Mino Carta: A tentativa de incriminar Lula só prova que é o único líder popular brasileiro

Tempo de leitura: 4 min

Lula abre conferência da FAO - Ricardo Stuckert -Instituto Lula

Lula discursou na prefeitura de Roma e na reunião da FAO. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O suicídio dos filisteus

A tentativa de incriminar Lula prova somente a sua condição de único líder popular brasileiro reconhecido mundo afora, como se deu na Itália dias atrás

Mino Carta, em CartaCapital, publicado 15/06/2015 04h44 

Quando Fernando Henrique Cardoso deixou a Presidência da República, o Banco Itaú forneceu-lhe de graça a sede do Instituto que acabava de criar e lhe doou 2 milhões de reais. Outras importantes empresas cuidaram de atapetar suavemente o futuro do ex-presidente, entre elas, Camargo Corrêa (doação de 7 milhões) Odebrecht, Klabin e Gerdau. Sem contar a Sabesp, empresa pública em mãos tucanas (500 mil).

As primeiras páginas dos jornalões negaram-se então a noticiar algo que, de verdade, só ofendia a lei por causa da Sabesp. Ao contrário do que aconteceu na manhã de quarta-feira passada para insinuar a suspeita em relação à doação feita há tempo pela Camargo Corrêa ao Instituto Lula bem como o pagamento de conferências do mesmo Lula, o qual na atividade de palestrante segue o exemplo do seu antecessor.

Recorde-se que durante a ditadura, no seu respeitável Cebrap, FHC contou com o apoio financeiro da Fundação Ford, quem sabe a provar a teoria da dependência. Não é complicado, contudo, entender as razões da diferença de tratamento reservado ao ex-presidente sociólogo e ao ex-presidente metalúrgico. Entram na receita a classe social de um e outro, está claro, bem como seus desempenhos na Presidência. FHC implantou um governo de extremo agrado da casa-grande. Lula, sem deixar de fazer concessões aos graúdos, voltou seus olhos também para a senzala. Por isso, aliás, goza do reconhecimento do mundo, como se deu na sua recente visita à Itália, encerrada dia 8 desta semana.

O Brasil vive em profundo tormento: recessão, desemprego em aumento, criminalidade de proporções bélicas, empresariado frustrado, inquietação política, empreiteiras a risco, mercado prepotente, e assim por diante. Fermentam os temores da minoria privilegiada enquanto a maioria sofre por ora sem a nítida noção de quanto acontece. Às vezes parece surgir em cena uma espécie de sanha suicida, forma aguda de fanatismo do Apocalipse, como se os filisteus tivessem decidido não esperar por Sansão.

Algo mais, de todo modo, precipita pesos e medidas diversos na atenção midiática dedicada a Lula na comparação com outras figuras nacionais, algumas francamente negativas. Discrepância escancarada, provocada, em primeiro lugar, por uma razão do conhecimento até do mundo mineral. O que mais apavora os privilegiados é o retorno de Lula em 2018.

Preocupação dominante, avassaladora. Antes de mirar em Dilma e no PT, visa-se o vencedor de 2002 e 2006, sem atentar para o fato de que o destino de Lula está nas mãos do governo da presidenta e do partido que ele fundou faz 35 anos. E da própria, célebre mosca azul, se as coisas tiverem funcionado a contento antes da hora da decisão.

Apesar de alvejado incansavelmente, Lula é o único, autêntico líder popular brasileiro. Na Itália, onde visitou a Exposição de Milão, conversou com o premier Renzi e com o ex-presidente da República Napolitano, palestrou na prefeitura de Roma aos pés da estátua de Júlio César, e na reunião da FAO, a contar com a presença de 30 chefes de Estado, surgiu como personagem principal, saudado campeão da luta contra a miséria e a fome. Não houve retórica nas manifestações das autoridades e muito menos nos aplausos recebidos pelas ruas.

Nestes dias realiza-se em Salvador o Congresso do PT, o partido que, chegado ao poder, distanciou-se dos propósitos iniciais e se portou igual aos demais em todos os tempos da história republicana. E ali, Lula aparece como o líder habilitado a redesenhar-lhe as feições. Cabe perguntar aos nossos botões, em todo caso, se a chamada democracia partidária ainda se coaduna com as circunstâncias, nem digo da política nacional, mundial é a palavra adequada.

Em Roma, Lula centrou sua fala na prefeitura na democracia participativa, no “diálogo com o povo”, enquanto na FAO acentuou as dificuldade de um governo obrigado a concessões variadas na falta de maioria parlamentar absoluta, forçado, portanto, a alianças nem sempre desejáveis. As ideias expostas pelo ex-presidente são de fato bastante atuais nos debates acadêmicos europeus. O chamado Velho Mundo ainda é o lugar onde vingam ideias novas e percepções mais precisas da realidade, ou menos anacrônicas. Discute-se em torno de uma fórmula batizada “democracia do líder”, encarada como solução possível do problema da governabilidade, a pressionar em todas as latitudes.

