Jeferson Miola: Conspiração militar, pistolagem política e cumplicidade do Congresso Nacional, PGR e STF

Tempo de leitura: 3 min
Soldados em manifestação no centro do Rio, 1968. Foto: Correio da Manhã/Arquivo Nacional

Conspiração militar, pistolagem política e cumplicidade das instituições

Por Jeferson Miola, em seu blog

O comportamento das cúpulas partidarizadas das Forças Armadas brasileiras não é o esperável de comandos profissionais, legalistas e leais à Constituição.

Os comandantes militares sabem disso. Eles também sabem perfeitamente o que estão fazendo, mas perigosamente continuam se distanciando da legalidade e da institucionalidade.

Não são só os setores democráticos brasileiros que vêm alertando sobre a postura antiprofissional e conspirativa dos chefes militares que, ao interferirem na política, agem como milícias fardadas.

O mundo inteiro também já percebeu que eles ameaçam a democracia, intimidam as instituições civis e planejam replicar no Brasil um processo semelhante ao ocorrido em 6 de janeiro de 2021 nos EUA, a invasão do Capitólio.

Com uma diferença trágica: enquanto nos EUA as Forças Armadas não endossaram a investida criminosa da matilha de Trump, no Brasil os comandos militares não só desejam como estimulam o tumulto e a ação de hordas armadas que tiveram enormes facilidades para adquirir arsenal bélico devido à flexibilização, pelo Exército, das normas de porte e posse de armas e munições.

Num cenário de caos planejado combinado com a omissão das polícias militares, as Forças Armadas deverão pretextar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem para fechar o regime.

Está muito claro que o argumento de “cooperação técnica com o TSE” é mera dissimulação retórica. Por trás desse discurso oportunista se escamoteia o plano de sabotar a eleição, causar caos institucional e promover um cenário de brutal violência.

O absurdo e despropositado convite do TSE para militares integrarem a Comissão de Transparência Eleitoral foi hipocritamente aproveitado por eles para legitimarem a intromissão indevida no processo eleitoral. Era a brecha que planejavam. E ganharam na bandeja.

O ativismo político e a ameaça das instituições pelos militares vêm de longe; muito antes do famoso tweet do general Villas Bôas, de 3 de abril de 2018, que foi decidido coletivamente pelo Alto Comando do Exército, uma espécie de “comitê central”.

Em 2015/2016, Villas Bôas e Etchegoyen, generais que respectivamente comandavam o Exército e o Estado Maior do Exército, conspiraram com o usurpador Temer a derrubada da presidente Dilma. E antes disso, em 29 de novembro de 2014, os comandos auspiciaram o lançamento da candidatura do Bolsonaro para a eleição de 2018 no pátio da AMAN.

Os comandantes militares sabem que estão jogando o país numa espiral descontrolada de violência e de assassinatos de opositores por bolsonaristas ensandecidos e armados. Assim como Bolsonaro, são responsáveis diretos pela bandidagem política que toma conta do país.

Os graves sinais de descontrole estão no ar. Nos últimos dias, apoiadores extremistas do governo militar, incensados pela retórica oficial de ódio, violência e intolerância, acossaram o juiz que determinou a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, atentaram com bomba contra o comício do Lula no Rio e assassinaram o dirigente do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.

Estes atos, apesar de terroristas, são minimizados, naturalizados e até banalizados. Passam a conformar uma nova normalidade política e institucional de um país progressivamente dominado pela pistolagem política – a oficial e a paraestatal.

Um ministro do STF “disse reservadamente que o caso [assassinato do petista] preocupa, mas defendeu que é preciso ter calma e esperar o resultado das investigações” [sic] [FSP, 11/7].

Além do Bolsonaro, dos generais e das cúpulas partidarizadas das Forças Armadas, o Congresso, a Procuradoria-Geral da República e o STF também têm de ser acusados e responsabilizados por esta realidade trágica do Brasil.

Independentemente do motivo: se por tibieza, covardia ou medo; se por venalidade e corrupção; ou se por colaboracionismo com o fascismo, o fato concreto é que o Congresso, a PGR e o STF estão se omitindo diante dos inúmeros crimes de responsabilidade e crimes comuns cometidos por Bolsonaro e pelos militares.

E, ao descumprirem suas obrigações constitucionais, estas instituições são no mínimo cúmplices; isso se não forem igualmente culpadas pela tragédia.

