“Eles querem pegar um ‘bucha’ que é para ver se desentoca alguma coisa”, disse pai de testemunha-chave contra Flávio Bolsonaro

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Foto: Arquivo Pessoal

Da Redação

A troca de mensagens entre pai e filha, revelada domingo pelo programa Fantástico, mostra uma dupla desesperada com a possibilidade de se enrolar no esquema de corrupção organizado por Fabrício Queiroz para favorecer Flávio Bolsonaro.

“Caraca! Tu viu alguma parte do ‘Jornal Hoje’? Bateu direto naquele negócio do Queiroz. Direto isso, a foto dele estampada no ‘Jornal Hoje.’ Agora deu ruim”, escreveu Luiza Sousa Paes.

A jovem havia conseguido emprego no gabinete do deputado estadual Flávio, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, depois que o pai pediu ajuda a Queiroz.

Ela ocupou vários cargos na Alerj, mas jamais trabalhou. Do salário recebido, que chegou a R$ 5.264,44, ela ficava no máximo com 700 reais — devolvia o décimo terceiro, o vale alimentação, férias e até a restituição do Imposto de Renda.

O pai da testemunha esperava que Queiroz deixasse a filha de fora da confusão: “Contanto que te tire disso e esqueça isso de uma vez e a gente possa viver nossa vida normalmente. Ele que invente as estórias dele lá”.

Luiza disse que foi instruída a faltar aos depoimentos no Ministério Público e contou que os advogados de Flávio, Queiroz e do clã Bolsonaro, Luis Gustavo Botto Maia e Frederick Wassef, estavam de alguma forma envolvidos em embaralhar as investigações.

“Eles querem pegar um ‘bucha’ que é para ver se desentoca alguma coisa”, escreveu o pai à testemunha.

A “bucha” acabou se tornando a própria Luisa, que contou ao MP tudo o que sabia sobre o esquema em troca de leniência.

A funcionária fantasma chegou a comparecer à Alerj, a pedido de Queiroz, para assinar pontos de maneira retroativa.

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No total, ela entregou R$ 160 mil a Queiroz através de depósitos bancários, entre 2011 e 2017. Luisa apresentou os comprovantes.

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Comentários

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Zé Maria

‘Bucha’ é o peixe pequeno que
vai livrar o Tubarão Miliciano.

Zé Maria

Alguém vai aparecer boiando no Rio …

    marcio gaúcho

    Essa investigação contra a rachadinha do Flávio Bolsonaro vai dar o que falar. Mas, a ele nada acontecerá de grave. A culpa toda foi do Queiróz, sujeito malvado e ambicioso. Queiróz tem sob sua responsabilidade a morte de, pelo menos, nove pessoas, quando da sua vida de policial ativo. Então, como o mordomo da mansão mal-assombrada, levará toda a carga de culpa. E vai aceitar quietinho, pois teme pela sua vida e as dos seus familiares. A máfia não perdoa uma vendeta. Os Bolsoraro não são pessoas do bem. Vide o caso ocorrido no passado, quando o Jair Messias foi assaltado e lhe foi subtraída a moto e uma arma de fogo: quando o meliante foi preso, durou apenas uma semana na cela (enforcado) e sua esposa e filha, que contestaram o laudo pericial, foram encontradas assassinadas na beira de uma rodovia meses depois. Com essa bandidagem não se brinca, eles fazem justiça com as próprias mãos quando contrariados os seus objetivos.

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