Proposta em gestação, CartaCapital ainda falará dela em profundidade, como, entre outras interpretações possíveis, sistema de governo de unidade e salvação nacionais, reunido em torno de uma liderança incontestável. Certo é que Lula continua a desempenhar um papel determinante, como se não bastasse a prova irrefutável de sua importância, representada pela obsessiva tentativa dos porta-vozes da casa-grande de incriminá-lo de alguma forma, de envolvê-lo em tramoias, conchavos e corrupção.

Vibra nos ataques a Lula, a aposta na ignorância, na parvoíce, na ausência de espírito crítico de quem lê e ouve, a fomentar a paroxística situação de extremo maniqueísmo em que nos mergulha o atentado diuturno à razão dos iluministas. Resulta disso tudo a intolerância irremediável, a impossibilidade de diálogo, de qualquer tentativa de entendimento, ao sabor de uma navegação oposta àquela desejável para o bem do País.

Leia também:

Malafaia e Feliciano reinventam os tribunais inquisidores 


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Messias Franca de Macedo

[… E TEM MAIS ‘PEDALEIROS NO TCU’]

(…)
O discursos oposicionista também contaminou, dias antes do início da Copa, o presidente do TCU, ministro Augusto Nardes. Em entrevistas, Nardes havia afirmado que o Brasil ia passar “vergonha” porque havia cidades que não estavam preparadas para receber os cidadãos.
Augusto Nardes começou a carreira política em 1973, como vereador, pela extinta Arena. Desde então, foi deputado estadual pelo PDS, deputado federal pelo PPR, depois pelo PPB e pelo PP. Renunciou ao cargo em 2005 para assumir o cargo no TCU.
Dos nove ministros do tribunal, três deles vieram do DEM, um do PSDB e dois são íntimos de parlamentares do PMDB (próximos da ala de Pedro Simon). Um dos ministros foi indicação do PP. Outros dois têm procedência de carreira técnica.
O ex-presidente do tribunal Ubiratan Aguiar era ninguém menos do que um ex-deputado do PSDB do Ceará, próximo ao ex-senador Tasso Jereissati. Além de José Jorge, o ministro do TCU Aroldo Cedraz, da bancada de ACM, também é originário do DEM. Atualmente, o TCU ganhou uma nova integrante, a ministra Ana Arraes, mãe do governador Eduardo Campos (PSB).

Por conspícua jornalista Helena Sthephanowitz

Em ‘Procedência partidária de ministros põe em xeque isenção do TCU’

publicado 16/07/2014 16:41

FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2014/07/tcu-aparelhado-pela-oposicao-quer-investigar-agora-o-que-nao-fez-em-2011-1374.html

Messias Franca de Macedo

[AINDA SOBRE ‘AS PEDALADAS DO TCU’!]

Procedência partidária de ministros põe em xeque isenção do TCU
Composição do órgão dá margem para insegurança técnica. E decisões movidas por interesses partidários, como atrasar o andamento de obras do PAC, podem estar acima de interesses nacionais

por conspícua jornalista Helena Sthephanowitz publicado
16/07/2014 16:41

(…)
O ministro José Jorge, por exemplo, sempre foi filiado ao antigo PFL, hoje DEM. Ex-senador do DEM de Pernambuco, José Jorge compôs a chapa PSDB-PFL como vice de Geraldo Alckmin, quando concorreu à Presidência da República em 2006.

Ministro do apagão

José Jorge, ex-líder da oposição no Senado, foi ministro de Minas e Energia (2001-2002) na gestão de Fernando Henrique Cardoso. No cargo, enfrentou a crise do apagão. Marcaram sua passagem pelo ministério de FHC medidas para forçar os brasileiros a racionar energia. A partir de 1º de julho de 2001, os consumidores tiveram de cortar 20% do consumo de eletricidade, caso contrário, sofreriam aumento do valor da tarifa.
(…)
O senador Marco Maciel (ex-PFL, atual DEM-PE) sucedeu Cavalcanti no governo de Pernambuco e convidou José Jorge a ocupar a pasta da Habitação (1979-1982). Depois disso, Jorge foi eleito deputado federal por quatro mandatos consecutivos.

FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/20

14/07/tcu-aparelhado-pela-oposicao-quer-investigar-agora-o-que-nao-fez-em-2011-1374.html

República de ‘Nois’ Bananas ‘Pedalantes’
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

Messias Franca de Macedo

‘AS PEDALADAS DO TCU’ “do Aroldo Cedraz”

Da Série ‘Quem vigia o vigia?!’!
ENTENDA]

Está tudo dominado: no Tribunal de Contas, cabrito toma conta da horta

13/03/2013 às 14:00

Amigas e amigos do blog, certos textos não precisam de comentário algum. Falam por si, como este sobre o Tribunal de Contas da União,
supostamente um dos guardiões do bom uso do dinheiro público. Por jornalista Ricardo Setti

FONTE, pasme: http://veja.abril.com.br/blog/…

    Messias Franca de Macedo

    CONHECENDO [MAIS] UM POUCO “O TCU DAS PEDALADAS DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEF”!

    Enquanto ‘O bolivariano PT da Governança’ parece continuar a acreditar no nosso republicanismo de araque e na nossa (sub)democracia de fachada!

    ###############

    O advogado baiano Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, enviou um pedido para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para saber se foi citado nas investigações da Operação Lava Jato, especificamente na delação premiada do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa.
    (…)
    Tiago Cedraz, que tem um dos maiores escritórios do Brasil, sediado em Brasília, tem como clientes políticos e empresários, como Daniel Dantas, tem influência no Solidariedade e é ligado ao líder Paulinho da Força. Ele se colocou também à disposição de Janot para prestar esclarecimentos. Já Aroldo Cedraz é ex-deputado federal pelo PFL e foi chefe da Casa Civil na prefeitura de Salvador durante a gestão de Fernando José.

    CACHOEIRA – perdão, ato falho -, FONTE: http://www.bahianoticias.com.br/noticia/174035-tiago-cedraz-questiona-ao-supremo-se-foi-citado-na-lava-jato.html

Messias Franca de Macedo

… [Mais] Uma “barrigada” da ‘Folha’!

http://jornalggn.com.br/noticia/torcida-da-folha-nao-e-suficiente-para-tcu-julgar-as-pedaladas

Messias Franca de Macedo

… Realmente, o Partido dos Trabalhadores aparelhou o Estado!
Como fazem todo e qualquer partido político no mundo!
A bem da verdade, entronado no poder Central, o mesmo Partido dos Trabalhadores – transmutado em ‘bolivariano’ (sic) – também aparelhou o ‘microSTÉRIO’ Público, a Polícia Federal, ‘o STF do Mentirão’… O Tribunal de Contas da União.
(O TCU das ‘pedaladas seletivas’!)
Coitado!
Do ‘bolivarianismo’!
Do ‘bolivarianismo’ do PT!

República de ‘Nois’ Bananas “Bolivarianos”
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

