Da Redação
No início de 2019, o deputado Coronel Sandro (PSL) deu entrada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) do projeto que autoriza o poder executivo a criar a escola cívico-militar do Estado.
É o PL 94/2019, que já passou por duas comissões da Casa em primeiro turno.
Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), foi aprovado.
Mas a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG o rejeitou nessa quinta-feira, 03/02.
A professora e deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT-MG) preside a comissão.
Abaixo, a parlamentar-professora elenca os principais motivos para a reprovação do projeto:
1. É competência da União estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional. Estados e municípios não podem inovar criando sistemas ou diretrizes sem previsão legal nacional.
2. Escola cívico-militar ataca os princípios constitucionais da gestão democrática, valorização dos profissionais da educação, acesso universal e condições de igualdade.
3. As metas e diretrizes da educação em Minas Gerais foram amplamente debatidas com a sociedade e votadas, resultando no Plano Estadual da educação (Lei 23.197/18). Nao cabe instituir um modelo fora do planejamento feito com participação popular.
4. Construção e implementação de proposta pedagógica da escola não são funções de militares, mas da comunidade escolar.
5. O Militar não é profissional do magistério nem da educação e, portanto, não pode assumir funções de gestão em escolas.
6. A escola cívico-militar não valoriza o profissional da educação nem tem como meta melhorar a estrutura da escola, o orçamento é destinado a pagamento de adicional aos militares.
7. Não vivemos num regime militar. Não há o que justifique a militarização da escola.
8. O Estado deve investir na qualidade de suas escolas e não investir mais em algumas escolas. A escola cívico-militar chega a ter um custo 3 vezes maior que as demais escolas.
9. Militarização das escolas não traz mais qualidade ao ensino oferecido à população.
2 comentários
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Haroldo Cantanhede
24 de fevereiro de 2022 às 18h49O coronel-deputado é dadivoso- para não dizer generoso – com recursos que não são seus, mas do público. E isso tudo para quê? O coronel-deputado é professor?
Riaj Otim
04 de fevereiro de 2022 às 18h39para valer, todo militar em escola poderia meter bala em todo que merece e só seria julgado por tribunal militar , depois que matasse mais de 100 alunos