Depois de “driblar” competição, Maranhão instala 107 respiradores, não tem fila por resultado de testes mas sofre com efeito Bolsonaro

Tempo de leitura: 3 min
O secretário Carlos Lula, que é advogado, tem apenas 38 anos de idade

Da Redação

Por ter filho de dois anos de idade, o João, e os pais em idade avançada, o secretário da Saúde Carlos Lula, do Maranhão, está vivendo em isolamento.

O advogado, de 38 anos de idade, tem a difícil tarefa de enfrentar a pandemia de coronavírus num estado que já teve alguns dos piores indicadores sociais do Brasil.

Seis anos sob a liderança do comunista Flávio Dino, no entanto, deixam claro, especialmente num momento de crise, como um governo pode fazer a diferença. 

Hoje o estado conta com uma rede de UTIs instalada em São Luís, Imperatriz, Bacabal, Pinheiro, Santa Inês, Presidente Dutra, Coroatá, Timon, Balsas e brevemente em Barreirinha.

Dados do Boletim Epidemiológico do dia 15.04, 19 horas

Além disso, diferentemente de outros estados, “não tenho represamento de casos de óbitos a depender de resultado [de testes]”, contou o secretário Carlos Lula em entrevista.

Em São Paulo, há uma fila de cerca 15 mil testes aguardando resultado no Instituto Adolfo Lutz, o que indica que pode haver subnotificação de mortes causadas pelo coronavírus.

No Rio Grande do Sul e em outros estados brasileiros, há indícios de que mortes estão sendo atribuídas a outros causas da Síndrome Respiratória Aguda Grave — justamente por falta de testagem.

O Maranhão, que tem 797 casos, com 40 mortos, não está escondendo a pandemia, diz o secretário.

Maria Madalena fez campanha pelo isolamento social, mas morreu de covid-19

Depois de duas tentativas fracassadas de comprar respiradores, o Maranhão usou um esquema através de parceiros da iniciativa privada para driblar tanto o governo federal quanto outros países.

A carga de 107 respiradores foi da China à Etiópia, de lá até São Paulo e em seguida São Luís, onde passou pela Receita Federal no desembarque.

O Maranhão já havia perdido duas compras anteriores para “atravessadores”.

O “drible” garantiu equipamento básico, que será essencial no momento do pico, previsto até 15 de maio.

 De acordo com o secretário, os 107 respiradores já estão sendo distribuídos.

O grande desafio vem de fora: a taxa de isolamento social no Maranhão está em 50% e o secretário atribui isso parcialmente ao exemplo dado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

O exemplo de Bolsonaro deixa a população em dúvida, agravada pelo fato de que o Maranhão tem uma das maiores taxas de trabalhadores informais do Brasil — mais vulneráveis à crise econômica causada pela pandemia.

Embora corra este risco, São Luís — que concentra a grande maioria dos casos da covid-19 do Maranhão — não está diante do caos que se antevê em Manaus e Fortaleza.

Porém, o risco ficou evidente na contaminação de vários assessores do secretário Carlos Lula e na morte da auxiliar de enfermagem Maria Madalena Barbosa Souza, que trabalhava numa UPA de São Luís — ela tinha 61 anos de idade.

O que mais surpreendeu o secretário até agora? A rapidez da doença.

Na entrevista, ele relata o caso de pacientes que chegaram ao hospital andando e estavam mortos algumas horas depois (ver vídeo).

Dados do Boletim Epidemiológico do dia 15.04, 19 horas

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Comentários

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Paulo

Quer comprar são Paulo com Maranhão.. sempre são Paulo terá mais problemas o estado é o mais populoso do Brasil!!! Maranhão infelizmente está perdendo o controle! Infelizmente!

abelardo

O governo do Maranhão, com seriedade e competência, prioriza a assistência médica e humanitária a sua população, em comparação com a política e a ganância do mercado desumanizado.

Zé Maria

Esse Lula Maranhense é Bueno Barbaridade!

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