por Luiz Carlos Azenha
Quem quer que tenha escrito o discurso foi bem.
A direita, que não tem partido, quer alijar o PT do processo político brasileiro* (daí a pancadaria nas bandeiras do PT, ontem).
Notem quantas vezes o jornalismo do Ali Kamel subiu o som dos manifestantes gritando “sem partido” (que equivale a gritar Joaquim Barbosa correndo por fora em 2014). Mas, curiosamente, o jornalismo Kamel não se atreveu a usar as bandeiras queimando, talvez porque lembre demais Berlim em 1933.
Dilma virou a mesa: democracia sem partidos não existe. Disse isso com a autoridade de quem lutou contra a ditadura e explicitou o caráter antidemocrático da direita que espanca e queima bandeiras.
Aceitou receber os líderes das manifestações, mas deu ênfase às questões que dizem mais respeito ao eleitorado petista das periferias: saúde, educação e transporte. Se souber se articular com os manifestantes e os movimentos sociais, poderá se juntar a eles para exigir a aprovação de projetos no Congresso — ou seja, transformar a pressão das ruas em resultados práticos.
E deixou no subconsciente dos telespectadores: enquanto Geraldo Alckmin, do PSDB, senta o porrete em manifestantes, Dilma conversa com eles.
Abaixo, um áudio instrutivo sobre a didática passeata de “festa” na Paulista. Primeiro, o fascio canta que “o povo, unido, não precisa de partido”; depois, pede que a esquerda isole o PT para poder, nos dizeres de um repórter da TV Bandeirantes, “escorraçar” mais facilmente os militantes do partido, suspendendo assim, na marra, o direito de portar símbolos e as liberdades de reunião e manifestação.
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*PS do Viomundo: Não se enganem, militantes de outros partidos de esquerda. Depois do PT será a vez de vocês. Na Paulista todos sentimos o quanto a direita quer esmagar, salgar e queimar qualquer coisa vermelha que surja diante dela. O amarelo do PSOL vai no bolo.
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