O Globo, o “feminicídio de Dilma” e as operações psicológicas

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Foto e charge publicadas em O Globo

O primeiro princípio da guerra psicológica é nunca repetir o discurso de seu inimigo. O segundo princípio é negar a ele uma plataforma de desinformação. Oferecer uma plataforma a partir de um senso de imparcialidade significa avançar a credibilidade e a legitimidade daqueles que querem solapar nossos movimentos. Jay Taber, no Counterpunch.

Dilma disse que é preciso haver razão para um pedido de impeachment. O Globo, 09.03.2015, em entrevista na qual Dilma acabou dando credibilidade ao debate sobre o impeachment. A foto acima acompanha o texto.

De Jay Taber, em Netwar in the Big Apple, no Counterpunch (tradução parcial):

Guerra psicológica, de acordo com Paul Linebarger da Escola Internacional de Estudos Avançados, é um processo contínuo não controlado por leis, usos ou costumes da guerra — clandestina, muitas vezes disfarçada como a voz de instituições ou da mídia -, uma forma não violenta de persuasão utilizada antes, durante e depois da guerra.

A maior parte dos países, nota Linebarger, sofre de confusão ideológica — uma instabilidade em crenças básicas. “Em estados ansiosos por promover uma mentalidade determinada, o conjunto da população vive sob condições propícias à guerra psicológica. “Aliança numa guerra”, diz Linebarger, “é uma questão de ideologia, não de opinião”. Máquinas de propaganda coordenadas, ele observa, incluem psywar, relações públicas, o noticiário e educação pública. “Psywar”, ele alerta “tem na mídia privada, em uma sociedade aberta, uma fonte constante de novo material que, seletivamente censurado, pode evitar materiais não-governamentais de circular” [Nota do Viomundo: Ele escreve do ponto-de-vista de estados que pretendem controlar a informação]

De Alexander Cockburn, em CNN and Psyops, no Counterpunch (tradução parcial):

A CNN ficou irritada com nossa reportagem na última edição do CounterPunch sobre a descoberta do jornalista holandes Abe de Vries, que relatou a presença de pessoal do Exército na CNN, de propriedade da Time Warner.

[…] De Vries relatou que um punhado de homens do Terceiro Batalhão de Operações Psicológicas, parte do Quatro Grupo de Operação Psicológicas aerotransportado, baseado em Fort Bragg, Carolina do Norte, havia trabalhado na CNN em Atlanta.

De Vries citou o major Thomas Collins, do Serviço de Informação do Exército, que confirmou ao dizer que “pessoal psy-op, soldados e oficiais tem trabalhado no quartel-general da CNN como parte de nosso programa Treinando com a Indústria da mídia. Eles trabalharam como empregados regulares da CNN. Teriam trabalhado em reportagens sobre a guerra de Kosovo. Eles ajudaram na produção de notícias”.

Definição oficial de operações psicológicas do Departamento de Defesa dos EUA:

Operações planejadas para disseminar indicadores e informações selecionadas entre audiências externas para influenciar suas emoções, motivos, raciocínio objetivo e, com isso, o comportamente de governos, organizações, grupos e indivíduos. O propósito das operações psicológicas é induzir ou reforçar atitudes e comportamentos favoráveis aos objetivos de quem as origina.

PS do Viomundo: Não acreditamos que O Globo faça o que faz de forma metódica ou planejada, nem que tenha tido acesso aos manuais do Pentágono. É algo que faz parte do DNA dos irmãos Marinho quando do outro lado está um governo que tenta representar os trabalhadores. Travar a guerra psicológica contra este governo é como uma segunda pele. Que eles fazem direitinho, eles fazem…

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LEONARDO

Curiosas as conclusões dos comentários de FrancoAtirador. Quem se dedica à manipulação das massas são exatamente autores como Marx, Lênin, Gramsci e outros tantos. Basta, em verdade olhar países que adotaram sistemas propostos por pessoas como estas, ou países vizinhos ao Brasil como Venezuela, Bolívia para perceber quem de fato (que tipo de regime ideológico) se apropria dos meios de manipulação midiática. Já dizem os sábios: “atribua ao seu oponentes, os exatos defeitos e ações nefastas que você mesmo pratica”.

Lastimável!