FrancoAtirador

.
.
UM INOCENTE EM FUGA PARA O EXÍLIO
.
16 Junho, 10:12 • Roma • ZBF
Agência Italiana de Notícias = ANSA
.
Parlamentares da Comissão dos Direitos Humanos do Senado da Itália
apelaram ao Ministro da Justiça Italiano para Impedir Extradição de Pizzolato
.
(ANSA) – Os Senadores Italianos Cecilia Guerra e Luigi Manconi
fizeram um apelo nesta terça-feira (16) para que o Ministro da Justiça da Itália,
Andrea Orlando, evite a extradição ao Brasil do ex-diretor de Marketing do BB
Henrique Pizzolato, condenado no processo do chamado ‘mensalão’.
.
“Já foi comprovada que a condição das prisões brasileiras é desumana.
As garantias do Brasil não bastam e não devem ser suficientes”,
disse Manconi, que é Presidente da Comissão de Proteção
dos Direitos Humanos do Senado Italiano.
.
Nesta terça-feira, e mulher de Pizzolato, Andrea Haas, e seus advogados
disseram que o processo judicial do mensalão teve motivação política
e que o ex-direitor de Marketing foi usado como “bode expiatório”.
.
Ontem [15], o Conselho de Estado da Itália suspendeu pela terceira vez a extradição de Pizzolato.
.
Em audiência, os juízes aceitaram um recurso da defesa e agendaram para o próximo dia 23 uma nova sessão para decidir o futuro do brasileiro, que tem cidadania italiana.
.
O Governo Italiano havia autorizado a repatriação de Pizzolato a partir de ontem,
quando começaria a correr um prazo de 20 dias para as autoridades brasileiras buscarem o condenado.
.
A defesa de Pizzolato alegou que seu cliente seria enviado
para a “ala de vulneráveis” do presídio da Papuda, em Brasília,
e que isso feriria a legislação e as garantias de segurança dadas pelo Brasil.
.
O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e sete meses de detenção por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.
.
Após a sentença, Pizzolato fugiu para a Itália, onde foi preso por portar documentos falsos.
.
Desde fevereiro de 2014, o Brasil tenta extraditá-lo para que cumpra a pena no país.
.
(http://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/italia/noticias/2015/06/16/Senadores-italianos-tentam-impedir-extradicao-Pizzolato_8566272.html)
.
.
16 Junho 2015 | 20h 08
.
Entrevista: ANDREA HAAS
.
Andrea Haas, Esposa de Henrique Pizzolato, participou, nesta terça-feira (16),
de uma Coletiva de Imprensa organizada por Parlamentares Italianos
da Comissão de Proteção dos Direitos Humanos do Senado da Itália
para discutir o caso da Extradição para o Brasil do ex-diretor do Banco do Brasil.
.
“Para mim é terrível pensar que Henrique possa ser extraditado
e tenha que pagar sua pena numa penitenciária brasileira.
O Processo pelo qual foi condenado foi um processo
Político-Mediático que tinha Lula como Adversário.”
.
“O Brasil, quando fez o julgamento (do ‘mensalão’),
não respeitou a lei que garante a qualquer cidadão
o direito de apelar de uma decisão.
O País agora ofereceu um simples cela, uma ala de vulneráveis,
que são 12 mil detentos, cuidados por 1200 guardas carcerários.
É impossível existir um oásis dentro de um inferno.
O pior é que o Brasil está oferecendo uma garantia
que é ilegal, é inconstitucional.”
.
Por Janaina Cesar, especial para O Estado de São Paulo (OESP)
.
OESP – Logo no início do processo de extradição, no ano passado,
a senhora disse que acreditava na Justiça italiana. Ainda acredita?
.
Andrea Haas – Nós acreditávamos na Justiça italiana, mas estamos lutando contra gente muito poderosa. Os dois países estão prontos para sacrificarem, com uma assinatura, o direito e a vida de Henrique.
.
OESP – Como a senhora está vivendo com essa possibilidade de Pizzolato ser extraditado?
.
Andrea Haas – Como disse antes, para mim é terrível pensar que Henrique
possa ser extraditado e tenha que pagar sua pena numa penitenciária brasileira.
O processo pelo qual foi condenado foi um Processo Político-Mediático
que tinha Lula como adversário.
.
OESP – Durante a audiência com parlamentares italianos,
a senhora falou que o seu marido foi pego como ‘bode espiatório’.
.
Andrea Haas – Na época se buscava a origem do dinheiro que financiou
os parlamentares para votarem nas leis de interesse do governo Lula.
Na CPMI (dos Correios) foram investigadas várias empresas públicas e privadas,
inclusive a Brasil Telecom, que por sinal é italiana.
Em relação ao Banco do Brasil, pensaram somente no Pizzolato,
como se ele fosse o dono do banco, isso para poderem dizer que o dinheiro
que serviu para pagar os parlamentares era um dinheiro público.
Essa é a maior Mentira!
Pizzolato foi usado como bode espiatório para (proteger) essas outras empresas
que estavam sendo investigadas, e quem sabe até a Petrobrás…
O próprio BB diz que o dinheiro não era de um fundo público.
.
OESP – Sobre essa questão que foi levantada agora pela defesa de Pizzolato,
a ala de vulneráveis, por que está sendo questionada?
.
Andrea Haas – A ala de vulneráveis tem uma ação no Brasil.
O Brasil, quando fez o julgamento (do ‘mensalão’), não respeitou a lei
que garante a qualquer cidadão o direito de apelar de uma decisão.
O País agora ofereceu um simples cela, uma ala de vulneráveis, que são 12 mil detentos,
cuidados por 1200 guardas carcerários. É impossível existir um oásis dentro de um inferno.
O pior é que o Brasil está oferecendo uma garantia que é ilegal, é inconstitucional.
.
OESP – A senhora diz que o dinheiro não era público, e sim privado. Mas o ponto é: esse dinheiro que saiu do banco foi usado para corromper?
.
Andrea Haas – A Dona do Dinheiro, a Visanet, que é uma Empresa Privada,
disse que o valor de R$ 73 milhões foi totalmente empregado
em Campanhas de Publicidade de Cartões de Crédito da Marca Visa.
