Duas ex-mulheres de Bolsonaro com movimentação atípica em contas bancárias: quase R$ 3 milhões

Tempo de leitura: 2 min
Ana Cristina e Rogéria. Redes sociais.

Da Redação

O juiz Marcello Rubioli, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, autorizou a quebra de sigilo fiscal e bancário de 11 ex-assessores de Carlos Bolsonaro, suspeito de praticar rachadinha em seu gabinete da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Deles, sete tem laços de parentesco com Ana Cristina Siqueira Valle, ex-chefe de gabinete de Carlos.

A segunda mulher de Jair Bolsonaro, que recentemente mudou-se para uma mansão em Brasília com o filho mais novo do presidente, Jair Renan, é suspeita de ser a organizadora da primeira versão da rachadinha.

O esquema passou ao controle de Fabricio Queiroz quando a arrecadação migrou para o gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Lá, foram 12 anos de rachadinha.

Ana Cristina separou-se litigiosamente de Jair Bolsonaro, registrou queixa contra ele na polícia por ameaças, mudou-se para a Noruega, mas ao voltar ao Brasil fez as pazes com o ex-marido e abraçou a causa bolsonarista.

A investigação do Ministério Público do Rio demonstrou que uma empresa de Ana, a Valle Ana Consultoria, fez R$ 1,1 milhão em saques em dinheiro entre 2008 e 2014.

O MP diz ter visto indícios de ao menos um crime, de peculato, no gabinete de Carlos — desvio de dinheiro público.

A rachadinha, envolvendo funcionários fantasmas, teria ocorrido na Câmara Municipal entre 2001 e 2019.

O MP elencou como indício o gosto do vereador pelo uso de dinheiro vivo: foram 150 mil em 2003 para comprar um apartamento, 15,5 mil em 2009 para cobrir perda na bolsa de Valores e são 20 mil mantidos em casa, de acordo com a declaração de renda de 2020.

Fabricio Queiroz, quando internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratamento de câncer, pagou a conta em dinheiro vivo.

O relatório do Coaf que embasou a investigação também mostrou movimento bancário atípico de Rogéria Bolsonaro, a mãe de Carlos, totalizando R$ 1,77 milhão.

Mas, neste caso, não poderá haver investigação no Rio de Janeiro, uma vez que Carlos Bolsonaro foi sócio com a mãe, os irmãos e o pai, Jair Bolsonaro, em uma empresa de nome Bolsonaro Digital, criada em 2017. Neste caso específico, só o STF poderia tomar alguma providência, já que o presidente tem foro privilegiado.

Usar cédulas para pagamentos altos é movimento típico de miliciano, que não pode identificar a origem do dinheiro.

Rogéria Bolsonaro foi candidata a vereadora na eleição de 2020, mas teve apenas 2.034 votos, enquanto o filho Carlos se elegeu, mas caiu de 106.657 para 71 mil votos.

Candidata a deputada federal em 2018, usando o nome do marido, Ana Cristina declarou patrimônio de R$ 842.457,00. Ela teve apenas 4.555 votos.

Hoje, trabalha em Brasília no gabinete da deputada federal Celina Leão (PP-DF).

Toda a família anti-política de Bolsonaro, portanto, vive direta ou indiretamente da política, do dinheiro público.


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Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1443014169658339331
A BRUTALIDADE DE PMs BRANCOS COVARDES
Cadê as identitárias Burguesas que silenciam
sobre o Racismo Explícito da Polícia Militar?
https://twitter.com/brasildefato/status/1443014169658339331

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