Carla Garcia: Estamos vivendo uma nova onda neonazista no Ocidente

Tempo de leitura: 5 min

19/12/2013 7:19 pm

por Marcelo Hailer, na Revista Fórum, via Jornal GGN, sugerido por FrancoAtirador

Nesta semana, o jogador da seleção da Croácia Josip Simunic foi banido pela Fifa e está fora da Copa do Mundo de 2014. O zagueiro, após a vitória sobre a Irlanda (em novembro), pegou o microfone e entoou cânticos nazistas com o apoio da torcida. A Fifa considerou inadequada a postura do atleta.

Porém, o caso do desportista não é um fato isolado, principalmente diante dos últimos ocorridos na Europa. No começo deste ano, Paris foi palco de uma manifestação contrária ao casamento igualitário, que reuniu cerca de 1,5 milhão de pessoas, porém, o presidente Hollande peitou os grupos conservadores e fez campanha pessoal pela aprovação do projeto, fato que ocorreu em maio.

Na Grécia, foram eleitos seis parlamentares do partido Aurora Dourada, assumidamente neonazista. Recentemente, o líder do partido, Nikos Mihaloliakos, foi preso acusado de fazer parte de um grupo clandestino neonazista envolvido em assassinatos e lavagem de dinheiro. Outros três parlamentares do Aurora Dourada foram presos sob a mesma acusação.

Mas não é apenas na Europa que os ideais eugenistas (base da ideologia nazista) ressurgem, nos EUA e Brasil também. Lá como cá, esses grupos estão organizados nos partidos políticos, nas assembleias e nos meios de comunicação. Os discursos são os mesmos: anti-políticas raciais, contrários a qualquer avanço na legislação no que diz respeito às LGBT e aborto e, principalmente, sobre políticas de drogas.

No Brasil, por exemplo, mais de uma vez, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) declarou que a África é um “continente amaldiçoado” e que o líder Nelson Mandela implantou a “cultura de morte na África do Sul”. E os companheiros de bancada do pastor propagam a ideia de que homossexuais são doentes passíveis de cura. São pensamentos que lembram os eugenistas no século XIX. Com os ativistas do Tea Party norte-americano (ala radical do Partido Republicano) se dá o mesmo.

Com este cenário que se espalha por vários países, será possível afirmar que o Ocidente vive uma nova onda eugenista/neonazista? Para a socióloga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Carla Cristina Garcia, não há dúvidas de que vivemos uma nova onda das teses que fundaram o nazismo. Garcia, que também coordena o núcleo de pesquisa sobre feminismo e sexualidades – Inanna – diz que é correto falar em nova onda, pois, as ideias que têm permeado o ideário conservador do Ocidente, nunca deixaram de existir, mas, neste momento, ganham nova força com a ascensão dos movimentos mais progressistas.

Revista Fórum – Nesta semana, um jogador da Croácia foi expulso da seleção por ter cantado cânticos nazistas ao fim de uma partida em novembro com o apoio da torcida; neste ano, membros do partido grego neonazista Aurora Dourada foram presos depois que investigação descobriu que eles faziam parte de uma quadrilha nazista; no Brasil setores sociais e políticos têm propagado o discurso de ódio contra LGBT, mulheres, aborto, droga… Pode-se dizer que o Ocidente vive uma nova onda eugenista?

Carla Cristina Garcia – Sem dúvida alguma vivemos uma nova onda do pensamento eugenista e é bom frisar o termo onda, pois a ideia, ou melhor, o ideal eugênico nunca desapareceu da sociedade ocidental.

Talvez seja importante lembrar que todas as teorias racistas modernas são fruto do pensamento eugenista, mais precisamente norte-americano, que desenvolveu um tipo específico de eugenia, conhecida como “eugenia negativa”: eliminação das futuras gerações de “geneticamente incapazes” – enfermos, racialmente indesejados e economicamente empobrecidos –, por meio de proibição marital, esterilização compulsória, eutanásia passiva e, em última análise, extermínio. O aumento no número de imigrantes no final do século XIX levou o grupo dominante no país, os protestantes cujos ancestrais eram oriundos do norte da Europa, a buscar motivos para exclusão. Encontraram terreno fértil na pseudociência da eugenia.

Os eugenistas usaram os últimos conhecimentos científicos para “provar” que a hereditariedade tinha papel-chave em gerar patologias sociais e doenças. Os imigrantes tornaram-se alvos fáceis de defensores dessa nova “ciência”, que empregaram os achados do movimento eugênico para construir a imagem dos imigrantes como pessoas deformadas, doentes e depravadas, encontrando eco em seus contemporâneos nas ciências sociais e na biologia, entre os quais a eugenia propagou-se como algo considerado perfeitamente lógico.

Fórum – Esse retorno do discurso eugenista em vários países pode ser uma volta do discurso (se é que um dia ele já se foi) do Ocidente enquanto sujeito branco e familista?

Carla Cristina Garcia – Eu não chamaria de retorno do discurso eugenista, pois acredito que este nunca foi deixado de lado, todas as manifestações xenofóbicas por todo o mundo ocidental, o ódio ao estrangeiro propagado em muitos países europeus, além de exibir toda a questão do pensamento colonial, também demonstra claramente que xenofobia e eugenismo são frutos do mesmo tipo de pensamento eurocêntrico, branco e patriarcal.

Fórum – Acompanhamos nos últimos meses o acirramento entre a bancada fundamentalista e os setores progressistas pró-LGBT, que terminou ontem com a vitória dos religiosos ao enterrarem o PLC 122 sob argumentos bíblicos. Por que é tão difícil se fazer aplicar o Estado Laico?

Carla Cristina Garcia – O problema aqui é muito mais complexo do que parece. Primeiro: há dois direitos individuais em conflito: o que assegura a liberdade religiosa e o que assegura a liberdade de consciência. As pessoas têm o direito de serem religiosas ou ateias, sem darem qualquer explicação. Acreditam ou deixam de acreditar como bem quiserem, e qualquer constrangimento a esses direitos é inconstitucional.

Segundo, o Estado é laico. Ser laico não significa ser ateu. Ser laico significa não tomar partido. Não cabe ao Estado defender essa ou aquela denominação ou agremiação religiosa, e tampouco cabe ao Estado pregar o ateísmo. Cabe ao Estado defender o direito das pessoas, individualmente, escolherem (ou não terem de escolher) se e no que acreditarem. Se alguém resolver acreditar no Coelhinho da Páscoa, cabe ao Estado laico defender tal direito.

Sobre aqueles que estão exercendo um cargo público são agentes do Estado. Logo, ele ou ela o representa perante a sociedade e, por isso, sua liberdade religiosa deve ser ainda mais resguardada enquanto estiver no exercício de sua função. Não há dúvida que ela pode rezar em casa ou no templo, independente de qual seja sua profissão. Mas, em sua vida política, ela é o Estado. E o Estado é laico. Como representante do Estado, ela não deve preferir (ou proferir) uma religião.

Fórum – Além dos LGBTs, temos acompanhado o fortalecimento dos discursos contra indígenas, negros, usuários de drogas, mulheres e outros difamados. Na sua opinião, estes sujeitos, historicamente subalternizados, deixarão um dia a condição de sujeitos silenciados e difamados?

Carla Cristina Garcia – Há uma nova movimentação no mundo todo contra os abusos do capitalismo e do pensamento colonial. Acredito que a luta por direitos ainda está longe de acabar. Estas novas configurações dos movimentos sociais podem levar a um recrudescimento das forças conservadoras ou podem levar a outro tipo de organização social mais efetiva.


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Comentários

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andré

O quadro atual me parece mais complicado do que a entrevista faz ver, mas pelo menos chama a atenção para o que está acontecedo o que é ótimo pois o nazismo está crescendo violentamente no Brasil entre os jovens e pouco se discute isso.
É bom lembrar que a nova extrema-direita adota um discurso pós-moderno da ‘identidade cultural’ em lugar da eugenia pura e simples, o que não significa que a velha extrema direita não exista mais ou que o discurso da nova não esconda suas reais intenções. Por outro lado, o mesmo tipo de aliança que levou os nazistas ao poder(sim, era uma colizão de extrema direita que incluia tradicionalistas católicos) vem se formando – ‘libertários’ (i.e, neoliberais ultra radicais como o pessoal do Ron Paul), certas facções do movimento ecológico e conservadores (inclusive de partidos no caso da Europa – jovens do partido conservador espanhos foram fotografados fazendo a saudação franquista – esta no Wall Street Jornal) vem se alinhando no mundo todo com os nazistas maquiados (ou mascarados…) deixando aos nazistas do modelo antigo o ‘trabalho’ sujo nas ruas.A aliança nem sempre é explicita, dá algum trabalho para perceber, mas em vários paises da Europa já foi desmascarada.
Os leventes que temos visto no mundo tem contado com a participação intensa, quando não a organização, de grupos neonazista. O que aconteceu na Ucrania é emblemático: a oposição na Ucrania é formada pelo partido neonazista (chamado ‘liberdade’!) e o partido do boxeador que foi criado pelo fundação Konrad Adenauer da CDU, partido da Angela Merkel( no Russia Today há informações sobre os ‘atores’ do levante ucraniano). Uma noticia pouco notada é que na mesma época os Estados alemães entraram com um pedido na justiça para banir o NPD – o partido nazista maquiado deles – da politica, mas o governo federal de Angela Merkel se recusou a ser parte no pedido (esta na Reuters). Embora o Imperialismo americano continue vivo e passando mal, é bom ficar atento para o outro lado do atlântico …
É claro que esse é um movimento iternacional pois o ‘roteiro’ na Ucrania foi o mesmo das manifestações no Brasil e em outros países (vide o que aconteceu com o Occupay): uma manifestação pequena é reprimida duramente pela policia, se transforma em um movimento de massa com grupos de extrema direita infiltrados e a reivindicação incial acaba sendo trocada pela demanda da derrubada do governo (no caso brasileiro foi do do governo estadual). TEoria da conspiração é falha porque explica tudo, mas coincidencias se acumulando não podem ser puro acaso.

