Mercadante ataca Armínio Fraga: “Desemprego e arrocho”

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MERCADANTE: EMPREGO NÃO É SUBPRODUTO DA POLÍTICA ECONÔMICA, É PRIORIDADE

da campanha de Dilma Rousseff, via e-mail

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, se licenciou do cargo na última semana para integrar a coordenação da campanha da presidenta Dilma Rousseff à reeleição.

Com uma visão clara sobre a importância de manter o emprego dos trabalhadores brasileiros, Mercadante conta que hoje, no cenário internacional, o Brasil é um País com qualidades incomparáveis: “Nós somos a 7ª economia do mundo, nós criamos um mercado de consumo de massas que poucos países têm nessa crise, mantendo o emprego e a renda dos trabalhadores brasileiros”, lista o ministro.

Desde o início do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, já foram criados no Brasil 20,6 milhões de novos empregos formais.

Somente no governo Dilma já foram abertos mais de 5 milhões de novos postos de trabalho com carteira assinada. Mas em 2002, no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, o Brasil tinha o segundo maior volume de trabalhadores desempregados do planeta, perdendo apenas para a Índia.

Segundo Mercadante, isso acontecia porque o PSDB nunca teve compromisso em colocar o fator social como eixo estruturante do desenvolvimento econômico.

“Em nosso governo, o emprego não é um subproduto da política econômica, não é uma variável de ajuste, é uma meta estratégica, é uma prioridade na nossa concepção de política econômica”, diz o ministro; e compara com a política praticada pelo PSDB: “Nunca tiveram essa visão, nunca acreditaram na ideia de criar um amplo mercado de consumo de massas e mudar o modelo do desenvolvimento do Brasil”, critica.

“Hoje, temos o ponto de vista social como uma grande prioridade estratégica. Eles foram contra essas políticas sociais a vida inteira e agora dizem que vão manter, mas nunca fizeram. E o que eles dizem que vão fazer na economia não sustenta as políticas sociais que nós colocamos”, pondera.

E questiona: “O Armínio Fraga (presidente do Banco Central no Governo do PSDB) fez taxas de juros de 45%, entregou o governo com uma taxa de juros de 25% ao ano, porque fez arrocho monetário. Agora ele está propondo um arrocho de 3% do PIB de aumento do superávit. Esse percentual do PIB equivale a R$ 150 bilhões no gasto público. Se não for aumentar a carga tributária, o que vai ser cortado, se não as políticas sociais?”.

Inflação

Aloizio Mercadante afirma que esta eleição presidencial tem um significado importante, pois está possibilitando que os brasileiros comparem os oito anos do governo do PSDB com os 12 anos do governo do PT, especialmente seus feitos e propostas nos âmbitos da economia e das políticas sociais. E exemplificou comparando a inflação nos dois períodos.

“Durante quatro anos da gestão do Armínio Fraga no Banco Central, no governo Fernando Henrique Cardoso, a meta não foi cumprida e o governo anterior entregou o País com uma taxa de inflação de 12,5%. Nós cumprimos o teto da meta em todo o governo Dilma em quase todo o governo Lula, a não ser lá no início (quando ainda havia reflexos negativos da política econômica do PSDB). E temos todas as condições de trabalhar para fecharmos esse ano dentro da meta”, afirma Mercadante.

Armínio Fraga voltará a comandar a política econômica do Brasil caso o PSDB volte ao governo, pois Aécio Neves já o anunciou como ministro da Fazenda, caso seja eleito.

Dívida líquida

O crescimento real médio das despesas do Tesouro Nacional na gestão de Armínio Fraga foi de 3,3% ao ano, e no governo Dilma as despesas crescem menos, 2,7% ao ano. E foi o governo do PT que pagou a dívida deixada pelo PSDB para o povo brasileiro.

“O Fernando Henrique pegou a dívida pública líquida de 28% do PIB, entregou a 60% do PIB. Nós pegamos esses 60% e reduzimos para 35% do PIB. Mesmo na crise, nós tivemos responsabilidade fiscal”.

Carga tributária

Mercadante também lembrou que durante o governo do PSDB houve aumento da carga tributária em 5% do PIB.

