Mário Magalhães: Prisão do ‘Japonês da Federal’ retrata o fracasso do Brasil de hoje

Tempo de leitura: 2 min

'Japonês da Federal' visita a Câmara e é tietado por deputados

Newton Ishii posa para fotos com os deputados Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) durante visita ao plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília 

A prisão do ‘Japonês da Federal’ e o fracasso de um país em busca de heróis

por Mário Magalhães, em seu blog

Não compartilho a convicção de quem identifica pobreza existencial nas nações que buscam ou cultivam heróis.

Meu problema é com os heróis de fancaria, celebrados a cada estação e esquecidos na temporada seguinte.

Esquecidos porque constituíam engodo ou careciam de mérito para serem heróis autênticos.

O Brasil, os brasileiros somos pródigos em eleger heróis breves.

Corremos atrás deles como um headhunter à procura urgente do executivo mais qualificado.

Mal aparece em cena, agarramos o candidato a herói ou heroína pelo cangote e o aclamamos.

Um deles, o agente da Polícia Federal Newton Ishii, acaba de ir em cana.

No mesmo prédio da PF, em Curitiba, onde trambiqueiros da política e dos negócios estão presos.

Ishii ganhou fama como “Japonês da Federal” ao escoltar detidos na Operação Lava Jato.

Ele já havia tido rolos com a Justiça em 2003, suspeito de facilitar contrabando.

Suas alegadas falcatruas apareciam somente no pé das reportagens, como as letrinhas pequenas das advertências de bula de remédio.
Poucos viram, é claro. O herói Ishii virou máscara e marchinha de Carnaval.

Ele lembra o marinheiro do livro “Relato de um náugrafo”. Em meados da década de 1950, o protagonista sobrevivera a um naufrágio e fora consagrado herói na Colômbia.

Ao entrevistá-lo, o repórter Gabriel García Márquez descobriu que a embarcação afundara porque o marinheiro e seus companheiros a haviam sobrecarregado com mercadorias contrabandeadas. Um falso herói. Um herói que retratou uma época.

Como o “Japonês da Federal” retrata fracassos e frustrações do Brasil de hoje.

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Comentários

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Lukas

Ele nunca foi herói, tornou-se apenas uma celebridade por aparecer sempre na TV e, por ser japonês, ser facilmente identificável.

Ganhou fama, mas nunca foi herói.

Mário Magalhães sabe disto mas não ia perder a oportunidade de escrever um texto com este.

Herói é o Marighela, né?

Serjão

Todo mundo nas ruas.
Frente Brasil Popular convoca ato para sexta-feira:
https://www.youtube.com/watch?v=PzPA1x-wgXc

Serjão

Que lástima. Ô DÓ!
Prenderam o ídolo dos coxinhas.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

FrancoAtirador

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Agora Sim! O Japonês da Federal Vai Fazer

um Bom Acordo de Colaboração Premiada

e Dedurar a Quadrilha Infiltrada no Paraná.
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http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2016-06-08/federacao-dos-policiais-federais-declara-apoio-ao-japones-da-federal.html
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Sérgio

Enquanto isto: PRISÃO DOMICILIAR PARA DILMA

LIBERDADE PARA DILMA por Alex Solnik

Quando eu soube que o Etchegoyen estava controlando quem entrava e quem saía do palácio da Alvorada logo desconfiei que a presidente Dilma estava numa espécie de prisão domiciliar.

São muitas coincidências, inclusive essa de um general da extrema-direita, filho de um torturador, tomar conta de uma ex-guerrilheira.

Com o passar dos dias, minha desconfiança se fortaleceu.

Primeiro quando cortaram seu cartão-alimentação.

Depois quando cortaram suas viagens de avião.

Cortaram seu direito de ir e vir e até o direito de manter a sua equipe.

Tudo leva a crer que, também, está grampeada.

Ontem ela própria declarou que vivia numa “prisão dourada”.

Tudo isso mostra o caráter das pessoas que usurparam o poder, lideradas – se é que se pode chamá-lo de líder – por Michel Temer.

A cada atitude eles mesmos se desmentem ao tentar provar que não deram golpe e não são golpistas.

Cada ato é mais um exemplo de como eles agem: de forma esquiva, autoritária e desumana.

Como golpistas que são.

Fazem de tudo para enfraquecê-la, desmotivá-la, desestruturá-la com o claro objetivo de que renuncie antes do julgamento final do impeachment, pois não estão seguros de que terão os 54 votos necessários.

Guardadas as devidas proporções, usam com ela as mesmas táticas dos torturadores – menos as torturas explícitas, como eletrochoques, pau-de-arara ou cadeira-do-dragão.

Mas ela não desiste.

E a cada golpe que leva parece ficar mais forte em vez de esmorecer.

A sua biografia se engrandece, enquanto a de Temer se amesquinha.

Mesmo que ela não volte vai passar para a história como aquela que resistiu.

E ele, como aquele que traiu, deu golpe e maltratou.

Diz o ditado que em mulher não se bate nem com uma flor.

Pois Temer só não bate nela com uma flor.

Astrogildo Leal

Já que eles votam “em nome da família”, e se esquecem dos eleitores, fica registrada uma foto para a posteridade da família bolsonaro, pois, depois do irmão pilantra, agora, o chefe da “gang” e seu rebento mostram o grande líder que têm, bem no centro da Operação Lavajato, eita familinha do ca…peta! Para um político do “grupo da bala”, que ousou e batizar nas águas do Rio Jordão, esta foto parece uma “maldição”. NÃO VAI TER GOLPE ! FORA TEMER ! DILMA FICA !

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