Professor Caio Toledo à Sociedade Brasileira de Sociologia: “Por que o estrondoso silêncio sobre Gaza?”
Tempo de leitura: 2 min
O SILÊNCIO SOBRE GAZA. CARTA ABERTA À DIREÇÃO DA SBS
Por Caio N. de Toledo*
Prezados colegas da Direção da SBS,
Com satisfação, tomei conhecimento de duas relevantes e oportunas matérias postadas no portal da ISA (International Sociological Association).
Em maio deste ano, a nota ”Solidarity Statement with the Palestinian People”, solicita, entre outros posicionamentos: “O fim do genocídio em Gaza e da crescente violência na Cisjordânia e o fim completo da ocupação militar de Israel e de todas as práticas coloniais nesses territórios, bem como no Líbano e na Síria”.
Dias atrás, em 11 de julho, no seu 5º. Fórum, realizado em Rabat, Marrocos, foi lançado o manifesto A Time for Sociology. Ao final do texto, afirma-se:
“Estamos convencidos de que a sociologia não apenas nos ajuda a entender o mundo, mas também a construir um futuro mais justo, habitável, pacífico e sustentável. Em tempos de mudanças climáticas, guerras, crescente desigualdade e ódio, a sociologia se tornou uma ferramenta indispensável para a convivência em um planeta finito”.
Como membro da Rede Universitária se Solidariedade ao povo palestino, consultei o portal da SBS a fim de saber como estes posicionamentos públicos da ISA se refletiram nas atividades da sua afiliada brasileira. Procurei saber, por exemplo, se, durante o 22º Congresso da entidade, realizado na USP, estaria programada alguma atividade (palestras, mesas-redondas, fóruns, sessões especiais, GT´s etc.) sobre a trágica situação no Oriente médio. Igualmente, busquei conhecer se a entidade, após o 7 de outubro de 2023, havia se posicionado sobre a guerra desencadeada pelo Estado de Israel contra o povo palestino.
Minha decepção foi inaudita, pois se verifica que nenhuma matéria sobre o assunto foi postada no portal que informa, nos anos recentes, as atividades científicas, Notas e Moções públicas da entidade. Ou seja, o último Congresso e a Direção da SBS, oficialmente, não tomaram conhecimento da barbárie em curso na Palestina. De forma sintética, tudo indica que, para a SBS, Gaza não está sob escombros nem sua população exterminada pelas poderosas Forças Armadas de Israel…
As indagações que aqui se impõem seriam: quais as razões que explicariam o fato de a Direção da SBS – que endossa o recente Manifesto da ISA (crítico da guerra e das desigualdades sociais) – se omitir sobre a “questão palestina”? Quais as justificativas teóricas de seu estrondoso silêncio?
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Os sociólogos e sociólogas brasileiro/as – humanistas e críticos – que se solidarizam com a tragédia humanitária em Gaza, têm a expectativa de que a direção da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), em breve, se posicione veementemente pelo fim da barbárie em curso na Palestina.
Palestina Livre e Soberana!
Respeitosamente,
Caio N. de Toledo
Docente aposentado do IFCH, Unicamp
Membro da Rede Universitária Solidária ao povo palestino




Comentários
ed.
Guerra é um conflito armado que ocorre entre 2 ou mais países / povos.
O que está ocorrendo em Gaza é apenas um massacre unilateral de inocentes e a completa destruição de uma terra e seu povo mais que milenar.
O mundo COVARDE não tem que ficar falando em “cessar-fogo”, mas tomar a area para si, com forças de paz internacionais e impedir a continuidade deste crime de guerra (pra não ficar discutindo toscamente semântica) e IMPOR a PAZ.
Zé Maria
.
Em entrevista ao Jornalista Breno Altman, o ex-Ministro
do STF e ex-Juiz do Tribunal Penal Internacional (TPI)
em Haia na Holanda, Francisco Rezek, classifica isRéu
como um “Estado ilegal”.
[E, acrescentando, em outras palavras: Artificial,
Colonialista, Nazi-Sionista, Genocida e Terrorista.]
No Canal OperaMundi: (https://youtu.be/4rMSfIEyet4)
.
solange da cruz chaves
Pequena correção. Foi a Palestina através do Hamas que iniciou a guerra atacando Israel e ainda mantém reféns Israelenses. Se o exército Israelenses é mais forte e eles estão sofrendo mais é uma consequência que deveriam ter previsto, mas talvez uma boa forma de acabar com isso seria devolverem os reféns