendo de covid e as vacinas demoram; não chegam na velocidade com que o vírus trabalha”, denuncia a professora Denise Romano, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).

Foi na manhã dessa quinta-feira (30/06), durante ato da categoria na porta da Assembleia Legislativa (ALMG).

Além de protestar contra a falta de vacinas e as más condições de trabalho da Educação, homenageou as vítimas da pandemia.

Para relembrá-las, foram colocadas 45 cruzes e 45 velas (uma para cada mil mineiros mortos por covid) logo na entrada.

Junto, um banner com os nomes dos trabalhadores mineiros em educação mortos pelo novo coronavírus.

“De forma irresponsável, Minas insiste no processo de reabertura de escolas com esse quadro que nós temos. A vacinação não é uniforme em todas as regiões do estado e a nossa categoria tem sofrido muito com a falta de condições, a covid e o trabalho remoto sem estrutura”, salienta Denise.

“Ainda existem muitos professores e professoras que não se vacinaram, outros que vão tomar a segunda dose apenas daqui três meses”, alerta.

“Ou seja, o processo de vacinação precisa evoluir, não só para nossa categoria, mas para toda a população, porque só assim a gente vai conseguir combater a pandemia e evitar as mortes”, observa.

O protesto buscou também cobrar do governo Romeu Zema (Novo) maior celeridade no processo de vacinação no estado.

“Além disso tudo, o governo estadual não pressionou em nada o governo federal para aumentar a quantidade de vacina que chega a Minas e, assim, suprir as nossas necessidades”, completa Denise Romano.

O protesto ocorreu no mesmo dia e momento em que a secretária estadual de Educação, Julia Sant’Anna, esteve na ALMG para prestar contas sobre a atuação do estado no combate à pandemia e o planejamento para retomada das atividades presenciais nas escolas.

Foi na reunião extraordinária da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, conduzida pela sua presidenta, a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT).

Logo no início, ela fez questão de registrar:

“Quero deixar um cumprimento aos profissionais da Educação que, na porta aqui do Legislativo, fazem um ato, protesto, em relação às mortes por covid-19 na categoria.

Deixar um abraço a eles e meu abraço ainda maior aos familiares da Mirinha, professora que faleceu nesta manhã pelas consequências da covid-19”.

Seguiu-se um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do coronavírus.

Durante a reunião com a secretária de Educação, Beatriz Cerqueira fez um balanço dos 30 meses da gestão Zema.

Lembrou, por exemplo, que:

*Em 2019, Minas Gerais investiu em educação apenas 19,8% dos 25% obrigatórios por lei. Em consequência, deixou de empregar R$2.740.405,235,97, descumprindo a Constituição Federal de 1988.

*Em 2020, o investimento foi de 20,03%, deixando de aplicar R$2,1 bilhões na educação.

* Governo do estado cortou 39.619 cargos na rede estadual em 2021, gerando desemprego na educação.

* Só 15 meses depois do início da pandemia, a Secretaria Estadual de Educação criou um sistema para monitorar os casos de contaminação por covid-19 na educação básica.

No vídeo abaixo, a íntegra do balanço e questionamentos feitos por Beatriz Cerqueira.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!

Deixe seu comentário

Leia também