Como é que um dinheiro serve para duas coisas ao mesmo tempo,
pagar propina e campanhas publicitárias?
.
OESP – Na época do mensalão, o PT defendeu publicamente os políticos que foram alvo do processo. Como o partido se posicionou em relação a Pizzolato?
.
Andrea – Eles o esqueceram. Esse PT que não defende mais a justiça e os oprimidos, que está lá só para se manter no governo, esse PT nunca defendeu Pizzolato.
Mas ainda existe aquele lado do PT feito de pessoas que acreditam na velha ideologia do partido, que sabem que Pizzolato foi injustiçado.
.
OESP – Quando é que vocês começaram a arquitetar a fuga de Pizzolato?
.
Andrea Haas – Não é uma questão de arquitetar. É muito simples.
Em 2005, quem administrativa o dinheiro da Visanet era a Diretoria de Varejo.
Henrique foi chamado na CPMI e não sabia nada da questão da Visanet.
Isso porque a Diretoria de Varejo também fazia parte da Diretoria de administração da Visanet.
Eram eles que detinham todas as informações a respeito do fundo Visanet.
E nenhum deles foi chamado para depor na CPMI.
O Henrique teve que estudar para saber o que falar.
Era a Diretoria de Varejo que recebia a informação do valor que o Fundo Visanet
estava disponibilizando para o Banco do Brasil e que decidia
de que forma esse dinheiro deveria ser usado dentro do Banco.
É uma coisa tão absurda: de duas empresas como o BB e a Visanet,
somente Henrique foi chamado para dar explicação.
.
OESP – Foi aí que começaram a entender que “sobraria para vocês”?
.
Andrea Haas – Depois, a forma como foi apresentada a denúncia pelo Ministério Público,
pelo Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, foi totalmente seletiva.
Ele se referia a outros funcionários coniventes que nunca foram chamados para depor,
a ponto de que foi aberto um outro processo, em primeira instância,
para investigar esses outros funcionários, e isso foi mantido em segredo.
Toda a sequencia dos acontecimentos era totalmente irregular, ilegal,
pessoas comuns foram denunciadas pelo Supremo.
A questão do Joaquim Barbosa, o mesmo juiz que cumpriu o papel de investigador
e depois julgou, ele que apresentou o relatório, isso é contra o princípio do juízo imparcial.
O Henrique esperava pela justiça porque tinha muitos documentos
que comprovavam a inocência dele, ele acreditava que seria (inocentado),
mas depois começou a desconfiar porque ninguém veio conversar com ele,
nem do partido, sobre o que estava acontecendo, qual era a história verdadeira.
Quando uma pessoa faz atos inesperados é porque se sente sozinha ou porque tem medo.
.
OESP – Pizzolato votou usando o nome do irmão nas eleições do Rio de Janeiro?
.
Andrea Haas – Eu não sei. Mas que diferença faz?
.
OESP – Faz toda a diferença. O que chega à opinião pública é isso: Henrique Pizzolato se diz inocente, mas falsificou o passaporte usando o nome do irmão morto, votou nas eleições do Rio usando o documento falso e fugiu do País. Se ele é inocente, por que planejou essa fuga? Por que não ficou no Brasil para se defender?
.
Andrea Haas – Pizzolato foi condenado por um tribunal que não permitiu que se defendesse,
que não lhe deu direito ao apelo, nem direito aos embargos infringentes,
porque não se podia questionar documentos.
Como é quem uma pessoa vai ficar num país
onde ela não tem mais nenhuma alternativa para provar sua inocência?
O mesmo vale para a revisão criminal. Para que pedir? Para ser votada pela mesma corte?
Isso, aqui na Itália, ninguém consegue entender.
Foi a primeira vez que o Supremo Tribunal Federal assumiu a questão da execução penal.
.
OESP – Como vocês fazem para se manter aqui na Europa. Dizem que estão gastando o dinheiro da propina que Pizzolato recebeu.
.
Andrea Haas – O Henrique recebe uma aposentadoria do Banco do Brasil,
eu também sou aposentada e tem meu pai que nos ajuda.
Diferentemente do que achava, os honorários de um bom advogado aqui na Itália
são inferiores aos de um bom advogado no Brasil.
.
OESP – Pizzolato recebeu propina?
.
Andrea Haas – Não! Veja bem, a pessoa para ser subornada
tem que ter o poder para fazer alguma coisa.
A acusação dizia que o Pizzolato havia favorecido a agência DNA por dois motivos.
Um era porque tinha assinado a prorrogação do contrato com a agência.
Esse contrato foi assinado no ano de 2000 pelo então Diretor de Marketing Renato Naesio,
e foi prorrogado por ele dois vezes.
A terceira prorrogação foi assinada por Pizzolato, mas não foi ele quem decidiu fazer essa prorrogação.
Quem decidiu fazer essa prorrogação foi o Conselho Administrativo do Banco do Brasil.
O Conselho Administrativo do Banco do Brasil é composto pelo Presidente
e por Sete Vice-Presidentes e foi assinado dia 11 de fevereiro.
Pizzolato entrou na direção de marketing dia 17 de fevereiro
e o contrato foi renovado em março.
Pizzolato simplesmente obedeceu a ordem de seus superiores.
Como é que se pode dizer que ele recebeu propina se não era nem ele que fez o que disseram.
As acusações também diziam que Pizzolato fez antecipações
com dinheiro público do BB para Visanet. Primeiro, antecipação não é crime;
segundo, quem determinava pagamentos com dinheiro da Visanet não era Pizzolato,
era o Gestor do Fundo Visanet, um funcionário da Diretoria de Varejo,
que apresentava um documento na Visanet solicitando pagamento para a DNA;
e a Visanet, de acordo com seu próprio regulamento,
tinha poder para dizer sim ou não ao pedido do Gestor.
Quem deveria ter sido investigada era a Diretoria de Varejo.
.
OESP – Vocês já entraram com recurso no Tribunal Europeu de Direitos Humanos?
.
Andrea Haas – Ainda não. O que fizemos foi informar a Corte Europeia dos acontecimentos jurídicos que envolvem o caso.
.
oesta.do/1GXL39S
.
.

