Se existir, Abin paralela pode levar a impeachment — e Bolsonaro se apressa em atacar a imprensa

Tempo de leitura: 2 min
Paulo Pimenta e Rogério Correia vão entrar com um novo pedido de impeachment

Da Redação

“100% patriota, conservador e cristão”, que é como se descreve no twitter, o delegado da Polícia Federal Marcelo Bormevet foi acusado pela revista Crusoé de ser o chefe de uma Agência Brasileira de Informação (Abin) paralela, que teria preparado relatórios entregues à defesa de Flávio Bolsonaro sobre caminhos para se livrar do inquérito da rachadinha.

A existência dos relatórios foi confirmada por uma das advogadas de Flávio, Luciana Pires, que disse que não tinha poder para seguir qualquer uma das recomendações que, segundo ela, teriam partido de Alexandre Ramagem.

A ministra Carmen Lúcia, do STF, pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) que investigue a existência dos relatórios.

De acordo com a revista Época, Luciana disse que Ramagem nada acrescentou a informações que ela própria havia levantado sobre a Receita Federal: “Todo o material que ele (Ramagem) passou para a Abin foi eu que passei. (…) Eu mandei pronto para ele. Ele não descobriu nada. Inclusive, isso foi pauta na reunião”.

Ramagem participou da reunião a que ela se refere, com o próprio Jair Bolsonaro e a defesa de Flávio.

Bolsonaro tentou emplacar o chefe da Abin como novo diretor-geral da Polícia Federal, mas foi impedido por decisão do STF.

Bormevet, subordinado dele, é — assim como Ramagem — amigo do vereador Carlos Bolsonaro.

De acordo com o falecido ex-ministro Gustavo Bebbiano, era ideia de Carlos criar uma estrutura paralela à do governo para municiar o pai de informações.

A informação foi dada por Bebbiano dias antes de morrer, durante o programa Roda Viva, da TV Cultura.

De acordo com a jornalista Thaís Oyama, o primeiro alerta sobre a Abin paralela de Carlos Bolsonaro foi dado pelo então secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional, general Valério Stumpf, hoje comandante militar do Sul.

“Vai dar em impeachment”, previu o general ao ouvir falar na ideia.

O vereador queria montar um grupo liderado por Ramagem para, entre outras coisas, monitorar esquerdistas na máquina do governo.

Hoje, aturdido com as denúncias, Bolsonaro usou um evento com policiais militares para fazer duros ataques à imprensa.

“Não esperemos com palavras gentis ou com gesto de amizade vencer o inimigo. Nós estamos vencendo. Nós venceremos. O Brasil será uma grande nação. E, para isso, contamos com o povo maravilhoso ao nosso lado. E a liberdade das mídias sociais, que essas sim trazem a verdade para vocês. A maior fábrica de fake news está na grande parte da imprensa brasileira. Isso é uma vergonha para o mundo”, afirmou em discurso — tendo à direita o filho Flávio Bolsonaro, devidamente condecorado pela PM carioca.

Na famosa reunião ministerial que antecedeu a demissão do então ministro da Justiça Sergio Moro, Bolsonaro reclamou da qualidade dos dados recebidos de órgãos do próprio governo e disse que recorria a amigos para obter informações.

Ou seja, Carlos talvez tenha influenciado o pai ou apenas queria atender a um desejo do chefe do clã quando pensou na Abin paralela.


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Zé Maria

Jair Bolsonaro nunca soube o significado do Princípio da Impessoalidade na Administração Pública.
Exerce a Chefia do Poder Executivo Federal para atender primeiramente aos interesses dos Parentes e Agregados do seu Clã.
É um Patriarca Zeloso. Imoral,
mas muito Zeloso da FamíGlia.

Zé Maria

Jair Bolsonaro nunca soube o significado do Princípio da Impessoalidade na Administração Pública.
Exerce a Chefia do Poder Executivo Federal para atender primeiramente aos interesses dos Parentes e Agregados do seu Clã.
É um Patriarca Zeloso.
Imoral, mas muito Zeloso da FamíGlia.

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