Jeferson Miola: Dados econômicos demolem os argumentos falaciosos de Roberto Campos Neto para manter juros altos

Tempo de leitura: 2 min
Charge: Renato Aroeira (@arocartum)

Dados econômicos desautorizam juros altos de Roberto Campos Neto

Por Jeferson Miola, em seu blog

Os dados econômicos que vêm sendo sucessivamente divulgados sobre emprego, inflação, dívida e crescimento do PIB brasileiro esvaziam o estoque de argumentos falaciosos usados pelo presidente bolsonarista do Banco Central para manter a taxa de juros na estratosfera.

Roberto Campos Neto é um sofista profissional. Ele é insuperável na arte de engambelar a sociedade enquanto executa uma política monetária nefasta, que propicia que centenas de bilhões do Tesouro Nacional sejam desviados de áreas essenciais para as finanças.

Ele usa critérios ilógicos para justificar a manutenção dos maiores ganhos reais do mundo na forma de pagamento de juros indecentes para o capital financeiro.

Quando o argumento sobre a inflação presente já não serve, Campos Neto então se abastece do argumento sobre a tendência da inflação para a próxima década ou, por que não, para o próximo século.

E, quando nenhum nem outro desses dois pretextos tem valia, então ele alega preocupação com o nível de comprometimento do PIB devido ao pagamento da dívida, que é agravado justamente pela política monetária executada pelo Banco Central presidido por ele.

A partir do momento em que esse argumento da dívida tampouco serve, Campos Neto então inventa outra firula qualquer para justificar a “necessidade” de manter os juros na estratosfera – isso quando não ameaça aumentá-los ainda mais.

Desse modo, num looping permanente alimentado por falácias que disfarçam a escolha política militante dele, de sabotar o governo por meio de terrorismo financeiro, Campos Neto vai mantendo os juros nesse nível obsceno com o aplauso dos neoliberais e ultraliberais parasitas do rentismo e dos tecnocratas picaretas do mercado.

Economistas sérios e honestos, de diferentes perspectivas ideológicas, criticam duramente o exagero da política monetária adotada pelo presidente bolsonarista do Banco Central, e alertam sobre os enormes prejuízos que tal política causa à economia e ao país.

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Diante do desempenho real da economia, a manutenção de ganhos reais de 8% é um disparate absoluto. Os dados econômicos desautorizam a continuidade desta política ruinosa de juros altos.

Com seu terrorismo financeiro, Campos Neto materializa dois objetivos ao mesmo tempo.

Por um lado, assegura o aprofundamento da rapinagem e do roubo da renda nacional por meio da transferência, para indivíduos e grupos privados nacionais e estrangeiros, de bilhões do orçamento federal por meio do pagamento de juros e serviço da dívida.

E, por outro lado, ele também sabota a capacidade de gestão do governo ao qual faz oposição, pois reduz a disponibilidade orçamentária do Tesouro Nacional em decorrência do aumento do pagamento de despesas da dívida, que obriga à redução de recursos públicos que seriam canalizados para gastos e investimentos prioritários e para o desenvolvimento do país, para passarem às mãos de rentistas nacionais e estrangeiros.

Roberto Campos Neto não só perdeu todas as razões e argumentos para manter a política que defende, como perdeu a noção de limite.

Sem ser perguntado, o bolsonarista atrevido e sem-noção se arvorou o direito de opinar contra a proposta do presidente Lula de intensificar o comércio nos BRICS com moedas locais.

Campos Neto ainda continua ocupando o cargo devido à complacência do Senado, que não o defenestrou da presidência do Banco Central mesmo apresentando “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central” [Lei Complementar 179/2021, da autonomia do BC].

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Comentários

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Romeu

A conversa estilo encher linguiça do Campos Neto é um deboche, e desta forma conduz o saque ao cofre do País. O governo Lula na defesa do interesse Público,tem a obrigação de encaminhar uma Intervenção Federal no Banco Central, tomar as rédeas do comando econômico. O BC está apenas garantindo os fabulosos lucros para a elite financeira.
Hora de enfrentar o inimigo de frente.

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