Jeferson Miola: Por que a mídia oligárquica foi obrigada a noticiar a consagração mundial do Lula

Tempo de leitura: 2 min
Foto: Ricardo Stuckert

Mídia foi obrigada a noticiar consagração mundial do Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog

No impeachment fraudulento da presidente Dilma, as oligarquias dominantes e sua mídia propagavam que as instituições estavam “funcionando normalmente”.

Enquanto isso, no outro lado do Atlântico, a imprensa europeia denunciava o golpe de Estado.

Um analista português afirmou que a sessão da Câmara de 17 de abril de 2016 foi uma “assembleia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha fazendo a destituição de uma Presidente sem qualquer base jurídica nem constitucional”.

Com a Lava Jato se passou o mesmo. Enquanto a mídia oligárquica incensava as falcatruas da gangue de Curitiba chefiada por Sérgio Moro, a imprensa internacional denunciava a Lava Jato como o maior escândalo de corrupção judicial da história.

Os grupos nacionais de comunicação festejaram a prisão ilegal do ex-presidente Lula que eles próprios ajudaram a se consumar. Diziam tratar-se de prova da “eficiência do combate à corrupção”.

A mídia internacional e juristas de todo o mundo, por outro lado, equiparavam a farsa jurídica da Lava Jato contra Lula ao famoso “caso Dreyfus”, que inspirou os estudos da filósofa Hannah Arendt sobre as origens do totalitarismo e do nazismo.

Enquanto a imprensa nacional defendia o voto em Bolsonaro como “contingência inevitável” diante de uma “escolha muito difícil”, a imprensa mundial denunciava a eleição de 2018 como uma fraude e alertava para os riscos da ascensão de um fascista de ultradireita ao poder.

Nestes últimos dias Lula vem cumprindo uma exitosa agenda no continente europeu.

Lá, ele se reuniu na Comissão Européia e foi aplaudido de pé no Parlamento Europeu.

Lula também se encontrou com o futuro primeiro-ministro da Alemanha Olaf Scholtz, com o presidente da França Emmanuel Macron e com o presidente espanhol Pedro Sánchez.

No giro por alguns países europeus, Lula recebeu líderes empresariais, políticos, acadêmicos, intelectuais, ativistas sociais, cidadãos e cidadãs comuns.

Nesta agenda de resultados extraordinários, Lula pôde confirmar que é o maior líder popular mundial da atualidade; um clamor planetário.

Lula é destinatário do desejo mundial de que o Brasil volte a ocupar o palco de ação e reflexão sobre os desafios da humanidade neste período de encruzilhadas e incertezas.

O estrondoso sucesso do Lula na Europa, que significa projeção e reconhecimento do Brasil no mundo, só muito tardiamente, no antepenúltimo dia, passou a ser noticiado pela mídia hegemônica.

Para ser preciso: o noticiário da mídia oligárquica foi arrombado pela recepção de honra conferida a Lula por Emmanuel Macron no palácio Champs Elysées [17/11].

A mídia oligárquica foi obrigada a noticiar a consagração mundial do Lula – não conseguiu mais esconder; foi obrigada a mostrar.

A estrondosa repercussão internacional e a cobertura em tempo real pelos portais brasileiros de mídia independente tiveram papel decisivo nesta inflexão.


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Comentários

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abelardo

Penso que ao ter que noticiar a viagem e os encontros de Lula a Europa, a mídia oligárquica se revelou o quanto é uma mídia vira-latas. Só o fez porque se sentia humilhada pelo olhar critico mundial. Falta tudo que o verdadeiro e independente jornalismo é obrigado a oferecer, para merecer a concessão que lhe é conferida. ou seja: coragem, liberdade, criatividade, isenção, transparência, verdade, respeito, honra, ética, moral, caráter e dignidade em grande parte de suas informações, supostamente entendidas como reportagens. Aquela que nos devem estas virtudes podem estar com as calças borradas, pelo medo do fim de festa que está prestes a terminar. Avalio que sendo povo, nós temos o dever fundamental e prioritário votar em massa na esquerda e banir para sempre esse maldito poder paralelo da grande mídia. O ciclo criminoso de edições, de mentiras, de fraudes, de omissões, de traições a pátria e a população brasileira precisa ser definitivamente excluído do Brasil e do nosso convívio, com leis mais rígidas, fiscalização mais eficiente e punições mais drásticas e duradouras. .