Leia Também:

Eliara Santana: Assassinato não é “briga política”; imprensa tem obrigação de se posicionar contra a agenda ultra-violenta do bolsonarismo

Pedro dos Anjos: Bolsonaro, afinal o que é #ELESIM?

Milly Lacombe: A falsa simetria está nos matando; passou da hora de enterrá-la antes que nos enterre

Jeferson Miola: Rodrigo Pacheco e os vários tons do seu colaboracionismo com o fascismo

Vladimir Safatle: O terrível assassinato de Marcelo Arruda em sua própria festa de aniversário provavelmente não será o último


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

.
.
Lembrando sempre que a Conspiração para o Golpe de Estado
começou com a Força-Tarefa de Patifes de Curitiba e com os
Meliantes Temer & Cunha, do PMDB, e Aécio & Serra, do PSDB.
Imediatamente após se adonarem do Poder Central, mexeram
na Política de Preços da Petrobras e aprovaram a EC 95 (15/12/016).

Duas das Conseqüências de derrubarem a Presidente Dilma.
.
.
“TRT-MG abre 300 vagas para ‘residência jurídica’ [SIC], Sem Concurso,
com Salários Menores e Menos Direitos que os Concursados”

“Revogar EC 95 é Urgente para o Serviço Público em todo o Brasil”

“O TRT3, sediado em Minas Gerais, lançou na segunda-feira, 11, Edital
de Abertura de Processo Seletivo para Contratação por ‘residência
jurídica’ [nome em juridiquês, para ocultar a palavra “Estágio”].

São 300 vagas que serão preenchidas e mais formação de cadastro reserva.
Tudo com ‘salário’ [‘bolsa de auxílio’] menor do que o de servidoras e servidores concursados, com menos direitos trabalhistas e com as mesmas tarefas.

A Resolução 439 (*) Editada pelo Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
[com base num Ato Normativo (**), cuja votação foi armada -por Fucks, o Ministro do Mercado, então Presidente do CNJ- às vésperas do recesso, no apagar das luzes do ano de 2021, em Sessão Extraordinária (***), aproveitando convenientemente -a ele- o baixo quórum do Pleno, devido à “ausência, por vacância, dos representantes do Tribunal Regional Federal (TRF), da Justiça Federal (JF), do Ministério Público
Estadual (MPE) e do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”]
que autorizou essa Modalidade de Contratação Não estabelece qualquer limite para o número de ingressos.
A ‘bolsa de auxílio’ terá valor estipulado pelos respectivos órgãos.

Trata-se de uma Espécie de Substituição de Mão de Obra, com Remuneração
extremamente Precarizada.

Inclusive, com Outra Forma de Ingresso no Serviço Público:

em vez do Concurso Público, uma Simples Seleção.

É uma Flagrante e Arbitrária Precarização do Trabalho e dos Salários.

Para enfrentar essa realidade de Precarização do Serviço Público, é urgente
a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95, do teto de ‘gastos’, que
dificulta a Realização de Concurso Público (“de provas ou de provas e títulos”)*,
Base Constitucional Originária (****) para o Suprimento das Vagas Abertas em
todos os Órgãos da Administração Pública Direta e Indireta.

(*) https://atos.cnj.jus.br/files/original1308022022011161dd8132e370e.pdf

(**) https://www.cnj.jus.br/InfojurisI2/Jurisprudencia.seam?jurisprudenciaIdJuris=53137

(***) Inciso II do Artigo 37 da Constituição Federal Original
Promulgada em 05 de Outubro de 1988:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL (05/10/1988)
TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também,
ao seguinte:
[…]
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-publicacaooriginal-1-pl.html

Zé Maria

Esses Milicos Bolsonaristas,
inclusive o Vice-Presidente,
são Sem Vergonhas mesmo!

Olha o que disse o Gen,. Mourão:
“Esses casos de briga ocorrem
todo final de semana em todas
as cidades do Brasil,
de gente que provavelmente bebe
e aí extravasa as coisas.”

Sem-Vergonhice! Desfaçatez! Má-Fé!
Milicos Maus-Caráteres! São Cúmplices!