“Nós não fizemos isso, e perdemos a CPMF. Ainda assim estamos desonerando vários setores da economia, micro e pequena empresa, e 56 setores sobre a folha de pagamento”, listou.

O partido adversário propõe um ‘choque de preço’, com acentuada elevação de tarifas, que Mercadante considera desnecessário, por considerar que para realizar isso, o governo teria que fazer um forte aumento de juros, com arrocho da Política Monetária.

“As tarifas de energia estão sendo corrigidas. Nós tivemos uma seca e com isso o aumento do custo da energia. E as outras tarifas do serviço público são corrigidas de acordo com os seus contratos”, explica.

Investimentos

No governo do PSDB, a DRU (Desvinculação de Receitas da União) permitia ao Governo Federal desvincular 20% da arrecadação de contribuições que seriam destinadas a áreas específicas como Saúde e Educação, para direcioná-los para outros gastos, principalmente os relacionados ao pagamento de juros da dívida pública.

“Como conseqüência disso, não se pode fazer Instituto Tecnológico Federal, não pode fazer Universidade Pública, não pode fazer programas de inclusão, não tinha recurso para Educação Infantil nem para o ensino médio. O FUNDEF não cobria educação infantil e ensino médio”, lembra Mercadante.

Para o ministro, o impacto desse arrocho fiscal é muito severo e traz, como conseqüência, o desemprego.

“Nem o FMI hoje defende essa visão ortodoxa de ajuste como uma forma de revertermos a crise”, disse Mercadante, citando Cristina Lagarde, gerente do FMI, que disse esta semana que “os governos precisam fazer políticas fiscais amigáveis ao emprego e a atividade econômica”, exatamente o que faz o Brasil nos governos Lula e Dilma.

Bancos Públicos

Para Mercadante, outra questão preocupante é em relação à privatização dos bancos públicos, defendida por Armínio Fraga, quando foi presidente do Banco Central.

“Eles têm uma visão contrária à política industrial, e nós discordamos dessa visão. A China e a Alemanha, que são duas potências industriais, têm bancos públicos maiores do que o Brasil, e fazem política de apoio às suas indústrias”, afirmou.

Segundo Mercadante, as linhas de crédito oferecidas ao setor produtivo no governo Dilma permitem financiamentos em infraestrutura, por exemplo.

“Hoje, 97% da capacidade instalada de geração de energia elétrica no Brasil foi financiada pelo BNDES. Só em infraestrutura são R$ 62 bilhões. E na indústria, todos os programas, máquinas e equipamentos, somam mais de 1,1 milhão de contratos”.

Para o ministro, os bancos públicos têm ainda a importante missão de acirrar a concorrência no mercado financeiro, forçando os bancos privados a baixar as suas taxas de juros.

“É a concorrência dos bancos públicos que força a redução da taxa de juros do setor privado. Parte do crédito direcionado os bancos privados poderia participar, por exemplo, do crédito para a agricultura, que hoje é basicamente feito pelo Banco do Brasil, ou do crédito habitacional. Mas eles não têm interesse, porque a margem de lucro é menor”, explica.

“É um equívoco defender a retirada os bancos públicos numa crise de liquidez como nós tivemos de 2008 para cá, com retração do crédito no mundo inteiro. Ora, se você vai dar um choque de preço, aumentar a taxa de juros e restringir o crédito, fazer um ajuste fiscal de 3% do PIB e retirar o banco público que é subsidiado, o que nós vamos ter no Brasil?”, questiona Mercadante, prevendo que a política econômica defendida pelo PSDB vai paralisar o Brasil: “O resultado é desemprego e arrocho”.

