Messer diz que entregava pacotes de dólares aos Marinho. O MPF vai investigar?

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Da Redação

Em um dos anexos de sua delação premiada, o doleiro dos doleiros Dario Messer disse que entregava dólares à família Marinho na sede da TV Globo, no Rio de Janeiro.

De acordo com a revista Veja, de duas a três vezes por mês Messer entregava pacotes com valores que variavam de U$ 50 mil a U$ 300 mil, destinados a Roberto Irineu e João Roberto Marinho.

O dinheiro, segundo a delação, era compensado pelos Marinho no Exterior.

Em nota, a Globo disse que “Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm e nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior”.

 Não foi bem esta a acusação feita por Messer.

O doleiro disse que sua relação com os Marinho começou nos anos 90, através de Celso Barizon, que seria o gerente da conta da família no Banco Safra, em Nova York.

A pergunta é: o MPF vai investigar?

Outro trecho da delação de Messer já foi antecipadamente arquivado pela Procuradoria Geral da República: aquele em que o doleiro disse ter pago propina de cerca de U$ 50 mil mensais ao procurador Januário Paludo.

Investigador sênior da Operação Lava Jato em Curitiba, Januário atuava — sempre de acordo com Messer — para livrá-lo de investigações.

As investigações sobre a TV Globo e a família Marinho jamais avançaram no campo criminal.

A família pagou cerca de R$ 1 bilhão em multa, tirando proveito de uma medida provisória, anos depois de ser flagrada pela Receita Federal sonegando impostos na compra dos direitos da Copa do Mundo através de um esquema envolvendo empresas de fachada em refúgios fiscais.

Não houve consequências penais porque o processo foi furtado de uma sede da Receita no Rio de Janeiro por uma auditora, dias antes de ser remetido para o Ministério Público — e teve de ser refeito.

No julgamento do Fifagate, em Nova York, o delator argentino Alejandro Burzaco disse que a Globo pagava propinas a cartolas por direitos de transmissão do futebol através da empresa Globo Overseas, baseada em Amsterdã, na Holanda.

A Globo nega.

A investigação dos promotores norte-americanos segue.

Na Operação Lava Jato, ao fazer busca e apreensão na sede da empresa Mossack & Fonseca, na avenida Paulista, em São Paulo, policiais federais encontraram anotações com indícios de que a filha de João Roberto Marinho, Paula, pagava anuidades para manutenção de três empresas de fachada no Exterior, baseadas em Nevada (Estados Unidos), Panamá e Ilhas Seychelles: Vaincre, A Plus e Juste.

A informação sobre a neta de Roberto Marinho foi divulgada com exclusividade pelo Viomundo.

Uma das empresas, a Vaincre LLC, tinha como endereço de correspondência no Brasil a rua Bulhões de Carvalho, 296, apartamento 610. Era o mesmo endereço de correspondência de uma sociedade entre João Roberto e a filha, a FN5 Participações Ltda.

Quando eram casados, Paula e o ex-marido Alexandre assumiram o controle do estádio de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas, sem concorrência pública.

O estádio recebeu grandes investimentos públicos para os Jogos Panamericanos e as Olimpíadas, mas continua sob controle privado.


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Comentários

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marcio gaúcho

Os Marinho mandam na política, na justiça e na polícia. Mandaram retirar da delação de Messer a informação que envolve a famiglia. Manda quem pode, obedece quem precisa. Não haverá investigação alguma e os policiais que incluíram a informação na delação serão punidos exemplarmente. No Brasil, é assim que as coisas funcionam.

Zé Maria

Grupo Globo + Lava-Jato = “Capitalismo de Compadrio” como diria o DD.

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