    Zé Maria

    “Tão Canalha como Bolsonaro é a declaração de Mourão,
    querendo banalizar o ocorrido em Foz de Iguaçu,
    como se fosse mais um crime comum, ‘alguém que extravasou’.
    Foi um crime político, fruto do ódio e violência pregados
    pela extrema direita da qual o vice presidente faz parte.”
    Ivan Valente
    Deputado Federal (PSoL=SP)

    Zé Maria

    https://twitter.com/i/status/1546481199979368449

    “Nós Vamos Fechar Esse Caixão”

    General Hamilton Mourão
    Vice-Presidente de Bolsonaro

    https://twitter.com/pierolei/status/1546481199979368449

    FDP!

    Zé Maria

    .
    .
    O General Canalha sabe muito bem que
    o Assassino Bolsonarista – que cometeu
    Crime de Ódio Político contra o Militante
    Petista – invadiu a Festa de Aniversário
    Privada, Particular, da Vítima Assassinada.

    O Seguidor de Bolsonaro era um Desconhecido,
    não era um dos Convidados do Aniversariante e
    nem o matou num Boteco ou num Bar Qualquer.

    O Milico Oficial tentou obscurecer a Gravidade do
    Crime Hediondo praticado pelo Bandido Bolsonarista.
    .
    .

    Zé Maria

    “Desaforo de Mourão reduzir a morte de Marcelo
    a uma briga de bar.
    Pelo amor de Deus, invadiram a festa dele
    só para matá-lo.
    Isso é crime de ódio.
    Não venha com essa de uso político,
    é violência política sim.”

    Deputada Federal Gleisi Hoffmann (PT=PR)
    Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores
    https://twitter.com/Gleisi/status/1546666561674543104

João de Piva

O golpe foi “um grande acôrdo nacional, com o supremo. com tudo… E com os generais garantindo”. As palavras de Romero Jucá foram/são proféticas. Sempre chamei a Fraude a Jato pelo que sempre foi: uma ORCRIM institucional, composta por procuradores, juízes e policiais, a serviço do alto comando internacional do golpe, composto principalmente pelo Deep State estadunidense, finança transnacional e oligarquias.

    Zé Maria

    Correto, João de Piva.
    Boa Descrição.dos Autores do Golpe de 2016

Zé Maria

.
.
“O tempo não é uma linha
Nem a distância mais curta entre dois
—– pontos —–.
É uma estrada de mão única.
É curto, é longo.
É novelo de lã entre as patas de um gato.
Enrola, emaranha, embaraça, dá nó.
Estica, encolhe, prende, solta.
Faz, desfaz.
Esgarça, desfia.
Vira em 2, vira em 10.
Sobe, desce, parece que desaparece.
Não tem cor, mas às vezes dias de trevas,
Anos de chumbo, domingos sangrentos,
Séculos de luzes.
Horas mortais, perdidas.
+É demais, é de menos. –
Div/ide, multixplica.
É veloz, e lento.
Tem memória, faz esquecer.
É certo, é errado,
Ensina, consola.
Remedia,
Vai, mas não volta.
Não acaba, não tem retorno …
1968: Ditadura Abaixo!”

TERESA URBAN
Estudante Combatente
Jornalista Militante
Ativista Ambiental
Heroína Curitibana
Ecoberrante Paranaense
.
.
https://forumverdade.ufpr.br/blog/tag/teresa-urban/
https://forumverdade.ufpr.br/blog/2014/02/06/comissao-estadual-da-verdade-levara-nome-de-teresa-urban/
.
.

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/FXXFLASWIAEXkrv?format=jpg

“Um Tiro só ou uma Granadinha Mata Todo Mundo”

Miliciano-Mor que se diz
Presidente do braZil.
Sobre os Apoios a Lula.
Em 16/5/2022.

“O Líder Manda Matar
e o Seguidor Mata”

https://pbs.twimg.com/media/FXWvpjKWAAQ8e_T?format=jpg

“Bolso, no desespero, prevendo sua derrota e,
+ tarde, sua prisão, incentiva violência contra Lula:
“É bom q um tiro só ou uma granadinha
mata todo mundo”. Discurso foi transmitido
pela TV Brasil, interrompendo programação infantil”

“A ideia é fazer com q um dos milhões de lunáticos
q chamam genocida de mito e adoram armas
realmente cometa um atentado contra Lula.
Ontem me enviaram o link de um chan em q incels
diziam “É melhor matar Lula logo”. Assustador!”

https://twitter.com/lolaescreva/status/1526893199863828481
https://pbs.twimg.com/media/FXZWmynWQAQq1yP?format=jpg

Deixe seu comentário

Leia também