Valter Pomar: Enquanto alguns discutem se certa organização é terrorista ou não, um Estado terrorista bombardeia e assassina milhares de civis

Tempo de leitura: 3 min

O PT e o Hamas

Por Valter Pomar*, em seu blog

A jornalista Monica Waldvogel associou o PT ao Hamas.

Detalhes da associação estão aqui.

Como o Partido dos Trabalhadores nunca manteve relações com o Hamas, o jeito foi sustentar a tese com base nas assinaturas de alguns petistas em um manifesto de 2021, leia aqui.

Ato contínuo começou a pressão contra os que assinaram aquele manifesto, como se pode ver no texto disponível aqui.

Se for verdade o que está dito nos endereços abaixo, tem gente que não está suportando a pressão, veja aqui e aqui.

O incrível é que no exato momento em que tais pessoas estão sendo cobradas a se explicar sobre o Hamas, Israel está promovendo um genocídio em Gaza.

Ou seja: enquanto algumas pessoas discutem se uma determinada organização é terrorista ou não, existe um Estado terrorista bombardeando e assassinando milhares e milhares de civis.

Fato destacado pela presidenta nacional do PT, na mensagem postada por ela no X:

“A resposta do governo de Israel aos ataques do último sábado anuncia-se como uma brutalidade ainda mais abrangente contra a população civil da Faixa de Gaza. Dois milhões de palestinos, confinados há mais de uma década em um verdadeiro campo de concentração, sem direitos e sem perspectivas, são tratados agora como sub-humanos, sem acesso a água, comida e energia. O que se anuncia, sob pretexto de retaliação militar e segurança do estado, é um massacre com as dimensões de um genocídio. Repudiamos a violência e esta é a posição do PT, solidário com as vítimas de todas as partes desde a retomada do conflito armado. Por isso estimulamos o governo brasileiro a atuar com firmeza por um cessar-fogo imediato e pela construção da única saída pacífica possível: o reconhecimento de dois Estados, Israel e Palestina, com pleno direito à soberania, ao desenvolvimento econômico e às tradições históricas de cada um. A ofensiva militar anunciada pelo governo de extrema-direita de Netanyahu só vai resultar em mais ódio e destruição. É hora de todos no mundo, governos e sociedade civil, ajudarem a construir uma solução pacífica e duradoura para essa região, o que necessariamente passa pela desocupação dos territórios palestinos”

Ao contrário do que diz certa mídia, não foi o Hamas que começou a guerra contra Israel.

Aliás, para sermos corretos com a história, no passado não muito distante foi Israel que investiu no Hamas, para enfraquecer a OLP, mais ou menos como os Estados Unidos investiram nos talibãs e na Al Qaeda.

Voltando ao ponto: não foi o Hamas que começou a guerra.

Quem começou a guerra foi Israel.

Há 75 anos.

Guerra contra o povo palestino.

E o atual governo de Israel quer terminar a guerra.

E para isso está, neste exato momento, tentando levar a cabo a “Solução final da questão palestina”.

Para o atual governo de Israel, os palestinos não são humanos.

E Gaza está sendo tratada como foi o Gueto de Varsóvia.

Apesar da desproporção de forças, Israel vai fracassar, como fracassaram no passado distante e recente outras potências coloniais.

E algum dia os dirigentes de Israel terão seu “Tribunal de Nuremberg”.

Quando Israel vai fracassar e a que custo vai fracassar, depende de muitas variáveis.

Uma destas variáveis é saber qual percentual da esquerda vai continuar se explicando sobre o Hamas, talvez na esperança de não ser alvo da campanha de difamação do sionismo e do longo braço do Mossad.

Sem falar daqueles que são representantes de fato do Estado de Israel.

Convenhamos: se Israel quisesse mesmo derrotar o Hamas, acabaria com a ocupação.

Mas não o fará. E por isso Israel terá que ser derrotado.

E enquanto isso não acontece, o povo palestino tem todo o direito de lutar contra os ocupantes.

Palestina livre!

*Valter Pomar é professor e membro do Diretório Nacional do PT.