Zé Maria

.
O que há em comum em Deltan, Thaméa
e o bebê com fralda cheia da Gol?

Por Lenio Luiz Streck, na Conjur

Cena 1
O procurador Dallagnol, depois de conseguir adiar 42 vezes seu processo no CNMP e vê-lo prescrito, decidiu continuar na política, desta vez oficialmente. Sim, agora oficialmente.
Declarou-se nu o rei que sempre andara peladinho por aí. Pintou e bordou durante anos na República de Curitiba. Avisamos e denunciamos que ele usava o MP para seu interesse próprio e quejandices políticas.
Transgrediu várias vezes a legislação do MP, inclusive na saída. Fez tudo isso e foi ao cinema

Cena 2
A procuradora Thaméa Danelon, ex-comandante da “lava jato” de São Paulo, faz política, diariamente, sem sair do MP.
Atira de dentro. Segue os passos de Deltan.
Sim, Thaméa virou comentarista política de uma rede de TV.
Deita cátedra.
Embora a lei diga que ela, além de MP, só poderia lecionar, enveredou por outro caminho.
O que dirá o CNMP?
Ah: parece que, nas suas folgas, é comentarista do blog do Alan [dos Santos], aquele que está foragido no Isteites.

Nos seus comentários, faz duras críticas ao STF e elogia DD e Moro.
Usa a sua legitimidade pública de membro do MP para fazer apreciações político-morais.
E comenta sobre Ciro Gomes.
Um procurador da República deve falar sobre isso?
Alguém quer saber?

Ora, o membro do MP é agente político do Estado.
Para quem não sabe, possui as garantias de um juiz.
E os mesmos vencimentos.
Por qual razão ele pode ter as “prerrogativas públicas” de um deputado, por exemplo?
Ou de um jornalista?
Mesmo de um advogado, ainda que de acusação, agindo estrategicamente?
Eis a pergunta de um milhão de megahertz.
Imaginem um juiz transformado em comentarista político de uma grande rede.
Dando palpite sobre o agir de Ciro Gomes… Pois é.
Membros de instituições do Estado têm de agir institucionalmente em nome do Estado.
Parece óbvio. Ou não?

Cena 3
Uma criança de cinco meses é mantida “refém” em um voo da Gol por três horas, sem comida e sem fraldas, no meio de trocentas pessoas, calor e os desconfortos inerentes à espécie.
Descontentes, ao descerem, os pais vandalizam o balcão.
Imaginem o grau de indignação dos pais, que agiram, por óbvio, sob violenta emoção logo após lenta e agonizante provocação da vítima, a companhia aérea.

Cena 4: o Brasil real
Qual é a relação entre os três fenômenos?
Simples. Quem tem a função de fiscalizar a lei está preocupado com autopromoção pessoal e outros interesses.
Deltan e Thaméa representam — simbolicamente, esculpidos em carrara — o descaso das autoridades para com os direitos humanos fundamentais das pessoas.
Personificam a instrumentalização do público em favor do interesse privado.
Onde estava o MP no caso da Prevent Sênior?
O MP foi substituído pela CPI, que fez as vezes de investigador.

Vejam o sentido do simbólico que aqui refiro. Nada existe no mundo sem o simbólico, dizia Castoriadis.
Portanto, este artigo não deve ser lido de forma literal.
Não, não, Thaméa não tem atribuição (que eu saiba) para cuidar desse tipo de Direito.
Mas o MP tem. O Procon tem. A Anac tem. Enfim, o Estado, fiscalizado pelo MP, tem.
O laissez-faire jurídico é isso: agentes públicos que querem o melhor dos dois mundos.
Não pode ser assim.
E quem diz isso é o Direito.

Cena 5. Perdemos a capacidade de indignação
Deltan fez no MP o contrário do que prega.
Já o procurador Castor perdeu o cargo (e parece que vai continuar na política, candidatando-se).
Deltan praguejou contra a prescrição e fez das tripas (42 vezes) o coração para a alcançar.
Os diálogos da operação “spoofing” são de corar jusfrades.
Quer converter um punitivista no mais ferrenho garantista?
Coloque as garantias dele em jogo. Vira garantista mais rápido do que dizer “filigrana” 42 vezes.

