“Preto para ter um carro assim, só se for roubado”

Tempo de leitura: 2 min

‘Preto para ter um carro assim, só se for roubado’ diz professora racista para aposentada

Alexandre Barreira, no Diário de Mogi das Cruzes, sugerido pelo Julio Ribeiro Xavier

A aposentada Sandra Aparecida dos Santos, de 58 anos, alega ter sido vítima de injúria racial, na tarde de segunda-feira, na Rua Presidente Rodrigues Alves, no Centro de Mogi das Cruzes. De acordo com Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado no 1º Distrito Policial, a acusada de proferir as ofensas contra a funcionária pública aposentada, que é negra, é a professora Iracema Cristina Nakano, de 53 anos.

A discussão teria ocorrido nas imediações do Mercado Municipal. De acordo com Sandra, Iracema teria alegado que o carro da aposentada, um VW Fox prata, placas DKC-1142/Mogi, era seu e que havia sido furtado há quatro meses. No entanto, mesmo com as negativas de Sandra, Iracema teria insistido que o carro era dela e dito que “preto para ter um carro assim, só se for roubado”. Esta frase foi ouvida pelo marido de Sandra, o policial Carlos Roberto Madeira Pereira, e a testemunha M.D.E..

“Senti-me humilhada. Nunca imaginei que chegaria aos 58 anos de idade e passaria por isso”, desabafou Sandra, que trabalhou por 33 anos no Hospital Luzia de Pinho Melo. Ela contou que o ex-marido da professora e a tia dela é que pediram desculpas pelo fato.

A aposentada ainda descreveu que a professora abriu seu carro, olhou o interior do veículo e teria continuado a afirmar que o mesmo era o dela, que havia sido furtado e está em nome da tia, Helena Cardoso Siqueira. “Mesmo com todas as evidências contrárias, ela continuou insistindo em algo que não tinha qualquer razão. Além disso, foi totalmente irresponsável com os comentários racistas que fez. Ficamos surpresos de ela ter feito isso sendo uma professora, que deve educar e ensinar as coisas certas”, destacou Pereira, que pretende processá-la por danos morais.

A reportagem de O Diário entrou em contato com a professora, mas não teve êxito. A ocorrência foi registrada pelo delegado Orli de Morais e sua equipe formada pelos policiais Ivone, Laudemiro e Arlindo. Ele entendeu que houve crime de injúria racial e determinou a prisão da professora, que pagou fiança de R$ 545,00 e responderá em liberdade. A pena para o crime é de até 3 anos de prisão.

Leia também:

Estudante da USP diz que policial perguntou: “Você conhece o porco?”


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Taques

“Preto para ter um carro assim, só se for roubado. Não. Não somos…"

Ridícula, Azenha, sua insinuação paulohenriqueamoriniana.

Um ato isolado e prontamente punido (se a pena ou os valores são baixos, aí já são outros quinhentos) não pode ser usado para caracterizar um povo.

Se fôsse seríamos também homicidas??? Afinal não faltam crimes desta natureza no país.

Seríamos homofóbicos??? Agressões a homossexuais fervilham dia a dia.

Seríamos belicistas??? Não são poucos os imbecis que defendem a necessidade do país possuir artefatos nucleares.

Deixe de ser PHA, Azenha. Você é melhor.

Marcio H Silva

O culpado destes episódios racistas e irados é o Lula. O "molusco", como muitos o chamam, deu condições para muita gente melhorar de vida, mas em contrapartida liberou a ira de uma classe que estava hibernando e vivendo confortavelmente em sua solidão social (irc, viajei nesta ).

Zé Brasil

Nas sociedades milenares 11 anos duram pouco mais que um dia e o post abaixo da BBC permanece atual.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/omundohoje/omh001

19 de outubro, 2000 Publicado às 11h00 GMT

Dekasseguis querem lei contra preconceito no Japão

Aviso na porta de um Karaokê em Sunayama [ Comentário na imagem do post do link acima onde vê-se um cartaz colado a porta e escrito à mão, em português: É proibido a entrada de brasileiros e peruanos]

Representantes de diversas ONGs entregaram nesta quinta-feira ao parlamento japonês um documento exigindo a criação de leis contra o racismo.