FrancoAtirador

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OS ASSALTANTES DA CONSCIÊNCIA
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A propósito do “Instinto de Manada” vale a pena lembrar
a definição do Fascismo por Ortega y Gasset:
‘um rebanho de ovelhas acovardadas,
juntas umas às outras pêlo com pêlo,
vigiadas por cães e submissas ao cajado do pastor’.
Essa manipulação das massas é o mais forte instrumento
de dominação dos povos pelas oligarquias financeiras.
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Por Mauro Santayana
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Antes que o ministro de Hitler [Joseph Goebbels] cunhasse expressões fortes, como ‘Deutschland, Erwacht!’,
Edward Bernays começava a construir a sua excitante teoria sobre o tema.
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Bernays, nascido em Viena, trazia a forte influência de Freud: era seu duplo sobrinho.
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Sua mãe foi irmã do pai da psicanálise, e seu pai, irmão da mulher do grande cientista. Na realidade, Bernays teve poucas relações pessoais com o tio.
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Com um ano de idade transferiu-se de Viena para Nova Iorque, acompanhando seus pais judeus.
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Depois de ter feito um curso de agronomia, dedicou-se muito cedo a uma profissão que inventou,
a de ‘Relações Públicas’, expressão que considerava mais apropriada do que ‘Propaganda’.
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Combinando os estudos do tio sobre a mente e os estudos de Gustave Le Bon e outros,
sobre a psicologia das massas, Bernays desenvolveu sua teoria
sobre a necessidade de manipular as massas, na sociedade industrial
que florescia nos Estados Unidos e no mundo.
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O texto que se segue é ilustrativo de sua conclusão:
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“A consciente e inteligente manipulação dos hábitos e das opiniões das massas
é um importante elemento na sociedade democrática.
Os que manipulam esse mecanismo oculto da sociedade
constituem um governo invisível, o verdadeiro poder dirigente de nosso país.
Nós somos governados, nossas mentes são moldadas, nossos gostos formados,
nossas idéias sugeridas amplamente por homens dos quais nunca ouvimos falar.
Este é o resultado lógico de como a nossa ‘sociedade democrática’ é organizada.
Vasto número de seres humanos deve cooperar, desta maneira acomodada,
se eles têm que conviver em sociedade.
Em quase todos os atos de nossa vida diária, seja na esfera política ou nos negócios,
em nossa conduta social ou em nosso pensamento ético,
somos dominados por um relativamente pequeno número de pessoas.
Elas entendem os processos mentais e os modelos das massas.
E são essas pessoas que puxam os cordões com os quais controlam a mente pública”.
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Bernays entendeu que essa manipulação só é possível mediante os meios de comunicação.
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Ao abrir a primeira agência de comunicação em Nova Iorque, em 1913 – aos 22 anos – ele tratou de convencer os homens de negócios que o controle do mercado e o prestígio das empresas estavam “nas notícias”, e não nos anúncios.
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Foi assim que inventou o famoso press release. Coube-lhe também criar “eventos”, que se tornariam notícias. Patrocinou uma parada em Nova Iorque na qual, pela primeira vez, mulheres eram vistas fumando.
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Contratou dezenas de jovens bonitas, que desfilaram com suas longas piteiras – e abriu o mercado do cigarro para o consumo feminino.
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Dele também foi a idéia de que, no cinema, o cigarro tivesse, como teve, presença permanente – e criou a “merchandising”.
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É provável que ele mesmo nunca tenha fumado – morreu aos 103 anos, em 1995.
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A prevalência dos interesses comerciais nos jornais e, em seguida, nos meios eletrônicos, tornou-se comum, depois de Bernays, que se dedicou também à propaganda política.
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Foi consultor de Woodrow Wilson, na Primeira Guerra Mundial, e de Roosevelt, durante o “New Deal”.
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É difícil que Goebbels não tivesse conhecido seus trabalhos.
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A técnica de manipulação das massas é simples, sobretudo quando se conhecem os mecanismos da mente, os famosos instintos de manada, aos quais também ele e outros teóricos se referem.
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O “Instinto de Manada” foi manipulado magistralmente pelos nazistas e, também ali, a serviço do capitalismo.
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Krupp e Schacht tiveram tanta importância quanto Hitler.
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Mas, se sem Hitler poderia ter havido o nazismo, o sistema seria impensável sem Goebbels.
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E Goebbels, ao que tudo indica, valeu-se de Bernays, Le Bon e outros da mesma época e de idéias similares.
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A propósito do “Instinto de Manada” vale a pena lembrar a definição do Fascismo por Ortega y Gasset:
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‘um rebanho de ovelhas acovardadas, juntas umas às outras pêlo com pêlo,
vigiadas por cães e submissas ao cajado do pastor.
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Essa manipulação das massas é o mais forte instrumento de dominação dos povos pelas oligarquias financeiras.
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Ela anestesia as pessoas – mediante a alienação – ao invadir a mente de cada uma delas, com os produtos tóxicos do entretenimento dirigido e das comunicações deformadas.
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É o que ocorre, com a demonização dos imigrantes “extracomunitários” nos países europeus, mas, sobretudo, dos procedentes dos países islâmicos.
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Acossados pela crise econômica, nada melhor do que encontrar um “bode expiatório”
– como foram os judeus para Hitler, depois da derrota na Primeira Guerra –
e, desesperadamente, organizar nova cruzada para a definitiva conquista da energia
que se encontra sob as areias do Oriente Médio.
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Se essa conquista se fizer, há outras no horizonte, como a dos metais dos Andes e dos imensos recursos amazônicos.
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Não nos esqueçamos da “missão divina” de que se atribuía Bush para a invasão do Iraque – aprovada com entusiasmo pelo Congresso.
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É preciso envenenar a mente dos homens, como envenenada foi a inteligência do assassino de Oslo – e desmoralizar, tanto quanto possível, as instituições do Estado Democrático – sempre a serviço dos donos do dinheiro.
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Quem conhece os jornais e as emissoras de televisão de Murdoch sabem que não há melhor exemplo de prática das idéias de Bernays e Goebbels do que a sua imensa empresa.
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São esses mesmos instrumentos manipuladores que construíram o Partido Republicano americano e hoje incitam seus membros a impedir a taxação dos ricos para resolver o problema do endividamento do país, trazido pelas guerras, e a exigir os cortes nos gastos sociais, como os da saúde e da educação.
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Essa mesma manipulação produziu Quisling, o traidor norueguês a serviço de Hitler durante a guerra, e agora partejou o matador de Oslo.
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(http://www.maurosantayana.com/2011/07/os-assaltantes-da-consciencia.html)
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FrancoAtirador