FrancoAtirador

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UMA TRAJETÓRIA RACISTA: O IDEAL DE ‘PUREZA DE SANGUE’
NA SOCIEDADE IBÉRICA E NA AMÉRICA PORTUGUESA [4]

Por Grayce Mayre Bonfim Souza*

O trabalho de Maria Luiza Tucci Carneiro oferece uma contribuição historiográfica importante acerca do racismo na Península Ibérica e em suas possessões na América no período colonial. A primeira parte de seu trabalho apresenta um diálogo com a bibliografia estrangeira – analisando as obras de Leon Poliakov, Arnold M. Rose, Júlio Caro Baroja, Charles Ralph Boxer, Antônio José Saraiva, Maurice Kriegel, Yosef Kaplan dentre outros – e nacional – com Anita Novinsky, José Gonçalves Salvador, Sonia Siqueira, Evaldo Cabral de Mello, Nelson Omegna – acerca do preconceito em relação aos cristãos-novos e sobre a construção do mito da ‘pureza de sangue’ nas monarquias ibéricas e na América portuguesa.

Conforme Vainfas (2000, p. 500-501), o racismo no Brasil, durante o período colonial, não esteve relacionado aos critérios “biologizantes da raciologia científica […]; tinha a ver com critérios de ascendência, sangue, religião, típicos do Antigo Regime ibérico”. Dessa forma, o racismo atingiu não só os africanos e índios, mas também os brancos, como os cristãos-novos de origem judaica.
Foi um racismo pautado nos estatutos de ‘pureza de sangue’ (contra as raças “infectas”), que vigorou legalmente em Portugal e Brasil desde o século XVI até o período pombalino como uma política segregacionista.
A construção do racismo “científico”, a partir da segunda metade do século XIX, pelo menos no tocante ao anti-semitismo, também se apresentou de forma institucionalizada e congregou um grande número de adeptos pertencentes à comunidade científica (SILVEIRA, 2000, p. 91).
Mas há diferenças essenciais entre o anti-semitismo tradicional e o moderno.
O primeiro, que vigorou entre os séculos XV e XIX, tinha um cunho mais econômico, cultural e religioso, foi institucionalizado pelos poderes civil e eclesiástico e teve ampla aceitação por parte da população cristã-velha, sobretudo da elite.

Já o anti-semitismo “moderno”, essencialmente político e fundamentado nas teorias racistas vigentes no século XIX, considera os judeus como membros de uma raça (como outras) geneticamente inferior.
Na avaliação de Verena Stolcke, no século XIX:
“A burguesia não podia mais justificar seus próprios privilégios puramente em termos de uma ética de abstinência e esforço, uma vez que essas virtudes não eram responsáveis pelo seu próprio sucesso.
O resultado foi um tipo de elitismo sócio-político baseado em teorias de superioridade racial […].
Tais doutrinas de superioridade racial, além disso, por implicarem que a inferioridade das massas empobrecidas era igualmente inata, num período de crescentes tensões políticas, poderiam mantê-las no seu lugar.
Ao naturalizar a posição social, conciliava-se a igualdade e a liberdade que se alegava serem direitos de todos os homens com o aprofundamento das desigualdades sociais.
O desenvolvimento do naturalismo cientifico, no século XIX, forneceu a esses procedimentos ideológicos contraditórios a base pseudocientífica de doutrinas como o ‘darwinismo social’, o ‘spencerismo’, o ‘lamarckismo’ e a ‘eugenia’, que serviam para disfarçar as raízes sócio-econômicas de desigualdade ao atribuí-la às leis da natureza.” (STOLCKE, 1991, p. 112).

*Professora da Universidade estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Doutora em História Social pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Íntegra em:

(http://periodicos.uesb.br/index.php/politeia/article/viewFile/270/303)
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Mauro Assis

Duas falácias do texto:

– A eugenia foi inventada pelos EUA. Ela é tão européia quanto o euro e foi da Europa que ela chegou aos nossos “pensadores” do início do século passado.

– Xenofobia = eugenia: o que existe hoje (e sempre existiu,desde que o mundo é mundo, portanto muito antes da eugenia) foi a xenofobia, que é a discriminação aos estrangeiros, não necessariamente de outro país. Quem já frequentou eventos esportivos na Europa não estranharia os cânticos nazistas croatas. Se vc for num jogo entre times ingleses e escoceses de qualquer esporte vai ver e ouvir coisa muito pior. Xenofobia? Certamente. Afastar um jogador por cantar o que o estádio inteiro canta todo dia? Hipocrisia.

Só quem gostou disso foram os fanáticos torcedores brasileiros, já que os croatas estão no nosso grupo…

Mauro Assis

Na resposta à questão “Por que é tão difícil se fazer aplicar o Estado Laico?” a entrevistada foi até bem no início, dizendo que a liberdade religiosa equivale à liberdade de consciência.

Contudo, no final ela diz:
“Não há dúvida que ela pode rezar em casa ou no templo, independente de qual seja sua profissão. Mas, em sua vida política, ela é o Estado. E o Estado é laico. Como representante do Estado, ela não deve preferir (ou proferir) uma religião.”

O deputado não é um representante do Estado, é um representante das pessoas que o elegeram. Isso é fundamental, tanto é que muito da atuação do parlamentar é nos PROTEGER do Estado, tanto fiscalizando-o quanto contendo o seu ímpeto decrescimento e controle social.

Se o deputado representa os seus eleitores é legítimo que ele defenda os interesses dessas pessoas, ainda que eles pareçam antiquados aos olhos de outros grupos.

Aí vem a esquerda e grita: “nazistas, nazistas!”. Pura falta de argumento.

Charles

Outra falácia neste discurso é insinuar que o eugenismo (a pseudociência racista) e o nazismo (que significa nacional socialismo) têm origem no cristianismo ou nas suas ramificações.
O eugenismo tentava justificar ideias racistas pela ciência, não pela fé.
Eugenistas eram racionalistas, não se pautavam pela Bíblia e sim pelo pensamento humano evolucionista, e por teses biológicas (posteriormente repudiadas). Eugenismo sempre esteve no lado oposto das correntes de pensamento cristãs.
Já o nacional socialismo é uma ideologia muito mais próxima do socialismo (o nome não é uma coincidência) do que qualquer referência cristã. Ambos pregam o Estado máximo controlado por um só partido, a diferença está nas formas de controle. Os ataques do Reich contra a URSS não era tanto por diferença ideológica e sim por geopolítica.
Dizer que Hitler era cristão é falta de conhecimento histórico. A verdadeira religião de Hitler e da cúpula nazista era a Sociedade Thule, que misturava neopaganismo, ocultismo e ariosofia. As cruzes nos uniformes eram apenas parte de uma fachada cristã. O verdadeiro símbolo do nazismo é a suástica (uma cruz distorcida, um símbolo pagão e ocultista). Os nazistas queriam substituir o cristinismo pela Reichskirche, uma nova religião (heresia do ponto de vista cristão) que seria controlada pelo Estado e teria o Füher como líder máximo. Vale lembrar que, quando o neopaganismo e as atrocidades começaram a ficar evidentes no Reich, houve forte oposição das igrejas católicas e propostantes, e líderes religiosos foram perseguidos na Alemanha.
Insinuações como estas só alimentam a intolerância religiosa.

    andré

    Me desculpe mas você cometeu vários equivocos. Primeiramente desconhece a história do nazismo e do partido nazista alemão. O partido nazista não foi fundado pelos nazistas, mas por pessoas de esquerda ‘alternativa’ insatisfeitos com o governo social-democrata alemão e frustrados com a derrota da revolução de 1919 na Alemanha. Hitler e os nazistas eram membros do serviço secreto alemão – adepto da impérios que ruiu com a guerra -infiltrados no partido. A questão com a URSS não era apenas geopolitica, o nazismo foi criado, apoiado e desenvolvido para impedir que a revolução russa se espalhasse pela Europa. A alemanha estava em frangalhos depois da guerra, mas o governo era da esquerda social-democrata, portanto as potencias capitalistas não poderiam contar com ele. A alemanha nazista foi financiada por empresas americanas – o que é fartamente sabido – e pelo ministro das finanças britânico que perdoou a divida alemã. O erro de Hitler, do ponto de vista dos seus financiadores, foi que ele não fez o serviço direito, se deu muito mal na URSS e resolver atacar a Inglaterra (um aliado).A alta cupula nazista foi deposta e o baixo clero nazista foi reposto no poder. Veja o caso da CDU ( o partido de Angela Merkel…) e Konrad Adenuer que tinha como acessor principal um nazista que contribuiu para o exterminio de judeus, ou da grécia onde a ressistencia ao nazismo foi massacrada pelos britânicos depois da guerra, ou ainda a história da CIA que tinha nos seus quadros o comandante para o leste de Hitlher, que com apoio da CIA continuou a guerra de guerrilhas na URSS até 1952. REalmente não há volta no momento atual, o que ´há é continuidade.
    Sugiro que ao inves de se prender a nomes estude a historia, mas a real não a revisionista.