A falta de legislação específica no país expõe os imigrantes ao preconceito racial, que muitas vezes se manifesta de forma violenta.

Em várias cidades japonesas, a discriminação é aberta, e podem ser encontrados letreiros proibindo a entrada de estrangeiros em lojas, cabeleireiros e restaurantes.

O grande contingente de dekasseguis (latino-americanos descendentes de japoneses) é um dos principais alvos do racismo no Japão.

Brasileiros

Carlos Honda, um dekassegui paulista que chegou no Japão em 1991, lembra que nessa época as lojas chegavam a anunciar por alto-falante a presença de estrangeiros, como uma precaução contra roubos.

Mas, ainda assim, o número de brasileiros que moram no Japão aumentou 68% nos últimos 5 anos, segundo dados do Ministério de Justiça japonês. Atualmente mais de 200 mil dekasseguis brasileiros vivem no Japão.

Tony Laszlow, líder da ISSHO – uma ONG cujo nome significa "Unidos" em japonês – disse que a falta de leis contra a discriminação no Japão, torna muito difícil combater o preconceito racial.

Vitória

No ano passado, a jornalista brasileira de origem européia, Ana Bortz, conseguiu ganhar na justiça japonesa o primeiro processo contra discriminação de estrangeiros.

Ana foi expulsa de uma loja por ser estrangeira e recorreu à legislação internacional adotada pelas Nações Unidas há 30 anos, para ganhar o caso.

O governo japonês se comprometeu com a ONU em 1995 – ano em que o país adotou a legislação internacional – a criar leis nacionais contra discriminação, mas até hoje, não cumpriu.

Atualmente, mais de 1,5 milhão de estrangeiros moram no Japão – cerca de 1,5% da população total.

Curiosamente, o Japão é o país industrializado com o menor número de estrangeiros, embora haja regiões do país onde o número de imigrantes chega a 25% da população local.

Ameaça

A sociedade japonesa é muito conservadora, segundo a professora Yoko Sellek, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, especializada em migração internacional e etnia na sociedade japonesa.

"Os japoneses dão muita importância à preservação da sua cultura e identidade e vêem os estrangeiros como uma ameaça à pureza da raça."

A professora Sellek observa que muitos imigrantes vivem em pequenas comunidades fechadas, o que acaba agravando o preconceito.

"Na maioria das vezes os dekasseguis imigram por razões econômicas. Eles ficam no Japão alguns anos para juntarem dinheiro e depois voltam ao Brasil. Eles não se integram à cultura local, aumentando a distância que existe entre eles e os japoneses."

O líder da ONG ISSHO, Tony Laszlow, acha que daqui para a frente a discriminação deve diminuir.

"Os japoneses se preocupam com a imagem do país no exterior e portanto querem evitar propaganda negativa na mídia internacional."

luiz augusto

EEEEEEEEEE! Brasil varonil!

FrancoAtirador

.
.
LEGISLAÇÃO

Injúria Racial x Racismo

A questão mais debatida no meio jurídico é a distinção entre injúria racial e racismo, onde uma começa e a outra termina.

Há a injúria racial quando as ofensas de conteúdo discriminatório são empregadas a pessoa ou pessoas determinadas. Ex.: negro fedorento, judeu safado, baiano vagabundo, alemão azedo, etc.

O crime de Racismo constante do artigo 20 da Lei nº 7.716/89 somente será aplicado quando as ofensas não tenham uma pessoa ou pessoas determinadas, e sim venham a menosprezar determinada raça, cor, etnia, religião ou origem, agredindo um número indeterminado de pessoas.

Ex.: negar emprego a judeus ou muçulmanos numa determinada empresa; impedir o acesso de índios a determinado estabelecimento; impedir entrada de negros em um shopping, etc.