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Declaração da Avaaz Sobre Petição que pede o Impeachment da Presidente Dilma Rousseff
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A Avaaz é uma organização cívica com mais de 39 milhões de membros ao redor do mundo.
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A seção Petições da Comunidade no site da Avaaz permite que qualquer membro crie petições sobre qualquer tema que for importante para ele ou ela.
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As opiniões expressadas no site Petições da Comunidade não necessariamente representam a visão da organização ou do restante da comunidade da Avaaz.
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Em maio de 2013, um membro brasileiro da Avaaz criou uma petição pedindo o impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
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A Avaaz é uma comunidade voltada e 100% financiada pelos seus membros.
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Sempre que há discordância entre os membros sobre uma petição considerada polêmica, pedimos que a própria comunidade vote se a petição deve permanecer online ou se deve ser retirada do ar.
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A Avaaz indagou a um grupo representativo dos seus membros brasileiros sobre a petição.
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Os resultados preliminares mostram que a maioria dos membros não apoia tal petição,
mas também acredita que ela não deve ser retirada do ar.
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Essa decisão é consistente com o histórico de nossa comunidade de apoiar
a discussão de temas controversos e dar espaço para o debate deliberativo.
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Portanto, a pesquisa mostra que a comunidade da Avaaz em sua maioria
não apoia uma campanha pelo impeachment da presidente Dilma.
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Somos uma organização democrática, e a maioria dos brasileiros acabou de votar
e re-eleger a presidente Dilma Rousseff.
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De fato, nossa comunidade, que inclui muitos dos eleitores de Dilma e Aécio,
refuta a petição de tal forma que até agora 46% da comunidade solicitou que a petição fosse tirada do ar.
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Entretanto, é preciso o apoio da maioria (acima de 50%) para que qualquer conteúdo da seção Petições da Comunidade seja retirado do ar.
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Para mais informações, por favor entre em contato com [email protected]
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VOTE PELA RETIRADA DA PETIÇÃO FASCISTA GOLPISTA!
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