Edgar Rocha

O que mais me preocupa nesta discussão é a notória (e igualmente histórica) confusão no tocante às simbologias, valores e setores da sociedade que sustentariam ou rechaçariam o discurso neo-nazista e sua possível restauração no presente. Assim como no período que antecedeu a ascenção do nazismo na Europa e sua disseminação para o mundo, é proscedente questionar-se: o que pertence ao imaginário totalitário e o que pertence ao imaginário libertário (enquanto construções utópicas de ideal de mundo)? Atribuo a necessidade deste questionamento a uma outra similaridade entre nosso período atual e a virada do século anterior: a inquestionável relativização dos valores e do pensamento racional, complementar ao intensificação das ações e pensamentos de cunho fundamentalista. Embora paradoxal, não tenho dúvidas de que estas duas premissas políticas sempre andam de mãos dadas e preconizam um período de conflitos. Afinal de contas, o que é atributo do autoritarismo e o que é atributo do pensamento libertário? O que é mais autoritário: o nazifascismo de Hitler ou a Ditadura do proletariado de Stalin (ou, ao menos, quem matou mais?) O que foi mais conservador no tocante a História do Brasil: o abolicionismo de Graciliano Ramos (cujo discurso oficializado pedia a abolição pela necessidade de impedir o fluxo de negros e o crescencete escurecimento da população) ou o discurso de Ruy Barbosa (defendendo a instituição escravagista por ser o negro um suporte positivo de mão de obra no país)? Jorge Amado via qualidades políticas na Ku klux kan (eu também fiquei pasmo quando li sobre isto)… E quem era mais progressista e mais preconceituoso? Macunaíma ou Jeca Tatu? Depois deste breve colóquio, melhor trazer para o contexto atual. Afinal de contas, o que é realmente libertário: combater o tráfico de drogas e prática da narcodependência ou defender o direito ao uso, a liberdade do usuário e em conscequência o sistema de produção que o abastece? É o traficante, um herói pela liberdade e pela autoafirmação de um setor classificado pela entrevistadora como pertecente aos “difamados” de nosso país, ou escravo dos setores mais conservadores que detém os meios de produção e os lucros advindos do tráfico (os bancos americanos são o grande tanque de lavagem de dinheiro do tráfico e boa parte desta grana fica lá, mesmo)? O que são os blackblocs? O que são os profissionais da mídia PiG? Libertários impotentes diante do sistema que os absorve ou vermes cooptados pelo sistema de usurpação da democracia mantido pelos setores mais elitistas da nossa sociedade? O que é o funk-pancadão-proibidão-ostentação ou, o que ele simboliza? A introjeção dos valores mais terríveis do sistema neonazista moedor de carne, que manipula um exército a seu favor, sob a promessa de um mundo niilista dominado pelos belos e jovens efemérides do poder paralelo (sempre me lembro das S.A. de Hitler e da juventude hitlerista)? Ou seriam estes mesmos jovens divulgadores do mais progressista dos discursos por distribuição de renda e pelo direito ao consumo e ao bem-viver, massacrados pelo preconceito burguês dos que não os desejam escurecendo alamedas de Shoppings pela cidade? Enfim, dúvidas, dúvidas… quando todas elas estiverem sanadas, os sobreviventes já estarão reconstruindo os prédios e planejando um mundo de paz e amor (se tiver sobrado alguém, lógico).

    Narr

    Esse blablablá todo pra dizer que teria sido melhor a vitória dos nazi-fascistas sobre Exército Vermelho.

    Edgar Rocha

    Impressionante que o colega consiga, a partir de um exemplo claro, sintetizar em tão poucas palavras a miopia intelectual a qual me esforcei tanto em criticar: a relativização e o fundamentalismo. Infelizmente, apesar de minha incapacidade em ser sintético, vejo-me obrigado a relembrar ao menos o tema central de meu questionamento (que sequer chega a ser uma crítica ao texto): seria possível não cometer-se o mesmo erro do passado, no tocante a definição de princípios a serem respeitados e de meios para se alcançar nossos objetivos? Isto porque, pelo ângulo da maioria sacrificada durante as guerras, é meio difícil distinguir entre um nazista ou um comunista, a não ser que haja diferença no solado das botas de cada um. E este é o meu maior medo. Ter que avaliar as perdas, as injustiças, quem matou mais, quem matou menos, em nome de qual causa é correto cometer genocídios ou, por fim, o que define o lado em que estamos de fato? É bom estar de um lado da uma MESMA moeda daquele ao qual julgamos combater? Última pergunta: num regime de cangaço, de que lado você prefere ficar: dos macacos (militares), que te batem por que você não é macaco, ou dos cangaceiros, que te batem porque você não é cangaceiro?

    Luís Carlos

    Edgar
    Hoje “nos batem” porque denunciamos as mentiras do capitalismo que produz privilégios para quem tem e exclusão para os demais, e ainda acusam os comunistas pelas mazelas do mundos.
    Se bem me lembro, o nazismo recebeu fartos recursos para pesquisas de grandes fundações estadunidenses, ainda em meio a segunda guerra. A vertente reacionária de ultra-direita estadunidense financiou pesquisas nazistas até meados da segunda grande guerra, e não foi sem motivos, já que a eugenia tinha forte presença nos EUA.

    Narr

    Ah, sim, agora entendi. O reducionismo da morte. Destarte, “os escravos que matavam o capataz para se libertar não eram tão assassinos quanto os seus proprietários?”.
    Movimento pendular do pequeno burguês.
    Esse blablablá todo pra dizer que teria sido melhor a vitória dos nazi-fascistas sobre Exército Vermelho.

    Edgar Rocha

    Narr, peço que de uma vez por todas entenda: não é este o tema da discussão a que me propus. Se tem alguém que não sabe o que quer de verdade talvez seja você ou qualquer outro sectário que, sem se dar conta, repete os mesmos erros daqueles a quem você julga se opor. Eu disse, e isto ficou bem claro, que a eugenia enquanto discurso contaminou a todas as ideologias da virada do século XIX para o XX. que devemos tomar cuidado na definição de paradigmas e daquilo que entendemos como símbolo de diferenciação entre os que se opõem ao sistema e os que agem a seu favor. Só assim teremos certeza de que não estaremos compondo o mesmo quadro grotesco pintado por PIGs, psdbistas, grupos de extermínio, traficantes, policiais corruptos e tudo que você possa abstrair como parte do sistema opressor em que vivemos. Não entender uma argumentação vá lá. Má fé é outra coisa.

    Bonifa

    O abolicionista Graciliano Ramos, de que você fala, nasceu em 1892, quando a República já tinha uma agitada história e os negros já estavam a buscar seus descaminhos de liberdade havia já quatro anos. Já o escravagista Ruy Barbosa, não só ajudou decisivamente o movimento abolicionista, como também como ministro da fazenda havia mandado queimar todos os registros de matrículas de escravos, para que o Tesouro da República não tivesse que indenizar os prejudicados donos de escravos com a Abolição. Comparar Hitler com Stalin é coisa que nem a National Geografic faz mais. Sua confusão mental é lastimável.