Vinicius

As forças conservadoras se fortaleceram muito de 2013 pra cá como podemos ver na composição do congresso,com muitos nomes retrógrados.

E as investidas tentado alijar Lula de 2018 só mostram que apesar do crescimento inegável,eles não estão muito seguros de que possam vencer em 2018. Caso contrário,não teriam posto fim a reeleição recentemente se tivessem alguma garantia mais sólida de que Lula não pudesse ter chances reais de voltar a Presidência.

Mas isso não serve pra que as forças progressistas continuem amuadas. Elas precisam reagir logo a essa ofensiva conservadora.

Urbano

E normalmente são bandidos dos mais escroques da oposição ao Brasil a apontar para o Eterno Presidente Lula, o Justo…

paulo leal

está estória de ter minoria e de fazer conchavos para governar é que eu chamaria de parvoíce, pois o governo tem de governar com o povo e não para uns poucos politiqueiros. É difícil, mentira, o governo tem a hora que quiser para usar a midia e jogar para o povo decidir os seus projetos, gasta-se horrores de milhoes de reais para propagandas em jornais, tv, revistas e demais meios para quê? quero ver se a população estando de acordo com o que o governo deseja os deputados/senadores serão contra. Pare, Dilma, de decidir com o congresso, decida com o povo e não precisarás nem ter representatividade no congresso.