Mas isso não causa indignação.
Tudo é normal no país. Tão normal quanto ser maltratado por uma companhia aérea ou uma central de relacionamento de uma grande companhia.
Tão normal quanto juiz e procurador agindo em conluio fora dos autos para depois enveredarem na política, como se não tivessem agido politicamente desde o princípio — sem princípio.

Tudo normal como os funcionários da Gol.
Para eles, qual é o problema de uma criança ficar três horas com cocô nas fraldas, sem leite, só com água para beber?
Em plena pandemia, a Gol submete centenas de passageiros a esse estado de coisas.

Cena 6. As vítimas viram vilões
O gran finale: os pais do bebê foram impedidos de embarcar na Gol.
Foram banidos.
Assim como os que criticam ou venham a criticar gente como Dallagnol são acusados de maus brasileiros.
E criticar o sucesso político da procuradora Thaméa é visto como inveja da malta.
“Esse povo não tem o que falar”, dir-se-á.

Assim segue o Brasil, país em que a democracia e a dignidade jogam por uma bola.
Jogando fora de casa e sem auxílio do VAR.

Por isso é que, sempre na hora H, quando podemos fazer alguma coisa para exemplar, jogamos fora a água suja com a criança dentro, com bacia e tudo…
Quer dizer, jogamos fora o bebê com a fralda suja…
Quer dizer, achamos normal que o bebê… Que Deltan…. Que Thaméa…
Aliás, o Brasil espera ansiosamente a opinião da procuradora Thaméa sobre a última liminar do STF, a motociata de Bolsonaro, a última do Ciro Gomes, sobre o orçamento secreto, sobre a candidatura Moro, sobre os milhões em diárias da “lava jato” (ups, aí não vai dar).

E a nave vai.

https://www.conjur.com.br/2021-nov-08/lenio-streck-deltan-thamea-bebe-fralda-cheia-gol

Zé Maria

.
A Imprensa Venal Local quis, como sempre,
dar uma de IZentona e ImparSSial, depois
de os Fatos Passados com Repercussão
Mundial até na Mídia Norte-Americana.
Mesmo assim, Globo e Mídia Fascipaulista
trataram LULA na Europa com desdém.

Os Comentários Políticos d@s C@lunistas,
Moristas e Tucan@s, foram Meras Fofocas
com Mensagens Subliminares.

Em alguns Veículos de Comunicação daqui,
numa jogada visivelmente combinada, até
parecia que o Alckmin, não o LULA, que foi
o Convidado do Parlamento Europeu para
falar como Representante da América Latina
no Dia lá Dedicado ao nosso Continente.

No caso da Recepção do Presidente Francês
com Honras a LULA, @s Fofoqueir@s mais se
assemelharam aos Bolsonaristas Mentirosos,
pois tiveram a desfaçatez de dizer que o Macron
homenageou LULA por “Birra” de Bolsonaro.

Ou seja, a Mídia Venal noticiou sim, mas com total
Menosprezo à Real Importância que o ex-Presidente
Brasileiro teve e ainda tem no Brasil e no Exterior.
.

    Zé Maria

    A Jornalista Eliara Santana, Doutora em Lingüística pela PUC/MG, em Artigo
    publicado no Viomundo, foi Cirúrgica na Avaliação da [Não] Cobertura Inicial
    da Mídia Venal aqui no Brasil: (https://t.co/kTsyX2VRhh).

    “Do ponto de vista estritamente jornalístico, sem considerar outros constrangimentos
    esse assunto da viagem [de LULA à Europa] não interessa?

    Voltando à abertura deste artigo, cabe perguntar: se o palestrante da vez
    fosse o também ex-presidente FHC, a cobertura da imprensa seria diferente?

    Pelos aspectos estritamente técnicos de construção da notícia, nada justifica
    esse comportamento. Nada.

    Mas, se tomarmos a notícia como um objeto construído discursivamente,
    com componentes ideológicos determinantes, aí talvez vamos encontrar
    algum sentido nesse silenciamento editorial tão ostensivo.

    Silenciar é não deixar dizer. É tirar de um tema ou ator sua importância,
    sua relevância. É calar as vozes.
    E essa é uma estratégia editorial da mídia corporativa no Brasil,
    especialmente do JN.

    Portanto, não é algo que ocorre aleatoriamente, quase por descuido.
    É algo intencional, pensado e calculado com determinados objetivos.