    Edgar Rocha

    Bonifa, muitíssimo obrigado e minhas sinceras desculpas a todos. Tentei puxar pela memória sobre um livro de textos considerados “hitoricamente apócrifos” e fiz uma salada digna da maior espinafração. Merecida a bronca, peço desculpas. Na verdade, segundo o texto que li há algum tempo e consultei logo depois de seu libelo, quem defendia a escravatura era José de Alencar, quem simpatizava com a Ku klux kan era Gilberto Freyre e não Jorge Amado (este teceu elogios a Hitler, embora provavelmente o tenha feito a pedido de alguém do periódico “Meio-dia) e Graciliano Ramos, coitado, nada tinha a ver com abolição (terrível erro. Vergonha.) Ele apenas previu que o futebol não seria nada no Brasil, já que era esporte para lord inglês. Segundo ele, a queda de braço e a rasteira seriam mais adequados ao nosso povo. (Guia Politicamente Incorreto da História – Leandro Narloch).
    Sei também que vão me trucidar depois desta bibliografia. Mas, as referências estão lá. O livro é bem curioso. O li há um certo tempo e achei adequado citar algumas das contradições históricas ali presentes como exemplo do que, na verdade, importaria ser considerado: o fato de que nem sempre conseguimos nos desamarrar de paradigmas sob os quais estamos constantemente sendo bombardeados. A solução pra mim, seria antes de tudo, valorizar os princípios e zelar pelos meios, antes que o resultado final esteja repleto de contradições. Reitero meu pedido de desculpas. E peço alguma condescendência quanto ao fato de que acho que é o que se deve fazer quando se erra. Sem sectarismos. Até mesmo os grandes erram, não? (rsrsrs, refiro-me aos notáveis citados, claro). E historiadores erram muito mais, embora as consequências sejam muito mais funestas e menos assumidas que os demais. Talvez percam apenas para os ideológos. Para estes, a sociedade é que erra quando não se encaixa perfeitamente à sua linha de pensamento. E estes, os ideólgos, quase nunca voltam atrás. Sequer precisam se justificar. Eu fui imprudente mesmo. Prometo me ater menos à memória, embora o teor de minha reflexão até o presente momento não foi alterado.

Urbano

A nova onda é apenas no sentido de escancarar o que sempre foi e, talvez, mostrar alguma atualização no modus operandi. Agora, a base moderna mesmo é a que foi surrupiada de hitler.

    Urbano

    A propósito, como estariam eles hoje sem um Tesla e um Von Braun? O de casa na área de Tesla era bom mesmo em ludibriar; tendo inclusive este como um de suas vítimas.

Mauro Assis

Porque 1,5 milhão de franceses defendendo um ponto de vista legítimo em um regime democrático seria nazismo?

A democracia é essencialmente o direito a não concordar com o que alguém diz, mas defender incondicionalmente o direito de alguém dizê-lo.

O mesmo se dá com outros temas citados no texto: aborto e liberação do uso de drogas, por exemplo. São temas controversos os quais a sociedade vem discutindo no mundo todo. Ser contra ambos não tem nada de nazista.

    Charles

    Concordo com Mauro Assis. Desde quando discordar publicamente de um tema é nazismo? Os franceses apenas usaram sua liberdade para opinar.
    Só o fato de ter uma opinião diferente de certos movimentos e “intelectuais” (entre aspas mesmo), que se julgam donos da verdade, que são muito tolerantes quando se trata de si, mas que desejam censurar e criminalizar quem ousa discordar deles não torna ninguém nazista.

    Quer dizer que ser contra a liberação do aborto agora é nazismo?
    Pra mim é muito mais nazista aquele que defende a morte de um bebê em gestação sob pretexto de um “direito de escolha”.
    Vale lembrar que o aborto era uma das políticas de Hitler para reduzir a população “não-ariana”, assim como a matança de deficientes mentais.
    Também o aborto é instrumento de políticas para reduzir a população mais pobre em países ricos (como EUA) e controle estatal da população (como na China).

    Quer dizer que ser contra a liberação das drogas agora é nazismo?
    Nazismo seria uma política de extermínio de viciados.
    Nazismo é deixar viciados perambulando pelas ruas cometendo crimes para sustentar o vício, abandonados por um Estado negligente, que hipocritamente diz respeitar escolhas.
    Nazista é quem prega a liberação das drogas, o fechamento de clínicas, o aumento de vidas e famílias destruídas pela dependência química.

    “como representante do Estado não deve proferir uma religião”. Falácia. O legislador não é representante do Estado, é representante do povo perante o Estado.
    O legislador é uma voz do segmento da população que, democraticamente, o elegeu (seja religioso ou não). Impedir o legislador de seu direito de expressão/religião seria contra a própria constituição.

    É fato de que uma onda nazista está infelizmente ocorrendo, elas se chama xenofobia (o que não é nenhuma novidade na Europa, sempre aparece quando há crise, desemprego e tentam jogar a culpa nos imigrantes).
    No Brasil já ocorreu uma onda assim, “O Sul é meu país”, quando a indignação contra um pacto federativo injusto (em que a arrecadação fica mais em Brasília e não onde foi gerada) virou separatismo e neonazismo.
    As manifestações nas ruas brasileiras de 2013 eram apenas indignação popular e acabaram em ondas de violência.
    Mas não se enganem, essa turma violenta que estragou as manifestações pacíficas não é nazista, é anarquista (há uma grande diferença).
    Já a oposição à agenda de determinados grupos (abortistas, por exemplo) só é nazismo em mentes intolerantes como a desta Carla Garcia.

    Julio Silveira

    Concordo com você. Muitos dos nossos cidadãos são incultos e influenciados por propaganda, que por si só é algo que suscita interesses alheios ao senso comum, E por isso por esses serem péssimos no entendimento do sentido das palavras que surgem os cultos, muitas vezes, intencionados, mau ou bem conforme pontos de vista, para se apropriam de sentimentos, muitas vezes já consolidados sentidos nos peso dessas palavras para manipular. Desvirtuando ou mesmo associando a ela outros conceitos, criando situações que vão ao encontro de seus interesses, usam-nas conforme a conveniência. Propagam assim a ignorância, repousando na cumplicidade com os artifícios dos hipócritas que tanto devemos combater.

    Denise

    Não é discordar que é nazismo. Nazismo é concordar com o nazismo, já muito bem conhecido por todos que passaram por ele e pelos que o estudam

    Mauro Assis

    Denise,

    Mas o que o texto diz é que discordar é nazismo, veja: ela identifica como sintomas da “onda neonazista” as posições dos evangélicos na Comissão de Direitos Humanos. Ora, o Feliciano e sua turma foram eleitos legitimamente, e este ocupou a presidência da Comissão de Direitos Humanos também eleito por seus pares.

    Entenda, eu acho o Feliciano um picareta. Aquele vídeo dele pedindo a senha de cartão de crédito de um fiel no culto prá mim é simplesmente repugnante. Mas ele foi eleito, fazer o quê? Eu não concordo com quase nada (ou nada) do que ele propaga, até quando ele defende posições que a esquerda brasileira ama de paixão, como cotas para negros no funcionalismo público. Ele defendeu essa causa ativamente, e eu chamo esse tipo de coisa de racismo.

    Não há nada de nazismo em um deputado defender os seus ideais, ainda mais que eles parecem ser os ideais de quem o elegeu!

Marat

O curioso é que eles são racistas e xenofóbicos, porém, adoram roubar dinheiro dos outros!

Luís Carlos

Além dos aspectos citados sobre a eugenia como as diversas intolerâncias descritas, destaco a violência que tem sido propagada ao extremo, e das mais diversas formas e permanentemente (como a difusão de guerras e invasões dos EUA e de Israel, a argumentação da necessidade e direito de ter armas, as lutas de vale tudo com roupagem de MMA que de forma insidiosa e insistente tenta vender essa prática violenta como esporte, convencendo pela sublimação que a violência extrema e real, sexualizada, é maneira natural e aceitável socialmente, inclusive como forma de resolver situações de conflito social e político). Inequivocamente há uma série de medidas sendo tomadas de forma insistente, insidiosa e permanente para impor como prática adequada esse padrão eugênico de violência e intolerância grotescas, e para isso, os grandes meios de comunicação formam uma rede com pauta única e argumentos iguais, convocando pela repetição e assimilação de comportamento social e historicamente construído, como natural.

    Denise

    Observações muito pertinentes e certeiras!

FrancoAtirador

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Depois, não conseguem compreender como que o Pastor Feliciano chegou à Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados da supostamente laica República Federativa do Brasil.

Respondam rápido:

Seria eleito no Brasil um(a) candidato(a) a Presidente da República
que se declarasse publicamente budista, umbandista, muçulmano ou ateu?
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    lukas

    FHC.

    FrancoAtirador

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    “Em 1985, na eleição para a prefeitura de São Paulo, o então candidato Fernando Henrique Cardoso se atrapalhou num debate ao tentar responder se acreditava ou não em Deus.
    No dia seguinte, foram espalhados pela cidade panfletos contendo uma cruz e a inscrição “Cristão vota em Jânio”.
    Fernando Henrique perdeu para o ex-presidente Jânio Quadros numa eleição apertada, e muitos correligionários atribuíram o fato à resposta dúbia dada no debate.”
    (Revista Veja. Edição 1754 – 5 de junho de 2002)
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    Depois disso, o marqueteiro do PSDB nunca mais permitiu ao FHC

    se pronunciar em público sobre a existência ou não de Deus.
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    Luís Carlos

    Não. Existe uma ditadura cristã no país e em várias partes do mundo, como EUA, por exemplo.

FrancoAtirador

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“DESTINO MANIFESTO” DOS UNITED STATES OF AMERICA

A Política Interna e Externa dos United States of America continua fundamentada na Doutrina do “Destino Manifesto”,
hoje, oculta ou ‘mascarada’ sob formas sutis de Dominação, notadamente pela canalização da Informação/Contra-informação,
principalmente através dos Meios de Comunicação de Massa, utilizando-se dos avanços tecnológicos das telecomunicações.

Com o tempo, o expansionismo econômico das grandes corporações, por meio da globalização neoliberal de matriz norte-ocidental,
foi dispensando a invasão territorial, que agora se limita a intervenções pontuais em países onde há maior resistência orgânica interna.
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“O “Destino Manifesto” é o pensamento político-teológico que expressa a crença de que o povo dos Estados Unidos da América é eleito por Deus para civilizar a América e o ‘resto do Mundo’, e por isso o expansionismo americano é apenas o cumprimento da Vontade Divina.”

“[Nos Unites States of America,] os interesses econômicos que motivaram as migrações para o oeste foram legitimados por um discurso de caráter religioso, no qual o documento chamado de “Destino Manifesto” expressava o caráter divino e sagrado da população norte-americana.

Em outras palavras, eles eram o povo escolhido por Deus para ocupar todas as terras a oeste.

O discurso religioso legitimou a ocupação no século XIX de todos os territórios do meio oeste até o extremo oeste (litoral do Oceano Pacífico), que formaram a atual configuração territorial dos Estados Unidos da América.

O “Destino Manifesto” legitimou todas as formas de expansão territorial norte-americana, começando pelo seu próprio território no século XIX, e expandindo para a conquista do mundo, principalmente nos séculos XX e XXI.

Todas as ações bélicas dos Estados Unidos nos séculos XX e XXI foram e são motivadas pelo “Destino Manifesto”.

Para muitos norte-americanos, eles continuam sendo o povo escolhido por Deus para governar e proteger o restante do mundo.”

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Destino_Manifesto)
(http://www.alunosonline.com.br/historia/eua-destino-manifesto.html)
(http://www.mundoeducacao.com/historia-america/destino-manifesto.htm)
(http://www.espacoacademico.com.br/058/58bandeira.htm)
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O Destino Manifesto do Povo Estadunidense:
Uma Análise dos Elementos
Delineadores do Sentimento Religioso
Voltado à Expansão Territorial

Por Priscila Borba da Costa

(http://www.academia.edu/947673/O_Destino_Manifesto_do_Povo_Estadunidense_Uma_Analise_dos_Elementos_Delineadores_do_Sentimento_Religioso_Voltado_a_Expansao_Territorial)
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Variante em Portugal

O DESTINO MANIFESTO PORTUGUÊS

Por Sónia Margarida Pedro Sebastião

O Destino Manifesto português é uma concepção… que radica as suas influências no Livro Bíblico de Daniel.
(…)
O ‘Portugal que Deus quis e o homem sonhou’ nasceu na Idade Média cristianizada, mas com vontades pagãs ecuménicas [SIC] que enformavam um projecto universal prosseguido pelos Templários e pelos Cavaleiros de
Cristo.
A demanda constante de uma terra prometida para lá do horizonte, para o encontro dos irmãos de fé – do Reino do Preste João – levou os portugueses a abandonarem o seu território, cujas fronteiras cedo estabeleceu.”

(http://smpsebastiao.files.wordpress.com/2008/09/destino-manifesto_promo.pdf)
(http://www.bocc.ubi.pt/pag/sebastiao-sonia-o-destino-manifesto-portugues.pdf)
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OS ‘DESTINOS’ SE ENCONTRAM NO BRASIL

Destino Manifesto
(Handall Fabrício Martins)

Irrelevância sua sina não fora,
indeléveis lhes seriam patentes
marcas deixadas, corações e mentes:
apologia – sim! -, aqui e agora!

Metido em seus imbróglios, entrementes,
foi a dominar, sim, e sem demora.
Mas, pés de barro tinha e, agora, chora
agonia de morte entre os viventes.

Levanta-te, ó da vida baluarte!
As forças não te vêm dos altos céus?
Revigora teu mote e o estandarte!

Possível reaver os que eram teus?
Ou fracassaste aqui e, assim, destarte,
multiplicas na terra os teus ateus?

(http://migre.me/hdyzs)
(http://migre.me/hdA4L)
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(http://migre.me/hdyOH)
(http://migre.me/hdAqP)
(http://migre.me/hdAhy)
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Este post saiu do ar, por falta de interesse dos leitores no assunto,
tanto que nem foi publicado no Twitter e no Facebook do Viomundo.

Lamenta-se, mas fica o registro, para eventual pesquisa acadêmica…

E, como dizia o Quintana, “quando quero ler um livro, escrevo”…
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FrancoAtirador

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Em relação ao indivíduo Adolf Hitler,

poucos historiadores se aprofundaram

em um aspecto fundamental da psiquê:

Era era, antes de tudo, um fanático religioso,

se dizia cristão e era assíduo leitor da bíblia,

cujas passagens utilizava para justificar e impor

as teses da ‘Purificação da Raça’ à Humanidade.

“Hitler precisou fundamentar suas posições e o fez usando como pano de fundo, motivos muito fortes para serem ignorados:
a Bíblia e a necessidade de mudança nos rumos do estado alemão, a valorização da nação alemã, calçada no orgulho de seu povo, até então descrente e oprimido.”
(…)
“Segundo Tom Rosenthal (1981), ‘na verdade, pela política e prática de extermínio nazista abrangeu judeus, negros, ciganos, comunistas e ‘degenerados’ físicos, mentais e morais, todos os quais deveriam ser extirpados para a pura glória ariana do Reich de Mil Anos’.”
(…)
“O [Livro do] Apocalipse fala de 1000 anos de paz para os eleitos de Deus, após o julgamento final, e, como Hitler se considerava acima do bem e do mal, bem como senhor da verdade, apoiou-se nisto para interpretar quem seriam os vencedores.
Com certeza, ele mesmo achava-se o primeiro deles, pois, para o mesmo, a interpretação apocalíptica seria o “Reich Alemão de 1000 anos” quando o mundo teria paz e prosperidade, comandado pelos Alemães, depois de extirpar da terra os impuros.”
(…)
“A perseguição de Hitler aos negros (segundo sua interpretação, por herança genética, culpados por Caim ter matado Abel, pois está escrito que uma mancha negra caiu nos descendentes de Caim).
Fato é que a Bíblia tem a linguagem metafórica sobre o preto ou seja, a cor negra.
Durante várias passagens da cultura humana, esta cor foi tida como sinal de luto, sofrimento, ignorância, medo, talvez até explicado pelo medo que os antigos tinham da noite e as histórias que contavam aos seus filhos quanto a seres fictícios da noite, para preserva-los de serem atacados por outros seres humanos ou animais.
Fato é que, até hoje, é comum, quando morre alguém, vestir-se de preto – embora o verdadeiro luto esteja no coração e não na roupa – e quando algo não vai bem, escutar-se: a coisa está preta.
MAS, pergunta-se: o que isto tem a ver com a cor da pele de uma pessoa?
NADA!
A mancha negra tem a ver com a vergonha de uma família ao se lembrar que um irmão matou o outro, a tristeza dupla da mãe e do pai ao se lembrarem disso, perderem um filho assassinado e sentir saudade do filho banido, ou seja, de luto.
Entretanto, os negros e mulatos que viviam na Alemanha, na época nazista, eram perseguidos até a morte.
Não se pode precisar quantos.”
(…)
“Para Hitler, a raça pura, além de serem os alemães arianos, ainda deveria ter genealógica pureza de sangue, os homens de raça, como são os cães de raça.”
(…)
“Nesse sentido, todos nós, brasileiros, seríamos impuros duas vezes e precisaríamos ser eliminados, uma, por não sermos arianos, depois, pela mistura genética na formação do nosso povo, pois, se inicialmente fomos misturados, principalmente, pelo índio, pelo negro e pelo português, depois, fomos nos misturando com as várias etnias que imigraram para o Brasil, dos mais diversos países e continentes, processo contínuo que ainda prevalece. Só para contrariar, no Brasil, temos todos os tipos de beleza, e há brasileiros se destacando, em todos os setores, no mundo todo. O povo brasileiro é admirado mundialmente, sendo o país tido como um paraíso aonde aqueles que enriquecerem querem morar, pela alegria, amistosidade, beleza e sensualidade das pessoas. Como a própria ciência afirma, de acordo com as mais recentes descobertas e o estudo do DNA, não se pode considerar que existam raças humanas, mas uma raça humana.”
(…)
“Ideologicamente, no nazismo de Hitler, a mulher ideal seria, psicologicamente, alienada, não teria opiniões, não participaria de nada e dedicaria sua vida, a procriação à apoiar e agradar ao marido, até mesmo no sentido de suprir a sua falta dentro de casa, pois os ‘conquistadores do mundo’ não tinham tempo para dar atenção a família.
A mulher faria isto submissamente e sem nenhum questionamento, resumindo-se numa figura apagada que nem deveria conversar com as visitas, mas apenas recebê-las, com sorrisos plácidos e servir.”

Íntegra em:

(http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/a-figura-de-adolf-hitler-sua)
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    FrancoAtirador

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    Sobre como Hitler distorceu a Bíblia para matar judeus, muçulmanos, negros, mulatos, mouros, amarelos, velhos, homossexuais, deficientes físicos e mentais, portadores de doenças congênitas…

    “Antes da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha estava infestada pelo tão chamado movimento cristão alemão, que procurava “nazificar” o Cristianismo, entre outras medidas, suprimindo o ensino do Antigo Testamento.
    O que é interessante é que Hitler e seus mais importantes representantes junto com a maioria dos líderes militares e as próprias tropas, haviam sido a vida inteira católicos ou luteranos.”

    (http://www.wnd.com/2012/02/how-hitler-twisted-the-bible-to-kill-the-jews)
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    FrancoAtirador

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    ‘DARWINISMO SOCIAL’ NADA TEM A VER COM A CIÊNCIA DE CHARLES DARWIN

    DW.de ESPECIAL: 150 ANOS DE “A ORIGEM DAS ESPÉCIES”

    O biólogo inglês jamais concebeu uma doutrina da “sobrevivência do mais forte”.

    Quando Hitler subiu ao poder em 1933, o solo para sua política assassina já estava preparado, à base de manipulações de conceitos.
    O barbudo senhor inglês teria ficado surpreso se alguém o confrontasse com a suspeita de que, no século 20, sua Teoria da Evolução seria a justificativa para crimes horrendos.

    Pois Charles Robert Darwin jamais foi um racista, afirma Matthias Glaubrecht, diretor do departamento de pesquisa do Museu Etnológico de Berlim.

    “Ele era um homem típico da era vitoriana, ocupado consigo mesmo, sua família, sua propriedade rural. Era bastante apolítico. O fato de os nacional-socialistas evocarem sua teoria para impor uma visão política lhe causaria muita estranheza.”

    Para Glaubrecht, é incompreensível a persistência da ideia de que as pesquisas científicas de Darwin teriam dado impulso a médicos e teóricos racistas do nazismo.

    Trata-se de um total mal-entendido da teoria com a qual ele descreveu o fenômeno natural da mutação evolutiva.

    “Ele apresentou a teoria de uma seleção na natureza, mas não com uma meta determinada, voltada para a pureza de uma certa raça.”

    “Spencerismo” seria mais exato

    A Teoria da Evolução é, portanto, uma constatação cientificamente fundada, passível de comprovação, através de fatos e da confrontação com outras teorias, afirma Glaubrecht.
    Enfim, o melhor que se pode desejar de uma teoria.

    Entretanto, Glaubrecht se incomoda com o termo “darwinismo”.

    “Não queremos associá-la a um nome; por exemplo, em relação à Teoria Quântica, não se fala em ‘planckismo’, nem a Teoria da Relatividade é ‘einsteinismo’.”

    Inapropriado seria também relacionar o conceito “darwinismo social” a Darwin.

    “Luta pela sobrevivência”, “direito do mais forte” jamais foram palavras de Charles Darwin, mas sim conceitos manipulados por outros.

    Não foi o biólogo nascido em 1809, mas sim o sociólogo inglês Herbert Spencer a aplicar as leis da evolução à sociedade humana.

    É dele que parte a noção de ‘survival of the fittest’ – ”sobrevivência do mais bem adaptado’.

    Glaubrecht tira a conclusão lógica:

    “Justamente o darwinismo social é algo que se deveria chamar – se é que precisamos fazê-lo – de ‘spencerismo’. Pois não tem absolutamente nada a ver com Darwin.”

    Racismo socialmente aceitável

    No século 19 discutiam-se, em diversos círculos, noções racistas e antissemíticas.

    Cursava o mito dos “arianos” superiores: o ódio contra tudo o que fosse diferente e um nacionalismo pronunciado se disseminavam pela Europa.

    As obras do francês Arthur de Gobineau e do publicista britânico Houston Stewart Chamberlain eram muito lidas.

    Seu tema era a superioridade da “raça branca”, que criaria uma cultura mais elevada, enquanto outros povos, supostamente inferiores, tinham como única finalidade a servidão.

    A mistura das duas “raças” devia ser considerada decadente e perniciosa.

    A partir do ‘darwinismo social’ desenvolve-se a assim chamada Eugenia, uma ideologia extremamente desumana, cujo fundador foi justamente um primo de Charles Darwin, o matemático Francis Galton.

    Seus adeptos propunham aperfeiçoar o material genético humano através da criação direcionada, como a praticada com os animais domésticos.

    Consequentemente, apenas as pessoas “racialmente mais valiosas” deveriam se reproduzir.

    Solo preparado para o nazismo

    Em 1905 é fundada no Reich alemão uma “Sociedade de Higiene Racial”; em 1920 um jurista alemão e um psiquiatra redigem um ensaio sobre o “extermínio da vida indigna de viver”.

    A doutrina racial, supostamente fundamentada na biologia, toma impulso.

    Exige-se agora uma política de seleção, o extermínio dos judeus, a luta pela autopreservação e novos espaços vitais para a “raça dominante”.

    Quando Adolf Hitler e os nazistas subiram ao poder em 1933, o solo para sua política assassina já estava preparado.

    A Charles Darwin não cabe a menor responsabilidade pelos crimes nazistas.

    (http://www.dw.de/darwinismo-social-nada-tem-a-ver-com-a-ci%C3%AAncia-de-charles-darwin/a-4011406)
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    Bonifa

    O cristianismo pregado pelo Nazismo não se resumia a afastar o Velho Testamento. Tanto o Nazismo quanto o novo liberalismo vêm da mesma fonte de cristianismo que também matava a sede dos puritanos estadunidenses e que foi estudada por Max Weber. É o Cristianismo Positivo; que se entenda mais este importante conceito.

FrancoAtirador

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O Renascer da Perseguição Religiosa

Desde a mais remota época da história da civilização temos convivido com a intolerância.

O ser humano parece não conseguir livrar seu espírito da necessidade quase doentia de julgar e condenar os diferentes.

As perseguições a grupos étnicos são famosas.
Negros, judeus, ciganos e árabes desde sempre sofreram com a intolerância e o fanatismo de Homens que, por medo, ignorância e arrogância lhes escravizaram, torturaram, censuraram e assassinaram.

Essa intolerância chegou ao auge com a inquisição, período negro da História da religião Católica, onde o clérigo em nome de Deus matou, torturou, roubou, humilhou, pilhou povos inteiros, estuprou e queimou mulheres sob a alegação de que praticavam bruxaria.

No Brasil, os negros e os índios que não aceitassem aquele Deus impiedoso e tirano que a antiga Igreja Católica preconizava, eram torturados e mortos.

Também foi sob suas bênçãos que negros e índios foram escravizados, pois os padres os classificavam como animais e não possuidores de alma humana.

Modernamente, Hitler demonstrou os horrores da intolerância e até onde os Homens são capazes de ir para eliminar as diferenças.

Após a Segunda Grande Guerra, o Mundo, aterrorizado com o que viu, começou uma discreta luta em nome da Liberdade.

No Brasil, apesar de sermos uma raça miscigenada, de forma sutil e camuflada a perseguição às chamadas minorias e principalmente aos negros e à cultura negra sempre existiu.
A tal ponto que a própria Constituição de 1988 em seu artigo 5º incisos VI a VIII, dedicou sua atenção a proteger o direito à liberdade de crença e culto.

Ainda assim, deparamo-nos nos dias atuais com práticas discriminatórias. Constantemente temos notícia de irmãos nossos que foram aviltados em razão de sua fé e apesar de todas as garantias legais, muitas vezes, em razão da forma covarde como é feita a ofensa, sequer conseguem reagir.

Mas não podemos desistir. Unir nossas forças e buscar os meios para resistir é de suma importância.

A discriminação deve ser reprimida. Não devemos nos calar. Conhecer a lei, escolher nossos representantes junto ao legislativo, participar de todas as formas de afirmação da nossa cultura e da nossa religião são meios lícitos para conquistarmos definitivamente o respeito.

Precisamos demonstrar nossa força. Está na hora de pararmos de nos esconder dentro de nossos terreiros. Devemos eleger umbandistas e candomblecistas para nos representar, mas não apenas isso.
Devemos ainda cobrar todos os dias destes políticos sua atuação em defesa de nossos ideais.

As leis estão aí para nos defender.
Não deixem de processar qualquer um que tente vilipendiar nossos ritos, que tentem atrapalhar nossos cultos, que tentem intimidar nossa gente.

Ao tomar conhecimento da prática de discriminação e perseguição religiosa, devemos imediatamente denunciar.

O silêncio só nos enfraquece.
O isolamento aumenta o poder de nossos perseguidores.
Somente a união de todos nós poderá vencer o preconceito e a onda de fanatismo religioso que assola nosso País.

Mãe Juliana de Iansã

(http://www.tucaboclojundiara.com.br/tucj/artigos/o-renascer-da-perseguicao-religiosa)
(http://www.geledes.org.br/patrimonio-cultural/artistico-esportivo/manifestacoes-culturais/12355-chega-de-intolerancia-nao-toquem-em-nossos-terreiros)
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FrancoAtirador

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CONHEÇA O “MAPA NEONAZISTA” NO BRASIL

Mapa da Intolerância:
Região sul concentra maioria dos grupos neonazistas no Brasil
mas crescem em São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais

Léo Rodrigues – Portal EBC

O crescimento do número de simpatizantes neonazistas tem se tornado uma tendência internacional. É o que aponta um monitoramento da internet realizado pela antropóloga e pesquisadora da Unicamp, Adriana Dias. De 2002 a 2009, o número de sites que veiculam informações de interesse neonazistas subiu 170%, saltando de 7.600 para 20.502. No mesmo período, os comentários em fóruns sobre o tema cresceram 42.585%.