FrancoAtirador

.
.
É Possível Moralizar o Capitalismo?
.
Por Yvon Quiniou (*), no LMD
.
O neoliberalismo operou a separação entre a economia e a política, protegendo os operadores da economia de qualquer controle.
Se a política for definida como a defesa do interesse comum, como conciliar os interesses privados e o bem comum?
.
Não estaria na hora de moralizar o capitalismo?
No auge da crise, essa indagação foi levantada pelos nossos dirigentes, por Nicolas Sarkozy em primeiro lugar, ou seja, por aqueles que se dedicavam anteriormente a uma apologia inconsiderada do liberalismo, o qual supostamente representaria o “final (feliz) da história”.
.
Formulada dessa maneira, a questão fica enviesada:
se ele precisa ser moralizado, é porque o capitalismo é imoral;
se isso pode ser feito, é porque ele não é intrinsecamente imoral em suas estruturas.
Apenas os seus excessos seriam questionados.
.
O economista ultraliberal Friedrich Hayek já havia enunciado esta ressalva no século XX1:
somente um comportamento individual intencional poderia ser qualificado de justo ou injusto –
este não pode ser o caso de um sistema social que, como tal, não existe por efeito da vontade de ninguém.
Isso conduz Hayek a recusar o próprio conceito de “justiça social”, o qual considera absurdo,
já que este julga o que não pode ser julgado:
“Não existe critério algum por meio do qual nós poderíamos descobrir
o que é ‘socialmente injusto’ porque não existe um sujeito por quem essa injustiça poderia ser cometida”, escreve o autor.
.
Esta tese encontrou recentemente uma nova juventude por intermédio de André Comte-Sponville
em seu livro Le Capitalisme est-il Moral?– Será o Capitalismo Moral? –
cujo sucesso midiático, mesmo o seu conteúdo sendo questionado pela crise,
traduz bem a preponderância da Ideologia Liberal.
.
Ao estabelecer distinções, no âmbito da vida social, entre a ordem científico-técnica,
a ordem jurídico-política, a ordem moral e a ordem ética (que ele define pelo amor),
ele inclui a economia na primeira:
‘A moral não tem pertinência alguma para descrever ou explicar qualquer processo que se desenrole nesta primeira ordem. Isso vale, em particular, para a economia que dela participa’, afirma.
.
A moral aparece então numa posição de exterioridade,
o capitalismo situando-se fora de campo:
nem moral nem imoral, mas sim amoral.
Isso não significa que a moral não possa intervir –
não há mais ninguém que se atreva a sustentar posição tão radical.
Mas ela só pode intervir à margem, por meio da política e do Direito,
para atenuar seus malefícios sem poder suprimir suas causas
e, sobretudo, sem ter obrigação de fazê-lo.
O capitalismo pode ser injusto, reconhece o autor,
como é a natureza na distribuição dos talentos entre os homens,
mas certamente não imoral e, portanto, ele não precisa sofrer mudanças fundamentais.
.
A sua Justificação baseia-se num Erro de Marca Maior:
ao integrar a economia à ordem da ciência e da técnica, efetivamente neutra moralmente,
eles esquecem o que as separa fundamentalmente.
.
A Ciência e a Técnica (com as quais a Economia está evidentemente articulada)
não passam de Meios, e somente o seu uso social pode ser julgado.
.
Assim, uma nova técnica de produção que aumente a produtividade do trabalho
não é, em si, portadora de desemprego nem, portanto, nociva;
ao contrário, ela permite diminuir o tempo de trabalho
e, com isso, a pena [o sofrimento físico] dos homens:
pode-se produzir a mesma quantidade em menos horas, com os mesmos trabalhadores;
ou ainda, ela dá a possibilidade de remunerar melhor os assalariados,
em função dos ganhos de produtividade.
.
Portanto, seu valor reside no uso que dela é feito.
.
Por oposição – no que vem a ser o grande ensinamento de Marx,
este esquecido das teorias econômicas oficiais até a crise recente –
a economia é constituída por práticas pelas quais alguns (os capitalistas)
se comportam de certa maneira para com outros (os operários ou os diferentes assalariados) –,
explorando-os ao submetê-los a cadências infernais, demitindo-os sob pretexto de competitividade,
ou opondo-os uns aos outros por meio de uma cultura do resultado ou de novas regras de gestão empresarial.
.
Tudo isso não diz respeito à técnica nem à ciência, mas sim a uma Prática Social
que organiza o trabalho, que é concebida dessa forma
com Base em Objetivos Mercantis (o Lucro)
e que, portanto, se oferece por definição ao julgamento moral:
prática humana ou desumana, prática moral ou imoral.
.
Marx havia claramente compreendido isso, quando afirmou
que “a Economia Política não é a Tecnologia”.
.
É o tipo de realidade geralmente atribuído à economia que deve ser recusado:
uma realidade objetiva e absoluta, decretada como sendo independente dos homens
e submetida a leis implacáveis, análogas àquelas da natureza
e que, obviamente, não deveriam ser julgadas.
.
Não se critica a lei da queda dos corpos…
mesmo que ela possa causar danos ocasionalmente!
.
Essa Deformação Intelectual tem um Nome: “Economicismo”.
.
Este último consiste não só em erigir a atividade econômica num valor primordial, ao qual todos os outros devem estar subordinados, como também em considerar que seus processos sejam subtraídos à responsabilidade da política.
.
Existem efetivamente leis da economia capitalista, mas elas são estritamente internas
a certo sistema de produção regido pela propriedade privada;
podem ser alteradas e até mesmo, em princípio, abolidas, caso o sistema seja mudado.
.
Isso significa que as chamadas “leis econômicas” são diretamente submetidas
à legislação da moral, como tudo que se refere à prática.
.
É por esta razão que a própria “ciência econômica” não poderia ser uma ciência pura, virgem de julgamentos de valor: como as ciências sociais em geral e em decorrência da natureza do seu objeto – nela, pessoas estão envolvidas –, ela lança mão de valores, ao menos implicitamente; ela lida com a atividade humana e orienta a análise do real num ou noutro sentido, que pode ou não ser aprovado.
.
O economista americano Albert Otto Hirschman apontou claramente esse processo:
‘A moralidade (…) tem seu lugar no centro do nosso trabalho,
com a condição que os pesquisadores em ciência social estejam moralmente vivos’;
com isso, ele manifesta o desejo de que as preocupações morais sejam
explícita e conscientemente assumidas pela ciência social –
reverenciando Marx quando este afirma, nos Manuscritos de 1844,
que a economia é “uma ciência moral real, a mais moral das ciências”.
.
É preciso admitir que, Distinta da Ética e envolvendo as Relações com Outrem,
esta Moral deve aplicar-se a Todos e, portanto, às Relações Sociais em sua Globalidade,
ou seja, à Vida Política (Instituições), Social (Direitos Sociais) e Econômica.
.
É esta proibição que precisa ser levantada,
de modo que se possa planejar uma Política Moral
que seja também uma Economia Moral, a saber,
uma Política que realize os Valores da Moral,
inclusive no Campo Econômico.
.
Mas quais Valores e, portanto, qual Política?
.
Kant nos diz que é o Critério do Universal que comanda Respeitar o Outro
e Não Fazer Dele um Instrumento, e que exige Promover sua Autonomia.
.
Ele exige que nós suprimamos a Dominação Política
(isso está em parte realizado
por meio das Instituições Democráticas),
a Opressão Social (em parte realizado pelos Direitos
que o Movimento Operário conquistou desde o século XIX),
mas também, na mesma proporção, a Exploração Econômica:
isso ainda está por ser alcançado.
.
De fato, a Moralização do Capitalismo revela-se rigorosamente Impossível,
já que este, que é Imoral em Si, se põe a Serviço de Alguns,
Instrumentalizando os Trabalhadores e Negando sua Autonomia.
.
Exigir sua Moralização deveria conduzir, na realidade,
a exigir sua Supressão, por mais Árdua que seja essa Tarefa.
.
(*) Yvon Quiniou é filósofo.
Autor de “L’Ambition Morale de la Politique. Changer l’Homme?”, Editora L’Harmattan. (http://abre.ai/yvon-quiniou)
.
(http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=729)
.
.

