Da Redação
A atriz Monica Iozzi publicou a ilustração acima no Instagram. Nem precisou de palavras.
Quem viu, especialmente depois da entrevista com a presidenciável Manuela DÁvila, do PCdoB, notou: Geraldo Alckmin, ou melhor, Geraldo, foi tratado pelos entrevistadores do Roda Viva como o dono da TV Cultura.
“Engraçado é que a esquerda é acusada de querer controlar os meios de comunicação mas ninguém reclama do que fez Geraldo Alckmin na TV Cultura”, escreveu a economista Laura Carvalho, que assessora o candidato do Psol ao Planalto, Guilherme Boulos.
Walder Nascimento, lembrando que Manuela foi interrompida entre 40 e 62 duas vezes pelos entrevistadores durante sua aparição no mesmo programa — o número depende de quem contou –, oito vezes mais que Ciro Gomes pela segunda contagem, perguntou: “Quantas vezes o Alckmin foi mesmo interrompido? Incrível a diferença do tratamento [dado] ao dono da TV Cultura, comparado aos outros candidatos”.
O jornalista Rodrigo Vianna comentou a declaração do ex-governador de São Paulo de que, em seu projeto econômico, a formulação será de Persio Arida e Edmar Bacha, dentre outros. “Economistas que legaram ao Brasil o aumento da dívida pública, o desemprego e o apagão da Era FHC. Economistas que governam para os bancos. E com os bancos”.
Mas os comentários focaram principalmente no tratamento cordial dado a Alckmin pelos entrevistadores: “Até o José Serra entrevistando o Geraldo Alckmin seria mais emocionante”, ironizou Débora Cruz.
Em termos de comparação, foi tão oficialista quanto a entrevista de Michel Temer ao mesmo Roda Viva, quando o jornalista Ricardo Noblat perguntou ao usurpador como tinha conhecido a esposa Marcela:
— Fui a um restaurante do tio dela, meu cabo eleitoral. Ela estava lá. Fiquei entusiasmado. Quando fui eleito deputado federal, ela mandou cumprimentos a mim. Mas foi pro escritório do [assessor Gaudencio] Torquato e ele me repassou. Cheguei em casa, apanhei o telefone e liguei para a casa dela. Marquei no sábado de visitá-la. Cheguei lá estava a mãe. Demos uma volta, e depois de sete meses estávamos casados.
Petistas também ironizaram, dentre eles o senador Lindbergh Farias: “Roda Viva parece um chá das cinco entre velhos amigos. Uma cordialidade impressionante”.
William de Luca notou que Geraldo acusou o PT de indicar Michel Temer como candidato a vice, sem que fosse pressionado pelo fato de que ele e o PSDB passaram “a fazer parte do governo [Temer], com vários ministérios e com apoio integral aos projetos de Temer”.
Um levantamento do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, aliás, insuspeito quando se trata do PSDB, notou que deputados tucanos deram maior apoio que os do próprio MDB aos projetos cruciais do usurpador.
Caroline Barros falou das perguntas que faltaram: “Alguém perguntou pra ele sobre roubo de merenda, PCC, água de esgoto ou qualquer coisa parecida?”.
“Nenhum jornalista antenado do Roda Viva fez sequer uma pergunta ao Alckmin”, escreveu Ivan Santos sobre a prisão do diretor nomeado pelo ex-governador para comandar a Dersa, do círculo íntimo de Geraldo, responsável pela construção do Rodoanel.
Referencioas aos escândalos sobre o desvio de verbas para a merenda escolar, a facção que se organizou nos presídios de São Paulo e agora se espalha pela América do Sul, à água do volume morto servido aos paulistas durante a crise hídrica e aos bilionários desvios na construção do anel viário de São Paulo sob José Serra e Geraldo.
Nenhum deles, obviamente, responsabilidade dos tucanos como Alckmin, que governam São Paulo há duas décadas.
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12 comentários
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Heitor
28 de julho de 2018 às 10h17Quem ainda vê o roda morta ?
É praticamente a Veja da televisão.
Transformaram o jornalismo e o Direito em um Frankstein.
carlos
27 de julho de 2018 às 19h14Machete PSDB escolhe o que fazer com Aécio e Alckmin, resposta jogar os dois na lata do lixo.
Jardel
26 de julho de 2018 às 23h50O Roda Viva que, com Manuela Dávila, não permitiu que ela respondesse completamente sequer uma pergunta, com o Geraldo Santo foi uma roda morta, uma confraria de amigos.
Cambada de coxinhas golpistas e puxa sacos!!!
O povo tá vendo e, é por isso que Lula lidera as pesquisas, inclusive aqui em SP.
mario aquino
25 de julho de 2018 às 10h43Tem a cara do paulista, insosso e sem graça, chegando a ser falso.
Jardel
27 de julho de 2018 às 00h05Tenho orgulho de ser paulistano e de votar no LULA.
E, sim, o Roda Viva e a TV Cultura são falsos e coxinhas. Muito diferente da TV Cultura de Vladimir Herzog.
Já ouviu falar dele?
Jardel
27 de julho de 2018 às 00h15QUAL paulista?
O bairrismo só afunda o país.
Julio Silveira
24 de julho de 2018 às 19h51Proteger quem lhes ajuda a ter salario é até compreensivel, mas bajular e puxar saco em publico e constrangedor, coisa de incompetente que protege o padrinho.
Nelson
24 de julho de 2018 às 11h00Não assisti à entrevista. Ou foi um piquenique, como deixa transparecer o texto? O certo é que este caso é apenas mais um a mostrar o nível do apodrecimento moral a que chegou o jornalismo brasileiro.
Maria Telma
24 de julho de 2018 às 10h09Sabujice, puxa sacos, jornalistas que lustram as botas do patrão.
E se o Alckimin cair nas pesquisas ? Ele não é um candidato sólido ainda mais sendo apoiado pelo Temer. Mais perde do que ganha tendo o apoio do Temer.
carlos
25 de julho de 2018 às 18h39O slogan da campanha do Alckmin é bom prá burro, porque só burro é capaz de votar em um cara que apoiado pelo Michel Temer.
Mario Sergio
24 de julho de 2018 às 10h08Por essas e outras comecei a assistir o programa e logo desisti.
Davi
24 de julho de 2018 às 09h43Eu sempre disse que o chefe era o Alckmin.Nao por competência mas pelo poder economico que detem com o governo de SP. O dinheiro da coxilândia vem sustentando Estadao,Folha,Veja,Globo e um sem numero de outras porcarias midiaticas e jornalistas em contrapartida o velho picole de xuxu foi eleito o “homem de bem” ou santo como nao diria a PF.