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Comentários

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José Souza

Acredito que se a direita chegar ao Palácio do Planalto, a melhor saída será o aeroporto mais próximo. Não se deixe iludir, o plano a ser incrementado já está pronto e é assustador para os trabalhadores e a população em geral.
Os interesses das classes dominantes e dos grandes empresários nacionais e internacionais se farão presentes no plano de governo da oposição.
Considerando as pessoas ligadas ao candidato da oposição podemos apontar alguns itens que serão, fatalmente, implementados. Sem considerar a ordem na lista, são eles:
1-elevar a Celic;
2-elevar a previsão de inflação;
3-tarifaço no preço dos produtos controlados pelo governo (gasolina, gás de cozinha, luz, telefone, etc.);
4-câmbio mais livre ainda;
5-diminuir o apoio ao Mercosul e abrir negociações para incluir o Brasil na Alca;
6-privatizar BB, CEF, Correios e Petrobras e modificar a linha de atuação do BNDES;
7-reaproximação das relações com os “do norte”, a partir da mudança na lei de exploração do Pré-Sal;
8-aprovar lei garantindo a permanência do PIG do jeito que está;
9-revisão nos programas e gastos sociais na tentativa de cortar gastos;
10-não cobrança das dívidas dos grandes empresários que apoiaram a campanha;
11-travar aumento no salário mínimo;
12-diminuição do ritmo ou paralisação das obras sociais (creche, Minha Casa, fundos educativos, transposição do São Francisco e etc.);
13-elevação do superávit primário;
14-diminuição dos concursos públicos;
15-reforma da CLT com perda de direitos dos trabalhadores;
16-diminuição do número de prestações nas compras à prazo.
Eu espero que o candidato da oposição, se eleito, não aplique todos os itens acima relacionados mas, com 400 bilhões de US$ guardados no cofre, 9 trilhões de US$ em petróleo depositados no subsolo do mar territorial brasileiro e com o Congresso conservador que temos, vai ser uma festa. De horror, é claro.
Será trazida de volta a política neoliberal que tanta exclusão social causou em nosso país, em passado não muito distante, e que se encontra na base das crises por que vem passando a Europa Ocidental. Mas, fazer o que, se forem eleitos. Coitado de nós, brasileiros.
Vou guardar essa linhas para ver em que vou errar.

Messias Franca de Macedo

VÍDEO SEN-SA-CI.O-NAL! SENSACIONAL! HISTÓRICO!

http://vimeo.com/108743387

FONTE, pasme:
https://www.facebook.com/pages/Bl%C3%A1bl%C3%A1rina-Silva/1465678597020541?fref=ts

ou aqui:

AÉCIO E MARINA: ELES SE TRATAVAM ASSIM

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/10/13/aecio-segundo-blabla-e-blabla-segundo-aecio/

Messias Franca de Macedo

“ESQUENTANDO” OS DEBATES! II

… “Outra pergunta básica” [RISOS] que a presidente Dilma Rousseff, A Magnífica, bem que poderia perguntar ao ‘candidato, do atraso, do entreguismo e da CORRUPÇÃO’:

“Candidato, o senhor se declara um homem bem informado! Portanto, a nação brasileira tem o direito de saber o que um candidato a presidente da República leu ou pretende ler! Em sendo assim, eu pergunto, candidato: o que o senhor achou do conteúdo dos seguintes livros, que se tornaram best sellers, figurando entre as quatro obras-primas mais lidas no Brasil nestes últimos anos! Por favor, fale-nos um pouco acerca dos livros: ‘A Privataria Tucana’; ‘Operação Banqueiro’; ‘O Príncipe [FHC] da Privataria’; ‘O Brasil Privatizado’ [na era FHC], este último livro escrito por Aloysio Biondi, um dos mais importantes jornalistas econômicos do Brasil…

Na réplica, A Magnífica “esmaga” o candidato ‘Never”! Discorre um breve resumo das obras-primas!

heheheehehehehehehehe….hahahahahahahahaahahahahaha

Messias Franca de Macedo

“ESQUENTANDO” OS DEBATES!

… “Uma pergunta básica” [RISOS] que a presidente Dilma Rousseff, A Magnífica, bem que poderia perguntar ao ‘candidato, do atraso, do entreguismo e da CORRUPÇÃO’:

“Candidato, o Paulo Roberto Costa envolvido em atos de corrupção, ingressou na Petrobras em 1978 e começou a assumir cargos de direção a partir de 1995, ainda no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, tendo sido indicado diretor da Gaspetro de 1997 a 2000 pelo mesmo presidente Fernando Henrique Cardoso, seu correligionário e apoiador. Posto isto, eu pergunto: Candidato Aécio Neves, o senhor, por acaso (sic), sabe quem solicitou ao presidente Lula a permanência do, agora, acusado de corrupção na Petrobras?!”

