Beatriz Cerqueira: Sem plano de vacinação, Zema se limita a propagandear gestão das poucas doses recebidas; vídeo

Por Beatriz Cerqueira*

O ano legislativo começou nessa terça-feira, 2 de fevereiro.

A minha primeira fala no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi para denunciar a irresponsablidade do governo Romeu Zema em relação à vacinação contra a Covid-19.

Como presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia tenho acompanhado atentamente a questão.

Em vez de apresentar um plano de vacinação para Minas Gerais, Zema tem se limitado à logística para a distribuição das escassas doses recebidas do governo federal.

Puro marketing.

No início da pandemia, enfatizamos que a Fundação Ezequiel Dias (Funed) poderia contribuir muito para o combate à Covid-19, inclusive na produção de vacinas.

Governo Zema ignorou e perdemos uma grande oportunidade.

Em vez de investir no enfrentamento do novo coronavírus e em pesquisas, subutilizou a capacidade de testagem da Funed e, ainda, atuou para enfraquecê-la.

Em plena pandemia — pasmem! — tentou fundir a Funed com a Escola de Saúde Pública.

Além disso, investiu em pesquisa menos do que determina a Constituição (1% da receita), o que agravou a crise sanitária em Minas.

Não investir numa política pública própria de imunização é uma opção política clara do governo Zema.

Em 2020, os deputados estaduais mineiros  criaram uma legislação importante para garantir a vacinação em todo o Estado. É a lei  2.230/20.

Só que até agora — pasmem, de novo! — o governo Zema sequer apresentou um planejamento de vacinação para os grupos prioritários e um plano de publicidade educativa.

Para se ter um protagonismo nessa luta pela vida, é preciso cumprir essa lei e não apenas fazer o marketing em torno de uma logística de distribuição vacinas.

*Beatriz Cerqueira é deputada estadual (PT-MG), presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG e diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG).