CPI truca Braga Netto e vai convocá-lo para apurar papel do general nas 566.896 mortes por covid

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O general Braga Netto comandou a intervenção do Exército no Rio.

Da Redação

O ex-interventor militar no Rio de Janeiro, general Braga Netto, ministro da Defesa do governo Bolsonaro, será convocado para depor pela CPI da Pandemia, informa a rede CNN.

A decisão foi tomada em reunião a portas fechadas.

Em julho, o general assinou nota com os comandantes militares dizendo sobre declarações do presidente da CPI, Omar Aziz, que “essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.”.

Aziz havia dito, na sessão de 7 de julho, que existem “membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”.

O tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica, em entrevista subsequente, crtiticou o tratamento dado pela CPI ao general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e ao coronel Elcio Franco, ex-secretário-geral do ministério.

Ambos deixaram seus postos mas foram colocados em outros cargos-chave do governo Bolsonaro.

A entrevista foi entendida como um ultimato das Forças Armadas à CPI.

Braga Netto é suspeito de ter esvaziado o então ministro Luiz Henrique Mandetta, que na Saúde dava orientações que contradiziam o negacionismo de Jair Bolsonaro.

Em 23 de março de 2020, o general enviou ofício a órgãos do governo centralizando as informações no Planalto: “Todas as coletivas de imprensa dos Ministérios ou Agências Federais sobre o COVID 19 (sic) deverão ser realizadas no Salão Oeste do Palácio do Planalto”, escreveu.

A coletiva de 30 de março foi liderada pelo próprio Braga Netto, no dia em que o Brasil tinha 34 mortos pela pandemia. O general era o coordenador do comitê de crise criado no Planalto.

Em 16 de abril, pouco mais de duas semanas depois, Mandetta foi demitido do cargo e substituído pelo general Eduardo Pazuello, colega de Exército de Braga Netto.

Foi neste período que se deu a maior guinada do Ministério da Saúde: primeiro veio o chamado Placar da Vida, para destacar o número de recuperados, e depois a recomendação de remédios ineficazes no pseudo tratamento precoce.

Enquanto isso, o número de mortos pela covid disparava e o governo retardava as negociações para comprar as vacinas da Pfizer, alegadamente por causa do preço.

Os senadores querem saber exatamente o papel do então chefe da Casa Civil (ele deixou o cargo em março de 2021) na pandemia.

Suspeitam que Braga Netto tentou frear as investigações da CPI em Pazuello e Elcio Franco para escapar de qualquer responsabilização.


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