    Então, o silenciamento é, sim, um elemento que contribui para que
    o sistema de desinformação se consolide sem deixar muitas marcas.

    Se eu, como leitora, espectadora e ouvinte, não tivesse acesso a outras fontes
    de informação, via internet ou por outros meios, eu não saberia que Lula está
    numa viagem importante pela Europa e que ele foi aplaudido de pé por duas
    vezes, em diferentes e significativas instituições.

    Eu não saberia que ele teve um importante encontro com o futuro chanceler
    da Alemanha.
    Não saberia que ele foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente
    francês.

    E se eu – como cidadã – não tenho acesso a esse tipo de informação, eu irei
    comprar, com facilidade, a ideia de que as duas viagens, de Lula e de Bolsonaro,
    se equivalem no desperdício de tempo e dinheiro público; eu não poderei ter
    a compreensão possível de que, com esses contatos e acordos, Lula recoloca
    em parte o Brasil no cenário internacional.

    Hoje, o Uol repercutiu o encontro com o presidente francês Emmanuel Macron.
    Uma reportagem “correta”, bem tecnicamente moldada, destacando comedidamente
    a agenda do presidente. Mas sem qualquer conteúdo analítico, como ocorre
    muitas vezes em muitas reportagens.
    Na capa de abertura do portal, o assunto foi uma chamada como as outras,
    sem manchete, e teve outras pequenas chamadas negativas compondo a
    cena toda.

    No G1, portal do grupo Globo, um artigo de Bernardo Mello Franco comenta
    a viagem de Lula, ressaltando o ‘giro pela Europa’ como peça de campanha
    e as ‘falhas e inconsistências nos discursos de Lula’.
    Não há uma análise mais aprofundada, o que é até uma surpresa, pois os
    artigos do autor são sempre muito relevantes e com boas análises.

    Até o momento de fechamento deste artigo (11H20 do dia 17/11), não vi menção,
    na capa do portal, ao encontro de Lula com Macron.

    Mas vi chamada para a entrevista de Sergio Moro a Pedro Bial, que aconteceu
    ontem (16/11), e fiquei até curiosa pra saber se Bial usou o tal detector de mentiras…
    de fato, entre os dois assuntos, não há dúvida de que saber o que Moro tem a
    dizer a Bial deve ser mais importante para o Brasil do que a conversa de Lula
    com o presidente da França. Critérios jornalísticos puramente técnicos, claro [i.o.].

    Por fim, para não me estender demais, os jornalões – Folha, O Globo, Estadão –
    nem mencionam na capa a repercussão da viagem de Lula à Europa.

    De fato, no cenário atual, deve ser mesmo um assunto menor, sem importância.

    Essa pesquisadora aqui é que deve ser muito chata e implicante com o discurso
    midiático, que é tão isento e imparcial, não é mesmo? Para dirimir dúvidas, vejamos as capas e as chamadas:

    — Contrastando com a imprensa nacional, as principais agências de notícias
    da Europa e os principais jornais e portais deram destaque à viagem de Lula
    pelo continente.

    — As palmas duradouras no Parlamento Europeu tiveram bastante ênfase nas
    chamadas e manchetes –Deutche Welle, El país, RFI, Bloomberg, France Press,
    Swissinfo e outros ressaltaram detalhes da agenda intensa de Lula na Europa.

    Não sei ainda como o JN falará, ou não, do encontro de Lula com o presidente
    francês Emmanuel Macron.

    Espero que deem pelo menos os habituais 30 segundos – claro, sempre é possível
    haver surpresas, mas não devemos nutrir esperanças.

    As estratégias desse discurso midiático tão orquestrado são bem desenhadas
    e muito sutis na imprensa corporativa brasileira.

    Em outros momentos, o silenciamento operando como política editorial é
    de fato escancarado.

    Diante disso tudo, mais do que nunca, o debate sobre a comunicação precisa ser
    pautado.

    Precisamos falar sobre desinformação, sobre letramento midiático, sobre o papel
    da mídia nos cenários politico, econômico, social.

    Sem uma mídia plural, não há possibilidade de democracia.
    É disso que se trata.”

    Íntegra: (https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1461082656423165952)
    https://www.viomundo.com.br/desnudandoamidia/eliara-santana-lula-na-europa-o-silenciamento-orquestrado-da-midia-e-a-desinformacao-que-nos-agride.html

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