Jacques Wagner diz que governo tem ao menos 187 votos para barrar o impeachment
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Da Redação
O ministro Jacques Wagner, principal conselheiro político da presidente Dilma Rousseff, disse hoje em entrevista à Globonews que o governo contabiliza entre 187 e 205 votos para barrar o impeachment na votação que acontecerá no Congresso no próximo domingo.
Foi um dia de muitas especulações, com várias fontes da mídia tradicional antecipando um efeito avalanche que garantiria à oposição os 342 votos necessários para abrir o processo, que seria julgado no Senado até meados de maio.
A entrevista de Wagner vai ao ar às 23h30 na Globonews, no programa de entrevistas de Roberto D’Avila.
“Acredito que iremos vencer a batalha contra o impeachment”, declarou. Wagner informou que está conversando um a um com os indecisos.
Na entrevista, Wagner admitiu erros do governo mas traçou um cenário político-econômico para o governo Dilma que está longe da catástrofe prevista pelos analistas políticos se ela sobreviver com reduzida base parlamentar.
Também informou: “O governo vai começar a exonerar os indicados pelos que estão apoiando o impeachment. Os que são a favor do golpe sairão agora e não retornarão”.
Wagner teve uma reação duríssima depois do vazamento de um áudio em que o vice-presidente Michel Temer ensaia um discurso de posse.
Afirmou que, se Dilma sobreviver no cargo, Temer não terá condições de permanecer no posto e deve renunciar.
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Pedro Fernandes, do PTB, contra o impeachment; Anselmo, o infiltrado: papel de Temer?
Hoje os petistas subiram o tom contra o vice-presidente. O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), em vídeo no qual denunciou que a mídia trabalha para transformar o impeachment em fato consumado, disse que Temer é o cabo Anselmo do golpe de 2016.
O marinheiro Anselmo insuflou uma revolta contra oficiais que foi um dos estopins do golpe de 1964. Depois, descobriu-se que era agente infiltrado.
No twitter, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou: “O movimento pró-impeachment não tem 342 votos, vide o mapa feito pelos jornais. Estão fazendo guerra de informação com números mentirosos. O PP rachou e metade da bancada vai votar contra o golpe”.
O governador Flávio Dino, do PCdoB, disse o mesmo: “Turma do golpe anda longe de 342 votos. Daí essa ansiedade de criar artificialmente um fato consumado. Em nome da democracia e da Constituição, deputado Pedro Fernandes, do PTB do Maranhão, manifestou voto contra o golpe. Parabéns. E vai ser assim até domingo. Cada vez mais parlamentares vão se mover pelo respeito à consciência democrática da Nação. Não vai ter golpe”.
O vazamento do discurso de Temer causou danos à imagem do vice-presidente fora do círculo de apoiadores de Dilma.
Depois do jornalista Mário Magalhães ter notado, em seu blog, que o vice não mencionou uma única vez o combate à corrupção em sua fala, foi a vez do comentarista conservador Élio Gaspari fazer o mesmo.
A ideia de que se trata de um golpe de larápios, comandando pelo réu Eduardo Cunha, ganha tração fora do campo de aliados do governo Dilma, mas é impossível prever qual o impacto disso na votação de domingo.
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