por Luiz Carlos Azenha
Stanley Burburinho é hoje muito mais influente que muito deputado brasileiro.
O incansável Burburinho, que não conheço pessoalmente, é um leitor ávido da blogosfera.
Tornou-se, como muitos comentaristas deste e de outros sites e blogs, um “polinizador”.
Lê, pesquisa e faz um trabalho que antes era o de editor de jornais: contextualiza as informações. Em seguida, dissemina via e-mail.
Seu relato mais recente anuncia que o ex-governador José Serra aderiu à blogosfera, com um site carregado de críticas ao governo (aqui).
Eu sempre disse, aos colegas blogueiros e internautas, que a maquinaria digital à disposição de qualquer pessoa é apenas isso: maquinaria digital. Insípida, inodora e incolor.
O que adianta ter seguidores no twitter, milhões de amigos nas redes sociais e um blog muito acessado se você não tem ideias?
“É a produção de conteúdo, estúpido!”, diria nos dias de hoje o James Carville, marqueteiro de Bill Clinton.
Os deputados Domingos Dutra, dr. Rosinha, Protógenes Queiroz, Emiliano José e Brizola Neto e as deputadas Jandira Feghali e Manuela D’Avila, o ex-governador Anthony Garotinho e o ex-prefeito Cesar Maia descobriram muito antes que outros a importância de uma interlocução direta com os eleitores. São “produtores de conteúdo”. Trocando em miúdos, enriquecem os seus mandatos com a produção de textos a respeito das matérias de que tratam no Parlamento. Quem não tem mandato, continua influindo no debate e em contato com futuros eleitores.
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[Como exemplo, leia este texto do deputado Emiliano José. Mesmo que você não concorde com o conteúdo, é didático, direto ao ponto, excelente para disseminar na blogosfera]
Hoje, com as redes sociais bombando, um texto de um deputado que se torne “viral” é lido muito mais vezes que um texto impresso do mesmo deputado publicado em um dos grandes jornais brasileiros. Primeiro, porque a blogosfera é dinâmica: os próprios leitores, como o Stanley Burburinho, se encarregam de disseminar os textos que julgam interessantes. Via twitter, orkut, facebook…
Volta e meio, quando estou na moderação do Viomundo, aprovo comentários em textos publicados pelo blog muito tempo antes. É o tal do “gugle”, como resumiu um senhor que entrevistei em um telecentro de São Paulo, maravilhado com a recém-descoberta.
O leitor busca informações a respeito de uma questão específica e, através do Google, vem parar em um texto antigo.
Essa dinâmica não existe nos jornais, a não ser que algum leitor empilhe um arquivo imenso de edições impressas em um cômodo de casa. Impraticável.
José Serra, blogueiro. Limpo, com certeza, mas blogueiro.
Veja como Octávio Florisbal, da Globo, sabe: conteúdo, conteúdo, conteúdo…
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