Entre as peculiaridades de cada crime, encontram-se as seguintes diferenças:

1) o crime de racismo é imprescritível e inafiançável (Art. 5º, XLII, da CF), enquanto que o de injúria racial o réu pode responder em liberdade, desde que paga a fiança, e tem sua prescrição determinada pelo art. 109, IV, do CP, em oito anos;

2) o crime de racismo possui penas superiores às do crime de injúria racial;

3) o crime de racismo, em geral, sempre impede o exercício de determinado direito, sendo que na injúria racial há uma ofensa a pessoa determinada;

4) o crime de racismo é de ação pública incondicionada, sendo que a injúria racial é de ação penal privada;

5) enquanto que no crime de racismo há a lesão do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, no crime de injúria há a lesão da honra subjetiva da vítima.

http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/4187/

    antonio

    por isso as questões do stf se tornam puras abstrações filosoficas interpretativas que se desgarram dos fatos e se voltam para si.
    Acredito que falte aos funcionários do jud. um pouco mais de bom senso e pragmatismo.
    Ao inves de interpretarem, deveriam transformar o mundo para melhor, saudades do velho barbudo.

    FrancoAtirador

    .
    .
    Concordo com você, Antônio.

    Porém é bom ressaltar que a falta de objetividade dos legisladores brasileiros,

    no caso, de vereadores, deputados e senadores, quando da elaboração das leis

    é a principal causa dessas "abstrações interpretativas" do Judiciário.

    Por exemplo, no meu entendimento, a lei não deveria fazer distinção

    entre injúria racista e racismo propriamente dito, pois o que importa

    é a natureza da ofensa e não quantos indivíduos foram ofendidos.

    Ou seja, toda lesão à integridade moral atenta contra a Dignidade da Pessoa,

    não importando o número de pessoas eventualmente ofendidas.

    Portanto os crimes contra a honra deveriam ser todos inafiançáveis

    e com penas bem mais severas do que as previstas no Código Penal.

    Falta saber é se o Congresso Nacional está interessado em modificá-lo.

    Um abraço libertário.
    .
    .

Wyllison

Crime de racismo, não era inafiançável?

Herminio

Esse caso com certeza dará em nada, primeiro porque um adevogado sem muita ética dará um jeito de provar que a professora não estava com seus neurônios nos devidos lugares e depois porque estamos no Brasil onde as lêis são feitas por parlamentares que deveriam estar na cadeia…

    Jairo_Beraldo

    Caraca …. na veia!!!!!

    Só acrescentaria no seu comentário, que o fato ocorreu em São Paulo, estado elitista, onde branco de olhos azuis tem prioridade junto aos magistrados!

    Observador

    bom foi o Lula dizer que a crise mundial foi gerada pelos brancos de olhos azuis, rsrsrs, matou a pau, daí foi demais pra eles e então eles deram um jeito de fazer um câncer no Lula, assim como fizeram com o Fidel, Chavez, Dilma, o presidente do Paraguai ou Uruguai (não lembro), e fora o infarto fulminante do Néstor Kirschner. Não é interessante que só tem adoecido presidentes da América Latina e Central? Esse pessoal não é de brincadeira, é melhor o Evo deixar de mascar a folha senão vão arrumar um câncer de laringe para ele também. Pelo andar da carruagem, após Afeganistão, Iraque e Líbia, agora é a vez do Irã. Depois, deve ser o Brasil. Vamos ver se a China e a Rússia salvam a gente.

    a lesma lerda

    "advogado sem muita ética?????"…..conhece a historia dos dois amigos passeando no cemitério e lendo os epitáfios nas lápides???…em uma param e leem: "aqui jaz um grande advogado e um homem honesto" ao que um vira pro outro e faz um muxoxo (era num tempo que as pessoas faziam muxoxos): é compadre, a crise ta feia mesmo… já estão enterrando dois cristãos na mesma cova…

Helder

Muita novela da Globo e muito JN na cabeça dá nisso!

    Fabio_Passos

    e leituras de revista veja, fsp e estadão…

Zé Brasil

Nenhuma surpresa causa a quem conhece de perto os japoneses, um povo com muitas virtudes, porém extremamente racista. Gostam muito de e-s-t-a-r no Brasil, porém seus corações e mentes estão lá no país de onde vieram, pois este e seu "divino" imperador não tinham os meios que lhes propiciasse o quê comer, morar, trabalhar e viver dignamente. Para aqui vieram e foram muito bem acolhidos como é de nossa tradição.
Já não vai muito o longe o tempo em que os sistemas de auto-falantes das grandes lojas do Japão anunciavam. digo, alertavam sobre a presença de Brasileiros em suas instalações. O prosaico Candido de Voltaire talvez afirmasse que seria um sinal de boas vendas para os lojistas. Eu diria que era preconceito puro, do tipo: – Cuidado com o ladrão!

    ramos_toledo

    Isso é uma bobagem tão rascista quanto as palavras da professora. Minha companheira que está comigo há doze anos é filha de japoneses. Uma mulher aguerrida de esquerda, antifascista, antihomofóbica e antirascista, que luta diariamente, asim como milhões de brasileiros, por um mundo melhor, mais justo e humano.