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Comentários

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Zé Maria

“Até o avião presidencial está sendo utilizado
para resgatar brasileiros em Israel e Gaza.

Mas no Brasil a mídia burguesa prefere discutir por que
o Itamaraty não denomina o Hamas de terrorista quando
nem a ONU o denominava assim.

Enquanto os cães ladram, o governo Lula age.”

https://twitter.com/ricardope/status/1712579846373536176

abelardo

SÉCULO 21 – A BANALIZAÇÃO E O APOGEU DA MORTE E DO GENOCÍDIO.

Em nosso planeta, antes da chegada do homem, não existia fronteira, não existia riqueza material, não existia a vaidade, não existia a ganância, não existia o ódio, não existia o preconceito e a discriminação, não existia a intolerância, não existia o racismo, não existia a covardia, não existia o fascismo, o nazismo, o totalitarismo, a ditadura, o imperador, o rei, o sacerdote, o presidente, o primeiro ministro, o governador, o prefeito, o político, o juiz, o advogado, o policial, o patrão e não existia essa imensa população, que atualmente se encontra totalmente dominada, comandada, explorada e barbaramente torturada por um injusto, imoral, imundo, violento, inconfiável e traiçoeiro grupo de mercenários que se tornaram repugnantes vassalos do capital, da guerra e do poder.
Dividiram o mundo em uma espécie de capitanias hereditária do planeta, que por mais inacreditável que pareça, essa população mundial tolera os seus abusos e aceita a manipulação que esse ganancioso sistema mundial de domínio do mercado exerce sobres o consumo, sobre a sede de poder, sobre o controle e sobre o destino do planeta e de tudo que nele existe.
Eles não se importam e não se intimidam em promover a invasão, a apropriação, a mão grande, a devastação, a destruição e a morte, muitas mortes e muito mais mortes.
Quanto aos obstáculos, aos contestadores, aos opositores e aos adversários, que teimarem em não se curvar as suas doentias ganâncias, guardam o pior dos castigos, que possui duas fases:
– a primeira começa na perseguição, seguida da violência e finalizada na morte
– a segunda, que é o um ultrajante desafio ao nosso Deus, que é o de praticar genocídios. Genocídios, estes, que às vezes se apresentam disfarçados, camuflados e escondidos.
Porém, quando há pressa, a barbárie se apresenta abertamente, em conexão mundial, como uma demonstração de força, de domínio, de impunidade, de controle, de poder absoluto de intimidação e ameaça explícita.
Parece que antigos genocidas só apóiam atuais genocidas, por pensarem que assim reduzirão o peso de suas culpas e dos seus pesados fardos culposos.
Como entender uma população mundial que se aproxima de 08 bilhões de pessoas, que se deixa dominar por uma ínfima minoria, que de tão mínima não deveria e jamais poderia ter o absurdo e medonho poder que eles possuem e que nos intimida, que nos coage e que manipula a todos nós, uma massa de bilhões e bilhões de vítimas?
O mundo perdeu o rumo e está sem controle, sem norte, sem ordem e sob um comando irresponsável, ditatorial, mercenário e criminoso.
A ordem está mudada e poucos são os que se conseguem ver realmente refletidos no espelho da realidade.
O que isso significa? Para onde estamos nos conduzindo?
Não sabemos, mas Deus sabe.

Zé Maria

Excerto e Adendos

“Há 75 anos. [Israel promove a] Guerra contra o povo palestino.

E o atual governo de Israel quer terminar a guerra.

E para isso está, neste exato momento, tentando levar a cabo
a ‘Solução final da questão palestina’

[tal qual o Alto Comando do Governo Nazista da Alemanha chefiada
por Adolf Hitler concluiu pela ‘Solução Final da Questão Judaica’ para
o Extermínio em Massa de Judeus nos Campos de Concentração.]

Para o atual governo de Israel, os palestinos não são humanos.

E Gaza está sendo tratada como foi o Gueto de Varsóvia.
[…]
E algum dia os dirigentes de Israel terão seu ‘Tribunal de Nuremberg’.”

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