PAULO ROBERTO LULA DA SILVA ROUSSEF

Companheiros, a direita reacionária e conservadora e a mídia golpista estão em pânico porque sabem que a eleição de 2018 já está decidida , pois será Lula de novo, eles não tem candidato, eles não tem projeto (dito por eles), eles não tem afinidade com o povo, portanto, podem tentar elaborar uma candidatura para 2022!E, em 2018 é o Lula de novo com a força da Dilma e do povo!!!

    lulipe

    Poderia me passar os números da mega-sena do próximo concurso, Paulo??

    Vinicius

    As forças conservadoras se fortaleceram muito de 2013 pra cá,como podemos ver na composição do congresso,com muitos nomes retrógrados.

    E as investidas tentado alijar Lula de 2018 só mostram que apesar do crescimento inegável,eles não estão muito seguros de que possam vencer em 2018. Caso contrário,não teriam posto fim a reeleição recentemente se tivessem alguma garantia mais sólida de que Lula não pudesse ter chances reais de voltar a Presidência.

    Mas isso não serve pra que as forças progressistas continuem amuadas. Elas precisam reagir logo.

    Julio Silveira

    Vinicius, a direita não cresceu por ela simplesmente. Foi-lhe concedido espaço por causa de uma visão incompetente que se criou na cidadania, uma visão distorcida de que são todos iguais, tudo a mesma coisa. E, se são todos a mesma coisa, neste caso a melhor escolha sempre recai no original. O principal partido do governo, o “da esquerda possível”, mimetizou com a direita, confundindo o “quengo” de muitos eleitores nacionais, gente que viveu e vive sob forte influencia, não combatida, de oligarquias. Muitas dissimuladas na sociedade sob o manto de grupos empresariais. Não houve ruptura cultural. Muitos dos próprios tipicos eleitores do partido do governo, não podem ser contabilizados como tal, face seu farto fardo cultural reacionário que os transformaram em inimigos de sí próprios. Por isso é estranho esse estranhamento vindo dos artífices, dos construtores políticos da chamada esquerda. Não reconhecer esses fatores nas suas estratégias de afirmação politica é realmente estranho, incompetencia? Ou maquiavelismo? Não devemos estranhar a mudança de quem buscava uma alternativa aos fracassos nacionais, causados pela permanente apropriação com a continua precarização do estado, feitos pela direita. Ao adotar as oligarquias causadoras desse estado de coisas, de certa forma desautorizaram esses a pensar ser possivel mudar de rumos. Isso justificou a perda de sintonia com muitos dos que lhes davam votos de confiança, e confiança meu caro é um bem precioso. Ignoraram que a cidadania Brasileira ainda está em construção, ignoraram os anos e anos de lavagem cerebral, inclusive, os próprios da pensadores da esquerda possível deram curso a isso, elegendo representações e parcerias
    que apenas se representam, com base em discursos discumpridos a cada eleição, em muitos casos nisso também imitados pela esquerda que se contamina com base no dircurso das necessidades do poder, o que transforma a politica no pior tipo de politica, na que o cidadão perde a fé de que venha dela, e da democracia, a solução de seus problemas. Lembra-se do que falei mais acima no texto? Sobre a originalidade? Pois é meu caro, na politica, para ser considerado sério, cada um deve ficar em seu quadrado.

Deixe seu comentário

Leia também