Réplica da presidente Dilma Rousseff: “candidato, pois eu vou responder à nação brasileira pelo senhor! Quem avalizou a permanência deste senhor foi o deputado Francisco Dornelles do PP (RJ)! E o senhor sabe que o deputado Dornelles é seu primo?! E se sabe, o senhor acusa o seu primo de envolvimento nessas maracutaias e mal-feitos criminosos? E lembrar que o seu primo Francisco Dornelles é o mesmo o nomeou, junto com Sarney, o senhor para Diretor da Caixa Econômica Federal – na época o senhor tinha, apenas, 25 anos de idade! [meritocracia?!]

Urbano

Pelo uso do naufraga, o torpedeamento que os da oposição ao Brasil querem infringir à nossa Nação é pra lá de dantesco.

sergio

Por enquanto só muito blá blá blá.
Cadê os movimentos de esquerda deste País?
Vão deixar nossos empregos e salários irem para o ralo?
Aquela foto simbólica do que foi período tucano (milhares na fila, inclusive universitários, tentando conseguir uma vaga de gari) não será divulgada nas portas das fábricas, na construção civil, nas periferias das grandes cidades?
Já sei, vão deixar para o terceiro turno.

Sidnei Brito

Mercadante é o que comprou assinaturas da Veja e fechou acordos com a Fundação Roberto Marinho.
Foi esses dias…
Parece que PSDB já usou cartinha melíflua de Dilma para FHC em 2011…
A lição foi aprendida.
Mas de que vai adiantar se o PT ficar fora do poder os 30 anos vaticinados por Bornhausen?

    Luiz Gomes

    Que sandice. Você não sabe nem quem é Aloisio Mercadante e um respeitável professor de economia, meu caro.

    Sidnei Brito

    Em nenhum momento disse que ele não é um grande professor de economia.
    Estou apenas “desabafando” pelo fato de gente como Mercadante ser, sim, responsável pelo massacre midiático (golpe) que o PT está vivenciando agora.
    Nao somente ele, claro. Gente como Paulo Bernardo, José Eduardo Cardozo e a própria Dilma também têm sua responsabilidade.
    Além das assinaturas da Veja e acordos com Fundação Roberto Marinho, tinha me esquecido também das cartinhas de Mercadante para a Folha em defesa do Frias pai.
    Não se muda uma barulheira de doze anos com quinze dias.
    Graças ao “alimento” dado a órgãos de imprensa durante todo esse tempo, eles estão aí firmes e fortes para, no caso de o pior ocorrer, a partir de 1º de janeiro de 2015 alardearem a “herança maldita” do PT, preparando-nos a todos para as medidas amargas do Armínio Fraga, anunciadas com a mesma empolgação que serão informadas as subidas na Bovespa (as que se darão em razão das medidas amargas para o povo, mas nem tanto para os rentistas).
    E no caso da Petrobras nunca vai ser tão fácil privatizá-la ou, na melhor das hipóteses, ao menos mudar as regras do pré-sal: o discurso do mar de lama já está garantido e qualquer um de nós que tentar sair em sua defesa logo seremos tachados como cúmplices de corruptos.
    E o Mercadante terá bastante tempo para mandar cartinhas para a Folha elogiando o falecido Frias; quem sabe ganha até uma coluna na Veja, onde poderá rasgar elogios ao finado Civita; e, por fim, ir à Globo News cantar loas à fundação que ganha o nome do “jornalista” Roberto Marinho, que deus o tenha.
    Ah, sim! Por outro lado, algo me diz que, passadas as eleições, os órgãos supracitados talvez nem deem bola pra ele!

FrancoAtirador

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O Mantega, de saída, bateu a porta na cara

do Armínio Fraga na tentativa de entrada.

Aí, veio o Futuro Ministro da Fazenda,

Aloízio Mercadante, que entrou e trancou.
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!!! Mercados, Tremei !!!

!!! Fascistas, Não Passarão !!!

!!! DILMA VANA = 13 !!!

!! EM TODOS OS TURNOS !!
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Zilda

Se Dilma for eleita vai acabar com a DRU, com o fator previdenciário e outras tramoias herdadas de FHC e que o PT manteve? Não basta falar que foram criados por FHC, tem que desfazer.

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