Nas redes sociais, os dados são igualmente alarmantes. Existem comunidades neonazistas, antissemitas e negacionistas em 91% das 250 redes sociais analisadas pela antropóloga. E nos últimos 9 anos, o número de blogs sobre o assunto cresceu mais de 550%.

Adriana Dias trabalha há 11 anos mapeando grupos neonazistas que atuam na internet e também no mundo não virtual. Devido ao conhecimento construído, a pesquisadora já prestou consultoria para a Polícia Federal e para serviços de inteligência de Portugal, Espanha e outros países.

Brasil

Segunda Adriana, os grupos neonazistas eram predominantes no sul do país, mas nos últimos anos têm crescido vertiginosamente no Distrito Federal, em Minas Gerais e em São Paulo. Ela vem mapeando o número de internautas que baixam arquivos de sites neonazistas e considera simpatizantes aqueles que já fizeram mais de 100 downloads. Por esse critério, seus dados de 2013 apontam que há aproximadamente 105 mil neonazistas na região Sul.

– Estados com maior número de internautas que baixaram mais de 100 arquivos de sites neonazistas:

Minas Gerais: Simpatizantes neonazistas: 6.000
Goiás: Simpatizantes neonazistas: 8.000
Paraná: Simpatizantes neonazistas: 18.000
São Paulo: Simpatizantes neonazistas: 29.000
Rio Grande do Sul: Simpatizantes neonazistas: 42.000
Santa Catarina: Simpatizantes neonazistas: 45.000

No caso de Minas Gerais, os movimentos parecem ter ganhado fôlego em 2009, como forma de responder ao assassinato de Bernardo Dayrell Pedroso. Fundador da revista digital “O Martelo”, ele era uma referência do movimento neonazista na cidade. Acabou morto em um evento no município de Quatro Barras (PR), por uma outra gangue de skinheads neonazistas que via em Bernardo uma barreira para sua ascenção.

Organização

Não é possível descrever um único percurso para ingresso no movimento neonazista. Mas há uma trajetória mais comum: “Geralmente, eles atendem ao proselitismo na juventude. O jovem em busca de uma causa acaba recebido pelo grupo, que o convencem de que o negro ou o judeu tomou seu espaço no mercado de trabalho, na universidade, etc”, explica Adriana Dias.

Os líderes dos grupos geralmente não participam das ações violentas. “São pessoas que já possuem uma condição financeira melhor e geralmente possuem curso superior. Eles conduzem o movimento e leem muito material antissemita. Possuem um alto grau de instrução e buscam se resguardar de eventuais ações judiciais”, descreve a pesquisadora.


Crescimento de sites com assuntos neonazistas

Mapa dos stados brasileiros com maior número de internautas
que baixaram mais de 100 arquivos de sites neonazistas, em:

(http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/04/mapa-da-intolerancia-regiao-sul-concentra-maioria-dos-grupos-neonazistas)
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FrancoAtirador

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Entrevista: ADRIANA ABREU MAGALHÃES DIAS, antropóloga.

Por Márcio Sampaio de Castro, na CartaCapital

A EXPLOSÃO DO ÓDIO

Antropóloga detecta aumento de sites neonazistas brasileiros.
E o índice de arquivos baixados com estas características cresce a uma taxa média de 6% ao ano.

Durante a última grande manifestação organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL), para comemorar a revogação do aumento das tarifas do transporte coletivo em São Paulo, integrantes de partidos políticos e movimentos sociais foram atacados por jovens trajando toucas ninjas, roupas pretas e coturnos.

Enquanto agrediam seus alvos, a multidão ao redor aplaudia e gritava “fora partidos, fora partidos”.

Para a antropóloga Adriana Dias, que pesquisa há mais de 10 anos a atuação dos movimentos neonazistas no Brasil e já foi diversas vezes ameaçada de morte por seus integrantes, não resta a menor dúvida sobre quem eram esses jovens violentos e quais eram suas motivações.

A partir da análise de blogs, sites e fóruns de relacionamento, muitos deles com domínio no exterior, a pesquisadora documentou, ao longo de sete anos, que mais de 150 mil downloads de arquivos de teor nazista, superiores a 100 megabites cada, foram baixados por um número equivalente de computadores com endereços eletrônicos localizados no Brasil no mesmo período.

De 2009 para cá, o índice de arquivos baixados com estas características tem crescido a uma taxa média de 6% ao ano e até postagens de crianças já foram detectadas por ela.

Para Adriana, um misto de despolitização da sociedade no período pós-ditadura e a transformação da política em escândalo por boa parte da mídia são o ovo da serpente para a expansão de manifestações crescentes de caráter nazifascista na sociedade brasileira.

A omissão sistemática das autoridades às agressões perpetradas contra homossexuais, negros, judeus, nordestinos, moradores de rua e imigrantes bolivianos nas ruas de grandes centros urbanos completa o ciclo de terror, que silenciosamente avança junto a um número nada desprezível de jovens brasileiros.

Carta Capital: Nas manifestações populares das últimas semanas em São Paulo, um momento que chamou a atenção foi quando jovens, aparentemente ligados a esses movimentos, atacaram militantes partidários e militantes do movimento negro, destruindo suas bandeiras.
Enquanto isso ocorria, a multidão à sua volta gritava “fora partido, fora partido”.
Como explicar esses dois fenômenos simultâneos?

Adriana Dias: Desde a ditadura militar nós avançamos por um processo de despolitização espantoso em todas as camadas sociais.
Os cursos de sociologia e filosofia foram retirados do currículo escolar.
Em segundo lugar, há no Brasil uma proliferação da teologia da prosperidade.
Na Alemanha, ela foi fundamental para a ascensão do nazismo.
A ideia aqui é que não são as ações do governo que auxiliam nessa prosperidade.
Por exemplo, o indivíduo consegue comprar uma casa pelo programa Minha Casa, Minha Vida e vai a um culto religioso e acredita que conseguiu por sua própria conta.
Esse afastamento gradual do Brasil de um estado laico torna tudo mais difícil.
Tanto na Igreja Católica, em sua linha carismática, quanto em certas igrejas protestantes.
Por fim, a política de escândalos, patrocinada pela mídia, criou uma personalização da política como um eterno escândalo.
Eu chamo isso de um carnaval às avessas.
Se no carnaval o povo vai pras ruas para expor sua alegria, nessas manifestações as pessoas têm ido às ruas para expor suas insatisfações, fazendo reivindicações que não são mensuráveis e de um fundo conservador muito forte.

CC: Quais as alternativas para isso?
AD: A alternativa é a volta para o diálogo com os movimentos sociais.
Nas elites políticas, em um sentido mais geral, há um movimento totalitário, dentro do que analisa Hannah Arendt.
Particularmente na direita brasileira.
Em São Paulo, por exemplo, muitas práticas do Estado são totalitárias. Veja a atuação da polícia.
Já em um campo mais específico, entram esses movimentos neonazistas e suas ações, como essa verificada nas manifestações.

CC: Como esses jovens neonazistas são cooptados?
AD: Há um proselitismo muito forte no Brasil. Os grandes líderes têm entre 35 e 50 anos e normalmente são pequenos empresários e profissionais liberais.
Estes não vão para as ruas.
Em um segundo grupo, temos os mais jovens, que vão para as ruas e não se importam por que sabem que, se forem presos, serão soltos.
E temos também as mulheres neonazistas, que são vistas somente como reprodutoras, dentro de um ideal paternalista e machista.
Os grandes líderes atuam dentro de universidades, por exemplo, distribuindo material de divulgação do movimento e, principalmente, nas redes sociais.

CC: Como surgiu a ideia de pesquisar o movimento neonazista no Brasil?
AD: A partir de uma disciplina que cursei na Unicamp, em 2002, na graduação, onde se discutia a negação do holocausto, tive a ideia de fazer um trabalho para conhecer um pouco os grupos neonazistas brasileiros.
Como sou programadora, criei uma aranha de busca e percebi que estava entrando em um mundo muito grande. No início, eram apenas 7500 sites, em 2009 já eram mais de 20 mil.
Existem também os blogs, que cresceram 450% nesse período, e as redes sociais.

CC: Quais as características desses sites?
AD: São compostos por páginas profundas, com diretórios dentro de diretórios. Nos diretórios mais profundos encontramos incentivos ao genocídio e assassinatos.
Muitos deles são de origem norte-americana.
Fazem apologia ao número 88, já que o H é a oitava letra do alfabeto e duplicado faz referência ao Heil Hitler.
Uma frase muito comum de ser encontrada é o “nós devemos assegurar um futuro para as crianças brancas”, o slogan de 14 palavras inspirado em uma passagem do Mein Kampf, livro escrito por Hitler.
Da combinação desses dois números, temos o 14/88, que é uma saudação.
Muitos membros nos fóruns de internet se utilizam desses números como nicknames associados a nomes nórdicos.
Coisas como Odin88 ou Thor 14/88.

CC: Por que esta forte influência dos sites norte-americanos?
AD: Eu fiz a minha pesquisa em inglês, espanhol e português. Os grandes pensadores do movimento estão nos EUA e um dos principais deles foi o David Lane, que morreu na prisão em 2007.
O movimento surge muito forte lá por que a questão racial é muito dura entre eles.
Esse lado mais duro permite a expansão desses pensamentos, ao lado do conceito de liberdade de expressão.
Nos Estados Unidos, esses sites são legais. É um discurso público e consequentemente é mais fácil de reproduzi-lo.
Só que para mim, a liberdade de expressão se interrompe quando chega à dignidade humana.
Representar outro ser humano como animal ou como um demônio está muito além da liberdade de expressão.

CC: A ligação com movimentos estrangeiros tem crescido?
AD: Já houve casos de grupos brasileiros serem rejeitados por serem sul-americanos, mas nos últimos tempos esta visão tem mudado e o ideário da raça branca tem aproximado esses grupos ao redor do mundo.

CC: O jornalista espanhol Antonio Salas, autor de O Diário de Um Skinhead, se infiltrou em grupos neonazistas.
A senhora chegou perto de ter alguma experiência deste tipo?
AD: Antonio Salas produziu um trabalho heroico, se fazendo passar por um neonazista para conhecer estes grupos a fundo.
Atualmente, ele tem que se manter oculto, pois é ameaçado de morte em 16 países.
Eu pesquiso os sites e fóruns.
Conheço perto de 500 desses fóruns e muitos funcionam como páginas de relacionamentos, mas os mais representativos chegam a um número de 12.
Eles se dividem por temáticas, como o Fórum Verde, sobre ecologia, o Solar General, sobre religiosidade e o Movimento Cristão Identitário, que é protestante radical de direita e que tem a plataforma de criar um estado branco dentro dos EUA.

CC: Em sua pesquisa, o que mais chamou a atenção?
AD: A quantidade de ódio, a idolatria ao ódio.
A ideia de achar que ele estrutura a personalidade.
Eu, que tenho uma formação humanista, posso dizer que fiquei chocada com isso. Outro aspecto é a crença na noção de sangue que ultrapassaria a substancialidade.
Ou seja, o sangue não seria material, estaria na alma. Isto explica por que entre eles a nação, tal qual nós a concebemos, não existe.
O que existe é a nação racial.
Por isto, é preciso destruir os movimentos populares, que estão associados a outra concepção de nação.
Por fim, me chamou a atenção a facilidade para encontrar inimigos.
Eu, como antropóloga, não acredito em raças, somente na raça humana, mas para eles, o casamento chamado de inter-racial, por exemplo, é considerado um genocídio.

CC: E no Brasil?
AD: No Brasil, existe o discurso separatista, que traz elementos complicadores.

CC: Como assim?
AD: Cada um quer uma coisa.
Veja o caso do (Ricardo) Barollo, que mandou matar o (Bernardo) Dayrell, em 2009, no Paraná.
Eles estavam lutando pela liderança do movimento no país, mas o que cada grupo defende a seu modo é a separação de São Paulo ou dos estados do sul do restante do Brasil.
Nessas explosões de ódio, que mencionei há pouco, é exigido que eles ataquem os inimigos.
Aliás, um dos critérios para aceitar um novo membro é que ele cometa uma violência contra um inimigo. Os grupos neonazistas têm matado e agredido gays em São Paulo, na região da rua Augusta, e ninguém fala nada.
A polícia não faz nada.
Já conversei com policiais que não consideram crime um indivíduo portar uma suástica bordada na blusa.

CC: Somente os gays?
AD: Não. Atacam bolivianos, negros, gays, nordestinos, judeus e depois relatam nos fóruns.
Eles são organizados.
Possuem inclusive estratégias de defesa.
Muitos, quando são pegos, alegam loucura. São estratégias previamente montadas e as autoridades, por sua vez, não dão importância.

CC: Isto seria em função da cultura brasileira de deixar as coisas acontecerem para depois tomar uma atitude?
AD: Não, não acho. Acontece que no Brasil as minorias não têm importância e é por isso que ninguém faz nada.

(http://www.cartacapital.com.br/politica/a-explosao-do-odio-7327.html)
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Leia também:

O PERFIL DO NEONAZISTA BRASILEIRO

ENTREVISTA COM A PESQUISADORA ADRIANA DIAS

Por Débora Lopes, no Vice

(http://migre.me/hcNEV)
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FrancoAtirador

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MONGE BUDISTA BRASILEIRO ALERTA:

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA CRESCE,

MESMO DENTRO DA POLÍCIA MILITAR.

“Uma polícia, com esse acréscimo
da intolerância religiosa
e uma arma na cintura,
é uma Milícia, não é uma polícia”

A partir dos 18 minutos:
(http://globotv.globo.com/globo-news/fernando-gabeira/t/todos-os-videos/v/fernando-gabeira-visita-primeiro-mosteiro-zen-da-america-latina-em-vitoria-es/3035535)
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    FrancoAtirador

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    VIRTUDE

    Dada a peculiaridade da simbologia ritual intrínseca de cada Religião, o Natal, todos aqui sabemos, é um dos mais importantes eventos da Cristandade, talvez só equiparado à Páscoa.

    Porém e até pela coincidência da data com a iminência da virada de ano, convencionada pelo calendário gregoriano, especialmente no Ocidente, o ’25 de Dezembro’ e os dias a ele próximos evocam coletivamente, de forma natural e espontânea, um momento de reflexão associada não apenas à Fé e à Paz, mas à Esperança, à Bondade, à Caridade, à Amizade, à Solidariedade, à Confraternização e, em suma, a todas as Virtudes Humanas.

    Esta semana, em meus ‘passeios quilométricos’ na internet, deparei-me com uma matéria que tratava de uma situação deveras intrigante, originada de um sítio de notícias de Chickasha, uma cidadezinha com menos de 20 mil habitantes, do estado de Oklahoma, nos United States of America:

    Família pobre é salva de um pesadelo no Natal em Chickasha

    Tiffany Wait contou que, na manhã de Natal, ela, seu marido e seu bebê de sete meses de idade, foram até a Loja de Brinquedos da Igreja Bible Baptist Church para pedir presentes para seu filho, mas foram surpreendentemente recebidos com animosidade.

    “Eu sou pobre e não seria capaz de celebrar o Natal este ano sem a sua caridade”, ela disse humildemente, segurando o bebê.

    Os atendentes da Loja disseram que ela só poderia receber as doações, se, antes de entrar, deixasse o bebê com eles.

    Wait falou então que seu bebê não gostava de estranhos e que ela preferia ficar com ele.

    Mas um dos voluntários disse que teria de ser feito dessa maneira, caso contrário a família não poderia participar da entrega dos brinquedos.

    -Eu estava lá, lutando contra as lágrimas, e perguntei: “Você daria as costas a um bebê no Natal?”, disse Wait.

    De acordo com Wait, os voluntários a cercaram e uma mulher tentou pegar o bebê à força.

    Rapidamente, uma outra mulher, vinda de dentro da Loja, passou um brinquedo à frente e o entregou a Wait.

    Tiffany Wait resolveu levar o caso para a internet, postando sua história em vários sítios de mídia social, onde o diretor do Oklahoma Atheists, Red McCall, e outros membros do Grupo decidiram salvar o Natal daquela família.

    “Tivemos várias pessoas doando coisas e enviando dinheiro através de um PayPal”, disse McCall.

    De acordo com McCall, “hoje em dia, o Natal é um feriado secular. Todo mundo merece ter um feriado feliz”.

    “O feriado de Natal de Wait estava arruinado”, disse ele.

    “A grande mensagem aqui é que Tiffany foi discriminada, e se alguém precisa de ajuda, vamos ajudá-lo. Não importa quais são suas crenças.”

    Wait disse que as ações de McCall e do Oklahoma Atheists salvaram o Natal.
    “Os cristãos viraram as costas ao meu bebê e a mim, e um grupo de ateus nos mostrou compaixão, bondade e caridade”, disse ela.
    “Trouxeram-nos brinquedos, jantar, cartões-presentes, doaram dinheiro e realmente salvaram nosso feriado.”

    Chickasha News
    December 26, 2013
    James Bright, Managing Editor,
    The Express-Star

    (http://www.chickashanews.com/topnews/x1186895902/Atheist-group-saves-Chickasha-woman-from-Christmas-nightmare)
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    Depois dessa história, se resta algo a dizer é:

    Ninguém detém o monopólio da Virtude.
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Fabio Passos

A esquerda tem um dever histórico: Enfrentar a ditadura do poder econômico e construir uma sociedade sem classes.

Quando a esquerda abdica de sua responsabilidade… abre espaço para o avanço do fascismo.

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