    Rascismo não tem cor, raça ou etnia. Assim como a ignorância e as generalizações estúpidas que o alimenta.

EUNAOSABIA

Trata-se de um crime hediondo e que merece uma punição exemplar.

Não se pode tolerar nada parecido.

Morvan

Boa tarde.

Não houve somente injúria. Atribuir a outrem descuido ou roubo, no caso do veículo, configura crime de calúnia. Calúnia é crime tipificado. Se se atribui a outrem roubo ou furto, é caracterizada a calúnia, a não ser que se prove verdadeira a imputação.

No caso, o delegado deveria ter enquadrado a professora (Sic!) por calúnia, sem prejuízo da tipificação do outro crime contra a honra perpetrado (injúria).

Não, não somos racistas. Somos apenas hipócritas. Não é, "seo" Ali?

:-)

Morvan, Usuário Linux #433640.

Luci

Aluna do Kamel? Desrespeito, paranóia e intolerância.Toda vez que leio uma notícia chocante como esta, imediatamente eu penso na importância das escolas e o ensino que estimule o respeito à diversidade e valorização da diferença. A importância da Lei 10639/03, para transformar realidades baseadas em construção histórica cultural, que alimentam o preconceito e o racismo.
A professora Nakano precisa voltar aos bancos escolares e aprender relações sociais, cidadania, direitos humanos.
Minha solidariedade a Sandra Aparecida dos Santos e seu esposo.

raimundo andrade

O povo brasileiro, se perguntado, diz não ser racista. Falar é fácil….atitudes é que são outras.Cadeia nessa gente metida.

    antonio

    No Reino Unido, qualquer pessoa de classe média com quem você converse sobre isso vai dizer que é claro que há problemas, todos admitem. Mas, no Brasil, parece ser uma questão de honra dizer que não há racismo. Admitem problemas econômicos, mas não esse tipo de preconceito. Talvez não haja mesmo, ou talvez eu não tenha perguntado para as pessoas certas. (alain de botton, filósofo suiço)

dukrai

nós não somos racistas, o pobrema é que o marido da dona Sandra é puliça e pegou a tagarela da dona Nakano falando o que não devia e que, como diz o nome, entrou pela tubulação tigre e deve estar lá pelas plagas de seu ancestral japonês. pagou um pedágio pro delegado de 545 reaus e vai contar com um zelo oriental do profissional da segurança na condução do seu processo, que tem apenas uma testemunha mas grandes possibilidades de dar uma enorme dor de cabeça pra meliante. em tempo, eu gosto muito de japonês, das japonesas, de sushi e sashimi, de saquê e duzômi.

Daniel

Logo logo a claque comenta que a professora vota no PSDB, o que provavelmente é verdade, rsss…

    Observador

    errou, ela é eleitora do DEM

    EUNAOSABIA

    Dilma ganhou a eleição entre os presidiários, sabia disso?? sabia que o PT é maioria disparado dentro dos presídios em termos de votos?

    antonio

    e o que isso tem a ver, cara?
    Vc deve ser do tipo datena, bandido deve morrer, independente do crime.
    Esses são os frutos do pensamento fascista do psbd, dem, arena, pfl…..

Valdeci Elias

Uma piada do fundo do bau :
– Oque voce esta vendo, quando um professor para um fusca em frente a uma agencia do Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco) ?
Resposta. NADA !!!!
Professor não é profissão .
Fusca não é carro.
E Bandepe não é banco.

Dinha

Leitora do Kamel, com certeza.

    Fabio_Passos

    e da revista veja, sem dúvida.

    Jairo_Beraldo

    Além da Fôia e Estadão elitista…

CLÁUDIO LUIZ PESSUTI

Bom que neste caso, pelo menos, houve alguma consequência pelo ato racista.

Deixe seu comentário

Leia também